quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Câncer colorretal

Câncer colorretal

Resumo câncer colorretal

cancer-coloretalO câncer colorretal é uma doença maligna que atinge o intestino grosso e o reto. É um dos tipos de câncer mais incidentes no mundo, sendo responsáveis por diversas mortes. No Brasil, segundo o INCA, quase 30 mil pessoas foram atingidas com o câncer colorretal no ano de 2010, é o quarto câncer mais frequente no Brasil. As regiões Sul e Sudeste são as com maior incidência da doença sendo que o Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro são os estados com maior incidência da doença.
Suas causas ainda não estão totalmente esclarecidas, entretanto alguns fatores podem aumentar os riscos de desenvolvimento da doença, como histórico familiar de câncer colorretal e hábitos alimentares. Normalmente a doença é mais comum após os 50 anos de idade. Pessoas acima do peso, sedentárias e com doenças inflamatórias no intestino grosso são alguns dos grupos de risco da doença.

Os sintomas caracterizam-se por mudanças nos hábitos intestinais com dores abdominais, sangue nas fezes, gases, perda de peso repentina, dentre outros. O diagnóstico normalmente é feito por colonoscopia e biópsia. Complicações da doença incluem metástase (disseminação do câncer para outras regiões do corpo) e complicações advindas da cirurgia de remoção do tumor, como infecções e hemorragias.
O tratamento é escolhido de acordo com o grau e extensão do tumor e o médico pode lançar mão da remoção cirúrgica do tumor, quimioterapia e radioterapia. Algumas plantas medicinais têm sido investigadas contra o câncer colorretal, como o cebolinho chinês, o chá verde, gengibre e a maçã. A homeopatia é um tratamento alternativo que pode resultar em melhora na qualidade de vida do paciente, como aumento do apetite, melhora do sono e ganho de disposição.
É importante ressaltar que o câncer colorretal, quando diagnosticado precocemente, tem altas chances de cura e de sobrevida do paciente. Portanto, se você tem mais de 50 anos, faça exames regularmente. Fique alerta também se você tem casos de câncer na família. Algumas dicas de prevenção são: controle o peso, mudanças de hábitos alimentares, consumo moderado de álcool e redução do tabagismo.

Definição

O câncer de cólon e reto ou câncer colorretal é uma doença maligna que se caracteriza por tumores que atingem o cólon (intestino grosso) e o reto (ultima porção do intestino grosso). Por muitas vezes, os tumores desenvolvidos são benignos, não caracterizando um câncer, chamados de pólipos adenomatosos. Entretanto, alguns desses pólipos podem se tornar tumores malignos.
O tipo mais comum de câncer colorretal é o adenocarcinoma colorretal, que se origina das glândulas presentes no cólon e corresponde a mais de 90% dos casos. Outros tipos linfomas (originário dos linfonodos do intestino grosso) e carcinoma espinocelular (de origem epitelial).

Epidemiologia

– O câncer colorretal é um dos mais incidentes no mundo, principalmente nos países desenvolvidos, sendo o terceiro tipo mais comum de neoplasia em ambos os sexos.
– Os norte-americanos são particularmente afetados por esse tipo de câncer, provavelmente por causa da alta taxa de obesidade e maus hábitos alimentares, como comer muito hambúrgueres, refrigerantes, etc. Nos Estados Unidos, país com mais de 300 milhões, são registrados cerca de 100.000 casos de câncer colorretal por ano e cerca de 50.000 mortes. Há ligeiramente mais homens que morrem desse tipo de câncer do que mulheres. Se nos referirmos à população da Europa, a população dos Estados Unidos mostra-se menos afetada do que a da Europa.
– Segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional do Câncer), para o ano de 2010 foram esperados 30.140 mil novos casos de câncer de cólon e reto no Brasil, sendo 14.180 em homens e 15.960 em mulheres.

