quarta-feira, 21 de junho de 2017

Reflexões sobre a Colonialidade Epistêmica e o Sexismo Acadêmico Presentes nas Universidades Brasileiras nos Cursos de Direito

Reflexões sobre a Colonialidade Epistêmica e o Sexismo Acadêmico Presentes nas Universidades Brasileiras nos Cursos de Direito

– Por Maria Lúcia Barbosa

Por Maria Lúcia Barbosa – 20/06/2017
Universidades são centros de produção e reprodução de saberes científicos, espaços destinados à critica e autocrítica constantes. Surgem com a missão de promover o desenvolvimento das pessoas e construir conhecimentos e competências que contribuam para a sociedade, por meio do tripé do ensino, da pesquisa e da extensão universitárias.
No Brasil, as universidades surgem para garantir a formação dos filhos da elite colonial, que antes deveriam se deslocar para a Europa. Em geral, migravam para Coimbra para cursar direito. O ensino jurídico possuía um caráter aristocrático, masculino, branco e comprometido com a colonialidade.
Em 1808, com fuga da família real portuguesa para o Brasil, foram criadas escolas médicas na Bahia e no Rio de Janeiro. Todavia, a universidade brasileira não nasce com a perspectiva de descolonizar o conhecimento através da construção um pensamento científico nacional voltado para a resolução dos nossos problemas. Pelo contrário, tinha o objetivo de formar a elite branca e masculina para perpetuar-se ocupando os espaços de poder políticos e econômicos. A universidade representava uma estrutura pensada para a manutenção do status quo.
A constituição das universidades se deu em um contexto de comprometimento com a colonialidade. A colonialidade do saber “[…] no sólo estableció el eurocentrismo como perspectiva única de conocimiento, sino que al mismo tiempo descartó por completo la producción intelectual indígena y afro como ‘conocimiento’ y, consecuentemente, su capacidad intelectual.” (WALSH, 2007).
A invasão europeia no continente Americano, pelo fenômeno que tradicionalmente se denominou “colonização”, representou a exclusão social de sujeitos históricos ainda hoje oprimidos como: mulheres, negros e indígenas. Esses mesmos sujeitos até hoje são minorias no corpo docente e na administração universitária das instituições destinadas à produção de saberes científicos, já que as universidades continuam reproduzindo essa lógica colonial no meio acadêmico e universitário.
Os “descartes” dos conhecimentos indígenas, afrodescendentes e femininos representam as dimensões da colonialidade do poder, do saber, de gênero que se relacionam e correspondem às discriminações transversais. Os conhecimentos/saberes negligenciados são correspondentes aos sujeitos marginalizados e invisibilizados pelos elementos de suas culturas, gênero e da sua cosmologia e relação com o meio.
As universidades se constituíram no espaço de poder colonial e os conhecimentos por elas produzidos constituem justificação das supostas superioridade e racionalidade eurocêntricas. Deste ponto de vista, o direito e as demais ciências sociais não efetuaram uma ruptura epistemológica com o pensamento colonial. “A colonialidade do poder e a colonialidade do saber se localizadas numa mesma matriz genética” (CASTRO-GÓMEZ; 2005).
As faculdades de direito igualmente reproduzem uma perspectiva colonial de formação jurídica e mantêm os padrões de privilégios nos espaços acadêmicos o que se revela na composição do seu corpo docente de maioria branca e masculina; na forma de produção do conhecimento, reproduzindo sempre os mesmos marcos eurocêntricos, sem a preocupação de introduzir autores e autoras que reflitam a nossa realidade étnica, social e de gênero; nas bancas de mestrado e doutorado, que igualmente estão repletas de homens brancos, e nos eventos acadêmicos de direito. O curso do direito ainda é conservador, elitista e formado, primordialmente, por homens bancos. Mesmo dentro da teoria crítica e nas instituições mais progressistas há uma reprodução dessas estruturas de que somente há um locus de quem pode falar (e ser ouvido) e pessoas que devem ouvir. A colonialidade do poder e do saber determinam os sujeitos que devem “ensinar” e quem deve e o que devem aprender
Na América do Sul e no Caribe, sabemos, os privilégios do homem branco são fundamentados na história e nas memórias de pessoas de ascendência européia que levaram com eles o peso de certas formas de gestão política, econômica e de educação. Esse privilégio, se não estiver acabado, está sendo revelado. O caminho para o futuro é e continuará a ser, a linha epistêmica, ou seja, a oferta do pensamento descolonial como a opção dada pelas comunidades que foram privadas de suas “almas” e que revelam ao seu modo de pensar e de saber. (MIGNOLO; 2008)
O ambiente acadêmico das faculdades de direito, em geral, é muito hostil às mulheres, negros e indígenas que ainda hoje são injustamente excluídas dos espaços de gestão e administração universitárias. Esse deficit de representatividade feminina, negra e indígena demonstra o caráter transversal da discriminação no espaço acadêmico.
Em 1940, segundo dados do IBGE, apenas 34% das mulheres do Brasil sabiam ler e escrever. Alfabetizar-se e ingressar na universidade era tarefa para poucas mulheres brancas. A advogada Esther de Figueiredo Ferraz foi a primeira professora da Universidade de São Paulo, ocupando o cargo na década de 1950. Na faculdade de Direito do Recife, Maria Bernadete Neves Pedrosa foi a primeira mulher a ser admitida em 1965, embora o curso de direito já existisse desde 11 de agosto de 1827.
Nas universidades federais, o processo de inclusão de mulheres no quadro de docência e a administração são lentos. A universidade Federal do Maranhão (UFMA), criada em 1966, teve sua primeira mulher reitora apenas em 2015, com a posse da enfermeira Nair Portela Silva Coutinho. Nilma Lino, foi a primeira reitora mulher negra da Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab), no Ceará, apenas em 2013. A Universidade Federal de Pernambuco nos seus 70 anos não teve nenhuma mulher no cargo de reitora e a Faculdade de Direito do Recife teve uma diretora apenas na sua história de 190 anos, a professora Luciana Grassano, em 2005.
Reitores de universidades, chefes de departamentos e coordenadores de linhas de pesquisa ainda são, em sua maioria, homens. Alguns dados são sintomáticos em termos de divisão de papéis nos espaços universitários e acadêmicos. As mulheres correspondem a aproximadamente 60% dos estudantes universitários brasileiros[1], entre os mestres, são 53,57%; entre os doutores, são 51,25%, de acordo com dados obtidos no período de 1996 a 2014[2]. O censo de 2010 demonstra que foram cadastrados na base de dados do CNPQ cerca de 128,6 mil pesquisadores, dos quais a metade são mulheres[3]. Já as pesquisadoras 1A do CNPq são cerca de 23%.
O Conselho deliberativo do CNPQ, cujas competências são: formular propostas para o desenvolvimento científico e tecnológico do País; apreciar a programação orçamentária e definir critérios orientadores das ações da entidade; aprovar as normas de funcionamento dos colegiados, a composição dos comitês de assessoramento e o relatório anual de atividades, tem como membros natos quatro homens e uma mulher. Dos treze membros designados apenas três são mulheres[4]. Algo revelador sobre os espaços que a mulher ocupa na administração do ensino superior.
Algo que deve nos inquietar é o fato de as mulheres brancas dominarem os espaços da educação infantil[5], são 97% da força de trabalho na educação infantil e 81,5% no magistério da Educação Básica, e serem minoria docente no ambiente das pós-graduações em direito, da administração universitária e do ensino jurídico superior. É importante registrar ainda a discriminação transversal que cria obstáculos ao acesso de negras e indígenas ao magistério infantil. Qual a dinâmica que impede as mulheres de ascender na vida acadêmica? Falta de ambição ou expectativas? Divisão social do trabalho? Filhos? ou a concentração dos espaços de poder na mão dos homens brancos de maneira naturalizada?.
Isso evidencia que ainda não superamos a colonialidade pautada no padrão de ocupação dos espaços de poder pelo homem branco, sem que haja igualdade de oportunidades no exercício de funções entre homens e mulheres sejam elas negras, brancas ou indígenas. Se as mulheres são a maioria no ensino infantil, porque não ocupam os cargos de professoras universitárias? Seriam elas menos capazes que os homens de passar em concursos de magistério superior? E por que elas passam predominantemente nos concursos de magistério infantil? Porque o magistério infantil cabe à mulher que tem o “natural” instinto materno, mas “fazer ciência” parece não ser o espaço que deva ser ocupado pelas mulheres, nem pelos negros (as), nem pelos (as) indígenas.
