domingo, 24 de dezembro de 2017

Depressão, doença que acaba com sua vida!


Depressão uma doença que assusta milhares de pessoas.
Ela é silenciosa, misteriosa e chega de mansinho.
Altera nosso estado de ânimo.
  Nos deixa cabisbaixo e a cada dia vamos caindo mais neste buraco sem fim.
Seus sintomas são sombrios e  melancólicos.
Nada mais nos satisfaz na vida.
Tudo está ruim.
Perdemos nosso entusiamo encantamento pela vida.
Tudo se fecha ao nosso redor.
Nossa vida começa a desmoronar do dia para noite e quando nos damos conta já é tarde demais, tudo ao nosso redor perdeu seu brilho, sua vitalidade e nada mais nos satisfaz.
Nossa vida vira um verdadeiro filme de terror.
Queremos fugir das pessoas, dos compromissos, da vida e nos trancar no quarto e dormir  para sempre.
A vida começa perder seu verdadeiro sentido, nada mais serve. Olhamos para as pessoas que convivem conosco e as culpamos pelo nosso estado de dor, sofrimento, tristeza e solidão.
Nossa mente começa nos atormentar e achar culpas, medos, preocupações, mágoas, ressentimentos, revoltas,  dores passadas, presentes e futuras. Começamos a fantasiar um mundo totalmente diferente do real. 
A escuridão e a tristeza começam a tomar conta de nossa  vida.
Não encontramos  paz em lugar algum. 
O desespero consome nossa alma.
O Pânico começa aparecer.
As fobias começam a crescer.
Começamos a ter medo das pessoas , das coisas, dos animais, de nós mesmos, da vida e de tudo que circula ao nosso redor. Tudo nos atormenta. Nossa vida vira um verdadeiro mar agitado nos revoltamos contra Deus e o mundo.
Nossa jornada em luta contra esta doença começa.
 Tudo fica desesperador.
Buscamos auxílio e ajuda em todos os lugares e parece que nada adianta. Não vemos saída em lugar algum.
 Nossa vida não flue, tudo fica estagnado.
 O desespero e a angústia consome nossa alma.
Queremos morrer. Nada mais importa.
Chorramos dia e noite e só pensamos em fugir de nós mesmos. A dor nos consome por dentro e por fora.
Vemos em tudo problema e nos tornamos pessoas amargas e negativas. Parece que até o sol não brilha mais como  antes, as estrelas ficam mais pequenos e sem luz. Os dias parecem uma eternidade. A  noite que nunca chega  para dormirmos e nunca mais acordarmos, pois ali nos refugiamos. Mas infelizmente outro tormento se inicia, nossa mente começa a nos dominar de uma maneira que vira uma bola de neve a cada dia cresce mais e nos perdemos definitivamente de nós mesmos. Quando achamos que as coisas começariam a se encaminhar tudo ao nosso redor cai num abismo sem fim.
Ficamos assim por vários dias, meses ou anos conforme nosso grau de sofrimento.
Esta dor é tão forte.
 Nos atormenta tanto, que buscamos a morte como solução de tudo.
Mas não adianta buscar refúgio na morte, ela não trará paz e sim mais remorso e tormento em nossa alma.
Nossa mente começa a nos manipular e a criar milhões de impecílhos ao mesmo tempo, nos deixando com um peso enorme de consciência e culpa.
Passamos fugindo de nós mesmos um logo tempo até anos. Mas infelizmente não adiante é hora de assumir nossa responsabilidade por nós mesmos. Começamos a nos dar conta que não existem culpados pela nossa dor e sofrimento. Nós somos responsáveis pela nossa vida e por tudo o que  acontece ao nosso redor.
 Encarar isso não é tarefa fácil.
Quando você assumir realmente a responsabilidade pelos seus atos e aceitar que você atraiu tudo isso através de seus pensamentos e sentimentos e  vibrou isso para sua vida aí tudo ao seu redor começa a mudar.
 Quando você compreende que é responsável pelo o que de bom ou ruim acontece em sua vida  você só tem duas opções: ou muda o que pensa e sente ou fica no estado que está e continua no sofrimento e na dor arranjando culpados e se fazendo de vítima  esperando que alguém venha e assuma sua vida por você. Mas lembre-se passará a eternidade neste estado e ninguém assumirá o que é sua responsabilidade.