Causas

As causas do câncer colorretal ainda não são totalmente esclarecidas. Alguns fatores apontados como possíveis causas desencadeantes do câncer colorretal são:
– Hábitos alimentares: dietas com alto conteúdo de gorduras e carne vermelha podem estar ligadas às causas do câncer.
Carne e câncer
Em 26 de outubro de 2015, a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC), ligada à OMS, avaliou a carcinogenicidade do consumo de carne vermelha e carne processada.
– A IARC classificou o consumo de carne vermelha como provavelmente cancerígeno para os seres humanos. Esta associação (carne vermelha e risco de câncer) foi observada principalmente no que diz respeito ao câncer colorretal, mas outras associações também foram observadas para os cânceres, como de pâncreas e de próstata. A carne vermelha refere-se a todos os tipos de carne a partir do tecido muscular de mamíferos, como carne bovina, vitela, porco, cordeiro, carneiros, cavalos e cabras.
– Especialistas da IARC classificaram a carne processada como um carcinógeno aos seres humanos com base em provas suficientes de que o consumo de carne processada causa câncer colorretal em humanos.
Carne processada refere-se a carne que tenha sido transformado por salga, maturação, fermentação, defumação ou qualquer outro processo utilizado para realçar o sabor ou melhorar a sua conservação. A maioria das carnes processadassão de porco ou de vaca, mas os alimentos processados também podem conter outras carnes vermelhas, aves, miúdos ou subprodutos como sangue.
Ler : Consumo de carnes processadas aumenta o risco de câncer colorretal
– Mutações genéticas: assim como em outros cânceres, mutações genéticas nas células do intestino grosso e reto podem levar ao surgimento de tumores. Determinadas mutações podem ser transmitidas hereditariamente e correspondam a cerca de 20% dos casos de câncer. Algumas dessas mutações podem ainda ocasionar algumas síndromes que são responsáveis por aumentarem os riscos de surgimento da doença. Pessoas com casos de câncer colorretal na família têm mais chances de desenvolver a doença, sendo essa uma causa hereditária.
– Polipose Adenomatosa Familiar (FAP): é uma doença rara que causa o desenvolvimento de diversos pólipos (agregados de células pré-cancerosas com formato de cogumelo) no cólon e reto. Quando não tratada, essa síndrome aumenta as chances de desenvolvimento de câncer.
– Câncer Colorretal Hereditário Não-Poliposo (HNPCC): também conhecida como síndrome de Lynch, essa condição aumenta as chances de desenvolvimento de câncer colorretal, inclusive abaixo dos 50 anos de idade.
–  Ficar sentado por muito tempo. Um estudo australiano publicado no American Journal of Epidemiology em abril de 2011 mostrou que trabalhar sentado por 10 anos aumenta em duas vezes o risco de desenvolver câncer colorretal em comparação com aqueles que não estão constantemente sentados em seus dias de trabalho.

Grupos de risco do câncer colorretal

As incidências demonstram que o câncer colorretal atinge tanto homens quanto mulheres. Dentro da população geral, alguns grupos de risco para a doença são:
– Pessoas acima dos 50 anos, uma vez que grande parte dos casos de câncer de cólon e reto são detectados nesses pacientes;
– Pacientes com histórico familiar de câncer colorretal ou pólipos;
– Pacientes com síndromes hereditárias que aumentam a incidência de câncer colorretal, como Polipose Adenomatosa Familiar e Câncer Colorretal Hereditário Não-Poliposo;
– Pessoas com dietas pobres em fibras e ricas em gorduras e carne vermelha;
– Obesos e sedentários;
– Pacientes com alto consumo de álcool;
– Fumantes, inclusive fumantes passivos;

– Pacientes com doenças inflamatórias do intestino, como a retocolite ulcerativa crônica e Doença de Crohn;
– Pacientes que já foram expostos à radiação ionizante, como na radioterapia.
É importante ressaltar que os pacientes que possuam um ou mais fatores de risco não necessariamente desenvolverão câncer. A doença tem uma fisiopatologia complexa que depende tanto de fatores genéticos quanto de causas ambientais. Cabe citar também que o câncer colorretal quando detectado precocemente tem altas chances de cura.

Sintomas

Os principais sintomas do câncer colorretal afetam principalmente o trato digestório inferior. Esses sinais normalmente incluem:
– Mudanças nos hábitos intestinais, como diarréias freqüentes ou constipações sem nenhuma causa aparente.
– Presença de fezes com sangue (melena).
– Hemorragia intestinal e anal.
– Sensação de que o intestino não se esvaziou após uma evacuação, com esforço ineficaz para eliminação das fezes.
– Dor abdominal inferior e na região anal.