O processo de feminização do magistério infantil no Brasil é apontado a partir do fenômeno de desvalorização da carreira docente, de modo que tal compreensão demonstra uma constante desvalorização e desmotivação com a carreira. Outro dado relevante é que o magistério infantil é pior remunerado que o magistério superior, de modo que podemos afirmar que cabe às mulheres as piores remunerações do magistério.
É isso que os estudiosos de gênero chamam de “teto de vidro”, que corresponde a um bloqueio invisível que as mulheres não conseguem quebrar para chegar ao topo das carreiras laborais. As mulheres que estão na base do magistério desaparecem ao longo da carreira e somem quase que completamente dos cargos que definem políticas públicas para o magistério e a ciência, já que não ocupam cargos de ministras da educação ou da ciência e tecnologia. Esse não é um fenômeno natural, embora seja naturalizado.
A literatura utilizada nos cursos de direito é igualmente masculina, branca e eurocêntrica. Autores como Kelsen, Luhmman, Habermas, Marx, Burdeau, Foucalt, Schmitt, Bobbio, dentre tantos outros são de leitura obrigatória e quase não se vê indicações de leituras femininas. Autoras como: Rosa de Luxemburdo, Hannah Arendt, Simone de Beauvoir, Angela Davis, Catherine Wash, Lélia Gonzalez, Rita Segato, Sueli Carneiro, dentre tantas outras são pouco referenciadas. Os filósofos do direito, os civilistas e os constitucionalistas brasileiros são em sua maioria homens e a bibliografia utilizada nas faculdades de direito é majoritariamente masculina. Às mulheres cabem escrever sobre temas mais sensíveis como direitos humanos e criminologia.
Não raro, os exemplos dados em sala de aula nas disciplinas do curso de direito são discriminatórias e colocam mulheres, negros e indígenas em condição de inferioridade. Tive um professor na Faculdade de Direito do Recife que dizia que “mulheres são seres de cabelos longos e ideias curtas”. Temas como racismo e genocídio indígena são negligenciados. Alguns professores não têm o menor constrangimento de se posicionarem contrários à politica de cotas por motivações preconceituosas, constrangendo alunos beneficiados por essa ação afirmativa.
Nos eventos acadêmicos de direito, nos congressos, nas bancas de mestrado e doutorado, os homens brancos também são maioria, basta um simples olhar às convocatórias de todos esses eventos. A Academia Brasileira de Direito Constitucional[6] chegou a promover o XII Simpósio Nacional de Direito Constitucional e anunciou a sua programação, de três longos dias, sem a participação de mulheres, nem negros, nem indígenas. As mulheres (brancas) são minoria em todos os espaços deliberativos da instituição, tanto dentre os membros fundadores, como honorários ou catedráticos.
Isso não significa que não existam outros indivíduos além do homem branco produzindo e publicando no direito, significa que esses sujeitos têm menos visibilidade e são menos convidados a participarem de eventos acadêmicos.
Se os homens brancos representam a maioria nas universidades e ocupam cargos de direção, administração e chefias de departamentos igualmente compõem as bancas de concursos e seleções para ingresso nas universidades públicas e privadas e, em geral, tendem, mesmo que inconscientemente, selecionar os sujeitos com os quais se identificam, de modo que o privilégio masculino branco também se estende aos concursos e provas de ingresso no magistério superior. É urgente discutir o privilégio masculino branco porque ele é a barreira invisível, o “teto de vidro”, sem nenhuma forma de controle, com o qual as mulheres, negros e indígenas se deparam sempre que buscam trabalho nas instituições de ensino públicas e privadas. Por tal razão é sintomático que hajam menos mulheres, negros e indígenas ocupando esses cargos e empregos.
A contradição reside no fato de que não dá para democratizar o ensino superior e enfrentar o problema da exclusão e da colonialidade do saber apenas na teoria. A construção de espaços democráticos depende sobretudo da existência de diferentes saberes, diferentes olhares e, sobretudo, diferentes visões da realidade. A exclusão de mulheres, negros e indígenas sendo uma realidade constante no ambiente universitário e acadêmico no curso de direito inviabiliza a superação de desigualdades históricas e perpetua a colonialidade do poder e o sexismo acadêmico.
O obstáculo ainda pouco enfrentado de acesso das mulheres, negros e indígenas ao ambiente acadêmico e à administração universitária necessita ser tratado do ponto de vista da diagnose do problema e do enfrentamento sério dos obstáculos que impedem esses sujeitos de fazerem parte da construção dos debates e do conhecimento acadêmico. O que se esconde por trás desse fenômeno é uma relação de dominação, na qual os homens brancos continuam monopolizando os espaços de poder e impondo suas visões de mundo, suas temáticas de estudo e seus mesmos referenciais acadêmicos que são um espelho de si mesmos.
De esto se deriva, por ejemplo, el hecho de que los primeros, que piensan desde universidades, son productores o atravesadores-distribuidores de los modelos teóricos que adoptamos y constructores-dueños del gran compendio de conocimiento sobre el mundo. Debido a que la imaginación interviene inevitablemente en los procesos del pensar, y porque las ideas son, efectivamente, «percibidas», el sujeto del saber, del conocimiento, de la autoridad científica, no deja de presentarse incorporado, y lo hace con una figura plasmada por la estructura de la subjetividad colonizada: la del hombre blanco, europeoen aspecto. Esta imagen insospechadamente racializada, por ser la de un sujeto blanco, del sujetodestinado a «saber», tiene un carácter muy próximoa la creencia, y toda creencia lo es por su capacidadde validar comportamientos sin pasar por verificación. (SEGATO; 2012)
Os desafios, dentre tantos, são de tornar as faculdades de direito mais plurais em sua composição e de estimular o pensamento crítico dos estudantes a partir da compreensão do direito como instrumento de poder que encobre parcela significativa dos nossos saberes e vivências e diferenças. Dialogar com a sociologia, com a antropologia, com a história são fundamentais para a construção do pensamento crítico sobre o direito e sobre a própria estrutura de manutenção de poder que é a universidade.
E é mais do que urgente que dentro dessas esferas de poder (que é o conhecimento e os meios para difusão dele) seja reconhecido que as escolhas não são apenas com base no mérito. Muitas pessoas estão em determinados eventos pelo simples fato de serem homens, de terem sobrenomes importantes, de serem amigos de outros homens, de serem brancos, de serem heterossexuais (ou pelo menos aparentar), e de serem cisgênero.
As universidades são espaços de poder, pois são centros de onde partem decisões importantes sobre agenda política e sobre políticas públicas. Das faculdades de direito saem boa parte dos parlamentares que compõem hoje o Congresso Nacional[7] e o próprio presidente ilegítimo, que articulou o golpe midiático/político/jurídico de 2016, é doutor em direito e autor de livro de direito constitucional[8]. Eis mais uma das grandes contradições que afetam a vida político/jurídica do Brasil hoje. Descolonizar a universidade representa democratizar os espaços de decisões políticas importantes no âmbito nacional.
La propia universidad es ese corredor y, si la democratizamos, democratizamos el camino hacia los espacios de la república en que son tomadas todas las decisiones importantes relativas a la vida nacional, interviniendo también en el propio ámbito de la reproducción de las elites. (SEGATO; 2012)
A colonialidade do saber e o sexismo epistêmico evidenciam os espaços e os sujeitos que monopolizam a produção do conhecimento. A continuidade de padrões patriarcais, nos quais os homens ainda ocupam posições de mando e de superioridade intelectual, determinam os titulares do saber supremo de pensar. No Brasil há uma reprodução dessa estrutura, tanto nessa perspectiva externa de reprodução de referências e marcos teóricos, como numa perspectiva interna em que o mais próximo desses marcos são os que monopolizam a produção do conhecimento.
A superação da colonialidade passa pela paridade de gênero e pela ocupação dos espaços de fala por sujeitos negros e indígenas historicamente excluídos da universidade, sejam como discentes e ainda mais como docentes. É necessário mantermos esse debate e essa pauta sempre como prioridade. Por isso, sinto-me feliz de fazer parte desse grupo com paridade de gênero e com a preocupação de desconstruir a colonialidade do poder e do saber. Sou grata axs companheirxs da coluna Empório Descolonial que também são companheirxs de luta por uma universidade mais democrática e plural!