Darei continuidade no próximo artigo como tratar a depressão....

Existe um SER pensante e sem forma anatômica que criou o Universo

A Vida é Bela...

Santo Antônio de Jesus, 24 de dezembro de 2017, às 12h 43min.

Raimundo José Evangelista da Silva

As Pombas


  
As Pombas


Raimundo Correia
 


Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas, vão-se dos pombais, apenas
Raia, sanguínea e fresca, a madrugada...

E, à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais, de novo, elas serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações, onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais:

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles ao coração não voltam mais.

(Maranhão - 1860-1911)
 
 

 

"O PAÍS DO RIVOTRIL" - REVISTA ÉPOCA 23/02/2009

"O PAÍS DO RIVOTRIL" - REVISTA ÉPOCA 23/02/2009

"Uma droga barata, mas de tarja preta, contra a ansiedade vende mais do que os tradicionais Tylenol e Hipoglós. Alguma coisa estranha deve estar acontecendo quando um remédio contra a ansiedade tarja preta, vendido apenas com retenção de receita se torna o segundo medicamento mais consumido no Brasil. Esse remédio é o velho Rivotril,que tem 35 anos de mercado, mas nos últimos cinco escalou rapidamente o rankingdos mais vendidos até chegar ao segundo lugar. Em 2008, os brasileiros compraram nas farmácias 14 milhões de caixinhas do ansiolítico (o campeão de vendas é o anticoncepcional Microvlar, com 20 milhões de unidades). O Rivotril bate remédios de uso corriqueiro, segundo o IMS Health, instituto que audita aindústria farmacêutica.
Vende mais que a pomada contra assaduras Hipoglós, o analgésico Tylenol e outros produtos que os consumidores colocam na cestinha sem saber se algum dia vão usar. O sucesso espetacular do Rivotril no Brasil não ocorre com outros medicamentos da mesma categoria. A classe dos tranquilizantes é a sétima mais vendida no país vende menos que anticoncepcionais, analgésicos, antirreumáticos e outros tipos de remédio. A clara preferência pelo Rivotril é um fenômeno brasileiro, que não se repete em outros países. A escalada desse ansiolítico na lista dos mais vendidos sugere que a população em sofrimento psíquico pode ser maior do que se imagina.Transtornos de ansiedade e depressão são comuns nas grandes cidades,castigadas pela violência, pelo trânsito e pelo desemprego. Mas a pesquisa São Paulo Megacity, uma parceria do Hospital das Clínicas de São Paulo com a Organização Mundial da Saúde, revela que cerca de 40% dos moradores da região metropolitana sofre de algum tipo de transtorno psiquiátrico. É um porcentual que os próprios psiquiatras consideram assustador e que depõe frontalmente contra a imagem de nação feliz que os estrangeiros e nós mesmos, brasileiros, gostamos de cultuar. O segundo problema que leva à indicação excessiva do Rivotril é a precariedade do atendimento de saúde brasileiro, sobretudo de saúde mental. Há falta de psiquiatras no país. Consequentemente, as pessoas não recebem diagnóstico correto e não têm tratamento adequado de seus problemas. Quando o paciente chega ao consultório com enxaqueca, gastrite ou qualquer outra queixa que possa ter alguma relação com ansiedade, frequentemente ganha uma receitade Rivotril. Os médicos fazem isso porque o remédio é barato (a caixinha mais cara custa R$ 13), antigo e seguro, diz Luiz Alberto Hetem, vice-presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria. Mas ele pode mascarar quadros mais graves. O ansiolítico acalma e atenua a ansiedade, mas os problemas subjacentes não são diagnosticados. Grande parte das pessoas nem sequer sofre de ansiedade. A depressão é muito comum, afirma a psiquiatra Mônica Magadouro. Mas o atendimento é tão precário que nem se nota a diferença. O terceiro fator que contribui para a venda de Rivotril é o que o psicanalista Plínio Montagna chama de glamorização do ato de medicar-se. No passado havia preconceito contra os remédios psiquiátricos. Recentemente, houve uma guinada cultural e eles passaram a ser vistos como resposta a todos os problemas da existência. Os médicos (sobretudo os que não são psiquiatras) receitam remédios psiquiátricos com total desenvoltura. Da parte dos pacientes, também existe a expectativa de que isso aconteça.Todos têm pressa. Emoções normais e importantes para a mente, como tristeza ou ansiedade em situação de perigo, são eliminadas porque incomodam, diz Montagna, que é presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Questões