quinta-feira, 28 de novembro de 2019

TRF-4 reconhece união estável com prova exclusivamente testemunhal


sábado, 23 de novembro de 2019

Baixa autoestima! Ela pode nos distanciar das possibilidades de viver um amor saudável

Baixa autoestima! Ela pode nos distanciar das possibilidades de viver um amor saudável

Um único fator separa as pessoas felizes das infelizes: o senso de merecimento. Uma visão negativa de si mesmo e um baixo senso de valor levam as pessoas a uma vida muito aquém do seu potencial.

A baixa autoestima interfere diretamente na qualidade do nosso relacionamento com a gente mesma, com o outro e com o mundo.
Nossas primeiras relações de afeto com nossos cuidadores exercem papel fundamental na maneira como vemos o mundo, como nos amamos e o valor que nos damos na vida adulta.
A nossa autoestima está muito ligada à forma como somos olhadas em nossa infância, principalmente pelos nossos pais e cuidadores. Quando somos amados e validados por simplesmente ser quem somos, temos grandes possibilidades de nos tornar adultos seguros, com uma visão positiva de nós mesmos.
    

Uma criança não tem uma visão ampla e abrangente para avaliar os acontecimentos, portanto, quando ela vive em ambiente de constante crítica, julgamentos, ofensas, piadas depreciativas a seu respeito, em geral, ela internaliza este tratamento como uma grande possibilidade afetiva e acaba se tratando da mesma maneira como se acostumou a ser tratada.
A ideia para esse artigo surgiu em um dia daqueles, de ócio, em que só queremos deitar e esquecer da vida.

Trocando de canal na TV, surpreendi-me com o filme água com açúcar “Noiva em fuga”, que acabara de começar.
Confesso que foi curioso assistir a um filme “Sessão da tarde”, com os olhos de hoje! A primeira vez que assisti ainda não era psicóloga, mas desta vez, analisar traços de personalidade da personagem principal, assim como seu sistema familiar, trouxeram-me um toque de profundidade e colocaram meus planos de só assistir a um filme “água com açúcar” por água abaixo.
Para quem não assistiu, vou relatar brevemente a essência do filme, segundo o meu olhar:
Maggie Carpenter, representada por Julia Robert, é uma garota estigmatizada na pequena cidade em que vive, já que foge da Igreja pela terceira vez, na hora do casamento, abandonando seus parceiros, atônitos, no altar.
O filme inicia com um jornalista, Ike Graham (Richard Gere), enviado à cidade para fazer a reportagem sobre a noiva em fuga. Maggie é uma garota que brilha, atrai olhares e pessoas. É alegre, sedutora, divertida, bonita, engraçada, cheia de vida, entre outras várias características carismáticas e cativantes.
Entretanto, não parece ter recebido auxílio e orientação de sua família. Na verdade, a mãe faleceu e o pai, um alcoólatra, não possuía condições psicológicas para auxiliá-la, então sempre fazia piadas depreciativas e humilhantes sobre suas fugas.

Ela, tão acostumada com esse tipo de comportamento, começou a achar natural ser ridicularizada, e até ria junto com aqueles que faziam piadas dela.

Maggie parece não ter recebido dentro de casa o cuidado necessário para a construção de um bom olhar e tratamento para consigo, não aprendeu a olhar para suas verdadeiras necessidades de mulher.
Brenne Brown, uma assistente social e pesquisadora, diz que, intrigada em entender qual a diferença entre as pessoas felizes e as pessoas infelizes, realizou uma longa pesquisa, até encontrar qual era o fator que as separava.
Após analisar os resultados dos dados obtidos, ela descobriu que um único fator separava as pessoas felizes das infelizes: o senso de merecimento. Percebeu ainda que as pessoas felizes acreditavam que mereciam ser felizes, enquanto as infelizes acreditavam que não.
Uma visão negativa de si mesma e um baixo senso de valor e merecimento levam as pessoas a viverem uma vida muito aquém do seu potencial de alegria, prazer, amor e felicidade, simplesmente por acreditarem que merecem pouco e, algumas vezes, nada.
No caso de Maggie, fica bem claro que a sua baixa autoestima se espalha por outras áreas, além da afetiva, quando o filme mostra os belíssimos trabalhos que faz com luminárias e lustres que ficam guardados no fundo de casa.

Quando não nos damos valor e não temos uma visão generosa e positiva de nós mesmos, temos dificuldade em apresentar nossos talentos ao mundo, por acreditarmos que nada que venha de nós pode ser suficientemente bom.

Um outro ponto que me chamou bastante a atenção foi a dificuldade da personagem em ter uma identidade definida. A cada novo namorado, ela se transformava em uma nova mulher, com gostos e atividades completamente diferentes. Como não havia uma identidade definida e sólida, internamente construída, a personagem do filme tomava para si gostos e hobbies de seus namorados, perdida em seus desejos, necessidades e anseios.
A personagem mal conseguia saber os tipos de ovos que gostava de comer pela manhã e a cada troca de namorado, mudava hábitos, gostos e preferências, deixando seu ponto de referência totalmente no outro, em vez de se conectar consigo mesma.
É exatamente este o ponto mais importante que quero ressaltar com este texto: Maggie Carpenter aqui representa as inúmeras mulheres que, apesar de lindas, atraentes, talentosas, inteligentes, não conseguem ter uma visão positiva de si mesmas, não conseguem se amar e vivenciam relações amorosas que lhes oferecem a mesma quantidade de amor que se dão.
“Amar a si mesma(o) é o início de um romance que vai durar a vida inteira.” Oscar Wilde
As pessoas mais românticas costumam fantasiar um amor de filme, com companheirismo, amizade, cuidado, aceitação, mimos e agrados.
Quantas de nós já suspiramos com um livro, filme ou até mesmo com um relato de uma história de um amor que nos fez bem?
Desta forma, criamos a crença de que todo o amor que não recebemos em casa e não pudemos nos dar até hoje, deverá vir de fora, de uma relação, de um parceiro e depositamos nesse amor que ainda não chegou, ou que pensamos ser o ideal, todas as nossas expectativas, acreditando que ele solucionará todos os nossos problemas internos de baixa autoestima, e que, então, seremos felizes para sempre!
A personagem do filme tinha muito medo de compromisso, pelo fato de se perder no outro e por faltar uma identidade e um autoconhecimento que lhe possibilitasse colocar limites e dizer não.

A falta de uma estrutura familiar que a envolvesse com o amor que necessitava propiciou o desenvolvimento desse medo que a fazia, constantemente, fugir dos seus pretendentes.

Quantas de nós também sabotamos relacionamentos que poderiam dar certo e escolhemos aqueles que não nos trarão nutrição? O que será que tem por trás deste comportamento?
Maggie, antes do tradicional final feliz da década de 90, resolve passar um tempo sozinha, investir em seu trabalho e descobrir qual é o tipo de ovo que ela quer comer de manhã, independente de quem estiver ao lado dela.
Autoconhecimento, autovalidação, generosidade e empatia para conosco nos empodera e nos assegura de que somos capazes de fazer boas escolhas para nós mesmas.
O amor e o relacionamento que você tanto procura fora de você começa aí dentro. Antes de focar no externo, faça para você o que deseja receber do outro!
Leve-se à praia, convide-se para jantar, acolha-se, respeite-se, ame-se, cuide de você como o seu bem mais precioso.
Nós falamos muito sobre as mulheres neste artigo, mas os homens também vivem isso. Fazer escolhas amorosas erradas não é privilégio das mulheres!

