sábado, 23 de outubro de 2021

Ledores de Almas




Ledores de Almas


[evangelhista da silva]



É tanta porra querendo mergulhar no inferno

lá no inferno impenetrável da alma 

profunda e infinita humana,

e desumana, e fria.


Há quem seja talvez amor e torpor em amar

enquanto ser abstrato indecifrável

jamais desnudado é blindada

nunca, jamais nua.


Que se vão à porra a psiquiatria, a psicologia

a psicanálise e o caralho que for e vier

a mente humana é um abismo

Infinito cosmo.


É inegável a intangibilidade do ser jamais desnudado

enfim somos todos loucos talvez e por certo

tudo que fazemos é procurar e não encontrar

explicar todos explicam até Freud cansou.


Sim, explica mas não convence nem cura a loucura

que descarrila montanha abaixo rumo ao abismo

infinito esfarelando o comboio inteiro

e passageiros e tudo.


Que se vão todos os filhos de puta a porra pois, o seu lugar

melhor seria silenciar aos gritos suas perguntas

e afogarem-se no abismo do querer saber

decifrar a loucura humana.



Santo Antônio de Jesus, 23 de outubro de 2021, às 18h

Menino Eu


 

Menino Eu


[evangelhista da silva]


Vivi muito nem se me dou conta

visto que passou em branco

tudo aquilo que eu fui

nada e tudo.


Mais uma semana em minha infância

do existir, aqui, neste momento

em um dia qualquer de mim

em um sábado.


Tudo que sei é que não vivi e vivo

doces e amargas lembranças

em meu existir

criança.



Santo Antônio de Jesus, 23 de outubro de 2021.



quarta-feira, 20 de outubro de 2021

A PESTE

 


