sábado, 26 de março de 2022

Primavera



 

Primavera


[evangelhista da silva]



Ei!

vem ver a minha rua

está brilhando de amor

o sol está feliz a conversar comigo

ele canta, e dança, e ri a me abraçar.


E estou imensamente feliz e saudoso então.


Ei!

vem cá, vem...

o dia de hoje está sem palavras

cheio de poesia e canção de saudades

certeza tenho de que outros dias assim virão.


Virão com as primaveras do amanhã.


Ei!

menina bonita dos encantos meus

vem ver a minha rua em festa

vem danada sorrir comigo

vem doce amada.


A noite certamente virá e estaremos felizes.


Ei!

mulher danada de bonita

tu és para mim o sol da minha vida

esculpida em luz, e versos, e misticidade

vem danada que a noite o sol continuará em festa.


Santo Antônio de Jesus, 22 de setembro de 2021, Às 11h51min

sexta-feira, 25 de março de 2022

Sofrimento e Dor


Sofrimento e Dor


[evangelhista da Silva]


Ainda ontem ela bailava

fazia plásticas e mais

sextou - prazer...


Até cantava docemente

encanto de canções 

perdera a voz.


A sexualidade é vida, - prazer

uma IST perde-se a vida 

 e vaidades, e sonhos.


A vida demasiadamente incerta

se nos arrasta para o abismo

um abismo que cavamos.


Se és capaz de sorrir contenha-te!

amanhã  as lágrimas, - oceano

e o mundo ilusão em flor.


Santo Antônio de Jesus, 25 de março de 2022, às 18h50min.





segunda-feira, 21 de março de 2022

As Rosas



As Rosas


[evangelhista da silva]


 As flores qu'eu madei pra ela

não chegaram até ela

ela, não estava.


Ainda aspirando cuidados

naturalmente assistida 

pela família alhures.


Solicitei a floricultura que,

desta forma, entregassse 

a Maria Mãe de Jesus.


O moço, que faz a entrega, se foi

a Igreja mais próxima  e,

aos pés de São Jorge

as Rosas entregou.


Certamente, Maria, Mãe de Jesus, entendeu.


Santo Antônio de Jesus, 21 de março de 2022, às 21h14min.




Pigeon Without a Dove - Patrick Dimon


 

Patrick Dimon - Pigeon Without A Dove

 


domingo, 6 de março de 2022

Inexplicável


 Inexplicável


[evangelhista da silva]


Hoje é domigo

um domingo chuvoso e silente

o domingo não é culpado por aquilo

ou tudo isso que a gente sente - não, não é.


O mundo desaba em vasodilatação

e os vasos d'água estouram em lágrimas

quanta dor, vazio, loucuras e tanta solidão.


A morte é o maior vazio que abriga em mim

imagino o inferno das nossas vidas vivido enfim

não basta ter sofrido e desencontrado em desencanto.


A poesia é assim - como a vida é: ainda bem que ela vive.


Santo Antônio de Jesus, 06 de março de 2022, às 11h33min.


quarta-feira, 2 de março de 2022

O Carnaval Morreu



 Começa a perturbação sonora. A turba aos vômitos expulsa a sua ira em forma de uma falsa alegria. É carnaval. Uma tradição cultural que se tornou um nojo ao longo do tempo. Toda tradição está fadada a desgraça e morte. E o carnaval, esta coisa chata, sem graça, e abusiva, morreu. E, ainda assim, os tantos iludidos ainda se alimentam desta ressaca de cachaça e droga que move as suas tristezas e solidão. Quem ao longo observa a massa a correr inebriada e inexplicavelmente atrás de uma explosão de sons desconexos, e que ainda teimam a afirmar ser música, analisa fria e sem mágoa a desastrosa desarmonia por que vive a humanidade. Uma psicoterapia transversa. Uma fabricação da loucura.

O carnaval é um circo coberto por uma couraça de ouro e pedras preciosas, onde os palhaços interpretam as suas sagacidades alimentando a sua riqueza e luxúria. Drogam-se os palhaços de cima por se encontrarem no controle do circo. A plateia, também drogada, sente-se feliz. Mas sempre há uma quarta-feira de cinzas para tirar as máscaras. Logo virá a síndrome de abstinência das drogas, para a infelicidade dos que superaram as porradas, torturas e homicídios de entes queridos. Não há compreensão para tanta insignificância e desrealização. Por certo, que possa justificar esta febre deve ser, ao certo, a falta de carinho e compreensão por que sofre esta gente tresloucada. E dizia Artur da Távola: “Música é vida interior, e quem tem vida interior jamais padecerá de solidão.” A solidão move esses infelizes a busca e procura de tudo que momentaneamente venha a alimentar o seu prazer em forma de compensação. Se por um lado, espertos palhaços armazenam fortunas ao longo de suas vidas, palhaços da miséria os enriquecem. Já não há mais espaço para carnavais. Visto que as fantasias fedem. Restam-lhes os divãs para cuidar de suas almas. Tendo em vista a família ser uma instituição falida, e o Estado um ente desprovido de razão e sentimento. As massas penam no umbral de uma Sociedade de Classes. Um Estado Neoliberal onde na sociedade capitalista o sol não brilha para todos. Logo, carnaval, pó, futebol e religião, e tantas outras mazelas servem para neutralizar a fúria daqueles que vivem à margem da sociedade, só lhes restando a febre das ilusões. Ações manipuladas por uma psicologia de massa e destruição.

Salvador, 02 de março de 2014.

A GUERRA E OS MONSTROS