Como a vida é um eco, uma vez que este trabalho é bem feito, a vida e os seus relacionamentos respondem à altura. Acredite!


Direitos autorais da imagem de capa: filme “Noiva em fuga”.




Qual é a misteriosa arma que a Rússia está testando no Ártico?

Qual é a misteriosa arma que a Rússia está testando no Ártico?

 

Cinco especialistas nucleares morreram durante um teste de um foguete após uma explosão, o que desencadeou o aumento dos níveis de radiação na região.

 

12 ago 2019 17h24
A explosão de um foguete em meio a um teste feito pela Rússia no Ártico, que deixou cinco mortos, e os poucos esclarecimentos dados por autoridades do país sobre o incidente fizeram o mundo se questionar: o que Moscou está fazendo exatamente ali?

Em março de 2018, o presidente Putin chamou o míssil Burevestnik de 'invencível'
Em março de 2018, o presidente Putin chamou o míssil Burevestnik de 'invencível'
Foto: Ministério da Defesa da Rússia / BBC News Brasil
O incidente ocorreu na quinta-feira (08) em Sarov, cidade a 373 km de Moscou, onde são fabricadas ogivas nucleares. Cinco engenheiros nucleares russos morreram e outros três ficaram feridos.
A Rosatom, agência nuclear estatal russa, disse que os especialistas testavam um motor movido a energia nuclear em uma plataforma em alto-mar no Ártico. A explosão foi seguida por um pico de radiação na região.
Sabe-se, por exemplo, que o país vem testando um míssil nuclear, o Burevestnik, mas não é possível afirmar que este armamento estava envolvido no incidente.
Especialistas em Rússia dizem que o teste provavelmente estava ligado ao 9M730 Burevestnik, que significa "petrel", um tipo de ave marinha. O presidente russo, Vladimir Putin, descreveu o míssil como "invencível" ao discursar no Parlamento em março de 2018.
Mark Galeotti, analista e pesquisador líder do Royal United Services Institute (Rusi), um centro de estudos de defesa e segurança do Reino Unido, diz que a propulsão nuclear envolve enormes desafios técnicos.
"Há a questão da velocidade versus o peso do sistema e o risco de um míssil que expele material radioativo por seu escapamento", disse ele à BBC.
"Esses novos sistemas têm sua origem nos tempos soviéticos - eles foram retirados do mercado e receberam novos investimentos."
A propulsão nuclear do Burevestnik, segundo Putin, daria ao míssil um alcance "ilimitado". Mas a explosão poderia ter envolvido uma arma diferente, igualmente capaz de carregar uma ogiva nuclear.
Por exemplo, um novo míssil de longo alcance antinavios chamado Zircon, que é hipersônico - pode voar a até oito vezes a velocidade do som, segundo o Exército russo.
Outra possibilidade é um novo drone subaquático de longo alcance, lançado de um submarino, chamado Poseidon.

O que se sabe sobre a explosão?

Os cinco engenheiros nucleares mortos eram "especialistas de elite" e "heróis" que sabiam dos riscos e haviam realizado testes anteriores em "condições extraordinariamente difíceis", disse o diretor do centro nuclear de Sarov, Valentin Kostyukov.
Este centro era uma instalação secreta na época da Guerra Fria, responsável pelo arsenal de bombas de hidrogênio da Rússia.
Inicialmente, o Ministério da Defesa disse que a explosão em 8 de agosto envolveu um motor de foguete de combustível líquido e informou que havia dois mortos, sem especificar as vítimas.
Mais tarde, a Rosatom afirmou que o teste envolveu "propulsores à base de isótopos de rádio" e que havia sido realizado em uma plataforma em alto-mar.
Os engenheiros completaram os testes, mas houve um incêndio repentino e o motor explodiu, jogando os homens no oceano, disse a Rosatom.
Logo após a explosão, a Prefeitura de Severodvinsk, cidade a 40 km a leste do campo de testes Nyonoksa, perto do mar Branco, relatou um aumento nos níveis de radiação na cidade por 40 minutos.
Autoridades locais disseram que o nível de radiação chegou a 2 microsieverts por hora, antes de cair para os 0,11 microsieverts normais. Ambos os níveis são pequenos demais para causar alguma doença.
As notícias disso levaram os moradores a comprar nas farmácias da cidade pílulas de iodo, que oferecem alguma proteção contra radiação - houve uma enorme demanda por elas durante o desastre de Chernobyl, em 1986, por exemplo.

O campo de testes de Nyonoksa remonta aos tempos soviéticos
O campo de testes de Nyonoksa remonta aos tempos soviéticos
Foto: Reuters / BBC News Brasil
Antes do experimento, o Ministério da Defesa criou uma zona de exclusão em Dvina Bay - as águas ao norte do campo de testes de Nyonoksa. Esta zona permanecerá fechada até o início de setembro.
Um site de notícias norueguês do Ártico, o Barents Observer, informou que um navio de carga nuclear russo, o Serebryanka, estava dentro da zona de exclusão em 9 de agosto.
Há especulações de que o navio é encarregado de recolher quaisquer detritos radioativos no caso de falha de algum teste, e poderia estar fazendo naquele momento.
Mas o estabelecimento da zona de exclusão também pode ser uma precaução contra qualquer vazamento de combustível de foguete tóxico para o mar, onde os habitantes locais vão pescar.

O míssil movido a energia nuclear é um divisor de águas?

Mark Galeotti, da Rusi, diz que "há muito ceticismo sobre se o Burevestnik será finalizado algum dia". Ele observa que outro míssil russo de última geração, o Bulava, "passou por muitos anos de testes fracassados".
Os projetos Zircon e Poseidon estão em estágio mais avançado. O drone subaquático Poseidon já existe como protótipo, mas, assim como o Burevestnik, parece ser uma arma "apocalíptica", diz Galeotti - impraticável para qualquer coisa além da guerra nuclear total.
O Rossiiskaya Gazeta, jornal do governo russo, descreveu o Burevestnik no mês passado como "uma arma de vingança". Essa também foi a frase usada pelos nazistas para descrever os foguetes disparados contra o Reino Unido no final da Segunda Guerra Mundial.
O jornal disse que o Burevestnik - capaz de voar por longas distâncias e evitar defesas aéreas - teria como alvo qualquer infraestrutura vital remanescente após os mísseis balísticos intercontinentais russos já terem atingido o território inimigo.
Galeotti destaca que o incidente ocorre em meio ao recente colapso do Tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermediário, firmado entre Estados Unidos e Rússia em 1987 para banir o uso de mísseis de curto e médio alcance pelos dois países.
Washington vinha acusando Moscou de descumprir o tratado e desenvolver mísseis nucleares e se retirou dele no início deste ano. Logo depois, os russos - que negam as acusações de violação do acordo - anunciaram que fariam o mesmo.
Os americanos agora se concentrarão mais em "desenvolver esse tipo de armas, algo próximo de um cenário de guerra total", disse Galeotti. "Os militares russos também querem ter essa capacidade, porque eles também estão preocupados com a China."
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Ataque de retaliação: é arma secreta que vai destruir qualquer inimigo da Rússia

