Acrescentamos ao texto, que os pacientes podem ser vítimas das doenças e dos remédios,
tanto quanto da ausência de
tratamento eficaz para doenças para as quais existem
terapias de alta complexidade e custo
fornecidas pela indústria farmacêutica, QUANDO a eficácia do tratamento
pode ser realizada a BAIXO CUSTO, tanto para paciente como para o
Governo, o maior pagador do SUS. Soma-se a este fato a ausência de
prevenção à saúde, que é a providência de mais baixo custo ainda. Neste
triângulo das bermudas criado pela indústria farmacêutica e aceito pela
Medicina perdem-se recursos públicos, dinheiro dos pacientes e
familiares, saúde e vidas. É neste triângulo da doença e da morte que
funciona os laços mercantis com a indústria de remédios e a medicina.
A subtração – no Brasil – em especial do valor preventivo e
terapêutico do hormônio conhecido por Vitamina D de baixíssimo custo, é
um perfeito exemplo disto. Os medicamentos de alto custo da indústria
farmacêutica para as doenças autoimunes precisam de PACIENTES VÍTIMAS da
ganância desenfreada e da omissão das autoridades. O desinteresse das
pessoas ainda saudáveis em informar-se em tempo sobre o que ocorre neste
meio médico-farmacêutico, também contribui para o desastre da saúde.
Celso Galli Coimbra
OABRS 11352
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Nos últimos meses, um tema polêmico tem aparecido mais frequentemente
na mídia: o potencial prejuízo que o “inevitável” laço entre medicina e
indústria farmacêutica pode causar nos pacientes.
Muitos artigos e estudos têm argumentado que a indústria farmacêutica
se utiliza de táticas e estratégias imorais e nada éticas para vender
remédios que absolutamente não ajudam os doentes.
Pior:
um
novo estudo publicado no respeitado periódico Proceedings of the
National Academy of Sciences revelou que a fraude é um verdadeiro
problema em publicações científicas, problema que tem aumentado no
decorrer das décadas.
O estudo analisou 2.047 artigos sobre pesquisas biomédicas
desacreditadas e retraídas de publicações científicas, e constatou que a
maior razão para a sua retração não foram erros honestos (não
propositais), mas sim pura fraude.
Enquanto isso,
um médico inglês, Benjamin Goldcare, denunciou um comportamento condenável da
indústria farmacêutica: em busca de proteger os próprios interesses
econômicos, os laboratórios farmacêuticos nem sempre liberam os remédios
ao mercado com a garantia de que farão bem aos pacientes.
Para vender esses remédios ineficazes, as empresas forjam ou só
publicam estudos acadêmicos e resultados de testes favoráveis sobre
eles, escondendo totalmente o fato de que alguns apresentam efeitos
colaterais perigosos.
Se você acha que já ouviu o suficiente, prepare-se para conhecer a pior parte de tudo isso: tal comportamento não é ilegal.
No Brasil, a entidade que libera remédios para uso comercial é a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), um órgão ligado ao Ministério da Saúde. Existem 23
laboratórios oficiais ligados à Anvisa que fornecem medicamentos para o
Sistema Único de Saúde (SUS).
As centenas de laboratórios privados, no entanto, estão sob
observação menor (para não dizer sem observação): o único controle
rigoroso acontece no momento de permitir que a empresa abra.
Uma vez operantes, os produtores detém o controle sobre os testes, ou seja,
os próprios laboratórios atestam a qualidade do medicamento que eles mesmos fabricam.
O sistema de teste e aprovação dos remédios coloca controle excessivo
nas mãos dos fabricantes, de forma que eles quase sempre podem definir
qual o veredicto sobre qualquer medicamento em fase de experimentos.
“Suicídio profissional”
O psiquiatra britânico David Healy, odiado por colegas que até
tentaram revogar sua licença médica, argumenta que seus semelhantes
estão cometendo “suicídio profissional” ao não abordar sua relação
perigosamente íntima com a indústria farmacêutica.
Os conflitos entre medicina e indústria são conhecidos há muito
tempo. Um deles são os “presentes” que médicos ganham de fabricantes de
remédio, que alguns consideram ser uma tentativa clara de “comprar” o
profissional para que ele passe a receitar a medicação.
Nos EUA, por exemplo, só em 2004 as empresas farmacêuticas gastaram
cerca de US$ 58 bilhões (cerca de R$ 116 bi) em marketing, 87% dos quais
foram destinados diretamente a cerca de 800 mil norte-americanos com o
poder de prescrever medicamentos.