Notas e Referências:
[1] http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/212-educacao-superior-1690610854/21140-maioria-e-feminina-em-ingresso-e-conclusao-nas-universidades
[2] https://www.cgee.org.br/web/rhcti/mestres-e-doutores-2015
[3] http://cnpq.br/web/guest/noticiasviews/-/journal_content/56_INSTANCE_a6MO/10157/905313
[4] http://www.cnpq.br/web/guest/conselho-deliberativo/
[5] http://www.andes.org.br/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=4475
[6] http://abdconst.com.br/novo/
[8] http://www2.planalto.gov.br/acompanhe-planalto
CASTRO-GÓMEZ, Santiago. Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da “invenção do outro”. En libro: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Edgardo Lander (org). Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. setembro 2005. pp.169-186.
MIGNOLO, Walter D.; Traduzido por: Norte, Ângela Lopes Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política in Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, nº 34, p. 287-324, 2008
SEGATO, Rita Laura. Brechas descoloniales para una universidad nuestroamericana in Revista Casa de las Américas No. 266 enero-marzo/2012 pp. 43-60.
WALSH, Catherine. ¿Son posibles unas ciencias sociales/ culturales otras? Reflexiones en torno a las epistemologías decoloniales Nómadas (Col), núm. 26, 2007, pp. 102-113 Universidad Central Bogotá, Colombia

maria-lucia-barbosa.
Maria Lúcia Barbosa é Mestre e Doutora em Direito pela UFPE com Período Sanduíche pela Universidade de Valencia na Espanha. É professora da Faculdade de Direito do Recife/UFPE e da Faculdade Boa Viagem – Devry.
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Imagem Ilustrativa do Post: DIA 3 • Conferência: Meios de comunicação, regulação e democracia • 28/05/2017 // Foto de: FNDC Democratização da Comunicação // Sem alterações

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.




Viva o Povo Brasileiro

    Cruz Caída
    Erguida em homenagem à antiga Igreja da Sé
  • Monumento da Cruz Caída
Eleições Municipais e A Bandalheira Política Por que Vive o Povo Brasileiro
Eleições Municipais e A Bandalheira Política Por que Vive o Povo Brasileiro

Viva o Povo Brasileiro

(João Ubaldo Ribeiro)


Quem é, afinal, o povo brasileiro. Um povo que sofre, sorri, e chora o seu desalento asfixiado em um mar de crimes, infâmias, covardias e impunidades. Um povo que vive em uma sociedade doente comandada por intelectuais moralmente insanos. Normopatas políticos.
Desta forma, a nação brasileira vive em frenesi. Em estado agônico. Desesperada e em pânico, banha-se em sangue. Sangue derramado por seus entes queridos em vias públicas de uma sociedade desumanizada.
Diante o esgarçamento do tecido social tem sido para os jovens e idosos, enfim toda a nação brasileira a pior das senzalas desde o período colonial. A tortura físico-psicológica do cidadão. Da juventude à morte.
Vive-se em estado alucinatório. Um verdadeiro inferno sob o comando do Crime Político Organizado. Um crime comandado pelos políticos lesa-pátria.  Filhos e filhas do trem das trevas.
A política do roubo ao erário tem criado um retrocesso social sem precedentes. E a juventude afoga-se na drogadição.
O palco das atenções é o Congresso Nacional, - Célula Máter que se encontra em estádio metastático comprometendo todo o organismo social.
A sociedade encontra-se enferma. O desgoverno causa um impacto estrondoso. E a hecatombe ressoa além mares.
O mundo se volta a sua atenção para uma guerra insana e silenciosa. É guerra no Brasil das olimpíadas. Um Rio de sangue corre pelas ruas das nossas cidades.
O assalto ao patrimônio público é desenfreado. E os políticos cínicos e mascarados descem a ladeira à caça de votos.
Àqueles que deveriam dar exemplo de honra, moral e cidadania, visto que alisaram da ciência os bancos, são antipatriotas. Afanam o erário e retiram de um povo a esperança de ser feliz.
Furta-lhe à condição de ser humano desumanizando-o com estado de pobreza e humilhação.
Diante a tantas mazelas, tanta frouxidão para o cumprimento de medidas drásticas para punir o ‘ladrão social’, que rouba 1 bilhão e devolve 1 milhão de reais, assim a bandidagem do poder gargalha pelos hotéis e prisões domiciliares. Enquanto isso o barco descamba Rio abaixo à deriva.
Desta forma, o povo brasileiro, em seu momento de maior tristeza e solidão vai-se afogando nas urnas da ilusão. É hora de dizer não. É hora de fazer greve ao voto. A única maneira de dizer basta. Afinal, não indo às urnas nas próximas eleições custará a cada eleitor pagar unicamente R$ 3,00(Três Reais). Tão somente três reais, e quatro anos de humilhação para aqueles que pensam que o eleitor é bicho.
Trata o povo como se animal fosse. Dizem que o povo vive em currais. Mas quem precisa de concelho são eles. Eles que impunes pactuam uma Organização Criminosa que dilapida o erário brasileiro levando o povo ao estado de miséria e sangria.
Na verdade que falta a esses bandidos é um Direito Penal Econômico que  existisse para punir severamente esta modalidade de crimes. Punir severamente esses bandidos. Bandidos que praticam crimes de vitimização difusa ou crimes vagos. É deveras importante aqui tornar claro as cifras douradas da criminalidade, que na denominação de Versele, representam a criminalidade do “colarinho branco”, definidas como práticas antissociais impunes praticadas por aqueles que detêm o poder político e econômico (a nível nacional e internacional), em prejuízo da coletividade e dos cidadãos e em proveito das suas oligarquias econômico financeiras. Viana, Eduardo in Criminologia; Salvador: JusPODIVM 2014, p. 71.
Assim os lesa-pátria vivem impunes do Caburaí ao Chuí. Para punir tais crimes praticados por bandidos dessa estirpe, Boêmios da Criminalidade Política Brasileira, terroristas do erário, é necessário o emprego do Direito Penal do Inimigo. Para o Jurisconsulto alemão GÜNTHER JAKOBS, o representante do Estado que pratica crimes contra o Estado não deve ser tratado como cidadão. Deve ser combatido como inimigo do Estado. Isto para garantir ao cidadão o direito à segurança.
Pode-se ir um pouco mais além. Considerar-se  criminoso de guerra os políticos, e os que a ele se aliam na prática delituosa na dilapidação do erário. Enfim, do patrimônio público.
Enquanto o povo não forçar. Obrigar o Congresso Nacional a criar O Direito Penal do Inimigo contra o político lesa-pátria, negando o seu voto a todo e qualquer político, a nossa Pátria Amada Idolatrada Brasil será eternamente estuprada por esses bandidos, também, assassinos da saúde do País, Pátria e Nação.