Lançamento de um míssil de cruzeiro por um sistema de mísseis costeiro

Ataque de retaliação: é arma secreta que vai destruir qualquer inimigo da Rússia

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A vários milhares de quilômetros dos EUA, escondido em um lugar totalmente classificado do enorme território russo, há um bunker que poderia acabar com os EUA e com a maior parte do mundo se for necessário, informa o RT.
Em meio a acusações e ameaças mútuas em torno do problema com o programa nuclear norte-coreano existem várias hipóteses sobre o possível cenário de uma guerra que provocaria o fim da existência da humanidade e, nesse caso, ninguém ganharia.
A Rússia possui a única arma no mundo que garante um ataque nuclear de represália contra o inimigo, inclusive no caso mais terrível: mesmo quando no país já não haja pessoas vivas capazes de ordenar esse contra-ataque. Este sistema único atacará automaticamente e sem piedade, sublinha o RT. Imagine o cenário mais terrível para a Rússia: um ataque nuclear preventivo, em que milhares de ogivas nucleares dos EUA são lançados para destruir as cidades e instalações militares russas. E enquanto o comando militar russo tenta esclarecer o que está acontecendo, grandes cidades, centros industriais e militares, centros de controle e comunicação são destruídos por um ataque maciço. O poderoso arsenal nuclear russo não poderia ser usado por falta de comunicações e em caso de morte das pessoas capazes de lançar um ataque de resposta.
No mesmo momento em que os generais inimigos levantariam as copas da vitória, aconteceria algo impensável: um país "morto" e destruído voltaria à vida. Milhares de mísseis com cargas nucleares iriam atacar o inimigo durante um ataque maciço de retaliação.
O que é o sistema Perimetr? 
Conhecido nos EUA como "Mão Morta", o sistema foi desenvolvido na União Soviética durante a Guerra Fria e colocado em serviço em 1985 na sequência do aparecimento nos EUA da doutrina da "Guerra Nuclear Limitada" que previa ataques contra os alvos mais importantes: silos de lançamento de mísseis nucleares, bases aéreas de bombardeiros estratégicos e grandes núcleos de transporte e indústrias.
O resultado deste ataque devastador devia ser a destruição dos centros de comando militar e político do inimigo, impedindo ao mesmo tempo que alguém tomasse a decisão de efetuar um ataque de resposta, informa o RT. Daí vem o seu nome terrível de "Mão Morta". O sistema se encarregará de uma "vingança garantida" no caso de morte de todo o comando militar e político do país e da destruição de seus centros mais importantes.
Como funciona o Perimetr? 
O sistema é dotado de mísseis balísticos que sobrevoam diferentes partes da Rússia. Suas ogivas não carregam cargas termonucleares, mas sim transmissores poderosos que emitem sinais de controle para os sistemas de mísseis balísticos com ogivas nucleares: estejam instalados em silos, aviões, submarinos ou sistemas móveis terrestres.
O sistema é totalmente automatizado, o fator humano no seu funcionamento é excluído ou minimizado. Quando e em que circunstâncias vai começar a funcionar? 
Em caso de um ataque de grande escala com armas nucleares, confirmado por dados do sistema de alerta precoce, todo o sistema começa funcionando automaticamente em regime de combate. Se após um certo período o Perimetr não receber o sinal para lançar os mísseis (por causa da morte do comando militar e político), o sistema tomará essa decisão por si próprio.
O sistema recebe informações de um grande número de sensores, analisa a intensidade das trocas de comunicação na cúpula militar inimiga e a telemetria de posições de tropas estratégicas de mísseis.

Mídia chinesa considera novo armamento da Rússia pesadelo para EUA e OTAN

Testes do míssil balístico intercontinental Sarmat, 29 de março de 2018

Mídia chinesa considera novo armamento da Rússia pesadelo para EUA e OTAN

© Sputnik / Ministério da Defesa da Rússia
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A entrada em serviço do míssil balístico intercontinental russo Sarmat em 2020 pode se tornar um enorme problema para a defesa militar dos EUA e da OTAN, segundo edição chinesa.
De acordo com o artigo do portal chinês Sina, os mísseis deste tipo se destinam a substituir o míssil intercontinental R-36 Voevoda.
A publicação indica que o alcance do Sarmat, que é de 18 mil quilômetros e pode incluir até 16 ogivas nucleares, seria suficiente para "destruir todos os alvos em um território do tamanho do estado [americano] do Texas ou da França".
Além disso, a edição também chama a atenção para o desenvolvimento pela Rússia da ogiva supersônica Avangard.
Essas armas constituem uma ameaça que pode "forçar o Ocidente a rever sua estratégia de defesa e dissuasão nuclear", destaca o portal.
Testes de lançamento de mísseis Sarmat
Ministério da Defesa da Rússia
Testes de lançamento de mísseis Sarmat
"A Rússia está claramente à frente dos EUA e da OTAN no campo das armas hipersônicas", cita o autor do artigo as palavras de especialistas militares americanos.

Rússia receberá novo quebra-gelo nuclear gigante

Rússia receberá novo quebra-gelo nuclear gigante

Alexander Galperin/Sputnik 
O navio entrará em serviço em 2020 e será um dos três maiores e mais potentes quebra-gelos da Rússia e do mundo.
Em maio de 2020 será concluída a construção do novo quebra-gelo nuclear universal Arktika (do russo, “Ártico”), segundo Mustafa Kachka, diretor-geral da única fabrica de navios desse tipo na Rússia, a Atomflot.

Segundo a agência de notícias russa Ria Nôvosti, o navio será o navio-chefe dos quebra-gelos nucleares russos e, em seguida, deverá se unir a dois outros gigantes da mesma categoria, o PK-60YA: Sibir (Sibéria, em russo) e o Ural. O Sibir já entrou em serviço, enquanto o Ural ainda está no cais do estaleiro Báltico, em São Petersburgo.

Com 173,3 metros de comprimento e uma capacidade de 60 Megawatts, estes quebra-gelos serão os maiores e mais poderosos do mundo e permitirão que a Rússia reforce a sua presença no Ártico, abrindo caminhos através de águas congeladas com até 3 metros de espessura.

Os novos quebra-gelos também ajudarão as empresas petrolíferas russas a criarem rotas das jazidas do extremo norte da Rússia até mercados da região Ásia-Pacífico.
LEIA TAMBÉM: A Rota de Stálin, ou como pilotos soviéticos fizeram o primeiro voo transpolar
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Conheça as novas armas russas que assustaram EUA e Europa

Válvula mecânica ou biológica: qual a mais adequada?


A opção entre válvula mecânica ou biológica é um dos principais questionamentos das pessoas que recebem a indicação de uma cirurgia cardíaca para troca de válvula do coração. Neste post, vamos abordar alguns critérios que são analisados no momento da escolha. A decisão deve ser amplamente conversada com o Cardiologista Clínico e o Cirurgião Cardiovascular, que terão condições de avaliar cada caso em particular.

Qual é melhor: válvula mecânica ou biológica?

Podemos dizer que, se existem dois tipos de próteses valvares para se escolher, é porque cada tipo atende a uma necessidade em especial. Não há um tipo de válvula melhor ou pior. Há o que se adequa melhor ao estilo de vida e às condições clínicas de cada pessoa. Assim, devemos pensar em optar pela válvula cardíaca que irá atender às características pessoais a longo prazo. Essa decisão não é exclusiva do médico. A escolha da prótese valvar depende do hábito de vida do paciente e, até mesmo, de sua disciplina.
A grande diferença entre as próteses de válvula mecânica ou biológica está no tipo de material com a qual são feitas. As válvulas mecânicas são feitas de metal. Enquanto que as válvulas biológicas, na maioria das vezes, são de tecido de porco ou de boi. Quando se fala isso, a primeira reação é se perguntar sobre o risco de rejeição da prótese. Porém, o tecido utilizado é inerte, eliminando o risco de rejeição.

