segunda-feira, 19 de novembro de 2012

DEPRESSÃO


DEPRESSÃO


DEPRESSÃO
Sinônimos e nomes relacionados:
Transtorno depressivo, depressão maior, depressão unipolar, incluindo ainda tipos diferenciados de depressão, como depressão grave, depressão psicótica, depressão atípica, depressão endógena, melancolia, depressão sazonal.
O que é a depressão?
Depressão é uma doença que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza. Todas as pessoas, homens e mulheres, de qualquer faixa etária, podem ser atingidas, porém mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens. Em crianças e idosos a doença tem características particulares, sendo a sua ocorrência em ambos os grupos também freqüente.
Como se desenvolve a depressão?
Na depressão como doença (transtorno depressivo), nem sempre é possível haver clareza sobre quais acontecimentos da vida levaram a pessoa a ficar deprimida, diferentemente das reações depressivas normais e das reações de ajustamento depressivo, nas quais é possível localizar o evento desencadeador.
As causas de depressão são múltiplas, de maneira que somadas podem iniciar a doença. Deve-se a questões constitucionais da pessoa, com fatores genéticos e neuroquímicos (neurotransmissores cerebrais) somados a fatores ambientais, sociais e psicológicos, como:
Estresse
Estilo de vida
Acontecimentos vitais, tais como crises e separações conjugais, morte na família, climatério, crise da meia-idade, entre outros.
Como se diagnostica a depressão?
Na depressão a intensidade do sofrimento é intensa, durando a maior parte do dia por pelo menos duas semanas, nem sempre sendo possível saber porque a pessoa está assim. O mais importante é saber como a pessoa sente-se, como ela continua organizando a sua vida (trabalho, cuidados domésticos, cuidados pessoais com higiene, alimentação, vestuário) e como ela está se relacionando com outras pessoas, a fim de se diagnosticar a doença e se iniciar um tratamento médico eficaz.
O que sente a pessoa deprimida?
Freqüentemente o indivíduo deprimido sente-se triste e desesperançado, desanimado, abatido ou " na fossa ", com " baixo-astral ". Muitas pessoas com depressão, contudo, negam a existência de tais sentimentos, que podem aparecer de outras maneiras, como por um sentimento de raiva persistente, ataques de ira ou tentativas constantes de culpar os outros, ou mesmo ainda com inúmeras dores pelo corpo, sem outras causas médicas que as justifiquem. Pode ocorrer também uma perda de interesse por atividades que antes eram capazes de dar prazer à pessoa, como atividades recreativas, passatempos, encontros sociais e prática de esportes. Tais eventos deixam de ser agradáveis. Geralmente o sono e a alimentação estão também alterados, podendo haver diminuição do apetite, ou mesmo o oposto, seu aumento, havendo perda ou ganho de peso. Em relação ao sono pode ocorrer insônia, com a pessoa tendo dificuldade para começar a dormir, ou acordando no meio da noite ou mesmo mais cedo que o seu habitual, não conseguindo voltar a dormir. São comuns ainda a sensação de diminuição de energia, cansaço e fadiga, injustificáveis por algum outro problema físico.
Como é o pensamento da pessoa deprimida?
Pensamentos que freqüentemente ocorrem com as pessoas deprimidas são os de se sentirem sem valor, culpando-se em demasia, sentindo-se fracassadas até por acontecimentos do passado. Muitas vezes questões comuns do dia-a-dia deixam os indivíduos com tais pensamentos. Muitas pessoas podem ter ainda dificuldade em pensar, sentindo-se com falhas para concentrar-se ou para tomar decisões antes corriqueiras, sentindo-se incapazes de tomá-las ou exagerando os efeitos "catastróficos" de suas possíveis decisões erradas.
Pensamentos de morte ou tentativas de suicídio
Freqüentemente a pessoa pode pensar muito em morte, em outras pessoas que já morreram, ou na sua própria morte. Muitas vezes há um desejo suicida, às vezes com tentativas de se matar, achando ser esta a " única saída " ou para " se livrar " do sofrimento, sentimentos estes provocados pela própria depressão, que fazem a pessoa culpar-se, sentir-se inútil ou um peso para os outros. Esse aspecto faz com que a depressão seja uma das principais causas de suicídio, principalmente em pessoas deprimidas que vivem solitariamente. É bom lembrar que a própria tendência a isolar-se é uma conseqüência da depressão, a qual gera um ciclo vicioso depressivo que resulta na perda da esperança em melhorar naquelas pessoas que não iniciam um tratamento médico adequado.
Sentimentos que afetam a vida diária e os relacionamentos pessoais
Freqüentemente a depressão pode afetar o dia-a-dia da pessoa. Muitas vezes é difícil iniciar o dia, pelo desânimo e pela tristeza ao acordar. Assim, cuidar das tarefas habituais pode tornar-se um peso: trabalhar, dedicar-se a uma outra pessoa, cuidar de filhos, entre outros afazeres podem tornar-se apenas obrigações penosas, ou mesmo impraticáveis, dependendo da gravidade dos sintomas. Dessa forma, o relacionamento com outras pessoas pode tornar-se prejudicado: dificuldades conjugais podem acentuar-se, inclusive com a diminuição do desejo sexual; desinteresse por amizades e por convívio social podem fazer o indivíduo tender a se isolar, até mesmo dificultando a busca de ajuda médica.
Como se trata a depressão?
A depressão é uma doença reversível, ou seja, há cura completa se tratada adequadamente. O tratamento médico sempre se faz necessário, sendo o tipo de tratamento relacionado ao perfil de cada paciente. Pode haver depressões leves, com poucos aspectos dos problemas mostrados anteriormente e com pouco prejuízo sobre as atividades da vida diária. Nesses casos, o acompanhamento médico é fundamental, mas o tratamento pode ser apenas psicoterápico.
Pode haver também casos de depressões bem mais graves, com maior prejuízo sobre o dia-a-dia do indivíduo, podendo ocorrer também sintomas psicóticos (como delírios e alucinações) e ideação ou tentativas de suicídio. Nessa situação, o tratamento medicamentoso se faz obrigatório, além do acompanhamento psicoterápico.
Os medicamentos utilizados são os antidepressivos, medicações que não causam “dependência”, são bem toleradas e seguras se prescritas e acompanhadas pelo médico. Em alguns casos faz-se necessário associar outras medicações, que podem variar de acordo com os sintomas apresentados (ansiolíticos, antipsicóticos).

TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR


TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR
(PSICOSE MANÍACO-DEPRESSIVA)

TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR
Sinônimos e nomes relacionados:
Psicose maníaco-depressiva, transtorno ou doença afetivo bipolar, incluindo tipos específicos de doenças ou transtornos do humor, como ciclotimia, hipomania e transtorno misto do humor.
O que é a doença bipolar do humor:
O Transtorno Bipolar do Humor, antigamente denominado de psicose maníaco-depressiva, é caracterizado por oscilações ou mudanças cíclicas de humor. Estas mudanças vão desde oscilações normais, como nos estados de alegria e tristeza, até mudanças patológicas acentuadas e diferentes do normal, como episódios de MANIA, HIPOMANIA, DEPRESSÃO e MISTOS. É uma doença de grande impacto na vida do paciente, de sua família e sociedade, causando prejuízos freqüentemente irreparáveis em vários setores da vida do indivíduo, como nas finanças, saúde, reputação, além do sofrimento psicológico. É relativamente comum, acometendo aproximadamente 8 a cada 100 indivíduos, manifestando-se igualmente em mulheres e homens.
O que causa a doença bipolar do humor:
A base da causa para a doença bipolar do humor não é inteiramente conhecida, assim como não o é para os demais distúrbios do humor. Sabe-se que os fatores biológicos (relativos a neurotransmissores cerebrais), genéticos, sociais e psicológicos somam-se no desencadeamento da doença. Em geral, os fatores genéticos e biológicos podem determinar como o indivíduo reage aos estressores psicológicos e sociais, mantendo a normalidade ou desencadeando doença. O transtorno bipolar do humor tem uma importante característica genética, de modo que a tendência familiar à doença pode ser observada.
Como se manifesta a doença bipolar do humor:
Pode iniciar na infância, geralmente com sintomas como irritabilidade intensa, impulsividade e aparentes “tempestades afetivas”. Um terço dos indivíduos manifestará a doença na adolescência e quase dois terços, até os 19 anos de idade, com muitos casos de mulheres podendo ter início entre os 45 e 50 anos. Raramente começa acima dos 50 anos, e quando isso acontece, é importante investigar outras causas.