– Presença de gases.
– Mudança na consistência das fezes.
– Perda de peso.
– Anemia (devido à perda de sangue).
– Fraqueza.
– Tenesmo.
O câncer colorretal quando detectado em estágios iniciais tem grandes chances de cura. É importante sempre estar alerta a esses sintomas principalmente se você faz parte de algum grupo de risco. Pacientes acima dos 50 anos devem conversar com o médico para realizar o exame de sangue oculto nas fezes. Pacientes com condições hereditárias ou doenças inflamatórias (retocolite ulcerativa crônica etc) devem conversar com o médico.

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer colorretal é normalmente feito através da colonoscopia, uma endoscopia destinada ao cólon e reto. Quando alguma anormalidade é detectada, o médico pode usar o tubo de colonoscopia para fazer um pequeno procedimento cirúrgico e extrair parte do tecido para análise (biópsia). O procedimento de colonoscopia é feito com sedação do paciente e preparo do intestino para receber o tubo.
Diferenças entre homens e mulheres em relação ao câncer colorretal
Entre os homens os tumores localizam-se mais perto do reto, já nas mulheres os tumores são localizados mais perto do cólon.
Como a colonoscopia é mais eficaz no reto do que no cólon, as mulheres possuem risco mais elevado de sofrer desse tipo de câncer, pois no momento da realização da colonoscopia os médicos são menos capazes de atingir o cólon. Para a revista mensal francesa Science &Vie (edição de agosto de 2014), que relataram as diferenças entre homens e mulheres na medicina, os médicos devem considerar esta informação e melhorar os métodos de rastreamento em mulheres.
Um estudo canadense demonstrou em 2010 que a colonoscopia em mulheres é menos eficiente do que nos homens, com acompanhamento de 3 anos após a colonoscopia.
Uma vez detectada a doença, exames de imagem auxiliam na detecção da extensão do câncer. Nesse caso, procedimentos de tomografia computadorizada e raio-X com contraste de bário podem ser necessários. Exames de sangue por vezes também são necessários para analisar marcadores oncológicos do câncer.
Exames histológicos determinam qual o estágio do câncer, que podem ser:
Mesmo após o tratamento, o câncer pode retornar, sendo esse um caso de recorrência da doença. Isso pode acontecer no cólon, reto ou em alguma outra parte do corpo.

Complicações

O câncer colorretal pode se proliferar, atingindo outros lugares do corpo e gerando novos cânceres em órgãos distintos (principalmente fígado). Outra complicação é a recorrência do câncer no próprio intestino grosso ou no reto.
Outras complicações do câncer colorretal podem advir do procedimento cirúrgico de remoção do tumor. Dentre elas, podemos citar: infecções, hérnia intestinal, hemorragias, isquemia e necrose (por obstrução de artérias e vasos), perfuração intestinal, dentre outras.

Tratamento

O tratamento escolhido para o câncer colorretal dependerá do grau de lesão do tumor e da área atingida, além de ter ou não metástase. O médico poderá lançar mão de 3 estratégias principais de tratamento:

Cirurgia

Quando o câncer é pequeno e localizado, o médico poderá obter por fazer uma remoção cirúrgica da massa tumoral através do procedimento de colonoscopia. Se o tumor for maior, o médico poderá removê-lo por laparoscopia ou vídeo-laparoscopia.
Caso o câncer tenha crescido para a parede do intestino, o médico poderá optar pela colectomia, que é a retirada de parte do intestino grosso ou reto. Nesse caso, o cirurgião reconecta as partes restantes do intestino. Entretanto, quando isso não é possível, o paciente precisará de uma colectomia temporária ou permanente. Para a coleta das fezes, é utilizada uma bolsa especial.
Em casos muito avançados, o médico pode fazer uma cirurgia paliativa. Esse procedimento visa melhorar os sintomas do paciente, não curá-lo totalmente. Quimioterapia pode ser usada após a cirurgia paliativa para melhorar o prognóstico do paciente.