Prós e Contras de Cada Tipo de Válvula Cardíaca

O impacto dessa diferença entre as válvulas mecânicas e as válvulas biológicas está centrado na necessidade de uma futura reoperação. As válvulas mecânicas tem uma durabilidade longa, normalmente a vida inteira. Enquanto que as válvulas biológicas, de uma maneira geral, precisam ser trocadas um dia. Elas degeneram e levam o paciente a precisar de uma nova cirurgia para a troca da prótese valvar no futuro.
Aí surge outra questão: alguém escolhe prótese biológica para operar de novo? Sim, pois este não é o único critério que define a opção entre válvula mecânica ou biológica. A mecânica, por ser de metal, requer o uso de medicação anticoagulante de uso contínuo. E isso cria uma condição que o paciente não tem: torna o seu sangue pouco coagulável.
A necessidade da anticoagulação associada às próteses mecânicas se deve ao fato de que elas tendem a formar coágulos. Caso surjam, há o risco de travamento do disco da prótese e de embolia cerebral. Por isso, a disciplina do paciente e seu comprometimento com o tratamento são fundamentais, tanto em relação à tomar a medicação anticoagulante quanto realizar o controle de TAP. Até mesmo seu estilo de vida precisa ser levado em conta, devido aos riscos desse tipo de medicação. Pessoas que praticam esportes radicais ou cuja profissão pode acarretar acidentes, como o caso de caminhoneiros, por exemplo, devem avaliar bem essa questão.
Antes de abordarmos qual a melhor escolha para cada pessoa, precisamos considerar, ainda, que a idade é também um critério de escolha. No caso das válvulas biológicas, quanto mais jovem for o indivíduo, menos elas duram; quanto mais idosa, mais elas duram. Por isso, a idade é mais um fator a ser considerado na opção entre válvula mecânica ou válvula biológica.

A idade e a decisão entre válvula mecânica ou biológica

válvula mecânica ou biológica
Válvula Biológica
Em geral, pela necessidade de troca futura das válvulas biológicas, há uma tendência maior de uso das válvulas mecânicas entre os mais jovens. Como exemplo, podemos considerar o caso de utilização de válvula biológica em posição aórtica. A sua durabilidade média é de oito a dez 8 a 10 anos, em um paciente de 35 anos de idade. Aos 65 anos, esta pessoa poderá estar indo para a sua terceira cirurgia cardíaca, para a troca de válvula. Nesses casos, o melhor é colocar uma prótese mecânica, caso não exista uma contraindicação formal à anticoagulação. Esta tendência pode vir a mudar nos próximos anos, com o advento das válvulas implantáveis percutaneamente. Dessa forma, se consegue o implante de uma válvula dentro de outra (biológica) já previamente implantada (valve in valve).
Já para as pessoas com mais de 65 anos, há uma tendência maior de colocação de prótese biológica. Em geral, a prótese biológica em posição aórtica, na faixa etária entre 65 e 70 anos, tem uma durabilidade de cerca de 20 anos. Além disso, os riscos de medicação anticoagulante nesta faixa etária estão relacionados à incidência de hemorragia cerebral, em taxas maiores do que em pessoas jovens. Por isso, também, a opção pela válvula biológica.
válvula mecânica ou biológica
Válvula Mecânica
Vamos analisar a situação de pessoas na faixa entre 50 e 65 anos. Na opção pela válvula mecânica, terão um longo período de medicação anticoagulante. Se optarem pela válvula biológica, terão nova cirurgia cardíaca pela frente. Esta tem sido uma questão amplamente estudada na Medicina. Alguns estudos nos Estados Unidos mostram que o uso de anticoagulantes a longo prazo tem maior risco do que uma nova cirurgia. Assim, se considerarmos que a primeira válvula biológica dure 15 anos e a segunda 20, esta pessoa de meia idade terá apenas uma reoperação na vida.

Como escolher entre válvula mecânica ou biológica?

A pessoa que necessita de uma troca de válvula do coração se vê diante de dois caminhos. O primeiro, de enfrentar o risco da anticoagulação diária, afastando o temor de uma reoperação futura (optando por válvula mecânica). O segundo, de aceitar a possibilidade de vir a ser operado novamente, mas sem conviver os riscos da anticoagulação (optando por válvula biológica).
Este assunto é bastante controverso e até mesmo polêmico no meio médico. Por isso, é fundamental que a decisão seja realizada de forma bem consciente. Além disso, a tecnologia da Medicina vem evoluindo sempre. Recentemente, foi lançada a tecnologia Resilia, recurso que retarda o processo degenerativo de calcificação das próteses biológicas. Assim, converse com seu Cardiologista Clínico e com o seu Cirurgião Cardiovascular e esclareça todas as suas dúvidas. Eles irão lhe orientar e definir, junto com você, a melhor escolha para o seu caso.
Se tiver alguma dúvida, conte conosco!

Sobre o autor:

Este artigo foi escrito com base em entrevista com o Dr. Sergio Lima de Almeida (CRM 4370 / RQE 5893), cirurgião cardiovascular em Florianópolis/SC. Dr. Sergio é Chefe do Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital SOS Cárdio e da Equipe Seu Cardio. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Estado de Santa Catarina – UFSC e com residência na Beneficência Portuguesa, na equipe do Dr. Sergio Oliveira, aperfeiçoou-se em plastia de válvulas na Cleveland Clinic, acompanhando Dr. Delos Cosgrove, e em cirurgia de cardiopatia congênita complexa, no Children Hospital – Harvard Medical School, acompanhando Dr. Aldo Castañeda. Foi também cirurgião cardiovascular do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis/SC, por 10 anos. Realiza diariamente procedimentos como: cirurgias de revascularização do miocárdio, cirurgia de válvulas e da aorta, além de implantes de marcapassos cardíacos. Com grande experiência em idosos, vem abordando o tema em congressos nacionais e internacionais.

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Dr. Sergio Lima de Almeida - CRM-SC 4370 RQE 5893
Dr. Sergio Lima de Almeida (CRM 4370 / RQE 5893) é cirurgião cardiovascular em Florianópolis/SC, chefe do Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital SOS Cárdio e da Equipe Seu Cardio. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Estado de Santa Catarina – UFSC e com residência na Beneficência Portuguesa, na equipe do Dr. Sergio Oliveira, aperfeiçoou-se em plastia de válvulas na Cleveland Clinic, acompanhando Dr. Delos Cosgrove, e em cirurgia de cardiopatia congênita complexa, no Children Hospital – Harvard Medical School, acompanhando Dr. Aldo Castañeda. Foi também cirurgião cardiovascular do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis/SC, por 10 anos. Realiza diariamente procedimentos como: cirurgias de revascularização do miocárdio, cirurgia de plastias e trocas valvares e cirurgias da aorta, além de implantes de marcapassos cardíacos. Com grande experiência em idosos, vem abordando o tema em congressos nacionais e internacionais. Atua com abordagem tradicional e minimamente invasiva.

Substituição da Válvula Mitral e Aórtica

Substituição da Válvula Mitral e Aórtica

 

Dr. Jose Armando Mangione, Cardiologia
 
Publicado em 19/09/2017 - Atualizado em 23/11/2019


    


A válvula mitral é a estrutura do coração responsável pela passagem de sangue do átrio para o ventrículo esquerdo.
No adulto pode ocorrer estreitamento (estenose) dificultando a passagem de sangue ou insuficiência causando retorno do sangue do ventrículo para o átrio esquerdo.
O tratamento cirúrgico quando necessário pode ser realizado através de preservação da válvula, em casos onde existe um menor comprometimento do aparelho valvar, fazendo-se somente o reparo chamado de plastia.
Tipos de Próteses
Nos casos mais avançados que exigem troca valvar existem 2 opções de próteses: a biológica e a mecânica.
A prótese biológica é constituída de pericárdio porcino ou bovino e a prótese mecânica é feita de material sintético.
                 