A PESTE



Texto de Raí para o Le Monde, maio/2021


"Que me perdoem Camus, seus estudiosos e milhões de admiradores, peço licença para repetir aqui algumas de suas palavras, do clássico “A Peste”, de reivindicar tua audácia, uma ousadia à imagem das tuas, para me ajudar neste momento de súplica rebelde, deste espasmo de “combat” e de “combattant”, diante de atos desumanos e suas terríveis consequências.
Como brasileiro, como tantos outros e perante o mundo, assumo aqui que estamos habitados, sitiados, nestes tempos sombrios de nossa história, por mais de uma terrível peste. Este duplo flagelo, cujas devastações são apenas o acréscimo de nossos próprios erros coletivos, que pode contaminar muito além de nossas fronteiras.
Além da “Peste” biológica, epidemia pessimamente gerida, causadora da maior crise sanitária da história do Brasil, temos outro mal, que no longo prazo pode deixar terríveis sequelas ainda mais profundas. A peste antidiplomática que nos isola, a peste que corrói a Amazônia, o meio ambiente e persegue os que a protegem, o mal que distancia a vigilância e permite passar a boiada, aceita garimpos em reservas indígenas, que prefere troncos deitados a vê-los em pé, vivos, pragas cúmplices dos responsáveis por estes crimes. Também a peste que castra liberdades, ameaça a democracia e resgata a censura, a peste preconceituosa que promove a intolerância, a homofobia, o machismo e a violência.
Enfim, a Peste que nos destrói, destrói a razão e o bom senso, que perturba nossa essência, nossa consciência e nega a ciência. A Peste que promove o ódio é inimiga das artes e da cultura. Ela, que tem suas próprias variantes, é obra de um clã. Associada ao distanciamento, ao negacionismo, a desinformação, a mentira, acaba por reprimir, mesmo que temporariamente, nossa revolta, resistência e indignação.
Citamos Camus: “Os flagelos, na verdade, são uma coisa comum, mas é difícil acreditar neles quando se abatem sobre nós. Quando estoura uma guerra, as pessoas dizem: ‘Não vai durar muito, seria estúpido’. Sem dúvida, uma guerra é uma tolice, o que não a impede de durar. A tolice insiste sempre, e nós a compreenderíamos se não pensássemos sempre em nós”
Sim, aqui do outro lado do Atlântico, este oceano que nos separa e nos aproxima, amigo francês, vemos de tudo. Da “ocupação” de boa parte de nosso espírito, até ideias muito próximas de um nazismo medíocre, ao menos de um ideal genocida de poder, que se pretende genocida de ideias, mesmo que para isso a morte de concidadãos enteja no caminho, nem que para isso aconteça um massacre humanitário, desnecessário, com centenas de milhares de mortes evitáveis.
O mal está espalhado: meio ambiente, relações internacionais, Fundação Palmares, direitos humanos. Chegamos ao cúmulo de assistirmos um certo secretário de Cultura parafraseando em rede nacional o discurso de Joseph Goebbels, ministro de Adolf Hitler antissemita, maldita alma da pior das ideologias.
“Tinham visto morrer crianças, já que o terror, há meses, não escolhia, mas nunca lhes tinham seguido o sofrimento minuto a minuto, como faziam desde essa manhã”.
No nosso caso (que revoltaria ainda mais os personagens de Camus), morrem inocentes por falta de oxigênio, e/ou por falta de leitos.
É preciso então, mais que resistir. Contra este peste brasileira que veste um terno sombrio com seu sorriso astuto, ataca seus adversários com repressão, agressão e perseguição, resgatando “sobras legais” herdadas da ditadura, como a lei de segurança nacional. Nosso Brasil, depois de ter passado por 20 anos de torturas, assassinatos, censuras, pensávamos nunca mais sofreríamos deste mal.
Ainda Camus: “O padre dizia que a virtude da aceitação total de que falava não podia ser compreendida no sentido restrito que lhe era habitualmente atribuído, que não se tratava da banal resignação, nem mesmo da difícil humildade“. “Era por isso – e Paneloux afirmou ao seu auditório que o que iria dizer não era coisa fácil – preciso querê-la, porque Deus a queria”.
“O Brasil acima de tudo e Deus acima de todos” Este era o slogan da última campanha presidencial, esta que acompanhou a vitória do inominável. Alguns de nós já imaginávamos que por detrás destas palavras, se escondia a carne do mal coberta pela fake pele de um fake salvador da pátria, uma clara tentativa de iludir cidadãos de boa-fé, evangélicos, fiéis e crentes de Deus, já feridos e traídos em sua cidadania, querendo fazer crer que toda e qualquer atitude de seu governo segue princípios divinos.
Pois me diga, que Deus seria este que destrói e coloca a vida humana em um plano tão desprezível?
“Porque ele sabia o que essa multidão eufórica ignorava e se pode ler nos livros: o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos lenços e na papelada. E sabia, também, que viria talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz”.
E me permita completar, e em meu país, perigosamente distraído.
O Brasil que queremos e que o mundo precisa, também negou o horror que se aproximava. E, portanto, há décadas os ratos já estavam aqui mostrando seus rostos e dentes, de olhos revirados, afiando suas unhas. E não nos atentamos. Será que nós, concidadãos, e sobretudo nosso parlamento, também somos negacionistas/cúmplices, ao não querer enxergar o tamanho do perigo, ao nos sujeitarmos a este poder já manchado de sangue e de crimes?
Eu sei que longo prazo, e seja qual for o país, o homem corajoso, o cientista, o resistente conseguirão juntos derrotar o mal. Aqui, não será tão simples assim, porque carregamos nas nossas costas a histórica extrema desigualdade, econômica, social e educacional que esteriliza alguns comportamentos e aniquila a vontade de ruptura.
Toda Peste causa separações profundas e dolorosas. E olhem nós aqui, já isolados, tratados como pária do mundo… mas, sobretudo, separados de nós mesmos, desviados do Brasil que viemos para ser, do nossa essência, da nossa natureza, do país do futuro e de um mundo mais humano e justo. Do país exuberante, da alegria de viver que faz sonhar, que dança, brinca, canta e encanta. Porém, ao nos rendermos ao mal, passivos, mostramos o que temos de pior. O país da miscigenação não pode ser o da negação do seu próprio destino!
“O flagelo não está à altura do homem; diz-se então que o flagelo é irreal, que é um sonho mau que vai passar. Mas nem sempre ele passa e, de sonho mau em sonho mau, são os homens que passam?”
Como fazer para se livrar deste pesadelo? Sobretudo não fiquemos anestesiados, amordaçados por esta “angústia muda”. Fora com este mal maior, fora a estupidez que desencoraja o uso de máscaras, que dificulta o combate ao vírus, que mata e deixa morrer, e ainda insiste!
Vacinemo-nos uma vez por todas! Vacinemo-nos também para expulsar de nós o mal maior, que vai muito além do agente infeccioso microscópico, que gangrena nosso “corps social”.
Porque não basta identificar o sequenciamento do vírus que nos impõe suas leis e viola nossos direitos, devemos agora encontrar o antídoto. Vacina sim! Ele não! Ele nunca mais! Fora Bolsonaro! Caso contrário, nos tornaremos a nossa própria peste.
“A partir desse momento, pode-se dizer que a peste se tornou um problema comum a todos nós”.
Nota da redação: este artigo de Raí, dirigente do São Paulo e ex-jogador adorado pela torcida do Paris Saint Germain, foi publicado no jornal francês Le Monde em maio de 2021. Vale a reedição.

