A esquizofrenia é um entre diversos transtornos psicóticos reconhecidos pela American Psychiatric Association (APA). O paciente diagnosticado como esquizofrênico sofre de uma forte desorganização mental, muitas vezes chamada simplesmente de “loucura”, um termo pejorativo e carregado de preconceitos. Contudo, a esquizofrenia é um transtorno sério, que pode causar grande dor psicológica para o indivíduo e carece de atenção profissional para conter os sintomas e promover uma vida com relativo bem estar.
O que é a esquizofrenia?
Os transtornos esquizofrênicos são caracterizados por distorções fundamentais das características do pensamento, da percepção e por afetos inapropriados ou embotados. Em geral, os pacientes mantêm alguma clareza de consciência e capacidade intelectual, mas apresentam déficits cognitivos que podem evoluir em diferentes graus com o tempo.
O surgimento do transtorno é notado primeiramente pela família dos amigos, que percebem uma mudança no comportamento da pessoa. Ela passa a ter mau rendimento em áreas da vida cotidiana, como na escola, no trabalho ou nas relações sociais e familiares.
A evolução dos transtornos esquizofrênicos pode ser contínua, episódica e ainda incluir um ou vários episódios seguidos de remissão completa ou incompleta.
Cerca de 1% da população é acometida pela esquizofrenia, geralmente iniciada antes dos 25 anos. É extremamente raro o aparecimento do transtorno antes dos 10 anos ou após os 50 anos. A incidência é semelhante entre homens e mulheres.
Quais são sintomas da esquizofrenia
Os sintomas da esquizofrenia podem ser agrupados em dois tipos: positivos e negativos. Os positivos são mais visíveis e exuberantes. Os negativos são, em maior parte, classificados por alguns déficits.
Os sintomas positivos são:
- Alucinações: mais comuns auditivas e visuais e, menos comuns, táteis e olfativas
- Delírios: persecutórios, de grandeza, de ciúmes, somáticos, místicos, fantásticos
- Perturbações da forma e do curso do pensamento, como incoerência, prolixidade, desagregação
- Comportamento desorganizado, bizarro;
- Agitação psicomotora
- Negligência dos cuidados pessoais
Os sintomas negativos incluem:
- Falta de repertório do pensamento e da fala
- Embotamento ou rigidez afetiva
- Prejuízo do pragmatismo
- Incapacidade de sentir emoções e prazer
- Isolamento social
- Diminuição de iniciativa e da vontade
Tipos de esquizofrenia
- Esquizofrenia paranoide: o paciente apresenta ideias delirantes com frequência, de caráter persecutório, na maioria das vezes acompanhadas de alucinações auditivas, e de perturbações das percepções.
- Esquizofrenia hebefrênica: As ideias delirantes e as alucinações são fugazes e fragmentárias, o comportamento é irresponsável e imprevisível; e há, com frequência, maneirismos.
- Esquizofrenia catatônica: é dominada por distúrbios psicomotores proeminentes que podem alternar entre extremos, como hipercinesia e estupor, ou entre a obediência automática e o negativismo.
- Esquizofrenia indiferenciada: Afecções psicóticas que preenchem os critérios diagnósticos gerais para a esquizofrenia, mas que não correspondem a nenhum dos subtipos incluídos em outros diagnósticos, chamada também de atípica.
- Esquizofrenia residual: estágio crônico da evolução de doença esquizofrênica, com progressão nítida de um estádio precoce para um tardio.
Causas da esquizofrenia
Embora não seja possível determinar a origem do transtorno psicótico, há evidências científicas de que existe uma forte contribuição de fatores genéticos na determinação do risco para esquizofrenia. De toda forma, a questão genética não é determinante. O mais aceito hoje é que o transtorno é resultado de uma combinação de fatores genéticos, cerebrais e ambientais.
Como fazer o diagnóstico da esquizofrenia?
O diagnóstico deve ser feito com base na história psiquiátrica, pela observação dos familiares e no exame do estado mental do paciente. As perturbações características da esquizofrenia duram pelo menos 6 meses e incluem sintomas da fase ativa e da fase negativa.
Tratamento
O tratamento da esquizofrenia consiste no uso de antipsicóticos em monoterapia ou em associação com outros medicamentos e psicoterapia. Esse processo envolve a reversão dos sintomas positivos do transtorno, mais facilmente revertidos com medicação do que os negativos. Em casos mais graves pode ser necessária internação.
Você já tratou ou teve contato com uma pessoa diagnosticada com esquizofrenia?
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