sexta-feira, 21 de setembro de 2018
Ferreira Gullar - O PENSADOR REVOLUCIONÁRIO DO BEM

04/12/2016 21:15 em Opinião
Caros
ouvintes e internautas de “O Radião”. É com muito pesar que
socializamos a morte de um dos maiores Escritores da nossa Literatura
Brasileira: Ferreira Gullar
Para
um país tão carente de cultura, educação, politização, a sua morte
representa uma grande lacuna no nosso meio acadêmico e social.
Quem foi Ferreira Gullar? Ferreira
Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira (São Luís, 10 de setembro
de 1930 – Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2016), foi um escritor,
poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta
brasileiro e um dos fundadores do neoconcretismo. Foi o postulante da
cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras, na vaga deixada por Ivan
Junqueira da qual tomou posse em 5 de dezembro de 2014.
Ferreira
Gullar nasceu em São Luís, em 10 de setembro de 1930, com o nome de
José Ribamar Ferreira. É um dos onze filhos do casal Newton Ferreira e
Alzira Ribeiro Goulart.
Sobre
o pseudônimo, o poeta declarou o seguinte: "Gullar é um dos sobrenomes
de minha mãe, o nome dela é Alzira Ribeiro Goulart, e Ferreira é o
sobrenome da família, eu então me chamo José Ribamar Ferreira; mas como
todo mundo no Maranhão é Ribamar, eu decidi mudar meu nome e fiz isso,
usei o Ferreira que é do meu pai e o Gullar que é de minha mãe, só que
eu mudei a grafia porque o Gullar de minha mãe é o Goulart francês; é um
nome inventado, como a vida é inventada eu inventei o meu nome".
Segundo
Mauricio Vaitsman, ao lado de Bandeira Tribuzi, Luci Teixeira, Lago
Burnet, José Bento, José Sarney e outros escritores, fez parte de um
movimento literário difundido através da revista que lançou o
pós-modernismo no Maranhão, A Ilha, da qual foi um dos fundadores.
Muitos o consideram o maior poeta vivo do Brasil e não seria exagero
dizer que, durante suas seis décadas de produção artística, Ferreira
Gullar passou por todos os acontecimentos mais importantes da poesia
brasileira e participou deles.
Morando
no Rio de Janeiro, participou do movimento da poesia concreta, sendo
então um poeta extremamente inovador, escrevendo seus poemas, por
exemplo, em placas de madeira, gravando-os.
Em
1956 participou da exposição concretista que é considerada o marco
oficial do início da poesia concreta, tendo se afastado desta em 1959,
criando, junto com Lígia Clark e Hélio Oiticica, o neoconcretismo, que
valoriza a expressão e a subjetividade em oposição ao concretismo
ortodoxo. Posteriormente, ainda no início dos anos de 1960, se afastará
deste grupo também, por concluir que o movimento levaria ao abandono do
vínculo entre a palavra e a poesia, passando a produzir uma poesia
engajada e envolvendo-se com os Centros Populares de Cultura (CPCs).
Em
2014, ele foi considerado um imortal na Academia Brasileira de Letras.
Ferreira Gullar morreu em 4 de dezembro de 2016, na cidade do Rio de
Janeiro em decorrência de vários problemas respiratórios[9] que
culminaram em uma pneumonia.
Militância política
Ferreira
Gullar foi militante do Partido Comunista Brasileiro e, exilado pela
ditadura militar, viveu na União Soviética, na Argentina e Chile. Ele
comentou que bacharelou em subversão em Moscou durante o seu exílio, mas
que devido a uma maior reflexão, experiência de vida, e de observar as
coisas irem acontecendo se desiludiu do socialismo e que o socialismo
não faz mais sentido, pois fracassou.
“(...)
toda sociedade é, por definição, conservadora, uma vez que, sem
princípios e valores estabelecidos, seria impossível o convívio social.
Uma comunidade cujos princípios e normas mudassem a cada dia seria
caótica e, por isso mesmo, inviável”. Dizia.
Ganhou
o concurso de poesia promovido pelo Jornal de Letras com seu poema "O
Galo" em 1950. Os prêmios Molière, o Saci e outros prêmios do teatro em
1966 com Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, que é
considerada uma obra prima do teatro moderno brasileiro.
Em
2002, foi indicado por nove professores dos Estados Unidos, do Brasil e
de Portugal para o Prêmio Nobel de Literatura. Em 2007, seu livro
Resmungos ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção do ano. O
livro, editado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, reúne
crônicas de Gullar publicadas no jornal Folha de S. Paulo no ano de
2005. Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais
influentes do ano de 2009.
Foi
agraciado com o Prêmio Camões em 2010. Em 15 de outubro de 2010, foi
contemplado com o título de Doutor Honoris causa, na Faculdade de Letras
da UFRJ. Em Imperatriz, ganhou em sua homenagem o teatro Ferreira
Gullar.
Em
1999 é inaugurada em São Luís a Avenida Ferreira Gullar. Em 20 de
outubro de 2011, ganhou o Prêmio Jabuti com o livro de poesia. Em Alguma
Parte Alguma, que foi considerado "O Livro do Ano" de ficção.
Em
2011, a obra Poema Sujo inspirou a vídeo instalação Há muitas noites na
noite, dirigida por Silvio Tendler. Em 2015, o poema inspirou uma série
documental, também denominada: "Há muitas noites na noite", com sete
episódios com 26 minutos cada, exibida na TV Brasil entre dezembro de
2015 e janeiro de 2016, também dirigida por Silvio Tendler.
Bibliografia/Poesia
Um Pouco Acima do Chão, 1949, A Luta Corporal, 1954, Poemas, 1958.