A MANIA (eufórica) é caracterizada por:
Humor excessivamente animado, exaltado, eufórico, alegria exagerada e duradoura;
Extrema irritabilidade, impaciência ou “pavio muito curto”;
Agitação, inquietação física e mental;
Aumento de energia, da atividade, começando muitas coisas ao mesmo tempo sem conseguir terminá-las
Otimismo e confiança exageradas;
Pouca capacidade de julgamento, incapacidade de discernir;
Crenças irreais sobre as próprias capacidades ou poderes, acreditando possuir muitos dons ou poderes especiais;
Idéias grandiosas;
Pensamentos acelerados, fala muito rápida, pulando de uma idéia para outra,tagarelice;
Facilidade em se distrair, incapacidade de se concentrar;
Comportamento inadequado, provocador, intrometido, agressivo ou de risco;
Gastos excessivos;
Desinibição, aumento do contato social, expansividade;
Aumento do impulso sexual;
Agressividade física e/ou verbal;
Insônia e pouca necessidade de sono;
Uso de drogas, em especial cocaína, álcool e soníferos.
* Três ou mais sintomas aqui relacionados devem estar presentes por, no mínimo, uma semana;
* A hipomania é um estado de euforia mais leve que não compromete tanto a capacidade de funcionamento do paciente. Geralmente, passa despercebida por ser confundida com estados normais de alegria e devem durar no mínimo dois dias.

A DEPRESSÃO, que pode ser de intensidade leve, moderada ou grave, é caracterizada por:
Humor melancólico, depressivo;
Perda de interesse ou prazer em atividades habitualmente interessantes;
Sentimentos de tristeza, vazio, ou aparência chorosa/melancólica;
Inquietação ou irritabilidade;
Perda ou aumento de apetite/peso, mesmo sem estar de dieta;
Excesso de sono ou incapacidade de dormir;
Sentir-se ou estar agitado demais ou excessivamente devagar (lentidão);
Fadiga ou perda de energia;
Sentimentos de falta de esperança, culpa excessiva ou pessimismo;
Dificuldade de concentração, de se lembrar das coisas ou de tomar decisões;
Pensamentos de morte ou suicídio, planejamento ou tentativas de suicídio;
Dores ou outros sintomas corporais persistentes, não provocados por doenças ou lesões físicas.
* estes sintomas manifestam-se na maior parte do tempo por, pelo menos, DUAS semanas.

