Saúde Mental no Brasil: confira dados alarmantes
Nos últimos anos, as doenças mentais tiveram um aumento considerável. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo. Mesmo assim, parte dessas pessoas não possuem assistência médica adequada.
A depressão é o mal do século XXI. A ansiedade afeta 18,6 milhões de brasileiros. Os transtornos mentais são responsáveis por mais de um terço do número total de incapacidades nas Américas. Então, como viver de forma plena e equilibrada diante uma realidade tão alarmante?
Continue a leitura e confira aspectos importantes sobre esse campo da saúde, marcado por tantos avanços e retrocessos.
Questionário sobre a saúde mental
O questionário usado para distinguir a depressão, ansiedade e o estresse é o DASS- 21, desenvolvido pelo PhD Peter Lovibond.
A avaliação permite medir a gravidade dos sintomas do paciente, mas também um modo de acompanhar e medir a resposta do paciente ao tratamento psicológico. Seu objetivo é mensurar a intensidade das sensações e comportamentos dos transtornos mentais experimentados nos últimos 7 dias
Jovens e saúde mental
Como se sabe, a adolescência é um período de muitas mudanças. Hábitos sociais e mentais desenvolvidos são importantes para o bem estar social.
Diante tantas mudanças, estudos apontam que entre 10 e 19 anos existe uma prevalência maior de transtornos mentais, sendo o principal fator agravante as incertezas dessa fase da vida.
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, as condições de saúde mental são responsáveis por 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas com idade entre 10 e 19 anos. Os dados também apontam que metade de todas as doenças mentais começa aos 14 anos, mas a maioria dos casos não é detectada nem tratada. Entre os transtornos, a depressão se destaca como uma das principais causas de doença e incapacidade entre adolescentes.
Ao longo da vida, uma em cada dez pessoas precisará de cuidados de saúde mental. Se os momentos de estresse e apreensão não forem reconhecidos e gerenciados, esses sentimentos podem levar à doença mental.
Infelizmente, a maioria não é diagnosticada e muito menos tratada. Consequentemente, o suicídio torna-se a terceira causa de morte entre os adolescentes.
Promoção e prevenção dos transtornos
As consequências da não abordagem dessas condições em saúde mental é a cronificação até a fase adulta, prejudicando a saúde física e mental, além de provocar limitações sociais.
Pensando nisso, a promoção e prevenção dos transtornos são fundamentais para ajudar os adolescentes nessa fase. A prevenção começa com o conhecimento e compreensão dos primeiros sinais e sintomas de alerta da doença mental.
Alguns hábitos simples e eficazes são:
- Adoção de padrões de sono saudáveis;
- Exercícios físico regulares;
- Desenvolvimento de estratégias de enfrentamento e resolução de problemas;
- Medidas para lidar com as emoções;
- Apoio da família, escola e comunidade.
Portanto, a promoção do bem estar tem o intuito de construir a resiliência nesse grupo de pessoas para lidar com as situações difíceis e adversidades da vida.
Atividades de promoção e prevenção
Além das medidas individuais, é preciso olhar para a saúde mental como saúde pública. A visão estrutural da promoção e prevenção dos transtornos envolve:
- Intervenções psicológicas individuais online, para ampliar o acesso à ajuda específica;
- Intervenções focadas na família, como treinamento do cuidador;
- Intervenções nas escolas, como ensino sobre saúde mental e habilidades para a vida. Treinamento pessoal para a detecção e manejo básico do risco de suicídio e programas escolares de prevenção para adolescentes vulneráveis à condições de saúde mental;
- Programas para prevenir e administrar os efeitos da violência sexual em adolescentes;
- Programas multissetoriais de prevenção ao suicídio.
Saúde mental nas áreas afetadas por conflitos
A saúde mental está diretamente ligada aos aspectos sociais e culturais. Em 2016, o número de conflitos armados foi o maior de todos os tempos: 53 conflitos em 37 países. Levando isso em consideração, 12% da população mundial estavam vivendo nessa área no momento das violências.
Uma em cada cinco pessoas que vivem em áreas afetadas pelas guerras, tem depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno bipolar ou esquizofrenia.
Por isso, a OMS fornece apoio a essas pessoas auxiliando na coordenação e avaliando as necessidades de atenção em saúde mental das populações afetadas.
No entanto, a construção e reestruturação de uma boa saúde mental nesses casos é um projeto a longo prazo, sendo importante o acompanhamento integral a essa população.