Raimundo José (Evangelista da Silva) é cidadão brasileiro, nascido em Santo Antônio de Jesus/Bahia.
 28/07/2016, às 4h 38min

Eu  Amo!...

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Eu  Amo!...

Eu amo a vida!
Eu amo o ente encantado!...
Espiritualizado de amor!...
Amo insistidamente
O Universo, o mar, as estrelas.
E o sol quando nasce e dorme...

Eu Amo!...

Eu amo a lua ao despontar  no infinito!...
Amo o desconhecido
E tudo que eu não posso ver!...

Eu Amo!...

A força do amor está em mim.
Posso ver o belo:
As flores, os amores, as crianças,
A vida!...

Eu Amo!...

A imortalidade, a criação, tudo!
E assim vou amando vivendo.
Eu amo a poesia, todas as Marias,
As manhãs, e noites, e tardes chuvosas...
As noites enluaradas e o sol a pino.

Eu Amo!...

As manhãs, tardes e noites de Amar...
A arte de sonhar está em mim.
Sonho e realizo.
Amo da música a sinfonia!...
A alegria, o sentimento de ver à vida com o coração.

Eu Amo!...

A vida é bela!...
Sou feliz, - existo!...
Existo e sou feliz.
Eu tenho um lindo irmão - Jesus!...
Aquele que é Amor, Paz e Justiça...

Eu Amo!...

O cantar dos pássaros, o marulhar das ondas,
A linda emoção enamorado
Com uma frequência poderosa de existir.

Eu Amo!...

Amo fortemente os desejos imaginados.
Apoio-me no amor e confesso:
Jamais amei tanto quanto agora!
Descobri em mim uma explosão de amor adormecido.

Eu Amo!...

Em mim, um amor que sempre tive
Chegou-me de volta com uma força explosiva
E explodem amor e vida!...

Eu Amo!...

E neste instante eu sou o Universo a sorrir!...
Todo este encantamento irradia o meu ser...
Assim, de agora em diante sinto que a vida
É felicidade infinita...
E o Universo é uma sinfonia!
Uma graça de mulher
A cantar!...



Santo Antônio de Jesus, 21 de junho de 2017.
Às 14h 16min.