O ESTADO MISTO é caracterizado por:
Sintomas depressivos e maníacos acentuados acontecendo simultaneamente;
A pessoa pode sentir-se deprimida pela manhã e progressivamente eufórica com o passar do dia, ou vice-versa;
Pode ainda apresentar-se agitada, acelerada e ao mesmo tempo queixar-se de angústia, desesperança e idéias de suicídio;
Os sintomas freqüentemente incluem agitação, insônia e alterações do apetite. Nos casos mais graves, podem haver sintomas psicóticos (alucinações e delírios) e pensamentos suicidas;
* os sintomas devem estar presentes a maior parte dos dias por, no mínimo, uma semana.
De que outras formas a doença bipolar do humor pode se manifestar:
Existem três outras formas através das quais a doença bipolar do humor pode se manifestar, além de episódios bem definidos de mania e depressão.
Uma primeira forma seria a hipomania, em que também ocorre estado de humor elevado e expansivo, eufórico, mas de forma mais suave. Um episódio hipomaníaco, ao contrário da mania, não é suficientemente grave para causar prejuízo no trabalho ou nas relações sociais, nem para exigir a hospitalização da pessoa.
Uma segunda forma de apresentação da doença bipolar do humor seria a ocorrência de episódios mistos, quando em um mesmo dia haveria a alternância entre depressão e mania. Em poucas horas a pessoa pode chorar, ficar triste, sentindo-se sem valor e sem esperança, e no momento seguinte estar eufórica, sentindo-se capaz de tudo, ou irritada, falante e agressiva.
A terceira forma da doença bipolar do humor seria aquela conhecida como transtorno ciclotímico, ou apenas ciclotimia, em que haveria uma alteração crônica e flutuante do humor, marcada por numerosos períodos com sintomas maníacos e numerosos períodos com sintomas depressivos, que se alternariam. Tais sintomas depressivos e maníacos não seriam suficientemente graves nem ocorreriam em quantidade suficiente para se ter certeza de se tratar de depressão e de mania, respectivamente. Seria, portanto, facilmente confundida com o jeito de ser da pessoa, marcada por instabilidade do humor.
Como se diagnostica a doença bipolar do humor:
O diagnóstico da doença bipolar do humor deve ser feito por um médico psiquiátrico baseado nos sintomas do paciente. Não há exames de imagem ou laboratoriais que auxiliem o diagnóstico. A dosagem de lítio no sangue só é feita para as pessoas que usam carbonato de lítio como tratamento medicamentoso, a fim de se acompanhar a resposta ao remédio.
Como se trata a doença bipolar do humor:
O tratamento, após o diagnóstico preciso, é medicamentoso, envolvendo uma classe de medicações chamada de estabilizadores do humor, da qual o carbonato de lítio é o mais estudado e o mais usado. A carbamazepina, a oxcarbazepina e o ácido valpróico também se mostram eficazes. Um acompanhamento psiquiátrico deve ser mantido por um longo período, sendo que algumas formas de psicoterapia podem colaborar para o tratamento.

Que é Depressão


O que é Depressão?

A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. É imprescindível o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.
O que é depressão

Depressão, - Uma Patologia Mística

 Foto: Getty Images

SENTIDO E SIGNIFICADO




Ao contrário do que em geral se crê, sentido e
significado nunca foram a mesma coisa, o
significado fica-se logo por aí, é directo, literal,
explícito, fechado em si mesmo, unívoco, por assim
dizer; ao passo que o sentido não é capaz de
permanecer quieto, fervilha de sentidos segundo,
terceiros e quartos, de direções irradiantes que se
vão dividindo e subdividindo em ramos e ramilhos,
até se perderem de vista, o sentido de cada palavra
parece-se com uma estrela quando se põe a
projectar marés vivas pelo espaço fora, ventos
cósmicos, perturbações magnéticas, aflições.

José Saramago

(Livro: Todos os nomes, 1997).

Depressão: quando a tristeza se torna patológica

Depressão: quando a tristeza se torna patológica



Hélder Franco heldersoad@yahoo.com.br
O que é Depressão?