existenciais são tratadas como sintomas médico-psiquiátricos, com a colaboração de uma avassaladora quantidade de dólares gastos em publicidade pela indústria farmacêutica. É frequente eu receber para tratamento pacientes com dosagens excessivas de medicação ou coquetéis de diversas substâncias, sem que os aspectos psicológicos tenham sido levados em consideração, afirma o psicanalista, que também é formado em psiquiatria. Por trás da precariedade do sistema de saúde e do modismo da medicação, existe a crescente incapacidade das pessoas e dos médicos em conviver com um dos sentimentos mais enraizados da psique humana, a ansiedade. Ela está lá desde os primórdios do homem, associada a temores e ameaças indefiníveis. Embora desagradável, é um dos motores da existência. Faz parte da nossa constituição evolutiva. Ela é um estado de alerta, um estímulo para produzir. O contrário da ansiedade é a apatia, diz o psicanalista Eduardo Boralli Rocha. Totalmente diferente dessa ansiedade benigna é a combinação explosiva de urgência, competição e sentimento de exclusão que caracteriza o nosso tempo. As pessoas sentem que em algum lugar está havendo uma festa para a qual elas não foram convidadas e têm de correr atrás, diz Boralli. Sigmund Freud, o criador da psicanálise, dizia que a ansiedade era o sintoma de algo que não estava bem resolvido interiormente. Ele diferenciava entre a ansiedade produzida por uma situação externa real e aquela imaginada ou brutalmente amplificada por nossos medos interiores. A primeira não deveria ser medicada, mas ela tornou-se tão presente, tão avassaladora, que é isso que tem sido feito, em larga escala. Um exemplo está na coleção de propagandas de ansiolíticos acumulada pelo professor Elisaldo Carlini, coordenador do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Universidade Federal de São Paulo. São folhetos promocionais que os laboratórios deixam nos consultórios médicos. Um deles mostra uma mulher com um largo sorriso depois de tomar um remédio que corrigiu a ansiedade gerada por três bilhetes recebidos ao mesmo tempo: um do marido, avisando que chegará tarde para o jantar; outro do filho, dizendo que vai trazer o time de basquete para o lanche; e o terceiro da empregada, avisando que faltou ao trabalho porque foi a um posto de saúde. Viver dá ansiedade, mas criou-se a cultura de que problemas cotidianos devem ser enfrentados com remédios, diz Carlini. As mulheres, principalmente, aprendem que precisam ser magrinhas e calminhas. Quando indicado segundo os melhores critérios, o Rivotril pode ser bastante útil no tratamento da ansiedade generalizada. O paciente vive angustiado, preocupado, nervoso. Dorme mal, não se concentra e se irrita por qualquer coisa. Sozinho, no entanto, o remédio não resolve o problema. O tratamento depende também do uso de outros recursos, como antidepressivos, psicoterapia e atividade física. O mesmo vale para o tratamento de outros transtornos, como síndrome do pânico, fobias e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Enquanto os antidepressivos demoram cerca de duas semanas para começar a agir, o Rivotril age rápido, assim como outros ansiolíticos (Lexotan, Valium, Frontaletc.). A função desses remédios é ser uma ponte temporária até o início da ação dos antidepressivos. Ou um apoio. A síndrome do pânico, por exemplo,é tratada com antidepressivos. Quando o paciente enfrenta situações que podem provocar recaídas, é comum que o médico recomende que tenha o Rivotril sempre à mão. Esses remédios, no entanto, não devem ser usados por muito tempo e sem rigoroso acompanhamento médico. Eles podem causar dependência. Há pessoas que desenvolvem dependência em cinco anos. Outras se viciam em menos de 30 dias. Podem ocorrer crises de abstinência com a interrupção da droga. Os sintomas mais comuns são insônia, irritabilidade excessiva e tremores. Não há dose segura contra o vício. Rivotril não deve ser remédio de uso contínuo. Deve ser reservado para as crises agudas e usado por no máximo seis semanas, diz o psiquiatra Joel Rennó Jr., coordenador do Projeto de Saúde Mental da Mulher doHospital das Clínicas, em São Paulo. Na prática, muitos pacientes recebem a receita de Rivotril e passam meses sem ser vistos por um médico. Quando voltam a consultar um profissional de qualquer especialidade, dizem que o anterior receitou o remédio e se sentiram bem. Acabam saindo do consultório com uma nova receita. A