Física Quântica e Espiritualidade - Laércio B. Fonsêca


Carl Edward Sagan


OUÇA A REPORTAGEM
 (Foto: Kalina Wilson/flickr/creative commons)
Carl Sagan foi um cientista que, definitivamente, não teve medo de especular. É claro que ele sabia muito bem separar o que era ciência do que era especulação. Mas o jeito irresistível através do qual relacionava conceitos científicos com conteúdos imaginativos pertinentes tornava seu pensamento único e fascinante para o público leigo. Não é à toa que ele é considerado um dos maiores divulgadores de ciência de todos os tempos. Além de inspirar toda uma geração de novos cientistas (em grande medida com a série Cosmos), Sagan também adotava um tom poético e filosófico nos assuntos que discutia, tornando suas reflexões ao mesmo tempo belas e dotadas de elementos capazes de despertar uma consciência humanista nas pessoas.
Se fôssemos apresentar todas as frases de impacto do astrônomo que têm o potencial de tornar uma pessoa melhor, provavelmente teríamos de escrever um livro. Mesmo assim, resolvemos escolher algumas citações e pensamentos de Carl Sagan que sintetizam certos aspectos centrais da visão que ele tinha das coisas. Se “somos todos poeira de estrelas” é a única referência que você tem sobre as ideias de Sagan, então os tópicos abaixo podem lhe ajudar a se aprofundar um pouco mais no jeito tão especial que ele tinha de encarar o cosmos – e nós mesmos. Confira:
dente de leão: a nave da imaginação de 'Cosmos' (Foto: Reprodução)
A ciência é muito mais do que um corpo de conhecimentos. É uma maneira de pensar. A afirmação é fundamental para entender a forma como o cientista enxergava o próprio ofício. Completamente apaixonado pelo que fazia, para ele ciências como a física ou a astronomia não se limitavam a um punhado de fórmulas frias e conceitos abstratos. Muito pelo contrário, eram ferramentas poderosas e fascinantes que nos permitiam sondar o desconhecido, além de expandir nosso entendimento sobre a realidade da maneira mais confiável possível.
Toda criança começa como uma cientista nata, e então nós arrancamos isso delas. Entre as características que ele valorizava em um cientista e em qualquer outra pessoa estão a curiosidade e a imaginação, traços típicos das crianças. Para o astrônomo, pensar cientificamente era algo como interrogar de forma metódica diversos aspectos da natureza, o que não deixa de ser uma forma de curiosidade aplicada. A respeito da imaginação, ele acreditava ser um dos motores fundamentais do conhecimento humano.
Um livro é a prova de que os humanos são capazes de fazer mágica. Além da forte inclinação por especular, Sagan também era um intelectual com enorme capacidade de relacionar diferentes áreas do conhecimento – e fazia isso excepcionalmente bem. Para conseguir esta naturalidade em transitar por diversos repertórios, é preciso muita leitura e erudição multidisciplinar. Cosmos, por exemplo, é repleto de narrativas sobre a história da ciência, e em vários momentos o astrônomo declara sua admiração pelos livros.
Nós somos uma maneira de o cosmos se autoconhecer. Se somos feitos de poeira de estrelas sistematicamente organizada para formar seres dotados de consciência, então podemos dizer que somos o universo pensando sobre si próprio. A abordagem se insere na convicção de que nós, humanos, não somos tão diferentes assim da realidade física que nos cerca, e de que interagimos com ela constantemente – de formas que estamos apenas começando a entender. Em outras palavras, você e o cosmos estão intimamente conectados. O astrônomo costumava citar mitos de nossos antepassados que nos concebiam como filhos tanto do céu quanto da terra.
Nossa obrigação de sobreviver e prosperar é devida não apenas a nós mesmos, mas também ao cosmos, antigo e vasto, do qual surgimos. Sagan possuía um profundo senso de reverência com relação à vida e ao ser humano. Ele acreditava que estar vivo e ter uma consciência era não apenas um privilégio, mas também uma grande responsabilidade. Como salientou em diversos momentos, nossa espécie atingiu um ponto crítico de sua história, no qual tem o próprio destino nas mãos. Todo o conhecimento e bagagem evolutiva que acumulamos nestes poucos milênios podem ser usados de forma a engrandecer nossa civilização – ou então destruí-la por completo, se insistirmos nos erros do passado.
Discursos apaixonados de grandes cientistas dão vida e beleza a conceitos abstratos da ciência (Foto: Sérgio Bernardino/flickr/creative commons)
Cada um de nós é, sob uma perspectiva cósmica, precioso. Se um humano discorda de você, deixe-o viver. Em cem bilhões de galáxias, você não vai achar outro. A reflexão segue a mesma linha do raciocínio apresentado acima – a vida inteligente é rara. Nosso conhecimento sobre o Universo ainda é limitado, é verdade, mas pelo pouco que exploramos já conseguimos chegar a esta conclusão. Sob esta perspectiva, a vida na Terra, principalmente a humanidade, ganha um status quase que sagrado, pois é fruto de um processo contínuo de evolução que se arrasta há 4,5 bilhões de anos. Todos carregam esta bagagem compartilhada dentro de si. Quando enxergamos a vida desta forma, o ato de matar qualquer ser vivo ganha novas e gigantescas proporções.
Diante da vastidão do espaço e da imensidão do tempo, é uma alegria dividir um planeta e uma época com Annie. A frase é adereçada a Ann Druyan, esposa do astrônomo, mas poderia muito bem se aplicar a qualquer outra pessoa. A constatação é de um poder imenso. Apenas pense em como é improvável, nos termos de uma perspectiva cósmica, você e outro amontoado de átomos que formam um ser consciente terem a chance de interagir um com o outro, em um minúsculo planeta chamado Terra e em um período de tempo específico. Reflita: são mais de 100 bilhões de galáxias em nosso Universo, que existe há pelo menos 13,8 bilhões de anos.
Nós somos, cada um de nós, um pequeno universo. Um assunto abordado com frequência por Carl Sagan era a dimensão das coisas muito pequenas, como aquelas que compõem nossos corpos. Ele frequentemente colocava o minúsculo em escala com o gigantesco, equiparando, por exemplo, a quantidade de átomos em uma molécula de DNA com a de estrelas em uma galáxia típica. É uma forma elegante de demonstrar como somos muito pequenos e muito grandes ao mesmo tempo. Em uma outra comparação do gênero, dizia que existem mais estrelas no Universo do que grãos de areia em todas as praias da Terra.
O Universo não parece nem benigno nem hostil, mas meramente indiferente às preocupações de criaturas tão insignificantes como nós. O cientista defendia que era melhor tentar se agarrar à realidade do jeito que ela realmente é do que persistir em ilusões, por mais reconfortantes que elas sejam. No fundo, ele queria dizer que, por menos acolhedor e mais adverso que o cosmos possa nos parecer, a verdade é que ele opera independentemente de nossos desígnios. Seremos nós que sempre vamos precisar nos adaptar ao Universo se quisermos sobreviver nele, e não o contrário. A chave para esta adaptação estaria em tentar constantemente entender a natureza das coisas por meio da ciência.
O que sobrou da supernova SN1006c (Foto: nasa)
O céu nos chama. Se não nos autodestruirmos, um dia vamos nos aventurar pelas estrelas. A exploração espacial era um tópico especialmente caro a Sagan, e ele próprio participou de diversos projetos da NASA, como o da sonda Voyager 1, que deixou recentemente o Sistema Solar. Em sua concepção, os poucos milênios de vida sedentária da humanidade não apagaram nosso instinto por explorar novos lugares e expandir nossos horizontes, traços típicos das sociedades voltadas para a caça e coleta. Ele acreditava que o gosto pela exploração era uma herança evolutiva para aumentar as chances de sobrevivência de nossa espécie, e que portanto, cedo ou tarde, vamos nos espalhar pelo espaço.
Toda civilização sobrevivente é obrigada a se tornar viajante espacial, pela razão mais prática que se pode imaginar: manter-se viva. A ideia da expansão pelo espaço no pensamento do astrônomo não se reduzia a um capricho meio romântico ou então à tendência humana de explorar. Ela tinha mais a ver com uma espécie de instinto de sobrevivência. Não é tão difícil de entender este argumento: se a humanidade inteira está confinada na Terra e algo acontece com o planeta, estamos condenados à extinção. Asteroides são uma grande ameaça, mas nosso próprio sol pode nos engolir daqui a 5 bilhões de anos, quando seu combustível acabar e ele virar uma gigante vermelha.
Uma das grandes revelações da era da exploração espacial é a imagem da Terra, finita e solitária, de alguma forma vulnerável, transportando a espécie humana inteira pelos oceanos do espaço e do tempo. Entre as mensagens inspiradas pela ciência mais belas da história certamente está Pale Blue Dot (pálido ponto azul), de autoria de Carl Sagan. Pouco depois de a sonda Voyager  1 ultrapassar Saturno, foi ele quem deu a ideia de tirar uma foto da Terra, que dali aparecia como um pixel azul suspenso em um raio de sol. Ou então um grão de areia suspenso no céu da manhã, como ele mais tarde interpretou. Entre as muitas formas que podemos enxergar nosso frágil planeta, uma delas é como uma nave, que sempre nos transportou pelo espaço e pelo tempo.

terça-feira, 20 de junho de 2017

O Assassínio do Amor!...


(evangelista da silva)

Um infarto agudo do miocárdio,
Manifestamente provocado
Pelo assassínio do Amor
Mortificado pela mulher...


Poderosa e Santificada
No altar das Deusas
Perpetuada...


Vitimou o poeta!

Assim se vai...
Assim se foi...
A última e derradeira
Ave libertina
Do Adeus!...

Desta forma
Morri...

Morreu!...

20/06/2017,
às 15h 20min.

domingo, 18 de junho de 2017

A Morte Sinfônica!...




(evangelista da silva)

A vontade de chorar...
Não se me permite abrir as comportas
Do Amazonas envenenado a morrer... 
Na dor e amargura da prepotência.

E, na ínfima macheza de ser homem...
Vou-me amargurado e dançante bêbado
Sob a chuva das minhas lágrimas retidas.

Veja que desgraça faz o Amor!...
Se nos mata na agonia e sofrimento
Enquanto matamos em vingança!...

Assim a orquestra sinfônica da vida...
Pela maestrina e amada Mulher regida...
Desafina os músicos e mata a Sinfonia!...