A depressão é um transtorno que ultimamente está sendo considerado como uma epidemia entre as desordens psiquiátricas, tal a freqüência com que tem sido observado atualmente. Estima-se que aproximadamente 8% da população geral sofrerá de algum tipo de transtorno depressivo em algum momento de sua vida, o que nos dá uma idéia da gravidade ao problema. No entanto, é importante ressaltar que a depressão é um quadro muito mais complexo do que costumeiramente é referido, o que é diferente daqueles simples casos de tristeza que por vezes são considerados episódios depressivos.
A tristeza que observamos nos quadros depressivos é bem mais intensa, é uma tristeza patológica, que vem acompanhada por vários outros sintomas. Estes sintomas incluem uma redução no nível de motivação do indivíduo, retardo psicomotor, lentificação do pensamento, pessimismo extremo, baixa auto-estima e sentimentos de desvalorização, tudo isso contribuindo para que ele cada vez menos participe de atividades que antes lhe proporcionavam prazer. Essa redução no nível de atividade faz com que o sujeito depressivo passe grande parte do seu tempo num estado de semiletargia, com pensamentos negativos acerca de si mesmo, dos outros e do futuro, o que contribui para que o quadro seja mantido. Idéias recorrentes de suicídio são freqüentemente observadas. Além desses sintomas de ordem cognitiva (ao nível do pensamento), motora e motivacional, alguns sintomas de ordem somática também podem estar presentes, como perda de apetite, alterações no padrão de sono e perda do interesse sexual, sendo a gravidade desses sintomas um indicador confiável do grau de comprometimento geral do indivíduo.
A origem dos quadros depressivos pode se encontrar tanto em eventos do meio ambiente (depressão exógena), quanto em fatores de ordem orgânica (depressão endógena), como um desequilíbrio no funcionamento de alguns sistemas de neurotransmissores. Entre as causas externas que mais comumente desencadeiam episódios depressivos (depressão reativa) estão perdas de pessoas afetivamente próximas, prejuízos financeiros graves e finais de relacionamentos. Mais uma vez é bom lembrar que em tais situações é perfeitamente normal que as pessoas experimentem estados de tristeza e apatia. A caracterização do quadro depressivo só se confirma quando essa tristeza atinge um nível extremamente elevado, incapacitando o indivíduo de retornar à sua vida normal, paralelamente ao aparecimento de outros dos sintomas acima descritos.
O tipo mais severo de transtorno depressivo é um tipo de depressão endógena denominada Depressão Maior. Os critérios para o diagnóstico desse quadro descritos no DSM-IV(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) são:
Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de 2 semanas e representam uma alteração a partir do funcionamento anterior. Pelo menos um dos sintomas é:
(1) humor deprimido ou;
(2) perda do interesse ou prazer.
Nota: Não incluir sintomas nitidamente devidos a uma condição
médica geral ou alucinações ou delírios incongruentes com o humor.
(1) humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, indicado por relato subjetivo (por ex., sente-se triste ou vazio) ou observação feita por outros (por ex., chora muito).
Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável
(2) interesse ou prazer acentuadamente diminuídos por todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicado por relato subjetivo ou observação feita por outros)
(3) perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta (por ex., mais de 5% do peso corporal em 1 mês), ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias.
Nota: Em crianças, considerar falha em apresentar os ganhos de peso esperados
(4) insônia ou hipersonia quase todos os dias
(5) agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outros, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento)
(6) fadiga ou perda de energia quase todos os dias
(7) sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada (que pode ser delirante), quase todos os dias (não meramente auto-recriminação ou culpa por estar doente)
(8) capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outros)
(9) pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
C. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., droga de abuso ou medicamento) ou de uma condição médica geral (por ex., hipotiroidismo).
D. Os sintomas não são melhor explicados por Luto, ou seja, após a perda de um ente querido, os sintomas persistem por mais de 2 meses ou são caracterizados por acentuado prejuízo funcional, preocupação mórbida com desvalia, ideação suicida, sintomas psicóticos ou retardo psicomotor.