professora gaúcha Carmen Paula Pinto, de 40 anos, toma Rivotril há cinco,como parte do tratamento de transtorno bipolar. Reclama de efeitos colaterais como sonolência e boca seca. Mas o que mais a incomoda é o enfraquecimento da memória. Quando leio um livro, muitas vezes tenho de voltar à mesma frase, ao mesmo parágrafo. Uma vez até cheguei a esquecer o que havia almoçado, diz. Há três anos, decidiu parar de tomar o remédio por conta própria. Sentiu sintomas de abstinência, como tontura e falta de equilíbrio. Depois de alguns meses, decidiu voltar ao remédio. Estou conformada em ter de depender doremédio por um bom tempo ou até para sempre. Carmen é acompanhada por um psiquiatra e compra o remédio de acordo com a orientação dele. Uma parcela dos consumidores chega ao remédio por meio deoutros expedientes. Muita gente consegue adquirir ansiolítico pela internet ou compra receitas em consultórios de quinta categoria, afirma Rennó Jr. Em uma das pesquisas coordenadas por Elisaldo Carlini, do Cebrid, descobriu-se que um único médico fez mais de 7 mil prescrições de ansiolítico por ano. Houve casos também de falsificação dos receituários. As receitas que ficavam retidas nas farmácias continham o mesmo número de série ou o CRM de médicos mortos ou inexistentes. Formas ilícitas de acesso ao remédio alimentam o uso recreativo de Rivotril. Ele virou um clássico nas baladas entre jovens que o misturam com ecstasy ou álcool. Há várias comunidades no site de relacionamento Orkut criadas por usuários dessa combinação. O Rivotril potencializa a função do álcool. Em doses excessivas, a mistura pode levar ao coma. Há outro tipo de uso, associado ao ecstasy e à cocaína, drogas que deixam as pessoas ansiosas. Elas tomam Rivotril para tentar neutralizar esse efeito. Segundo os especialistas, não adianta. Por trás do crescimento das vendas do Rivotril há uma história de marketing que merece ser contada. Até 1999, o remédio era promovido entre os médicos apenas como um anticonvulsivante. Era um mercado restrito. Nos últimos anos, surgiram estudos que comprovaram que ele funcionava contra a ansiedade. O fabricante passou a divulgar essa aplicação entre psiquiatras, cardiologistas, neurologistas, geriatras etc. O sucesso do Rivotril é decorrência do aumentodos casos de transtornos psiquiátricos e do perfil único do nosso produto: ele é seguro, eficaz e muito barato, diz Carlos Simões, gerente da área de produtos de neurociência e dermatologia da Roche. E o baixo preço protege o produto. O Rivotril é 600% mais barato que o seu principal concorrente, oFrontal, da Pfizer. Outra característica ajuda a explicar por que ele vende tanto. É o único de sua categoria disponível também na apresentação sublingual gotas que agem rápido se colocadas embaixo da língua. Na casa da aposentada Ecleide Moreira Rodrigues, de 60 anos, não pode faltar Rivotril. Ele é usado com duas finalidades distintas: o filho de Ecleide sofre de epilepsia e não fica sem o remédio. Há um ano, ela também virou adepta do medicamento. Não consegue dormir sem ele. Descobriu que a causa da insônia eraestresse e depressão. Chegou a fazer psicoterapia e percebeu que passou a dormir melhor. Mas parou antes de receber alta. Por relaxo, diz ela. Em casos como o de Ecleide, a psicoterapia pode dar ótimos resultados. Mas não costuma ser um percurso fácil. Para vencer a ansiedade não basta recorrer a umas gotinhas de Rivotril a cada crise. É preciso reorganizar a vida.
- Os riscos da tranquilidade em comprimidos:
Os efeitos dos ansiolíticos mais vendidos, conhecidos como benzodiazepínicos:
O QUE ELES FAZEM: Inibem algumas funções do sistema nervoso, causando relaxamento muscular,sonolência e diminuição da ansiedade.
PARA QUE SERVEM: Estimulam a ação de um ácido (conhecido como gaba) no cérebro. Ele inibe aativação de áreas relacionadas ao medo e à ansiedade.
QUANDO DEVEM SER USADOS: Com outros remédios, são indicados para tratar vários transtornos mentais. Não são recomendados para aplacar tensões do cotidiano.
QUAIS SÃO OS EFEITOS COLATERAIS: Sonolência excessiva e diminuição da coordenação motora. Podem ocorrer dificuldades no processo da aprendizagem e da memorização.
CAUSAM DEPENDÊNCIA? Sim. Algumas pessoas desenvolvem dependência em cinco anos. Outras se viciamem menos de 30 dias. Podem ocorrer crises de abstinência.
COMO EVITAR A DEPENDÊNCIA? Não há dose segura contra o vício. Quanto menor a dose, menor aprobabilidade de o paciente desenvolver."