       

                                           

A dor de perder (para a morte) o grande amor


A dor de perder (para a morte) o grande amor


Segundo especialista, é preciso buscar ajuda da família, de amigos e de terapia para enfrentar a situação

Enfrentar a perda e o vazio é essencial para seguir em frente e superar a situação. Foto: VisualhuntEnfrentar a perda e o vazio é essencial para seguir em frente e superar a situação. Foto: Visualhunt
Quem ainda não vivenciou um verdadeiro amor, pelo menos já ouviu falar no que esse sentimento é capaz de fazer com as pessoas: é a tal sensação de liberdade e plenitude que toma conta do coração e da alma. Sem devaneios ou com muitos deles. Mas e quando  esse sentimento é interrompido por força do destino, em vida ou em morte, como lidar com o turbilhão de emoções?
A terapeuta holística Marina Fontoura, de Curitiba, ressalta que ninguém precisa lidar com essa situação sozinho. “Seria muito cruel. É uma mudança e uma transformação muito grande. Somos seres sociais e contar com amigos e familiares é fundamental para superar esse momento”, revela.
Para a terapeuta, o ideal é procurar ajuda imediatamente após a perda. Ela reforça que todo “luto” tem o seu tempo, diferente para cada pessoa, e quem está por perto deve respeitar a individualidade e o processo de quem está sofrendo.
Marina Fontoura: “É preciso viver o luto, sem cobranças. Assim como uma vida leva nove meses para ser gerada, lidar com a perda de alguém também leva um tempo que precisa ser respeitado". Foto: Felipe Fontoura
Marina Fontoura: “É preciso viver o luto, sem cobranças. Assim como uma vida leva nove meses para ser gerada, lidar com a perda de alguém também leva um tempo que precisa ser respeitado”. Foto: Felipe Fontoura
Marina explica que a morte, simbólica ou real, deve ser encarada de frente e que a pessoa que está lidando com a separação física precisa praticar o desapego. “É preciso se desacostumar com a presença física da pessoa e saber que uma nova etapa está por vir. Não é fácil perder alguém, mas lidar com todas as emoções envolvidas com essa perda, como culpa, raiva, mágoa e tristeza, é fundamental para superar essa fase”, diz.
Amigos e familiares devem respeitar esse processo e não forçar a situação para que a pessoa “fique bem”. “É preciso viver o luto, sem cobranças. Assim como uma vida leva nove meses para ser gerada, lidar com a perda de alguém também leva um tempo que precisa ser respeitado. É o tempo do desapego”, afirma a terapeuta.
Adeus cedo demais
É o que está acontecendo – esse “tempo do desapego” – com a produtora de eventos Elaine Minhoca de Lemos, de 46 anos. Em janeiro desse ano, ela se deparou com a morte repentina do noivo André de Castellano. “Passei uma semana sem sair da cama e sem tomar banho”, lembra. Apesar de todo sofrimento, Elaine decidiu lidar com a situação com a leveza do amor que sentia pelo companheiro.
Elaine e o noivo André. "O amor que sinto por ele, continua aqui", ressalta a produtora de eventos. Foto: arquivo pessoal.
Elaine e o noivo André. “O amor que sinto por ele, continua aqui”, ressalta a produtora de eventos. Foto: arquivo pessoal.
“Meu amor por ele continua aqui. Fica a saudade e o sentimento vai se transformando. Contar com minha família e meus amigos está sendo fundamental para atravessar esse momento”, diz. Elaine viveu uma intensa história de amor, a que ela considera a mais verdadeira de todos os seus relacionamentos. Conheceu André por meio de amigos em comum nas redes sociais e passou seis meses conversando virtualmente, antes de decidir se encontrar pessoalmente. “Quando o vi, já sabia que tinha me apaixonado”, diz.
Skatista e fotógrafo especializado no esporte, André já tinha passado por um transplante de rim antes de conhecer Elaine e estava com a saúde frágil. “Mas a gente sabia que ele ia se recuperar e ele melhorou muito durante nosso relacionamento”, lembra a produtora. Em janeiro deste ano, porém, depois de ser internado para realizar alguns procedimentos médicos de rotina, ele teve uma parada cardíaca.
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A morte pegou de surpresa a todos. Os dois tinham feito festa de noivado, uma tatuagem de alcachofra em conjunto (foi a iguaria servida no primeiro jantar a dois) e tinham planos para o futuro. Falar sobre o assunto ainda faz com que os olhos de Elaine se encham de lágrimas, mas ela salienta o quanto conversar está sendo fundamental para que ela se recupere. “Hoje estou tendo uma vida funcional de novo. Trabalho, tenho vida social, mas sei que o amor que sinto por ele vai continuar”, diz.
Casal chegou a fazer uma tatuagem de alcachofra no braço: uma homenagem ao cardápio do primeiro encontro. Foto: Arquivo pessoal.
Casal chegou a fazer uma tatuagem de alcachofra no braço: uma homenagem ao cardápio do primeiro encontro. Foto: Arquivo pessoal.
Passar por esse momento está fazendo com que ela analise o quanto as pessoas sofrem por “bobagens” e situações que podem ser resolvidas. “Agora procuro superar a culpa. Sei que não adianta culpar ninguém. Eu fiz tudo que podia enquanto ele estava aqui. Não foi culpa minha ele ter partido e muito menos dele. O que eu sentia continua aqui. Estou aprendendo a transformar esse sentimento, mas tudo tem seu tempo”, conclui.


A Morte do Amor
Acesse o conteúdo completo em: http://www.somostodosum.com.br/blog-autoconhecimento/a-morte-do-amor-5469.html
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sábado, 17 de junho de 2017

Raiva e Ódio - Emoções Negativas

Raiva e Ódio - Emoções Negativas

A Raiva não é ruim apenas devido ao aspecto ético mas, sobretudo, devido ao seu aspecto médico. 
| Temas Livres |

Não erraria totalmente se dissesse que vivemos a Era da Raiva. Tentando verificar a aprovação social das manifestações da Raiva, quatro estudos examinaram a consideração social que o sistema atribui para as pessoas “raivosas”. Esses estudos mostram que o povo atribui mais status às pessoas que expressam Raiva do que às pessoas que expressam tristeza ou mágoa. No primeiro estudo, os participantes aprovaram mais o presidente Clinton quando o viram expressar Raiva sobre o escandalo de Monica Lewinsky do que quando o viram expressar tristeza ou mágoa.
Este efeito Raiva-tristeza foi confirmado num segundo estudo que envolveu um político desconhecido. O terceiro estudo mostrou que, em uma empresa, conferir alguma distinção esteve correlacionado com as avaliações de uns companheiros sobre a Raiva manifestada pelos outros, objetos da distinção.
No estudo final, os participantes atribuíram um salário mais elevado posição, bem como um status mais elevado a um candidato ao emprego que se mostrasse mais irritado que triste. Além disso, os estudos de número 2 e 4 mostraram que as expressões de Raiva criam a impressão que a pessoa raivosa é mais competente (Tiedens, 2001).

Ódio A força do ódio é muito grande. Grandes grupamentos humanos podem se irmanarem através do ódio (à um inimigo comum) ou se destruírem (numa relação do tipo perseguido-perseguidor). De qualquer forma, o ódio tem uma predileção especial para se nutrir das diferenças entre o outro e o eu e, de acordo com observações clínicas, onde se cruza com o ódio há, inelutavelmente, um excesso de sofrimento físico e psíquico. O sofrimento e o ódio são tão próximos e íntimos que cada um acaba se tornando a causa do outro.
Voltando à teoria do sujeito-objeto, talvez a adoção de posição de apatia em relação ao ódio e à raiva seja o segredo para prevenir o sofrimento. Apatia no sentido valorativo, ou seja, não permitir que nosso sujeito mobilize valores para os objetos potencialmente causadores de ódio e/ou raiva. Assim sendo, não experimentar o ódio, a raiva e, conseqüentemente, o sofrimento, se tornará uma condição de sobrevivência física e emocional.