O
dinheiro foi gasto principalmente em amostras de medicamentos gratuitos
e visitas a consultórios médicos, que estudos confirmam que aumentam a
prescrição de medicamentos de marca e os custos médicos sem melhorar o
atendimento.
Nos EUA, a legislação diz que as empresas farmacêuticas devem revelar
quais médicos aceitaram qualquer pagamento ou presente com valor maior
de US$ 10, e descrever as quantidades exatas aceitas e seu propósito em
um site público. Porém, esse site só vai estar em funcionamento em 2014,
talvez.
Healy nem acha que aceitar dinheiro dos fabricantes seja o pior
problema (embora já tenha ficado demonstrado que pode ser prejudicial).
Para ele,
o fato das empresas repetidamente esconderem
informações importantes sobre os riscos de seus medicamentos é que é o
verdadeiro problema.
Nesse ponto, Healy acha que as publicações científicas têm um pouco
de culpa também. Ele disse, por exemplo, que já teve dificuldade em
publicar dados anteriormente ocultos: a publicação foi rejeitada.
Embora as revistas médicas obriguem empresas farmacêuticas a
registrarem todos os seus ensaios clínicos com o Instituto Nacional de
Saúde dos EUA se quiserem publicá-los, essa não é uma exigência legal.
Eles ainda podem esconder dados relevantes da Administração de Drogas e
Alimentos americana ao não divulgar testes clínicos que eles nunca
tentaram submeter a publicação.
“A questão-chave a curto prazo é o acesso aos dados. Temos que
insistir nisso”, afirma Healy. “Médicos recebem a indústria e ouvem
sobre seus remédios. Eu não acho que seja um problema enorme que sejam
pagos para isso.
O grande problema é que se você perguntar pelos dados, eles não podem mostrar a você. Isso é não é ciência, isso é marketing”.
No Brasil, o Código de Ética Médica e a Resolução nº 1.595/00 do
Conselho Federal de Medicina proíbem aos médicos a comercialização da
medicina e a submissão a outros interesses que não o benefício do
paciente. Também é proibida a vinculação da prescrição médica ao
recebimento de vantagens materiais. A RDC 102/00 da Anvisa ainda proíbe a
indústria farmacêutica de oferecer prêmios ou vantagens aos
profissionais de saúde envolvidos com a prescrição ou dispensação de
medicamentos.
A questão é: em até que ponto essas resoluções são fiscalizadas?
Recentemente, em fevereiro desse ano, um acordo inédito foi firmado
entre o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação da Indústria
Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), estabelecendo parâmetros para a
relação entre médicos e indústrias.
Entre outras resoluções, ficou decidido que a presença de médicos em
eventos a convite da indústria deve ter como objetivo a disseminação do
conhecimento técnico-científico, e não pode ser condicionada a qualquer
forma de compensação. Também, somente despesas relacionadas ao evento
podem ser cobridas pela indústria.
Quanto a brindes e presentes, eles devem estar de acordo com os
padrões definidos pela legislação sanitária em vigor, devem estar
relacionados à prática médica, e devem expressar valor simbólico (que
não ultrapasse um terço do salário mínimo nacional vigente).
Além disso, foram estabelecidas regras para visitação comercial a
médicos, que dizem que o objetivo das visitas deve ser contribuir para
que pacientes tenham acesso a terapias eficientes e seguras, e que os
empresários devem informar os médicos sobre as vantagens e riscos dos
remédios.
Esse acordo inédito parece mostrar bastante boa vontade de ambas as
partes de agir no melhor interesse do paciente. Mas, como diria o
ditado, “de boas intenções o inferno está cheio”. A dúvida que permanece
é: o quão a sério profissionais de saúde e empresários estão levando
esses parâmetros?
Nós, os pacientes, estamos seguros, ou somos duplamente vítimas: das doenças e dos remédios?
Fonte: http://hypescience.com/os-perigosos-lacos-da-medicina-com-a-industria-farmaceutica/
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26/12/2012 às 16:59 […] Os perigosos laços da medicina com a indústria farmacêutica – Vitamina D comentado. […]
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02/02/2013 às 16:59 […] OS PERIGOSOS LAÇOS DA MEDICINA COM A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA – VITAMINA D COMENTADO […]
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