16 de Fevereiro de 2011
Por: Dr. Ítalo RachidDepois de dezoito anos de uma longa e bem-sucedida carreira e apontado de forma unânime como um dos maiores jogadores de todos os tempos, eis que o mundo esportivo recebe com comoção, embora sem surpresa, a notícia da aposentadoria de Ronaldo, o Fenômeno.
Aposentadoria precoce, diriam alguns, uma vez que, no futebol profissional de hoje, mesmo com as exigências físicas cada vez maiores, não é fato raro vermos jogadores com quase 40 anos de idade correndo lépidos e fagueiros, feito meninos em campo - caso de Rivaldo - outro consagrado jogador que acaba de retornar ao Brasil, incorporado ao São Paulo Futebol Clube.
Mas o passado de lesões do Fenômeno, agravado por oito cirurgias ao longo da carreira, quatro delas nos joelhos, apressaram a sua retirada dos campos de batalha.
O fato previsível e aguardado seria assimilado sem maiores consequências, não fora uma surpreendente declaração do jogador, quando, ao explicar os motivos de sua aposentadoria, alegou, além das dores crônicas e insuportáveis, a inegável e crônica obesidade.
Até aí, razões óbvias, aonde não caberiam maiores questionamentos.
O fato bizarro e que causa espécie a qualquer médico com conhecimento de fisiologia hormonal, é ter sido alegado um suposto hipotireoidismo como causa de base para o tal sobrepeso.
Hipotireoidismo?
Ora, façam-me cócegas!
Ora, façam-nos cócegas a todos os 1.256 médicos brasileiros do Grupo Longevidade Saudável, que trabalhamos com a modulação hormonal bioidêntica.
Para qualquer um dos médicos deste Grupo, basta lançar um breve e despretensioso olhar sobre o corpo de Ronaldo, para que seja percebida, de forma clara e sem nenhuma dificuldade, que os problemas de saúde daquele cidadão, vão muito, muito além de um hipotireoidismo não-compensado.
A primeira e boa pergunta a ser feita pelo leigo é: Se Ronaldo sofre de hipotireoidismo, e lhe sobram condições de consultar-se com os melhores médicos, por que o tratamento proposto não está funcionando e nem foi capaz de devolver-lhe a composição corporal do atleta de outrora?
E a resposta é, igualmente, simples.
Ronaldo, assim como milhares de pessoas que sofrem de hipotireoidismo, não respondeu e não responderá satisfatoriamente, porque o tratamento a que são submetidas as pessoas com este problema, consiste, na quase totalidade das vezes, em repor apenas o hormônio T4.
Ocorre que estudos produzidos no mundo inteiro nos últimos 15 anos envolvendo a análise da resposta clínica com T4, apontam para um fato muito grave: a maioria das pessoas que tratam esta doença apenas com T4, esse hormônio, depois de ingerido, é convertido pelo organismo humano em uma forma hormonal inativa, denominada de T3 reverso. E em sendo um hormônio inativo biologicamente, não haverá, consequentemente, resposta clínica. Os estudos apontam, de forma unânime, que a reposta clínica só ocorre de forma satisfatória quando ao tratamento com T4 é associado o hormônio T3, que além de ser o principal hormônio produzido na tireóide, é o único que consegue efetivamente penetrar dentro do núcleo das células humanas, e, na intimidade destas células, é capaz de exercer uma vasta gama de funções, como o controle do metabolismo basal, do gasto energético e da queima de gordura, mecanismos fisiológicos fundamentais para a correção da obesidade.
Não fora este um problema por si só já muito grave, Ronaldo está, a exemplo de milhões de pessoas, pagando um alto tributo pela sua longevidade.
Ocorre que o organismo humano, após os 25-30 anos, passa a ser susceptível a uma série de quedas hormonais, que vão muito além do hipotireoidismo.
Com base nos conhecimentos atuais, mesmo sem dispormos dos exames laboratoriais em mãos, é possível identificar em Ronaldo a existência de um conjunto de declínios hormonais, que se manifestam através de variados e insuspeitos sinais clínicos, e está, neste exato momento, acelerando de forma brutal o seu envelhecimento e tornando-o perigosamente susceptível e vulnerável a doenças e comorbidades importantes ao longo da sua vida, agora de um cidadão comum.
Ronaldo é portador de hipotireoidismo não compensado, condição clínica muito grave, que não só promove a obesidade crônica, como eleva de forma exponencial os riscos de infarto agudo do miocárdio.
Ronaldo pode ser portador de fadiga adrenal, condição que consiste na incapacidade da sua suprarrenal de produzir níveis fisiológicos de Cortisol, processo que aumenta dramaticamente a resistência à insulina e o armazenamento de gordura no corpo.
Pode sofrer de declínio na capacidade de produzir DHEA, um hormônio fundamental para a imunidade e para impedir a oxidação do colesterol, o que eleva a velocidade de formação das placas ateromatosas. Denominamos esta queda de Adrenopausa.
O Fenômeno pode ser portador de deficiência de Vitamina D, o que eleva os riscos de aumento da pressão arterial e contribui para acelerar a velocidade de formação das placas ateromatosas.
Provavelmente sofre de baixos níveis de Testosterona, condição que o impede de utilizar adequadamente a glicose como fonte primária de energia e aumenta o acúmulo de gordura no corpo, principalmente ao nível do abdômen, o que explicaria a sua prodigiosa barriga, decantada em verso e prosa nos sites de humor do mundo inteiro. A isto se chama Andropausa, a menopausa masculina.
E, para finalizar seu rosário de problemas hormonais, Ronaldo provavelmente sofre de Somatopausa, ou seja, sua hipófise é hoje incapaz de produzir níveis satisfatórios do hormônio do crescimento, substância simplesmente indispensável para a mobilização e queima de gordura, regeneração muscular, reparo, renovação e restauro celular.
Nosso querido Ronaldo, assim como milhares de outros atletas e cidadãos brasileiros que ultrapassaram a faixa dos 30 anos, pode ser vítima inconsciente da desinformação e dos múltiplos declínios hormonais, que, atacando o corpo humano de forma sinergística e sorrateira, se não corrigidos de forma adequada, promovem intenso catabolismo, violenta aceleração dos processos do envelhecimento e aumento do risco de doenças e comorbidades que são erroneamente associadas ao envelhecimento e denominadas “doenças próprias e inevitáveis da velhice”.
Como vemos, os problemas de Ronaldo provavelmente vão muito além da crônica obesidade ou do hipotireoidismo.
Ronaldo tem grandes chances de ser um múltiplo deficiente hormonal e estar, neste exato momento, exposto a sérios e desnecessários riscos à sua saúde, porquanto sua condição, se confirmada, não é irreversível nem tão pouco inevitável!
Nossos hormônios não caem porque nós envelhecemos.
Nós envelhecemos porque os nossos hormônios caem...
A modulação hormonal bioidêntica é uma opção terapêutica concreta e promissora, embasada em farta documentação científica e, se conduzida de forma correta, por médico devidamente capacitado, pode resultar em expressiva melhoria da qualidade de vida.
No Brasil, mais de cinquenta mil cidadãos são atualmente acompanhados pelos médicos do Grupo Longevidade Saudável e são testemunhas vivas dos seus múltiplos benefícios.
Ainda há tempo de devolver a Ronaldo a sua maior riqueza: a própria saúde e a chance de envelhecer com dignidade!
Alguém se candidata a transmitir-lhe este importante recado?
Dr. Ítalo Rachid Médico e Diretor Científico do Grupo Longevidade Saudável
Fonte:
http://longevidadesaudavel.com.br/