Fonte: REVISTA ÉPOCA 23/02/2009

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Direitos das pessoas com síndrome de Down, conheça-os



Há algumas semanas, o blog Direito de Todos foi convidado pelo Projeto VIP – ser Down é tão normal como você – a escrever sobre os direitos das pessoas com síndrome de Down. É com enorme felicidade que passamos a discorrer sobre o tema com o objetivo de esclarecer algumas dúvidas acerca do tema.
Primeiramente, importante destacar que o art. 1º, III, da Constituição Federal (CF) consagra o princípio da dignidade da pessoa humana, o qual é importantíssimo para todos os brasileiros, inclusive as pessoas com síndrome de Down, pois é com base nele que vários dispositivos legais foram criados.
Ainda entre os princípios fundamentais listados pela CF, podemos observar o art. 3º, IV, também de suma importância para a construção dos direitos das pessoas com síndrome de Down: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: […] IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.
Passando para a legislação infraconstitucional, pode ser citada como uma das principais leis protetoras dos direitos das pessoas com síndrome de Down (ou de qualquer tipo de deficiência), a Lei nº 7.853/89, a qual, entre outros direitos, assegura: a inclusão de qualquer portador de deficiência no sistema educacional; a oferta obrigatória e gratuita, da Educação Especial em estabelecimento público de ensino; entre outros.
No que se refere à saúde, a mesma lei assegura a promoção de ações preventivas; a garantia de atendimento domiciliar de saúde ao deficiente grave não internado; etc. Na área de formação profissional e do trabalho, a promoção de ações eficazes que propiciem a inserção, nos setores públicos e privado, de pessoas portadoras de deficiência.
A mesma lei criminaliza alguns atos de desrespeito aos direitos das pessoas com síndrome de Down. Podemos citar como exemplo o art. 8º, I: “Art. 8. Constitui crime punível com reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa: I – recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, por motivos derivados da deficiência que porta”.
A Lei nº 7.853/89 é longa, por isso recomendamos a sua leitura integral clicando aqui.
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não fica para trás, assegurando à criança e ao adolescente portador de qualquer deficiência, atendimento especializado na área de saúde (art. 11, § 1º) e atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência (art. 54).
Existem também outras leis que asseguram Políticas Públicas voltadas aos portadores de deficiência. Podem ser citadas entre elas as seguintes normas: Decreto nº 3.298/99Decreto nº 3.956/2001Decreto 6.949/2009Lei 11.958/2009 e Decreto 6.980/2009. Você pode ver cada uma delas clicando no respectivo link.
Já vimos aqui no blog Direito de Todos a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que concede o Benefício de Prestação Continuada (BPC) ao idoso e ao deficiente de baixa renda. Entenda melhor sobre a LOAS clicando aqui. Caso a pessoa com síndrome de Down cumpra os requisitos para a obtenção do benefício, este será mais um dos direitos das pessoas com síndrome de Down.
A pessoa com síndrome de Down que fizer parte de família de baixa renda tem direito ao Passe Livre para o transporte interestadual, conforme determina a Lei 8.899/94, ou seja, não precisa pagar passagem em viagens interestaduais.
Também é um dos direitos da pessoa com síndrome de Down, a isenção de IPI/IOF/ICMS na compra de carro. Para o IPI, o automóvel deve ser de fabricação nacional, classificado na posição 87.03 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi). O direito pode ser exercido uma vez a cada dois anos. A isenção do IOF é válida na compra de carros de potência bruta de até 127 HP e fabricação nacional; a isenção do IOF pode ser utilizada apenas uma vez e depende de habilitação do requerente para guiar veículo com adaptações especiais. A isenção do ICMS poderá ser utilizada apenas se o automóvel tiver valor sugerido de até R$ 70.000,00 (setenta mil reais).
No que se refere à proteção do trabalho da pessoa com síndrome de Down, a Lei 8.213/91, por meio de seu art. 93, obriga as empresas com cem ou mais empregados a preencherem parte de seu quadro de funcionários com pessoas com deficiência, da seguinte forma: de 100 a 200 empregados (2%); de 201 a 500 empregados (3%); de 501 a 1.000 empregados (4%); e de 1.000 em diante (5%).
Após este apanhando geral sobre grande parte da legislação nacional a respeito dos direitos das pessoas com síndrome de Down, podemos observar que já existem diversos dispositivos que visam proteger e incluir na sociedade estes seres humanos tão especiais.
Caso você conheça alguém que esteja tendo os seus direitos desrespeitados, procure um advogado, a Defensoria Pública ou o Ministério Público de sua cidade para que estes operadores do Direito lhe ajudem a colocar em prática os direitos das pessoas com síndrome de Down, afinal, como diz o Projeto VIP – ser Down é tão normal como você.
Conheça melhor o Projeto VIP – ser Down é tão normal como você – acessando a sua página no facebook:

sábado, 16 de dezembro de 2017

O Jardim da Praça dos Tupinambás

O Jardim da Praça Padre Mateus

O Jardim da Praça Padre Mateus



(evangelista da silva)




Era um jardim de arquitetura francesa e cheio de flores...
Tinha um arco apoteótico a receber os românticos ...
Os Tupinambás remanescentes e os mestiçados em paixão...
Assim todos a ele acorriam para respirar àquela praça...

E lá, na antiga praça onde um barracão em lama fétida...
Recebia o seu povo para comprar alimentos contaminados
Em meio a uma podridão factual e administrativa dos anos 60...
Não era um jardim... era um barracão lambido de merda...

Hoje, acordo com saudade a recordar-me de uma noite...
Fazia-se madrugada e lá estava eu e Ery músico trompetista.
Naquela noite fazíamos uma seresta ao som Haydiniano
Casado com um romantismo sem igual em noite de seresta...

Ery, embora desarrumada a mente... se nos convencia a gente
A se lhe declinar à alma e vislumbrar o som inquietante do seu
Amável Trumpet que fizera Kito – o violonista clássico inquieto...
Lá do sobrado de sua casa vir a contemplar a musicalidade do

Imortal poeta da música esquecido em mais uma madrugada
No jardim da praça dos Paiaiás... Era noite bela, e azul, e iluminada...
A lua boiava por todo o jardim ontem esplêndido e hoje morto...
Desfeito e projetado para uma espécie de Cracolândia da Praça...

Da Praça do Padre Mateus Vieira de Azevedo tortuosa e nua...
Assim fizeram do nosso jardim dos amores e encontros, - terrores...
Ao modificarem a sua arquitetura e edificando barracas de cachaça...
Hoje, todas às vezes que passo na praça, recordo-me aquele jardim.

A planta poeticamente em versos traçada por um arquiteto francês...
Aqui fora presenteada pelo eminente filho desta amada terra, -
Dr. Gorgônio José de Araújo Neto que, por certo, é capaz de ao recordar...
Tremer e chorar ao presenciar o crime praticado por um tal prefeito.

Dentre os vários crimes perpetrados pelo forasteirismo animal...
A destruição do nosso patrimônio de beleza sem igual se foi...
Restando a estupidez e aberração de uma obra cuspida com lama...
Para satisfazer a cupidez do forasteirismo cruel, covarde e antipoético...

Santo Antônio de Jesus, 10 de setembro de 2015, às 2h 42min.