0

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Características da doutrina médica oficial I - A Idiopatia

Medicina não é Ciência - Medicina é uma Doutrina

Dr. Eduardo Almeida, PhD

 

Dr. Eduardo Almeida, PhD

Eduardo Almeida, 1953 Graduado em 1977 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense.

 

Residência Médica em Clínica Médica no Hospital Universitário Antônio Pedro – Niterói – RJ (1979) Professor Associado I do Instituto Saúde da Comunidade da Universidade Federal Fluminense Mestre em Medicina Social pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1988) Doutor (PhD) em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1996) Criou e dirigiu por 15 anos a Unidade Docente do Posto de Saúde do Caramujo, voltada para a formação em medicina geral e comunitária, onde implantou a prática de várias medicinas alternativas.

Nos dez primeiros anos de prática, manteve intensa atividade clínica nos vários setores da medicina hospitalar.

Em seguida, concentrou suas atividades na medicina extra-hospitalar.

Fundador e diretor do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Medicinas Alternativas da UFF Nos últimos anos tem mantido estreito relacionamento com colegas que praticam a medicina biológica alemã na Alemanha e nos EUA Dedica-se à pesquisa das Racionalidades Médicas, da História da Terapêutica, das Práticas Medicoterapêuticas, em especial das medicinas empíricas.

Autor do livro: As Razões da Terapêutica – Racionalismo e Empirismo na Medicina. EDUFF, 2002.
Autor do livro: O Elo Perdido da Medicina – O afastamento da noção de vida e natureza. Imago, 2007.
Editor e revisor técnico do livro: Medicina que Cura Medicina que Adoece, Eberhardt, HG, 2009

Antiinflamatórios e Analgésicos - A Respeito da dita "Comprovação" das...

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

A Rosa de Sant'Ana


 
A Rosa de Sant'Ana



[evangelista da silva]



O sábado amanhecera em flores e cores e amar
e indo a Feira merquei as flores, vivi o amor e colhi uma Rosa
enquanto eu esperava a Princesa do Sertão em carne e Flor
eu imaginava esse encontro em eterna paixão.


E não via a hora de atravessar o Mar da seca
para mergulhar em seu corpo doce de mulher
como sempre
desde há muito tempo.


Espero-a contente e tenso a sua presença em meus braços
a soluçar um desejo inesgotável de eterna paixão
ai Ana Santa, e minha Rosa, e Flor de Sant'Ana
sacana é quem te faz sofrer neste mundo de meu Deus.


Vem Amor meu
vem
aqui espero nos braços meus
entre soluços, gemidos e gritos.


E no silêncio da noite
sentirão o nosso prazer de Amar
e despertaremos desejos ofuscados
àqueles casais infelizes.


Por certo irão copiar o nosso gesto dengoso
mas nunca nos alcançarão
em desejo, amor e tesão
visto que o nosso amor é desejo infinito de gozar.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Falou em absurdo acontece em Santo Antônio de Jesus



Blog do Valente


O homicídio foi cometido em 2002 e o mandado de prisão estava aberto desde 2005

Publicado em 03/09/2021, às 18h30    Blog do Valente    Lucas Pacheco

Um homem de 56 anos, da cidade de Santo Antônio de Jesus, a cerca de 190 km de Salvador, foi preso por engano, no final de agosto, no lugar do seu irmão, falecido em 2009, que teria cometido um homicídio em Juazeiro, no norte baiano, em 2002. Antônio Bispo dos Santos, que trabalha com reciclagem e serviços de entrega na cidade onde mora, ficou quatro dias na carceragem da delegacia de Santo de Antônio de Jesus. 