Estas duas técnicas necessitam o auxílio de um aparelho de circulação extra-corpórea que oxigena o sangue durante o ato cirúrgico.
Vantagens e Desvantagens
Existem vantagens e desvantagens destes dois tipos de prótese. A biológica não necessita tomar um remédio chamado de anticoagulante e é silenciosa. Sua desvantagem é a sua durabilidade, pois se desgasta ao longo do tempo e necessita ser trocada. A mecânica por sua vez, necessita a medicação anticoagulante, tem certo ruído parecido com um relógio, por outro lado, possui uma durabilidade longa, normalmente não necessita ser trocada.
Outras técnicas
Existem técnicas menos invasivas transcateter que podem ser utilizadas em casos selecionados de estenose e de insuficiência:
- A valvuloplastia com cateter balão: indicada para o tratamento da estenose mitral é realizada com anestesia local e por punção de uma veia da região da virilha. Nestes casos o balão é insuflado no anel da válvula mitral aumentado a abertura dos seus folhetos.
- O MitraClip: dispositivo mais recentemente disponível, aproxima os 2 folhetos da válvula em casos de insuficiência necessita o Ecocardiograma Transesofágico para guiar o procedimento e anestesia geral.
Estas 2 técnicas são realizadas no laboratório de hemodinâmica (cateterismo cardíaco) e não necessitam de circulação extracorpórea e diminuem o tempo de internação hospitalar.
Para o tratamento da válvula aórtica que é a responsável pela passagem do sangue do ventrículo esquerdo para a aorta, na maioria das situações o procedimento cirúrgico efetuado é a troca valvar e as 2 próteses referidas acima podem ser utilizadas.
Existe atualmente, uma prótese mais moderna de implante rápido que diminui o tempo cirúrgico e consequentemente de circulação extracorpórea.
Está disponível também o implante transcateter valvar aórtico, conhecido como TAVI, indicado nos casos de estenose aórtica calcificada do paciente idoso, que apresentem risco cirúrgico moderado, elevado ou proibitivo.
O procedimento é realizado no laboratório de hemodinâmica e pode ser feito somente com sedação e não necessita de circulação extracorpórea.
A via de acesso, habitual é por punção da artéria femoral e as válvulas são montadas em uma estrutura metálica de cromo-cobalto ou nitinol. A primeira é expansível por balão e a segunda possui um mecanismo auto expansível.  Os resultados publicados na literatura têm sido muito favoráveis e sua utilização encontra-se em rápida expansão, estimando-se que neste ano mais de 100.000 procedimentos serão feitos em todo mundo utilizando esta nova tecnologia.

Você sabia que é possível trocar uma válvula do coração sem fazer cirurgia?

Você sabia que é possível trocar uma válvula do coração sem fazer cirurgia?

Um procedimento minimamente invasivo pode ser uma possibilidade para que o paciente restabeleça a sua vida plena rapidamente

A medicina é uma área que evoluiu exponencialmente ao longo dos tempos e que permanece em constante mudança e crescimento. Foram muitas conquistas e tratamentos realizados. Um dos destaques é a cirurgia de válvula, que é realizada há muito tempo e é considerada uma cirurgia de grande porte. Hoje em dia, com a área de Medicina Intervencionista, o procedimento pode ser realizado de maneira tecnicamente mais simples e menos agressivo para o paciente.

Mas, o que são válvulas?


Pois bem, o coração é um músculo, ele pulsa e sua função é fazer o sangue circular. Mas, na hora em que ele pulsa, o sangue vai para qual direção? O que garante que o sangue circule em uma direção só é um jogo de válvulas. O coração possui quatro válvulas. Quando esse músculo bate, a válvula se abre, para permitir que o sangue vá para frente e quando o coração relaxa (se prepara para outro batimento) ela se fecha, para evitar que o sangue volte. Então, a circulação é sempre feita em uma única direção e as válvulas que se abrem e se fecham garantem que a cada batimento cardíaco o sangue circule numa direção só. Essas válvulas são: 
  • Válvula pulmonar;
  • Tricúspide;
  • Aórtica;
  • Mitral.​
Válvula pulmonar é aquela que fica entre o coração e o pulmão. A Válvula tricúspide é aquela que fica dentro do coração separando o átrio do ventrículo, à direita. A válvula aórtica é aquela que separa o coração da aorta, que é a principal artéria do organismo. E a válvula mitral é aquela que fica dentro do coração separando átrio de ventrículo, à esquerda.

O coração tem duas metades, a metade esquerda e a metade direita. A metade direita é aquela que recebe o sangue que vem dos órgãos e manda para o pulmão, para ser oxigenado. A metade esquerda é aquela que recebe o sangue que veio do pulmão, oxigenado, e na próxima pulsação manda para o organismo receber esse sangue rico em oxigênio.

A válvula pulmonar e a tricúspide são aquelas que ficam no lado direito do coração. As válvulas aórtica e mitral ficam no lado esquerdo do coração. As válvulas precisam se abrir plenamente para permitir a passagem de sangue e elas precisam fechar completamente para evitar que o sangue volte. 

Às vezes, essas válvulas têm problemas, elas não abrem suficientemente, logo o coração precisa fazer muito mais força do que de costume para vencer o obstáculo da válvula que não se abre plenamente. Outras vezes, elas não se fecham inteiramente e o sangue volta. Quando a válvula não se abre totalmente, chamamos de estenose ou obstrução. Quando a válvula não se fecha plenamente nós chamamos de insuficiência ou regurgitação – que é quando o sangue volta. 

As quatro válvulas do coração podem apresentar esses dois tipos de problemas. Na população adulta um dos problemas mais comuns é a estenose da válvula aórtica, quando essa válvula abre pouco e o coração precisa fazer muito mais força para vencer essa obstrução.

E outro problema comum é a insuficiência da válvula mitral, o coração bate e ao invés do sangue ir para frente ele volta para trás, porque a válvula não se fecha totalmente.
Há outras doenças que acometem as válvulas. Mas, esses são os problemas mais comuns nos adultos e principalmente em idosos, doenças da própria válvula que acontecem por degeneração da válvula. 

Quando não optar pela cirurgia? 


A partir da quinta e até a nona ou décima década de vida, há uma predileção por acometimento dos problemas da estenose aórtica e da regurgitação mitral. São doenças degenerativas e há relação com idades mais avançadas, exatamente porque a degeneração da válvula é um problema crônico, que acontece ao longo dos anos. À medida que o tempo vai passando, vamos acumulando problemas, doenças.

Por exemplo, aos 80 anos de vida é comum que a pessoa já tenha tido enfermidades, outras doenças como diabetes ou Parkinson, que já tenham passado por cirurgias cardíacas anteriormente. Nestes casos, em que há outras comorbidades, quando ocorre o problema da válvula, a cirurgia tradicional cardíaca com frequência afigura-se um tratamento de alto risco. É comum que a pessoa acabe não fazendo a cirurgia cardíaca, porque além do problema com o coração, há problemas de outra natureza, o que aumenta muito a chances de complicações da cirurgia. 