Vendo a doutrina do satanismo, longe de experimentarmos um grande temor sobre a seita, constatamos que, naturalmente, a maioria das pessoas de nosso convívio se conduz (sem saber) através desses “mandamentos”. Vejamos:
"Amar ao próximo tem sido dito como a lei suprema, mas qual poder fez isso assim? Sobre que autoridade racional o evangelho do amor se abriga?” Mais uma; “Por que eu não deveria odiar os meus inimigos - se o meu amor por eles não tem lugar em sua misericórdia? Não somos todos nos animais predatórios por instinto? Se os homens pararem de depredar os outros, eles poderão continuar a existir?” E, finalmente, “odeie seus inimigos na totalidade do seu coração e, se um homem lhe da uma bofetada, de-lhe outra!; atinja-o dilacerando e desmembrando-o, pois autopreservação e a lei suprema!”
Como vimos, esses (poucos) postulados parecem mais terem sido tirados da fisiologia humana que de uma doutrina satânica. Preferível seria dizermos “da fisiopatologia humana”. Mas, se as pessoas têm certa dificuldade em entenderem o aspecto patológico desses sentimentos e atitudes do ser humano, quer por agnosticismo, quer por recionalismo, então vamos encontrar na medicina psicossomática e psiquiátrica os elementos necessários para se estabelecer algum tipo de associação ente o sofrimento (físico e psíquico) e os sentimentos, emoções, pulsões e impulsos primitivos.
Isso significa que a Raiva e o Ódio não seriam contra-indicados ao ser humano apenas devido ao seu aspecto moral ou ético mas, sobretudo, devido ao seu aspecto médico.
A Raiva e o Coração A Raiva de fato mata ou, pelo menos, aumenta significativamente os riscos de ter algum problema sério de saúde, onde se inclui desde uma simples crise alérgica, uma grave úlcera digestiva, até um fulminante ataque cardíaco.
Janice Williams acompanhou por seis anos 13.000 homens e mulheres com idade entre 45 e 64 anos e, tomando o comportamento como base, descobriu que as pessoas que se irritam intensamente, e com frequência, têm três vezes mais probabilidades de sofrer um infarto do que aquelas que encaram as adversidades com mais serenidade (Williams, 2000).

Isso ocorre porque, a cada episódio de Raiva, o organismo libera uma carga extra de adrenalina no sangue (veja o que acontece nas Suprarenais durante o Estresse). O aumento da concentração de adrenalina aumenta o número de batimentos cardíacos e, simultaneamente, torna mais estreitos os vasos sanguíneos, o que aumenta a pressão arterial. A repetição desses episódios pode gerar dois problemas em geral associados ao infarto; alteração do ritmo cardíaco (arritmia), aumento da pressão arterial e uma súbita dilatação das placas de gordura que, porventura, estejam nas artérias.
A medicina tem enfatizado exaustivamente as condições de vida e tipos de personalidade que favorecem a doença cardíaca; quem fuma, como se sabe, tem até cinco vezes mais possibilidades de sofrer um ataque cardíaco, pessoas de vida sedentária apresentam risco 50% maior de ter problemas de coração, obesidade, idem. Agora, depois de muitos estudos sabe-se que a influência da Raiva no desenvolvimento de doenças cardíacas é comparável a essas causas anteriormente conhecidas, e mais, independentemente delas (Williams, 2000). Isso quer dizer que, se a pessoa não tiver nenhuma dessas condições relacionadas ao desenvolvimento de doenças cardíacas mas for raivosa, estará igualmente sujeito à elas.
A ansiedade e a Raiva são perigosas à saúde. Um recente artigo de Suinn oferece uma revisão seletiva da pesquisa nessa área e ilustra como a ansiedade e a Raiva aumentam a vulnerabilidade às doenças, comprometem o sistema imune, aumentam níveis de gordura no sangue, exacerbam a dor, e aumentam o risco da morte por doença cardiovascular. Os mecanismos possíveis para tais efeitos foram identificados por , incluindo o papel da resposta cardiovascular a essas emoções no agravamento da saúde (Suinn, 2001).
As pessoas cuja personalidade se classifica como Pavio Curto têm muito mais chances de sofrer do coração. Parar de fumar, fazer exercícios regularmente e ter uma alimentação saudável já é difícil, hoje em dia, dominar a Raiva, é mais difícil ainda. Mas é possível, graças à Deus.
Não se pode tentar estabelecer alguma relação entre Raiva e o agente estressor desencadeante da Raiva. Essa questão varia de pessoa para pessoa e depende, basicamente, da valoração que a pessoa dá aos "objetos" do mundo à sua volta e dos traços de sua personalidade. Mas há um estudo que procurou relacionar os efeitos estressores do preconceito racial no sistema cardiocirculatório. Nessa pesquisa, a hostilidade e Raiva elevadas foram associadas com os níveis mais elevados da pressão arterial. E mesmo a exposição indireta ao conflito racial (filmes) determina uma reação hipertensiva em pessoas previamente sujeitas ao sentimento da Raiva (Fang, 2001).
Raiva e ÓdioO Ódio é mais profundo que a Raiva. Enquanto a Raiva seria predominantemente uma emoção, o Ódio seria, predominantemente, um sentimento. Paradoxalmente podemos dizer que o ódio é um afeto tão primitivo quanto o amor. Tanto quanto o amor, o ódio nasce de representações e desejos conscientes e inconscientes, os quais refletem mais ou menos o narcisismo fisiológico que nos faz pensar sermos muito especiais.
Assim como acontece com o amor, só odiamos aquilo que nos é muito importante. Não há necessidade de ser-nos muito importantes as coisas pelas quais experimentamos Raiva, entretanto, para odiar é preciso valorizar o objeto odiado.
A teoria do Sujeito-Objeto, didaticamente coloca a ideia de que existem apenas duas coisas em nossa existência, eu, o sujeito e o não-eu, o objeto. E tudo o que sentimos, desde nosso nascimento, são emoções e sentimentos em resposta ao objeto. Para que essa teoria possa ter utilidade é imprescindível entendermos como objeto tudo aquilo que não é o sujeito, mais precisamente, tudo aquilo que não é minha pessoa.
Assim sendo, os objetos do mundo externo ao sujeito são as coisas, os fatos, os acontecimentos, outras pessoas, etc, e os objetos internos, são meus sentimentos, meus conflitos e complexos. Posso sentir Raiva ou outros sentimentos em resposta à algum objeto externo (pessoa, trânsito, time de futebol...) ou sentir ansiedade, e outros sentimentos, em resposta à algum objeto interno (vivências, conflitos e complexos).
De qualquer forma, o mundo objectual (do não-eu) só pode ter o valor que o sujeito atribui. Para o sujeito nutrir sentimentos de ódio, é indispensável que atribua ao objeto de seu ódio um valor suficiente para fazê-lo reagir com esse tipo de sentimento. Obviamente, se ignorar o valor do objeto não poderá odiá-lo.
Em termos práticos podemos dizer que a Raiva, como uma emoção, não implica em mágoa, mas em estresse, e o ódio, como sentimento, implica numa mágoa crônica, numa angústia e frustração. Nenhum dos dois é bom para a saúde; enquanto a Raiva, através de seu aspecto agudo e estressante proporciona uma revolução orgânica bastante importante e suficiente para causar um transtorno físico agudo, do tipo infarto ou derrame (AVC), o ódio consome o equilíbrio interno cronicamente e é mais compatível com o câncer, com arteriosclerose, com a diabetes, hipertensão crônica.
 VERDADES E MENTIRAS SOBRE A RAIVA
 OS MITOS
 AS VERDADES
1) Reprimir a Raiva faz mal a saúde. A Raiva não expressa e não manifestada causaria outros danos psíquicos e mesmo orgânicos.
1) Sentir a Raiva, seja ela manifestada ou reprimida, SEMPRE causará danos ao organismo como um todo, física e/ou psiquicamente.
2) Deve-se botar tudo para fora, desenterrar a Raiva sepultada nas doenças psicossomáticas, na depressão, nos problemas familiares. Seria uma homenagem ao individualismo, haja o que houver.
2) Sábio o ditado “quem fala o que quer ouve o que não quer”. Quanto menos a pessoa tiver equilíbrio suficiente para conter os instintos e impulsos primários mais se aproxima dos animais.
3) Sou calmo e dócil, desde que ninguém mexa comigo. Sou do tipo “dou um boi para não entrar na briga e uma boiada para não sair dela”.
3) Isso não quer dizer absolutamente nada, calmo e dócil é a pessoa que se mantém assim, mesmo que os outros mexam com ela.
4) Aprendi a não levar desaforos para casa, não agrido mas respondo na mesma moeda. Afinal, “somos gente ou ratos?”
4) Quem se descontrola a ponto de deixar se dominar pelos instintos e impulsos, de fato, está muito mais próximo do rato (instintivo) que de gente.
5) Qualquer forma de liberação agressiva da Raiva, tal com berrar, morder, bater, quebrar, coloca o raivoso em contato com os seus sentimentos e essa atitude alivia o sentimento.
5) É mais provável que a agressão tenha, precisamente, o efeito oposto da catarse que se pretende e, ao invés de exorcizar a Raiva, inflama-a ainda mais.
6) O importante é ter a liberdade de expressar a Raiva para não se sentir mal com esse sentimento reprimido.
6) O importante é ter serenidade e controle suficientes para NÃO SENTIR RAIVA.
A Raiva como Forma de Violência
Seus sinônimos são: ira, fúria, furor, zanga.
As idéias polêmicas e controvertidas de que reprimir a Raiva faz mal a saúde, traz outras consequências psíquicas e orgânicas ou coisas do gênero, tem gerado um sem número de compressões errôneas. A Raiva pode ser entendida como uma sensação de frustração que sentimos, quando esboçamos um desejo e ele não acontece. Então surge a frustração com vontade de revidar, que é a Raiva.
A Raiva, que é a geradora de impulsos violentos contra os que nos ofendem, ferem ou invadem a nossa dignidade é a responsável por um sem número de atos de violência, incluindo a autoviolência, contra nossa própria saúde.
 PATOLOGIAS CARDIOCIRCULATÓRIAS AGRAVADAS PELA RAIVA
 Patologia
 Como
 Hipertensão Arterial
 Contração dos vasos sanuguineos
 Arritmias Cardíacas
 Estímulo simpático ou parasimpático
 Oclusão das Coronárias
 Aumento da agregação plaquetária
 Infarto do Miocárdio
 Por oclusão das coronárias
 