Radioterapia

A radioterapia usa raios altamente energéticos para destruir as células tumorais. Esse procedimento pode ser usado para matar as células tumorais remanescentes pós cirurgia, para reduzir o número de células antes da remoção cirúrgica (para serem removidas mais facilmente) ou para amenizar os sintomas do câncer.
A radioterapia é mais destinada para cânceres avançados e que penetraram em camadas mais profundas do intestino. Para evitar recorrência, a radioterapia normalmente é combinada com quimioterapia.

Quimioterapia

A quimioterapia se baseia na administração de medicamentos para matar as células tumorais. Esse procedimento pode ser feito antes ou depois da cirurgia, dependendo do estágio do tumor. Os médicos, antes de indicarem o tratamento quimioterápico, devem testar se o paciente tem mutação no gene KRAS uma vez que ela confere resistência a determinadas drogas.
Exemplos de fármacos utilizados para quimioterapia do câncer colorretal são o cetuximab, panitumumab, bevacizumab, 5-fluorouracila, oxaliplatina, leucovirina e irinotecano.

Fitoterapia

Até o momento, não existem plantas medicinais indicadas para o tratamento do câncer colorretal. Entretanto, pesquisas têm sido conduzidas com componentes da planta cebolinho chinês (Allium tuberosum L.). Os estudos com componentes tiossulfinatos desse vegetal mostraram que a proliferação celular é inibida.
Estudos com ratos mostraram que aqueles que receberam o composto 6-gingerol (presente no gengibre), desenvolveram menos tumores que os ratos que não receberam essa substância. Outra planta que também é cogitada como ação antitumoral é o chá verde. Essa erva possui compostos antioxidantes que protegem o fitoterapia câncer colorretalDNA da célula contra alterações e mutações.
Uma pesquisa recente realizada na Polônia e publicada na revista European Journal of Cancer Prevention demonstrou que o consumo regular de maçã ajuda a reduzir o risco de desenvolvimento do câncer colorretal. Segundo os pesquisadores, os efeitos benéficos da fruta estariam relacionados com o seu teor de flavonóides, substâncias com ação antioxidante e que combate os radicais livres do corpo.

Homeopatia

A homeopatia pode ser utilizada para melhorar a qualidade de vida do paciente com câncer colorretal. Muitos medicamentos homeopáticos visam reduzir os efeitos colaterais da terapia convencional e aumentar a disposição, o apetite, melhorar o sono, etc do paciente. Alguns dos produtos usados são:
– Labis Albus
– Phosphorus
– Traumeel S
– Iodum
Converse com o seu homeopata e veja qual a melhor indicação para o seu caso.

Dicas para o câncer colorretal

 Algumas dicas são importantes no caso do câncer colorretal:
– Se você possui mais de 50 anos, faça regularmente o exame de sangue oculto nas fezes. A detecção precoce do câncer colorretal aumenta suas chances de cura e a sobrevida do paciente.
– Fique sempre atento a seus hábitos intestinais. Se você perceber mudanças sem nenhuma causa aparente, procure um médico.
– Tenha atenção dobrada aos sintomas se você possui casos na família de câncer colorretal ou tem histórico de doenças inflamatórias intestinais, como doença de Crohn ou retocolite ulcerativa crônica.
– O tratamento quimioterápico ou radioterápico pode resultar em diversos efeitos colaterais. Converse com o seu médico para que ele possa indicar algum medicamento específico para náuseas, enjôos, vômitos, fraqueza, anemia etc.
– Se você for diagnosticado com a doença, procure apoio em seus amigos e familiares. Não encare isso como uma sentença de morte. Alternativas como yoga, meditação e atividades físicas ajudam o paciente a conviver com a doença e ter uma melhor qualidade de vida.

