Normopatia S.O.S
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Há claras evidências de que a sociedade moderna, em especial a brasileira, está padecendo de um triste e grave mal, o qual pode ser chamado de Normopatia. Trata-se de uma letargia inexplicável, doentio imobilismo, cruel apatia, verdadeiro espasmo psíquico, onde tudo parece aceitável e normal, até mesmo as mais brutais degenerescências, as mais extravagantes aberrações, nefastas excrescências, as mais terríveis anomalias humanas.
Observa-se por toda parte um certo senso de indignação, descrença e perplexidade de todos frente à pobreza, violência, injustiça, corrupção, politicagem e outras mazelas sociais, entretanto, nada de profundo e eficaz se faz para reverter esta situação. Todos parecem vítimas silenciosas, por todos os lados impera o pacto da nulidade e da inoperância. Não mais ocorrem manifestações arrojadas e empolgantes, movimentos populares entusiasmantes. Tem-se a impressão que a sociedade está atônita, inerte, engessada, semi-morta, tonta.
O egoísmo é um sentimento crescente e as pessoas parecem estar perdendo o senso da compaixão e comunhão com o sofrimento alheio, prostituição e exclusão, abate da floresta e dos cerrados e perda dos solos, com contaminação das águas, com a destruição do meio. A brutal violência, diariamente estampada nos jornais, bate-papo da rua e nos programas de televisão quando muito despertam apenas curiosidade, não mais espanto, nada de comiseração.
A Normopatia parece ser uma doença contagiosa, provocada principalmente pela insensatez e ganância embutidos nos programas econômicos, na alternância estonteante dos padrões tecnológicos e nas violentas modificações dos paradigmas éticos e morais. Conseqüências mais imediatas e visíveis de seu quadro clínico são a falta de assistência aos necessitados, o terror das drogas, o empobrecimento dos assalariados e trabalhadores, a banalização da violência. Seu principal agente infeccioso é o capitalismo neo-liberal, destruidor da produção em pequena escala, gerador da concentração da riqueza nas mãos dos poucos espertalhões, sem endereço, nome ou cara.
Os veículos de propagação desse mal são as lideranças políticas e seus apaniguados que traem os interesses do povo, vendem o patrimônio da nação e aderem cinicamente ao mercado internacional globalizante, insensível, selvagem e humilhante e onde a ordem é tirar o máximo lucro, mesmo que à custa da degradação ambiental, a dor, a doença, a fome.
Neste sistema político, a tecnologia parece ser apanágio de modernidade e salvação coletiva, mas os consumidores se deparam constantemente com placebos em lugar de remédios, automóveis e instrumentos fabricados com absoluta e baixíssima previsão de longevidade, além de montanhas de sucatas e lixo atômico, alimentos inseguros e perigosos com o pomposo nome de transgênicos.
No universo virtual, as pessoas pouco produzem e descansam, pois como escravos, passam dias e noites debruçadas em micros, navegando em busca de negócios, dados, notícias ou meras distrações. No mundo da economia, a ordem é compra/venda, de preferência com máximo lucro! E também não importa o que se negocia, se supérfluos, drogas, venenos, órgãos humanos, orgias, promessas de beleza e sucesso, salvação da alma, levianas utopias!
Ciência do momento, além da informática é o marketing, que cria expectativa e necessidade, vende imagem de progresso, transforma assassino em vítima, bandido em mocinho, malfeitor em boa-gente. O normopata é normalmente acomodado, passivo, intransigente, orgulhoso, sem muita esperança, criatividade para nada. Seu jargão predileto é aquele que diz "tá bom demais, se melhorar estraga!".
Ao mesmo tempo é uma criatura fraca, que se deixa levar facilmente pelos apelos da mídia, pelas benesses dos privilégios, ações dos maus políticos, pelas tentações da gula, da rede e da cama. Não precisa ser médico, filósofo ou humanista para perceber que se faz necessária a aplicação de poderosos remédios e práticas eficazes para combater esse terrível mal que aflige a humanidade, sobretudo a sociedade capitalista, a geradora de Babéis, Gomorras, Favelas e Sodomas. SOS!