Segundo o homem, ele estava trabalhando no momento em que soube, pela esposa, que a polícia civil havia ido até sua residência à sua procura e logo depois recebeu uma ligação do delegado questionando onde ele se encontrava. Após afirmar que estava trabalhando e informar o local exato, a polícia foi até o seu encontro. 

Ele conta que o delegado foi educado durante a abordagem e, vendo seu comportamento e confiando na sua palavra, permitiu que ele fosse até a delegacia no seu próprio carro, para evitar ser algemado e colocado no camburão da viatura policial. 

Já na delegacia, em conversa com o delegado, ele descobriu que havia um mandado de prisão contra ele em aberto desde 2005, por contra de um homicídio ocorrido em Juazeiro, em 2002. Foi quando ele se deu conta que poderia ser alguma situação que envolvia seu irmão, morto em 2009 e que era envolvido com o crime. “Na hora que o delegado me contou aí eu entendi que era “bronca” do meu irmão”, revelou o motorista.

Em conversa com o BNews, a advogada contratada pela família, Drª Edilene Argolo, informou que assim que chegou à delegacia, tomou conhecimento do caso e teve acesso aos autos do processo,  encontrou diversas inconsistências. Segundo ela, a pessoa detida na época do homicídio se identificou na delegacia de Juazeiro como sendo Antônio Bispo dos Santos, porém sem apresentar qualquer documento de identificação e mesmo assim nenhuma diligência para comprovação da identificação foi feita. E, como não houve flagrante, ela não ficou presa. 

“Há uma falha processual tão grande que, se a pessoa se apresenta sem documentos, deveriam ser colhidas, pelo menos, suas digitais. Caso uma pessoa não apresente documento de identificação no momento da detenção ou em uma prestação de esclarecimentos, ela fica na delegacia até que a comparação datilográfica dela seja feita e que saia o resultado comprovando que ele é de fato quem afirma ser”.  

Ela destaca ainda que, analisando os documentos dos autos, encontrou o depoimento de uma pessoa que afirmava que o autor do crime era conhecido como “Nego Roque” e Roque era o nome do irmão de Antônio, com diversas passagens pela polícia, morto em 2009.   

Outro erro processual apontado pela advogada no processo foi de que a irmã da vítima morta em 2002, que teria presenciado o homicídio, prestou depoimento alegando que seu irmão havia sido assassinado por uma pessoa “galega” e Antônio Bispo é negro. Inclusive, o irmão, Roque, também era negro. Entretanto, no depoimento do suposto suspeito que constava nos autos, não havia menção à cor de pele do declarante. 

Ela afirmou ainda que, após reunir esses e outros erros processuais, apresentou pedido de soltura no processo para que seu cliente fosse solto imediatamente, pois havia o risco dele ser transferido para Juazeiro e ser levado para o presídio da cidade. Além disso, ela ressaltou que ele estava sem se alimentar e beber água desde o dia da prisão, mesmo sendo portador de comorbidades, e que a delegacia de Santo Antônio de Jesus não possui qualquer estrutura, com os presos ficando em celas sujas, com diversos bichos, incluindo ratos. 

Na entrevista, a advogada destacou que, após analisar o pedido de soltura, o juiz criminal entendeu que existiam motivos consideráveis para colocar Antônio Bispo em liberdade e a condicionou à apresentação de uma defesa prévia, com todos os documentos e alegações que a defesa julgasse necessários. 

A advogada juntou diversas declarações de vizinhos e um abaixo-assinado de moradores da cidade, com mais de mil assinaturas, de apoio ao motorista, além de outras comprovações de que Antônio Bispo dos Santos não teria como estar em Juazeiro no dia do homicídio e que não tinha nenhuma passagem pela polícia e nem qualquer registro de desentendimentos e brigas. 

De posse desses documentos, o juiz da vara criminal onde tramita o processo em Juazeiro determinou a soltura e a intimação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) para que tomasse conhecimento dos fatos novos apresentados ao processo e se manifestasse. 