Prevenção

O câncer de cólon e reto quando diagnosticado precocemente tem altas chances de cura. Para pacientes prevenção câncer colorretalacima dos 50 anos, é indicado fazer anualmente o exame de sangue oculto nas fezes. Além disso, outros exames são indicados como sigmoidoscopia flexível (a cada 5 anos), enema duplo com contraste de bário (a cada 5 anos), colonoscopia (a cada 10 anos), colonoscopia virtual (a cada 5 anos), teste de DNA nas fezes.
Alguns hábitos de vida também podem ser adotados para se prevenir a doença:
– Comer porções de frutas e legumes, que são ricos em fibras alimentares e também consumir grãos integrais, se possível.
De acordo com um estudo publicado em março de 2015, na versão on-line do JAMA Internal Medicine, os vegetarianos apresentam menos riscos, cerca de 20% a menos, de desenvolver câncer colorretal em comparação com aqueles que consomem carne.
Ler: Consumo de carnes processadas aumenta o risco de câncer colorretal
– Beba álcool em moderação.
– Evite fumar.
– Pratique exercícios físicos.
– Controle o seu peso.
Algumas medidas preventivas são indicadas para pessoas com alto risco de desenvolvimento do câncer colorretal. Entretanto, essas medidas precisam de investigação. Converse com o seu médico para obter mais detalhes.
– De acordo com um estudo britânico publicado em 2014, a ingestão diária de 75 a 100 mg de aspirina reduz o risco de câncer de intestino em 35% após 10 anos do início do tratamento, o risco de morrer desse tipo de câncer diminuiu 40%. No entanto, o efeito protetor da aspirina somente se manifesta durante um período de tratamento de pelo menos 5 anos, se possível 10 anos. Para tratamentos mais curtos, os pesquisadores não observaram um efeito protetor significativo.
A ingestão diária de aspirina deve começar entre 50 e 65 anos, com acompanhamento médico.

Câncer de colo do útero: sintomas, tratamentos e causas

Câncer de colo do útero: sintomas, tratamentos e causas

 visão geral

O que é Câncer de colo do útero?

Sinônimos: câncer cervical
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O câncer de colo de útero é um tipo de tumor maligno que ocorre na parte inferior do útero, região em que ele se conecta com a vagina e que se abre para a saída do bebê ao final da gravidez.
Getty Images
Câncer no colo do útero
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De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de colo de útero é o terceiro mais incidente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama e do câncer colorretal. No entanto, hoje o diagnóstico é feito muito mais precocemente: na década de 1990, 70% dos casos eram diagnosticados em sua forma mais avançada. Já nos dias atuais, 44% são identificados na lesão precursora.

Tipos

Os cânceres de colo de útero normalmente são de dois tipos:
  • Carcinomas de células escamosas ocorrem na maioria dos casos e normalmente são ocasionados pela presença do vírus HPV
  • Adenocarcinomas são cânceres de colo de útero menos comuns, mas que também podem aparecer.
Em algumas ocasiões, os dois tipos de células cancerígenas podem estar envolvidos em um só caso de câncer de colo de útero.

Causas

O câncer de colo de útero usualmente ocorre quando há uma mutação genética nas células da região, que começam a se multiplicar de forma descontrolada.
Câncer de colo do útero
Normalmente essa mutação está relacionada a presença de alguns tipos de vírus HPV. O HPV é muito comum em mulheres (estima-se que 90% delas entrarão em contato com alguma cepa desse vírus ao longo de sua vida), mas apenas alguns tipos do vírus estão relacionados com casos de câncer de colo do útero principalmente os tipos 16 e 18 (presentes em 70% dos casos), mas também os tipos 31, 33, 35 ou 39.
Aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, mas apenas 32% delas estão infectadas pelos tipos 16, 18 ou ambos. Normalmente o tumor se desenvolve a partir de uma lesão percursora, que pode ser causada pelo HPV. Elas são totalmente tratáveis e curáveis, e apenas quando não são tratadas por muitos anos, elas podem se desenvolver em um câncer.
Essas lesões não apresentam sintomas, mas são facilmente detectadas nos exames Papanicolaucolposcopia e vulvoscopia. Converse com um ginecologista sobre estes exames. Além disso, apenas a presença do HPV não ocasiona o câncer de colo de útero, é preciso ter outros fatores de risco para que a doença se desenvolva.
Especialistas respondem sobre causas do câncer de colo de útero:

Fatores de risco

Os fatores de risco para câncer de colo de útero envolvem:
  • Início precoce da vida sexual, que aumenta o risco de ter HPV
  • Grande quantidade de parceiros sexuais também aumenta o risco de contrair HPV
  • Presença de outras DSTs, como gonorreiasífilisclamídia ou HIV aumentam o risco do HPV
  • Sistema imunológico mais fraco, principalmente em pessoas que tem alguma condição de saúde que interfere em sua imunidade, faz com que o HPV tenha mais chances de se manifestar
  • Tabagismo pode aumentar incidência de carcinoma de células escamosas
  • Uso prolongado de pílula anticoncepcional (por mais de 5 anos)
  • Histórico de três ou mais gestações
  • Uso de DIU
  • Histórico familiar de câncer de colo de útero.
Além disso, existem fatores de risco que aumentam o risco de cânceres de modo geral, como:
  • Excesso de peso
  • Baixo consumo de frutas e vegetais.
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 sintomas