Saúde mental entre pessoas em situação de rua
Como se sabe, a realidade de muitas pessoas em situação de rua configura-se em um drama social. Eles sofrem com as discriminações, falta de privacidade, carências na educação e saúde, violências, além de possuírem fragilidade dos vínculos sociais.
No Brasil, a cidade que possui maior concentração de população em situação de rua é São Paulo. Em 2015, estima-se que 15.905 pessoas estavam vivendo em situação de rua. Desse número, 7.335 estavam sem abrigo.
Em virtude dessas condições de vida e em busca de fugir da situação em que se encontra, o transtorno mais comum nessa população está associado a dependência de álcool (8% – 58%) e outras drogas (5% – 54%).
Para melhorar o acesso à saúde da população em situação de rua, foi criado o Consultório na Rua. Essas ações são realizadas por equipes da atenção básica em determinadas datas para atuarem no cuidado integral dos pacientes.
Saúde mental na saúde pública
A criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) foi um
importante passo da reforma psiquiátrica no Brasil, que aconteceu em
2001. Os CAPs substituíram o antigo modelo hospitalocêntrico e
manicomial e seguem os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) de
universalidade, equidade e integralidade.
O papel dos CAPs é o de
oferecer assistência, cuidados e tratamentos para a saúde mental da
população brasileira. Além do atendimento às pessoas com transtornos
mentais como depressão, ansiedade, esquizofrenia e outros, os CAPs
também têm um grande foco aos dependentes de substâncias psicoativas,
principalmente o crack, que é uma preocupante realidade entre a
população vulnerável no Brasil.
Depressão e ansiedade
A prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil é de 15,5%. A fase da vida mais acometida por esse transtorno é a terceira década, podendo acometer qualquer idade, sendo mais comum em mulheres.
Ainda sobre os principais transtornos mentais, a ansiedade está presente em 9,3% da população geral.
Certamente, os transtornos de ansiedade possuem sintomas muito mais intensos do que a ansiedade cotidiana. Os principais sintomas são:
- Preocupações, tensões ou medos exagerados e muitas vezes incapacitantes;
- Sensação contínua de que algo muito ruim vai acontecer;
- Preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho.
Saúde mental durante a pandemia do coronavírus
A pandemia da Covid-19 transformou 2020 em um ano crítico. A
necessidade de se isolar socialmente e a colateral recessão econômica em
nível mundial foram um verdadeiro teste para a saúde mental.
Ainda
no mesmo ano, sem mesmo a pandemia ter chegado ao fim, já estão
disponíveis alguns índices que mapeiam o preocupante quadro da saúde
mental dos brasileiros no contexto pandêmico.
O Google forneceu dados ao jornal O Estado de São Paulo
que mostram que houve um pico histórico nas pesquisas sobre transtornos
mentais: as buscas sobre o tema tiveram uma alta de 98% ante a média
dos dez últimos anos.
Entre as perguntas mais pesquisadas está
”como lidar com a ansiedade”. Em junho, a pergunta ”o que é felicidade”
teve o maior volume de buscas dos últimos oito anos.
Papel de cada um de nós na prevenção
Em 2019, a OMS e a Federação Mundial para a Saúde Mental, criaram atividades para convidar cada um de nós a mostrar empatia ao próximo.
Com isso, foi possível aumentar o acesso à prevenção e promoção da saúde mental. O projeto foi chamado de “ 40 segundos de ação”.
Em 40 segundos cada colaborador deveria:
- Conversar com alguém em quem confie sobre o que está sentindo;
- Perguntar como está algum conhecido que perdeu um ente querido por suicídio;
- Transmitir uma mensagem sobre problemas de saúde mental ou prevenção do suicídio;
- Formular uma mensagem positiva sobre como lidar com sofrimento mental;
- Gravar um áudio ou um vídeo para as pessoas, auxiliando na prevenção do suicídio;
- Divulgar para o grande público (mídia social, televisão, rádio), histórias e mensagens sobre saúde mental;
- Divulgar as políticas públicas para promoção da saúde mental e prevenção do suicídio.
Importância da saúde mental
Com esse artigo é possível perceber como a saúde mental é essencial para o bem estar de um indivíduo.
Determinante para a estabilidade física, a saúde mental está relacionada à qualidade da interação individual e coletiva. Então, buscar alternativas que possibilitem a harmonia nessas relações é uma necessidade urgente.
Procure ajuda o quanto antes e conheça as soluções que possibilitam a promoção da saúde mental e física, assim como a recuperação do bem-estar e da qualidade vida.
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