É nessa hora que o tratamento através da medicina intervencionista, minimamente invasiva, é aplicado. Para reduzir os riscos do tratamento.

Quando as válvulas começam a não funcionar corretamente, o coração precisa trabalhar mais do que de costume, se você tem uma obstrução, o coração precisa fazer muito mais força para bombear o sangue, quando você tem regurgitação, ele também precisa fazer muito mais força, porque o sangue ao invés de ir para frente, ele vai para trás e o músculo tem que bater dobrado, para poder mandar o sangue para frente já que uma parte vai para trás.

O coração tem uma reserva, mas chega uma hora em que essa reserva acaba e é nesse momento, que a gente começa a apresentar sintomas: cansaço, falta de ar, pode haver desmaio e dor no peito.

Essas doenças (estenose e obstrução) quando não tratadas podem causar a falha do coração, a um ponto, que às vezes é irreversível e pode levar a morte. Inclusive, um dos riscos da estenose aórtica não tratada é a morte subida.  Mas a boa noticia é que são problemas corrigíveis, nesse caso se você detecta precocemente, as chances de se resolver o problema são grandes.

Diagnóstico


O diagnóstico é feito através da consulta médica, os problemas nas válvulas do coração apresentam o que conhecemos por sopro. No consultório, o médico consegue ouvir o coração do paciente e ao escutar e detectar o sopro, o diagnóstico é confirmado através do exame de ecocardiograma. Basicamente, com uma consulta médica e um exame o paciente já recebe um diagnóstico dos problemas de válvulas.

Procedimento


Quando a válvula está obstruída (estenótica ou insuficiente), ela não funciona plenamente, logo, você tem um problema mecânico dentro do coração.  Portanto, você tem que corrigir a válvula e não há um remédio que faça essa correção. Quando chega naquele ponto, em que realmente a reserva do coração esgotou, é preciso trocar a válvula, fazer uma substituição no local ou fazer algum tipo de procedimento para restabelecer o funcionamento dessa válvula.
O tratamento tradicional é cirúrgico e feito há muito tempo e é considerada uma cirurgia de grande porte. Às vezes, acontece de um paciente necessitar da cirurgia, porém, há outras condições que o impedem de ser submetido a um tratamento desse nível.  Para atender essa população que precisa fazer um tratamento, mas que não pode fazer algo cirúrgico, de criar algum outro tipo de abordagem minimamente invasiva e é isso o que é feito através do cateterismo. Hoje, nós temos a possibilidade de fazer as correções das válvulas através do próprio cateterismo sem corte, minimamente invasivo. Na cirurgia tradicional, o cirurgião vê diretamente o coração, trabalha diretamente nele e troca a válvula cardíaca. 

No procedimento feito pela medicina Intervencionista, são realizados pequenos orifícios que chegam ao coração, utilizando-se sondas que realizam o procedimento. Ou seja, uma maneira menos agressiva na maioria dos casos.

Por que que demorou mais tempo para criar a medicina intervencionista que a cirúrgica? Porque só recentemente, a tecnologia evoluiu aponto de miniaturizar os instrumentos para que eles coubessem dentro dessas sondas e que os médicos pudessem trabalhar dentro do coração através dessas ferramentas mais delicadas. Além disso, como na medicina intervencionista não é possível enxergar o coração com os próprios olhos, os médicos e engenheiros tiveram que desenvolver também outras tecnologias para fazer os profissionais visualizarem tudo o que há dentro do coração para mais segurança e conhecimento durante um procedimento.

Há riscos?


Todo tratamento cardíaco envolve riscos.  Toda vez que falamos do risco de um tratamento, nós temos que comparar com o risco da doença. E com o risco da alternativa. A doença já está naquela fase de que não tratar é arriscadíssimo? Sim. Então, o risco da doença é alto.

Agora, é escolhido qual tipo de tratamento. Há o minimamente invasivo e aquele cirúrgico. O risco do minimamente invasivo é menor do que o risco cirúrgico? Sim. Foi escolhido o tratamento de menor risco, agora, significa dizer que ele é isento de riscos? Não.

Pós-operatório


Quando a opção é realizar um procedimento minimamente invasivo, a internação, de um modo geral é mais breve do que quando é feito um tratamento cirúrgico, mas sempre demanda internação. O pós-operatório também é mais tranquilo, porque não há a recuperação própria da cirurgia. 

Independente do método de um procedimento lembre-se que quando um problema é diagnosticado em fase inicial as chances de cura ou de retardo da doença são maiores e para isso mantenha as consultas com o seu médico regulares e os exames em dia.

​Fonte: dr. Pedro Alves Lemos Neto, cardiologista do Einstein

Angioplastia coronária ou intervenção coronária percutânea

Angioplastia coronária ou intervenção coronária percutânea

A Angioplastia Coronária ou Intervenção Coronária Percutânea é o tratamento não cirúrgico das obstruções das artérias coronárias por meio de cateter balão, com o objetivo de aumentar o fluxo de sangue para o coração. 

 
Após a desobstrução da artéria coronária, por meio da angioplastia com balão, procede-se ao implante de uma prótese endovascular (para ser utilizada no interior dos vasos) conhecida como ‘stent’ - pequeno tubo de metal, semelhante a um pequeníssimo bobe de cabelo, usado para manter a artéria aberta.

 
Atualmente existem dois tipos de stents: os convencionais e os farmacológicos ou recobertos com drogas.

 
Os stents convencionais podem acarretar um processo cicatricial exacerbado que leva a restenose (reobstrução) do vaso em 10 a 20% dos casos.

 
Os stents farmacológicos: surgiram para evitar esse processo cicatricial, que são constituídos do mesmo material metálico acrescido de um medicamento de liberação lenta no local de implante, reduzindo-se o processo de cicatrização e evitando-se a restenose. Há necessidade do uso prolongado de aspirina e clopidogrel nos pacientes que recebem stents farmacológicos pelo pequeno risco de trombose (formação de coágulos no interior do stent).

 
Preparo
Após a realização do cateterismo para diagnóstico e documentada a obstrução coronariana, será discutido com o paciente, com médico e com o cardiologista intervencionista a opção pelo tratamento imediato ou o agendamento para dias subsequentes conforme o quadro clínico, grau de obstrução coronariana e vontade do paciente.

 
Os pacientes seguirão a mesma rotina com relação ao preparo, ao jejum, às medicações e às orientações descritas para o cateterismo cardíaco.

 
Como é realizado?
Da mesma forma que o cateterismo cardíaco, cateteres são inseridos pela perna ou braço e guiados até o coração. Identificado o local da obstrução é inserido um fio guia na artéria coronária que é locado distalmente (posteriormente) à obstrução. Um pequeno balão é guiado até o local da obstrução, progressivamente insuflado, comprimindo a placa contra a parede do vaso e aliviando a obstrução.

 
Este procedimento pode apresentar recolhimento elástico do vaso, determinando nova obstrução no local. Portanto, na maioria dos procedimentos, realiza-se o implante permanente de endoprótese (stent convencional ou farmacológico) concomitante, que dá sustentação à dilatação evitando-se, assim, o recolhimento elástico.

 
Onde é realizado o procedimento?
É realizado no mesmo local do cateterismo cardíaco, no Laboratório de Hemodinâmica do Setor de Cardiologista Intervencionista, com o paciente acordado e sob anestesia local.

 
Quem realiza o procedimento?
Médicos cardiologistas treinados em Cardiologia Intervencionista e Hemodinâmica.