Sintomas de Câncer de colo do útero

O câncer de colo de útero inicial ou mesmo o pré-câncer não costumam apresentar sintomas e são somente detectados pelos exames de rotina femininos.
Os casos mais avançados de câncer no colo do útero costumam causar:
  • Sangramento vaginal seja durante a relação sexual, entre as menstruações ou após a menopausa
  • Corrimento vaginal anormal e com coloração e odores diferentes do normal
  • Dor na pelve ou durante a relação sexual.
Casos ainda mais avançados podem apresentar sintomas como:
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 diagnóstico e exames

Buscando ajuda médica

A melhor forma de detectar precocemente um câncer de colo de útero ou qualquer outro problema comum de saúde feminina é indo anualmente ao ginecologista e fazendo os exames de rotina.

Na consulta médica

Especialistas que podem diagnosticar um câncer no colo do útero são:
  • Clínico geral
  • Ginecologista
  • Oncologista
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram.
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
  • Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
  • Quais são os seus sintomas?
  • Quando você começou a apresenta-los?
  • Você faz os exames de Papanicolau desde que têm uma vida sexual ativa? Já apresentou um resultado deste exame anormal?
  • Você já foi tratada devido a algum problema no colo do útero?
  • Você já foi diagnosticada com alguma DST?
  • Você usa medicamentos que possam suprimir seu sistema imunológico?
  • Você fuma ou já fumou? Em que quantidades?
  • Você pensa em ser mãe no futuro?
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para câncer de colo de útero, algumas perguntas básicas incluem:
  • Qual a causa mais provável dos meus sintomas?
  • Que tipo de exames eu devo fazer?
  • Quais são os tratamentos disponíveis e o que posso esperar?
  • Qual o prognóstico?
  • Por quanto tempo preciso fazer as consultas de rotina após o término do tratamento?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.

Diagnóstico de Câncer de colo do útero

O câncer de colo de útero em estágio inicial costuma ser rastreado periodicamente pelo ginecologista nas consultas de rotina. Para detectá-lo ou as lesões do HPV os exames mais usados são:
  • Papanicolau
  • Colposcopia e vulvoscopia, com biópsia se necessário
  • Exame de HPV através do DNA, que coleta as células do colo do útero e verifica a presença do vírus. Esse exame é feito em mulheres com mais de 30 anos ou com mais jovens, desde que tenham um Papanicolau anormal.
Os exames de prevenção costumam ser feitos depois que a mulher começa a ter uma vida sexual ativa. Por isso, é muito importante começar a visitar o ginecologista regularmente nessa época, até para que ele converse com a mulher também sobre métodos anticoncepcionais.
Quando o câncer de colo de útero já está em curso, alguns exames podem ser feitos para identificar a extensão do tumor:
  • Biópsia da região
  • Tomografia computadorizada
  • Ultrassom
  • Ressonância magnética
  • Tomografia por emissão de pósitrons (PET-Scan).

Estadiamento

O câncer de colo de útero é dividido nos seguintes estágios:
  • Estágio 0 ou carcinoma in situ: quando as células cancerígenas ainda estão na superfície do colo do útero
  • Estágio I: quando o câncer invade o colo do útero, mas se mantêm nessa região, sem ir para fora do útero
  • Estágio II: o câncer já cresceu para fora do útero, mas ainda nãose espaçhou para as paredes da pelve ou para a vagina
  • Estágio III: o câncer atingiu a vagina e a parede da pelve e pode estar bloqueando a uretra
  • Estágio IV: o câncer já se espalhou para outras regiões do organismo como a bexiga, reto, pulmões ou fígado.
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 tratamento e cuidados

Tratamento de Câncer de colo do útero

As opções de tratamento para o câncer de colo de útero variam conforme o estadiamento do tumor. Veja as opções abaixo:

Cirurgia

Na cirurgia os médicos podem retirar o tecido atacado pelo câncer. Também existe a opção de retirarem o colo do útero e o útero todo (histerectomia simples) e também a vagina e os linfonodos da região (histerectomia radical).
O tipo de cirurgia é escolhido conforme o estadiamento do câncer (quantas áreas foram atacadas) e o desejo da mulher de engravidar, visto que a retirada do útero impede a possibilidade de ter filhos.