Geraldo Mendes dos Santos
http://www.samauma.biz/site/samauma/gs1203normopatia.htm
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Há claras evidências de que a sociedade moderna, em especial a brasileira, está padecendo de um triste e grave mal, o qual pode ser chamado de Normopatia. Trata-se de uma letargia inexplicável, doentio imobilismo, cruel apatia, verdadeiro espasmo psíquico, onde tudo parece aceitável e normal, até mesmo as mais brutais degenerescências, as mais extravagantes aberrações, nefastas excrescências, as mais terríveis anomalias humanas.
Observa-se por toda parte um certo senso de indignação, descrença e perplexidade de todos frente à pobreza, violência, injustiça, corrupção, politicagem e outras mazelas sociais, entretanto, nada de profundo e eficaz se faz para reverter esta situação. Todos parecem vítimas silenciosas, por todos os lados impera o pacto da nulidade e da inoperância. Não mais ocorrem manifestações arrojadas e empolgantes, movimentos populares entusiasmantes. Tem-se a impressão que a sociedade está atônita, inerte, engessada, semi-morta, tonta.
O egoísmo é um sentimento crescente e as pessoas parecem estar perdendo o senso da compaixão e comunhão com o sofrimento alheio, prostituição e exclusão, abate da floresta e dos cerrados e perda dos solos, com contaminação das águas, com a destruição do meio. A brutal violência, diariamente estampada nos jornais, bate-papo da rua e nos programas de televisão quando muito despertam apenas curiosidade, não mais espanto, nada de comiseração.
A Normopatia parece ser uma doença contagiosa, provocada principalmente pela insensatez e ganância embutidos nos programas econômicos, na alternância estonteante dos padrões tecnológicos e nas violentas modificações dos paradigmas éticos e morais. Conseqüências mais imediatas e visíveis de seu quadro clínico são a falta de assistência aos necessitados, o terror das drogas, o empobrecimento dos assalariados e trabalhadores, a banalização da violência. Seu principal agente infeccioso é o capitalismo neo-liberal, destruidor da produção em pequena escala, gerador da concentração da riqueza nas mãos dos poucos espertalhões, sem endereço, nome ou cara.
Os veículos de propagação desse mal são as lideranças políticas e seus apaniguados que traem os interesses do povo, vendem o patrimônio da nação e aderem cinicamente ao mercado internacional globalizante, insensível, selvagem e humilhante e onde a ordem é tirar o máximo lucro, mesmo que à custa da degradação ambiental, a dor, a doença, a fome.
Neste sistema político, a tecnologia parece ser apanágio de modernidade e salvação coletiva, mas os consumidores se deparam constantemente com placebos em lugar de remédios, automóveis e instrumentos fabricados com absoluta e baixíssima previsão de longevidade, além de montanhas de sucatas e lixo atômico, alimentos inseguros e perigosos com o pomposo nome de transgênicos.
No universo virtual, as pessoas pouco produzem e descansam, pois como escravos, passam dias e noites debruçadas em micros, navegando em busca de negócios, dados, notícias ou meras distrações. No mundo da economia, a ordem é compra/venda, de preferência com máximo lucro! E também não importa o que se negocia, se supérfluos, drogas, venenos, órgãos humanos, orgias, promessas de beleza e sucesso, salvação da alma, levianas utopias!
Ciência do momento, além da informática é o marketing, que cria expectativa e necessidade, vende imagem de progresso, transforma assassino em vítima, bandido em mocinho, malfeitor em boa-gente. O normopata é normalmente acomodado, passivo, intransigente, orgulhoso, sem muita esperança, criatividade para nada. Seu jargão predileto é aquele que diz "tá bom demais, se melhorar estraga!".
Ao mesmo tempo é uma criatura fraca, que se deixa levar facilmente pelos apelos da mídia, pelas benesses dos privilégios, ações dos maus políticos, pelas tentações da gula, da rede e da cama. Não precisa ser médico, filósofo ou humanista para perceber que se faz necessária a aplicação de poderosos remédios e práticas eficazes para combater esse terrível mal que aflige a humanidade, sobretudo a sociedade capitalista, a geradora de Babéis, Gomorras, Favelas e Sodomas. SOS!
Geraldo Mendes dos Santos
http://www.samauma.biz/site/samauma/gs1203normopatia.htm