 
Quais são os riscos?
É natural que, por se tratar de um procedimento invasivo, haja riscos. Porém ocorrências como óbito, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, necessidade de cirurgia de revascularização de urgência e complicações vasculares no local da punção são raras. Outras complicações decorrentes do uso do contraste, como alergia e insuficiência renal, podem ocorrer. 

 
Entretanto, todas essas complicações são raras e a intervenção será realizada por uma equipe médica preparada para atender qualquer tipo de intercorrência.

 
Qual a duração do procedimento?
Dependendo do caso e da complexidade, pode durar de 30 minutos a 2 horas.

 
Há necessidade de internação hospitalar após o procedimento?
​Sim. Por um período mínimo de 24 a 48 horas. Serão realizados exames de sangue de rotina e eletrocardiograma.

Cuidados com o coração | Entrevista

Cuidados com o coração | Entrevista



Um pequeno deslize no uso diário do coração pode acarretar em problemas sérios que poderiam ser evitados com um pouco de atenção e cuidado. Veja entrevista sobre cuidados com o coração. 

O coração é uma bomba que tem a grande responsabilidade de fazer o sangue circular por todo o organismo, de levar oxigênio e nutrientes para as células e sangue carregado de gás carbônico para os pulmões a fim de oxigená-lo. Qualquer desajuste nessa bomba que deve funcionar com grande precisão pode provocar problemas sérios e, muitas vezes, morte súbita, especialmente em homens e mulheres acima dos 40 anos. São raras as pessoas que têm complicações cardíacas antes dessa idade.
Entretanto, às vezes, um pequeno deslize no uso diário desse órgão, uma sobrecarga que a repetição de determinados erros cometidos dia após dia acabam provocando problemas sérios que poderiam ser evitados com um pouco de atenção e cuidado. Tratado adequadamente e mantendo alguns cuidados com o coração, o órgão funciona melhor, com mais eficiência e dura muito.

IMPORTÂNCIA DE HÁBITOS SAUDÁVEIS


Drauzio – Como a pessoa deve portar-se no dia a dia para manter o coração funcionando bem?
Adib Jatene – O primeiro cuidado é manter a atividade física. É o cuidado mais importante, porque ela previne a atrofia muscular. Ninguém precisa ser um atleta. Basta que a pessoa ande 30 minutos ou 40 minutos por dia. Não precisa ser de uma vez só. Esse tempo pode ser distribuído em períodos mais curtos, mas o ritmo deve possibilitar percorrer 1 km em 10 minutos. Tem gente que corre ou anda uma hora. Isso representa um ganho a mais, mas é suficiente caminhar durante 30 ou 40 minutos. Pessoas com mais idade devem evitar esportes violentos que exijam bom condicionamento e preparo físico.
O segundo ponto é controlar o peso. As pessoas engordam, porque consomem menos e ingerem mais calorias. O terceiro é não fumar e eliminar a ingestão excessiva de doces e refrigerantes, alimentos que não trazem benefícios para o organismo. Brinco sempre com quem gosta de chope e cerveja que o problema maior para o ganho de peso está nos salgadinhos que são servidos como acompanhamento dessas bebidas.

ÁLCOOL E CORAÇÃO 


Drauzio – Atualmente, um assunto palpitante em medicina é o possível benefício que o álcool pode trazer para o coração.
Adib Jatene – Essa é uma discussão que tem despertado grande interesse. Hoje, a tendência é considerar que está mais protegido quem ingere bebida alcoólica moderadamente. Principalmente se a bebida for vinho tinto. Existem algumas demonstrações indiretas desse benefício. Por exemplo, os franceses ingerem muita gordura, mas bebem vinho e apresentam baixo índice de infarto.
A respeito desse assunto, no Incor, prof. Protásio Lemos da Luz realizou um trabalho com coelhos alimentados com dieta hipercolesterolêmica. Dividiu-os em dois grupos e somente a um deles deu vinho tinto. Depois, observou o que aconteceu na aorta desses animais. Os que não tomaram vinho tinham índice de aterosclerose muito maior do que os que aqueles que tinham ingerido essa bebida.

Drauzio – O que o senhor considera beber moderadamente?
Adib Jatene – Beber moderadamente é tomar um copo de vinho no almoço e outro no jantar, ou uma ou duas doses de uísque. Se o indivíduo tomar várias doses de uísque ou muito vinho, vai ter cirrose, pressão alta e uma série de outros distúrbios que complicarão a qualidade e a extensão de sua vida e também terá perdido a oportunidade de usufruir os possíveis benefícios do álcool para o coração.

Drauzio – Nesse caso, a situação dos médicos é delicada, porque se sabe que, mesmo indicando dois copos de vinho por dia, existem pessoas que vão perder o controle e beberão exageradamente.
Adib Jatene – Esse é um problema que exige a intervenção de psiquiatras e psicólogos. No que se refere, porém, aos benefícios e malefícios da bebida para o coração, beber moderadamente não é prejudicial.

PRESSÃO ARTERIAL E ESTRESSE


Drauzio – Que outras medidas a pessoa deve observar em relação aos cuidados com o coração?
Adib Jatene – É preciso medir a pressão arterial com regularidade e aprender a lidar com o estresse. Tensão faz parte da vida moderna. As pessoas se preocupam demais e gastam o sistema nervoso inutilmente. Fazem conjecturas que geralmente não se concretizam.
Todos precisamos aprender a reagir aos contratempos de forma equilibrada. De nada adianta pedir afastamento do trabalho, se as preocupações vão junto conosco por toda parte.
Considero, ainda, que alguns vícios de comportamento estão envolvidos no processo do estresse. Dr. Dante Pazzanezi sempre se referia a dois sentimentos que prejudicam extraordinariamente a vida das pessoas e contribuem para o aumento da tensão: inveja e vaidade.
A inveja faz as pessoas sofrerem com o sucesso alheio. O carro novo do vizinho é motivo para ficarem remoendo porque elas não têm um igual ou melhor. Infelizmente, as pessoas são educadas para comportarem-se assim. Eu sempre digo: não é preciso ser o melhor. Basta ser bom no meio de gente boa. O importante é procurar fazer bem feito tudo o que se faz sem a preocupação de que alguém possa fazer melhor, pois sempre existirá alguém mais capaz e mais hábil do que nós.
A vaidade é outro sentimento traiçoeiro. A preocupação com o que os outros pensam a nosso respeito gera tensão brutal e permanente. Portanto, quem conseguir, não digo eliminar, mas controlar esses sentimentos, terá atingido o equilíbrio necessário para contornar os problemas e reduzir os níveis de estresse.

Drauzio  E como o senhor vê o papel do exercício como anti-estressante nesse contexto de cuidados com o coração?
Adib Jatene – O exercício também ajuda, mas é um conjunto de medidas que protege o coração. No entanto, sempre há a possibilidade de aparecerem alterações porque existem fatores desencadeantes das doenças cardíacas que ainda não são bem conhecidos. Atualmente, por exemplo, estão identificando certas inflamações como um dos fatores na formação das placas de ateroma.


COMO VAI SEU CORAÇÃO? 


Drauzio – O que pode ser feito para avaliar as condições em que se encontra o coração de uma pessoa?
Adib Jatene – Existem alguns exames que facilitam essa avaliação. O eletrocardiograma, por exemplo. Embora com o indivíduo em repouso o resultado possa ser normal, é preciso verificar se apresenta alterações sob esforço.
O teste de esforço pode ser realizado na bicicleta ou na esteira ergométrica e deve ser feito anualmente ou a cada dois anos depois dos 40 anos de idade. Se o eletrocardiograma sob esforço não se altera, é sinal de que há vasodilatação necessária para fornecer mais sangue para o coração que, naquele momento, está exigindo quantidade maior de nutrientes. Caso contrário, é preciso identificar corretamente o tipo de lesão que o paciente apresenta.