Radioterapia

radioterapia usa radiação para matar as células cancerígenas. Ela pode ser feita externamente e/ou internamente. Na primeira técnica, um raio é aplicado de fora do corpo, já na interna o material da radioterapia é colocado dentro da vagina por alguns minutos.
A radioterapia pode fazer com que a menstruação pare ou com que a menopausacomece antes em mulheres que estão em pré-menopausa.
Mulheres que desejam engravidar depois do tratamento devem conversar com seu médico sobre formas de preservar a fertilidade após o tratamento.

Quimioterapia

quimioterapia pode ser feita como um complemento à radioterapia ou para reduzir o tumor antes da cirurgia.

Tratamento para lesões pré-cancerígenas

Quando o médico encontra lesões pré-cancerígenas no colo do útero de uma mulher, as opções envolvem a destruição desse tecido de duas formas:
  • Crioterapia: nela o tecido com células malignas é destruído através de um congelamento. Ela pode ser feita com anestesia local
  • Tratamento com laser: o laser também pode ser usado para destruir o tecido com células malignas. A vantagem é que ele pode ser feito no consultório do médico com anestesia local.

Imunoterapia

Imunoterapia para o tratamento do câncer é, de uma forma bem simples, uma maneira de combater o problema utilizando o próprio sistema de defesa do corpo para atacar as células do câncer.
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 convivendo (prognóstico)

Convivendo/ Prognóstico

O câncer de colo de útero quando diagnosticado em fase não invasiva ou em estágio I tem altas chances de cura (entre 80 e 90%). No entanto, as chances diminuem conforme o quadro estiver mais avançado.
Por isso é muito importante realizar os exames de rotina para câncer de colo de útero, o que permite uma detecção precoce do câncer ou das lesões pré-cangerígenas.
O tratamento pode levar a alguns problemas de fertilidade ou na sexualidade da mulher. É importante conversar com seu médico se você deseja ter filhos depois do tratamento, pois algumas providências podem ser tomadas, como o congelamento de óvulos.
A histerectomia pode levar a problemas como secura vaginal, fraqueza nos músculos da pelve e até dor no ato sexual, devido a encurtamento da vagina. Todos estes problemas têm soluções e podem ser conversados com seu médico.
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 prevenção

Prevenção

A melhor forma de prevenir o câncer do colo de útero está na prevenção da infecção por HPV. A medida preventiva mais preconizada para o HPV é o uso de camisinha. A maior parte das transmissões desse vírus são sexuais e ao impedir o contato da pele entre os parceiros, a camisinha é uma das melhores formas de prevenir o problema.

Vacina para HPV

Além disso, a vacina do HPV é uma forma interessante de prevenir a doença. Existem duas vacinas para prevenção HPV aprovadas e registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e que estão comercialmente disponíveis: a vacina contra HPV quadrivalente, que confere proteção contra HPV 6, 11, 16 e 18. A outra opção é a vacina contra HPV bivalente, que confere proteção contra HPV 16 e 18.
De acordo com a literatura científica, as vacinas contra o HPV previnem aproximadamente 70% dos casos de câncer de colo do útero, aqueles causados pelos HPV 16 e 18. Isso não elimina, porém, a necessidade de as mulheres passarem por consultas de rotina ao ginecologista para a realização de exames preventivos.

Rastreamento de rotina

Seguir com os exames ginecológicos de rotina após o início da vida sexual também é importante, pois eles permitem uma detecção precoce de lesões pré-cancerígenas e do câncer em si, o que proporciona uma melhor chance de recuperação.

Prevenção para outros fatores de risco

Além disso, existem algumas medidas que ajudam a reduzir o risco de ter câncer de colo de útero:
  • Não fumar
  • - Praticar sexo seguro.