Além desses tipos mais freqüentes de depressão, existe outros quadros que são determinados por eventos específicos ou por determinadas fases do desenvolvimento humano, como a maternidade (depressão pós-parto), chegada da terceira idade (depressão involutiva), ou o final do período de fertilidade nas mulheres (depressão do climatério). Também existe uma outra forma mais branda de transtorno depressivo, em que os sintomas característicos são experienciados de uma forma menos acentuada, mas que persistem por um período de pelo menos dois anos. Esse quadro é denominado de transtorno distímico.
Embora existam variações de tipo e intensidade, em todos os casos existe um comprometimento significativo na vida do sujeito, com efeitos psicológicos que são muitas vezes dramáticos. Esses efeitos são em grande parte determinados pela forma tendenciosa com que o indivíduo depressivo interpreta o mundo e se comporta perante ele. Normalmente, pessoas que se tornam deprimidas tendem a enxergar as diversas situações com que se deparam de uma forma um tanto quanto “catastrófica”, ignorando evidências positivas e recusando-se a admitir sua capacidade de reagir frente a tais eventos. Por exemplo, uma pessoa que está passando por uma situação de instabilidade financeira em virtude da perda de um emprego pode acreditar que jamais terá forças para superar a crise, mesmo que possua um currículo muito bom e tenha sido considerado por todos um profissional competente em sua área nas empresas em que atuou. Evidentemente a perda de um emprego se constitui em algo difícil de ser enfrentado, mas as pessoas podem reagir de uma forma diferenciada em cada situação. Algumas imediatamente passam a buscar uma re-inserção na sua área de trabalho. Outras buscam áreas que julgam oferecer melhores oportunidades e outras podem até mesmo manifestar um certo pessimismo em relação à conquista de um novo emprego, mas esse pessimismo não chega a interferir em outras esferas de sua vida. No caso do nosso sujeito fictício, a perda do emprego pode ser percebida também como uma evidência de que ele é um total fracasso como pai de família e como pessoa de uma forma geral. Ele pode acreditar que por mais que se esforce não será capaz de conseguir trabalho e que o futuro não lhe reserva nada de bom. Pode interpretar outros fatos e situações como evidências para suas crenças de incapacidade e impotência e, pensando dessa forma, poderá entregar-se a um estado de apatia e desesperança que irá acabar contribuindo para que de fato sua vida piore cada vez mais.
Nesse caso, acaba-se constituindo uma espécie de “círculo vicioso”, em que as atitudes do sujeito deprimido contribuem para um aumento na intensidade dos sintomas. Dessa forma, a recuperação só é possível quando se trabalha simultaneamente sobre os padrões de comportamento do indivíduo deprimido e dos pensamentos e interpretações negativistas que ele constrói acerca da sua vida e do mundo, re-avaliando percepções que podem estar equivocadas, mas que exercem uma forte - e prejudicial - influência sobre o seu estado de humor geral. No caso de depressões endógenas, o tratamento farmacológico também pode ser indicado, mas os achados mais recentes demonstram que uma combinação desse tratamento com psicoterapia tem alcançado resultados mais satisfatórios. Logo, algumas dicas importantes para lidar com o problema da depressão incluiriam:
- Estar atento para possíveis oscilações no estado de humor, sobretudo quando essas alterações se tornarem mais intensas e recorrentes, ocasionando sentimentos desagradáveis;
- Ao experimentar sentimentos de tristeza ou desesperança em relação ao futuro, investigar as razões que podem estar originando tais sentimentos, deve-se perguntar: “o que estou pensando para me sentir tão mal”.
- Procurar avaliar se seus pensamentos negativos são realmente verdadeiros, e se questionar se apenas existe uma forma de perceber de pensar e perceber os acontecimentos do dia-a-dia;
- Procurar fazer atividades interessantes e prazerosas. Mesmo sendo a tendência de quem está com humor deprimido de se deitar e esquecer do mundo, o que se aconselha é sair do estado inerte, de ambientes fechados e escuros para se praticar atividades que envolvam movimentos físicos.
Caso não consiga lidar com o problema sozinho, buscar ajuda de profissionais capacitados.

Beethoven Symphony No. 5 - Kurt Masur - New York Philharmonic