Drauzio  Quando uma pessoa que nunca sentiu nada deve começar a fazer esse tipo de avaliação? 
Adib Jatene – Depois dos 40 anos, especialmente se tiver histórico familiar de doenças cardíacas, estiver com excesso de peso ou apresentar outros fatores de risco. Além do teste ergométrico, podemos contar com recursos da medicina nuclear. O exame consiste em injetar no paciente uma substância radiativa que pode ser detectada pelos colimadores, a fim de verificar como ela se distribui pelo coração durante o período de repouso e de exercício. Se sob esforço aparecer uma área que capte menos essa substância e em repouso ela se apresentar normal, estamos diante de um sinal extraordinariamente valioso de que a circulação sanguínea está prejudicada nessa região.

Drauzio – Esse tipo de teste está disponível pelo SUS?
Adib Jatene – Está disponível na rede pública. No Incor, 80% dos exames são realizados pela clientela do SUS. Os 20% restantes, em geral, são feitos em pessoas que pertencem a convênios médicos.

Drauzio – Que outros exames ajudam no diagnóstico de alterações cardíacas?
Adib Jatene – Outro exame importante para detectar alterações cardíacas é o ecocardiograma, que possibilita avaliar o funcionamento das válvulas, do músculo e a presença de comunicações intercavitárias. No entanto, o teste de esforço permite identificar situações que o ecocardiograma não registra a não ser que se faça um eco de esforço. Esses exames todos fornecem elementos para orientar o diagnóstico e o tratamento que pode ser clínico ou cirúrgico.
Além desses, são fundamentais o exame de sangue para saber se o indivíduo tem hipercolesterolemia e o exame clínico para descobrir se ele é hipertenso ou tem um sopro cardíaco. Pode-se recorrer também à ressonância nuclear magnética e à tomografia de alta velocidade que mostram as artérias coronárias dispensando a realização de exames mais invasivos.
Quando se constatam alterações nesses exames preliminares, o paciente é encaminhado para a cinecoronariografia ou cateterismo, ou seja, um cateter é introduzido na artéria da perna ou do braço e atinge a raiz da aorta. A seguir, canula-se cada artéria coronária isoladamente e injeta-se contraste para verificar se existem obstruções. Se houver, conforme o caráter, o local e a posição, é possível colocar um stent, isto é, uma malha metálica que esmaga a placa de ateroma e mantém a artéria aberta. É a angioplastia hemodinâmica intervencionista. Lesões não adequadas para esse tipo de tratamento recebem indicação cirúrgica.

TRATAMENTOS INDIVIDUALIZADOS


Drauzio – Esses métodos para diagnóstico e tratamento são aquisições relativamente recentes no campo da cardiologia?
Adib Jatene – Todos esses elementos de auxílio ao diagnóstico apareceram não faz muito tempo, como não faz muito tempo que a cirurgia das coronárias era feita com circulação extracorpórea. No final da década de 1970, por exemplo, surgiu a angioplastia que evoluiu com a criação dos stents e hoje representa uma alternativa importante de tratamento.
Por outro lado, o desenvolvimento da terapêutica medicamentosa permitiu que o doente seja tratado clinicamente. Nossa posição é que o médico precisa conhecer bem o tipo de lesão coronária que o paciente apresenta para indicar o tratamento adequado e acompanhar a evolução da enfermidade. Dessa maneira, ganhamos muito em segurança e em possibilidades de solução.
Há quem julgue que tanto avanço complicou o tratamento. Eu, ao contrário, acredito que isso representa uma vantagem, uma vez que o médico pode escolher o que melhor se adapta ao psiquismo do doente e à sua condição socioeconômica. Por exemplo, existem dois tipos de válvulas cardíacas: a biológica feita com pericárdio de boi ou de porco preservado com glutaraldeído e montada num suporte e a mecânica, que hoje é de carvão pirolítico. A válvula mecânica pode durar 40/50 anos, mas requer que o paciente tome anticoagulante a vida toda. A válvula biológica tem durabilidade menor, de 10 a 12 anos em média, todavia não demanda o uso de anticoagulantes.
Considerando esses dados, numa criança de 10 ou 12 anos não se deve usar a válvula biológica por causa das trocas que se fazem necessárias com o correr dos anos. Já se a paciente é uma mulher em idade fértil, não se deve indicar a válvula mecânica porque, no caso de uma gravidez, é desaconselhado o uso de anticoagulante. Num homem de 50 anos, que more na zona rural e tenha dificuldade para tomar a medicação, a colocação da válvula mecânica também não é indicada, porque a anticoagulação mal controlada é muito pior do que a perspectiva de outra cirurgia.

Veja também: A malfadada carne

CARNE VERMELHA FAZ MAL? 


Drauzio – Qual é sua posição a respeito da carne vermelha como fator de risco na dieta das pessoas? 
Adib Jatene – Certa vez fui convidado para dar uma palestra sobre o consumo de carne vermelha em Uberaba, na Sociedade ABCZ e decidi estudar o assunto na Biblioteca da Faculdade de Saúde Pública. Procurei levantar a história da alimentação desde que o homem, há 10 mil anos, começou a lidar com a agricultura e a domesticar os animais.
Com isso, pretendia identificar como surgiu esse conceito de que a carne vermelha faz mal, uma vez que ela é vermelha porque contém ferro, um mineral que as pessoas precisam ingerir para refazer os glóbulos vermelhos do sangue.
Na verdade, o indesejável na ingestão de carne vermelha é a gordura que nela existe. Sem essa gordura, seria igual a qualquer outra carne. Se o indivíduo não apresenta dislipidemia, seu colesterol e triglicérides estão em níveis normais, pode comer carne vermelha sem nenhum problema. Precisa de controle e deve evitar o consumo dessa carne quem tem esses níveis alterados.

Drauzio  Um estudo feito no Japão mostrou que pessoas com colesterol total abaixo de 160 ml correm risco maior de apresentar acidente vascular cerebral, derrames hemorrágicos e alguns tipos de câncer.
Adib Jatene – Tudo na vida precisa ser feito com equilíbrio. Ninguém deve comer todos os dias uma picanha cheia de gordura, nem deve abolir o churrasco definitivamente de sua dieta. Além disso, a carne vermelha não só é adequada como é necessária para a alimentação de crianças e jovens em fase de crescimento.

Drauzio – Na literatura não existe nenhum estudo mostrando que quem come carne vermelha está mais sujeito a infartos do miocárdio. Trabalho publicado na revista Science deixa bem claro que não há respaldo científico para essa afirmação. 
Adib Jatene – Não existe mesmo. Procurei na literatura cuidadosamente e nada encontrei. Trata-se de uma afirmativa feita sabe-se lá por quem e que foi aceita sem muita discussão. Radicalismos são sempre inadequados em qualquer atividade ou ramo do conhecimento. Por exemplo, hoje muitas cirurgias de pontes de safena estão sendo feitas sem utilizar circulação extracorpórea, com o coração batendo, o que representa uma vantagem. No entanto, não se trata de uma técnica que pode ser usada em todos os doentes. Radicalizar numa situação dessas tem sempre inúmeros inconvenientes.