João
Boa-Morte, Cabra Marcado para Morrer (cordel), 1962, Quem Matou
Aparecida? (cordel), 1962, A Luta Corporal e Novos Poemas, 1966.
História
de um Valente, (cordel; na clandestinidade, como João Salgueiro), 1966,
Por Você por Mim, 1968, Dentro da Noite Veloz, 1975, Poema Sujo, (onde
se localiza a letra de Trenzinho do Caipira) 1976, Na Vertigem do Dia,
1980.
Crime
na Flora ou Ordem e Progresso, 1986, Barulhos, 1987, O Formigueiro,
1991, Muitas Vozes, 1999, Um Gato chamado Gatinho, 2005, Em Alguma Parte
Alguma, 2010.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferreira_Gullar
Professor Mestre Euzebio Silva/Colunista
domingo, 26 de agosto de 2018
Ética: Herodes e Sócrates falam sobre aborto
Ética: Herodes e Sócrates falam sobre aborto.
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Esse diálogo imaginário entre um defensor do aborto
chamado Herodes e o filósofo Sócrates, é um resumo e adaptação da obra
do dr. Peter J. Kreeft. Quem já leu apologia de Sócrates, Fedão ou outro
texto platônico sobre o personagem mencionado, vai constatar que Kreeft
foi muito feliz nessa simulação, pois o estilo de argumentação e a
linha de raciocínio é exatamente aquela já conhecida dos leitores de
Platão.
Herodes: Eles [os pró-vida] alegam saber o que de fato não sabem: que o feto é uma pessoa humana desde a concepção.
Sócrates: E você? Também declara saber o que não sabe?
Herodes: Não. Essa é a minha vantagem e a minha sabedoria. Não alego saber algo que não sei. Eles sim. Eles são os dogmáticos. Os teólogos, os filósofos e os cientistas dscutiram a respeito disso por muitos anos, e sem acordo. É dogmatismo claro alguém reivindicar certeza desse ponto polêmico […] Nós simplesmente não sabemos quando o feto se torna uma pessoa humana. Qualquer um que declara saber e tolo, pois alega saber o que não sabe.
Sócrates: Você não sabe se um feto é uma pessoa, certo?
Herodes: Certo.
Sócrates: E o seu trabalho é matar fetos, correto?
Herodes: Eu estou chocado com a linguagem que você está usando. Eu aborto gravidez indesejada.
Sócrates: Matando fetos ou fazendo outra coisa qualquer?
Herodes: (suspiro) Matando fetos.
Sócrates: Sem saber se eles são pessoas ou não?
Herodes: Se tem que ser colocado dessa forma…
Sócrates: Ora, o que você diria de um caçador que atira ao ver um movimento brusco entre os arbustros, sem saber se é uma corsa ou outro caçador. Você diria que é um sábio ou um tolo?
Herodes: (suspiro) Esse caçador é um tolo, Sócrates.
Sócrates: Ele é um tolo porque alega saber o que não sabe, isto é, que é só uma corsa no arbustro, e não o seu companheiro de caça. […] E agora você, doutor: Você mata fetos, sem ao menos saber se eles são ou não pessoas humanas. Isso não é agir como se você soubesse o que não sabe? Não é uma insensatez – na verdade, o cúmulo da insensatez, em vez de sabedoria?
O diálogo entre Herodes e Sócrates conduz a uma só conclusão: a de que a única atitude genuinamente sábia é tratar os bebês não nascidos como pessoas, conferindo-lhes os mesmos direitos que nós temos, inclusive o direito à vida. Por causa disso é que eu afirmo que o aborto não é apenas uma transgressão da lei divina, mas também uma afronta ao raciocínio humano.
Sócrates: E você? Também declara saber o que não sabe?
Herodes: Não. Essa é a minha vantagem e a minha sabedoria. Não alego saber algo que não sei. Eles sim. Eles são os dogmáticos. Os teólogos, os filósofos e os cientistas dscutiram a respeito disso por muitos anos, e sem acordo. É dogmatismo claro alguém reivindicar certeza desse ponto polêmico […] Nós simplesmente não sabemos quando o feto se torna uma pessoa humana. Qualquer um que declara saber e tolo, pois alega saber o que não sabe.
Sócrates: Você não sabe se um feto é uma pessoa, certo?
Herodes: Certo.
Sócrates: E o seu trabalho é matar fetos, correto?
Herodes: Eu estou chocado com a linguagem que você está usando. Eu aborto gravidez indesejada.
Sócrates: Matando fetos ou fazendo outra coisa qualquer?
Herodes: (suspiro) Matando fetos.
Sócrates: Sem saber se eles são pessoas ou não?
Herodes: Se tem que ser colocado dessa forma…
Sócrates: Ora, o que você diria de um caçador que atira ao ver um movimento brusco entre os arbustros, sem saber se é uma corsa ou outro caçador. Você diria que é um sábio ou um tolo?
Herodes: (suspiro) Esse caçador é um tolo, Sócrates.
Sócrates: Ele é um tolo porque alega saber o que não sabe, isto é, que é só uma corsa no arbustro, e não o seu companheiro de caça. […] E agora você, doutor: Você mata fetos, sem ao menos saber se eles são ou não pessoas humanas. Isso não é agir como se você soubesse o que não sabe? Não é uma insensatez – na verdade, o cúmulo da insensatez, em vez de sabedoria?
O diálogo entre Herodes e Sócrates conduz a uma só conclusão: a de que a única atitude genuinamente sábia é tratar os bebês não nascidos como pessoas, conferindo-lhes os mesmos direitos que nós temos, inclusive o direito à vida. Por causa disso é que eu afirmo que o aborto não é apenas uma transgressão da lei divina, mas também uma afronta ao raciocínio humano.
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