Raiva e Risco de SuicídioSendo a Raiva, teoricamente, estimulada por agentes externos (Raiva de alguém, de alguma coisa...), e preocupada em saber se esses agentes externos poderiam ser responsáveis por suicídio, a psiquiatria tem pesquisado junto à pessoa portadora de Transtorno por Estresse Pós-traumático, os fatores mais agravantes.
Raiva e Problemas de Relacionamento e Adaptação SocialSmith realizou uma pesquisa sobre a violência em 213 meninas, com idade entre 9 e19 anos. O tema da pesquisa dizia respeito aos fatores precipitantes da Raiva, bem como os comportamentos e relacionamentos interpessoais e os problemas de conduta no lar e na escola.
Os dados iniciais resultaram na separação em dois grupos; 54 delas consideradas como violentas e 159 como não-violentas. A Raiva, precipitada por situações específicas de injustiça, mostrou ser sempre mais intensa e generalizada nas meninas violentas do que nas meninas não-violentas. As meninas violentas, portanto, aquelas que nutriam mais o sentimento da Raiva, tinham maior possibilidade de não gostar da escola e/ou de contestar sofridamente a disciplina da escola, tinham também muito mais dificuldades adaptativas e pior relacionamento interpessoal que as meninas não-violentas (Smith, 2000).
Em outro estudo atual, 31 de 89 adolescentes preencheram requisitos para entrarem no Grupo da Raiva e o restante no Grupo da Não Raiva. Diversas diferenças foram encontradas entre esses dois grupos. O Grupo da Raiva relatou menos intimidade com os pais, recebeu menos suporte deles, tinham mais amigos do sexo-oposto, tinham namoradas(os) mais frequentemente.
Na escola esse grupo tinha, em média, notas piores que o Grupo da Não Raiva, se sentiam mais oprimidos e usavam maconha mais frequentemente. O mais interessante, entretanto, é que os resultados dessa análise revelaram ser a Depressão o preditor mais significativo para o desenvolvimento do traço da Raiva (Silver, 2000).
A violência e agressividade no ambiente de trabalho são frequentes problemas do cotidiano. Há estudos sobre a predisposição para o sarcasmo e para a Raiva no ambiente do trabalho e determinados traços da personalidade (Calabrese, 2000).
Voltando à teoria do sujeito-objeto, talvez a adoção de posição de apatia em relação ao ódio e à raiva seja o segredo para prevenir o sofrimento. Apatia no sentido valorativo, ou seja, não permitir que nosso sujeito mobilize valores para os objetos potencialmente causadores de ódio e/ou raiva.
Concluiu-se que existem muitas variáveis para a exacerbação da Raiva no ambiente de trabalho. Entre essas variáveis se incluem as influências da cultura, pessoal e do sistema, o próprio ambiente de trabalho, se hostil ou não, os mecanismos psicológicos pessoais de defesa, as atitudes da liderança, o estresse vigente e, finalmente, das diferenças da personalidade.
Outra investigação avaliou se as pessoas que haviam perpetrado algum tipo de violência, poderiam ser diferenciadas de pessoas não violentas através de medidas da Raiva e da distorção cognitiva. Vê-se, como já se suspeita pelo bom senso, que as pessoas violentas tiveram níveis bem mais elevados de Raiva dirigida ao exterior do que os participantes não violentos.
Quando algum teste mostrava não haver diferença entre níveis da Raiva entre os participantes violentos e não violentos, além do ato agressivo, os resultados sugeriam que os indivíduos mais violentos têm dificuldade em controlar sentimentos de irritabilidade e, por isso, muito mais facilidade em expressar a Raiva. Nenhuma diferença significativa surgiu com relação à racionalidade e intelectualidade dos dois grupos (Dye,2000).