Até o momento, de acordo com a advogada, o MP ainda não se manifestou sobre a defesa prévia e as provas apresentadas, nem pela marcação de audiência para prosseguir o processo e nem pelo arquivamento dos autos e que, enquanto isso, Antônio Bispo dos Santos segue em liberdade provisória, podendo voltar a ser preso a qualquer momento, aflito e com vergonha perante a cidade. 

“Sr. Antônio tem medo de andar na rua, de ser apontado como bandido. Tem muito medo de que um mero deslize dele em qualquer coisa, deslizes do dia a dia aos quais estamos sujeitos, como uma discussão no trânsito, por exemplo, porque está em liberdade provisória e pode voltar a ser preso”. 

Procurado pelo BNews, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), afirmou que o órgão “ainda não foi notificado pela Justiça para dar parecer sobre o caso, ou seja, ainda não foi apreciada a liminar acerca da culpabilidade ou não do senhor Antônio Bispo dos Santos. E ressaltou que “até o momento, a Justiça abriu vistas para o MP ter apenas ciência da revogação da prisão, o que foi feito no último dia 23”



quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Primavera




Primavera


[evangelhista da silva]



Ei!

vem ver a minha rua

está brilhando de amor

o sol está feliz a conversar comigo

ele canta, e dança, e ri a me abraçar.


E estou imensamente feliz e saudoso então.


Ei!

vem cá, vem...

o dia de hoje está sem palavras

cheio de poesia e canção de saudades

certeza tenho de que outros dias assim virão.


Virão com as primaveras do amanhã.


Ei!

menina bonita dos encantos meus

vem ver a minha rua em festa

vem danada sorrir comigo

vem doce amada.


A noite certamente virá e estaremos felizes.


Ei!

mulher danada de bonita

tu és para mim o sol da minha vida

esculpida em luz, e versos, e misticidade

vem danada que a noite o sol continuará em festa.


Santo Antônio de Jesus, 22 de setembro de 2021, Às 11h51min






"La Vita Mia" - ( Amedeo Minghi )

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Deitado Eternamente


 

Deitado Eternamente



[evangelhista da silva]



Estava eu há pouco a assistir

a um filme dantes visto e lentamente  imagens

silenciosamente a distância eu vi as pessoas

chegando como quem iria ver algo jamais visto.


E foi assim, mesmo assim, hoje

no velório da Igreja de Roma era velado

com certeza, alguém em berço explêndido

lá se encontrava deitado eternamente no leito fúnereo.


Inerte, sem vida, enrigecido

em um malote postal dos Correios e Telégrafos

postado para ser entregue as saprófitas dos sonhos 

terrível momento de dor e inexplicações filme que se repete.



Santo Antônio de Jesus, 21 de setembro de 2021, às 12h37min



Amedeo Minghi - Cantare è d'Amore


 

domingo, 12 de setembro de 2021

Lúcia

                                               Lúcia

Teus olhos são astros
que cintilam toda a terra
que exterminam a guerra
que beijam o mar.

Místicos olhos
atraentes
fascinantes
estranhos - como o espírito
tementes - como o mar.

Que sorriso
que encanto
que primor.

Já não posso
já não posso
vou cair em teus braços
furtar o rosa dos teus lábios
o verde azul dos teus olhos
adormecerem meus versos.

Santo Antônio de Jesus, 1970

Leandro Karnal: Jesus, a Tortura e o Discurso de Ódio


 

Este Momento




Este Momento




[evangelhista da silva]




Domigo lembranças e solidão

ainda ontem vivíamos realidades outras

jamais pensamos em deixar de viver e sonhar

morrer e deixar de existir para esta vida - jamais pensamos.


Eu sou o barco solitário aos pedaços

se me encontro neste porto atracado e esquecido

olho por sobre os meus ombros e vejo o tempo morto

esquecido e jamais contemplado por lembranças e saudades.


E os outros se foram parece loucura pensar 

as caminhadas por toda as estradas das nossas vidas

traçamos planos e metas eternas infinitas e tudo são sonhos

sequer planejamos frear as ilusões e acordar para a verdadeira vida.


Neste momento ainda vivo enclausurado

embora temendo o casulo deixar por consequência a morte

se nada construí enquanto fui que borboleta serei perante outra vida

edifiquei castelos de areia para repensar a insignificância de ter vivido, e só!



Santo Antônio de Jesus, 12 de setembro de 2021, às 14h27min