sábado, 23 de julho de 2011
sexta-feira, 22 de julho de 2011
De: Willyan Johnes <willyanjohnes@uol.com.br>
Data: 21 de julho de 2011 17:07
Assunto: INCONSTITUCIONALIDADE DO EXAME DE ORDEM
Para:
Data: 21 de julho de 2011 17:07
Assunto: INCONSTITUCIONALIDADE DO EXAME DE ORDEM
Para:
Caros colegas
O Procurador Geral da República honrou sua promessa e deu seu parecer, como prometido no dia da manifestação em Brasília no dia 28 de junho passado. Como esperávamos, foi dado inconstitucionalidade no exame de ordem, porém, isso não quer dizer que já ganhamos, pois depende do STF, onde será dada a decisão final.
Com isso, todo esforço que fizemos e graças a compreensão de muitos colegas que viajaram para Brasília, conseguimos o parecer esperado, portanto, precisamos nos unir ainda mais e, no dia do julgamento, espero poder contar com um número muito superior dos que lá estiveram, até porque, a pressão será fundamental para que tenhamos o resultado esperado, onde exigiremos o julgamento jurídico e não político.
Conto com o apoio de todos vocês, interesse coletivo, presença de todos.
Forte abraço e vamos a reta final.
Willyan Johnes
FUBB FRENTE ÚNICA DOS BACHARÉIS DO BRASIL
De: | CASSIANO (cassianojorge@ig.com.br) |
Enviada: | sexta-feira, 22 de julho de 2011 01:27:59 |
Para: |
DESMASCARANDO A OAB
O presidente do Conselho Federal da OAB, Ophir Cavalcante, diz que são milhões de bacharéis em todo o país. Mentira, basta observar que em todos os exames tem por volta de 100 mil inscrições, nesse caso, onde estão os milhões de bacharéis que alega? Se tirarmos os bacharéis concursados, que não pretendem advogar, que já exercem a advocacia ao longo desses dezessete anos que a prova é aplicada, que foram para outras áreas, os que faleceram e os que mataram, não passam de trezentos mil em todo o Brasil.
Ele alega que o alto índice de reprovações se deve ao mau ensino oferecido pelas instituições. Mentira, pois, tais instituições citadas não existiam em 1994 e há dezessete anos a OAB vem aplicando esse exame inconstitucional, até porque, se as instituições não ensinam o Direito como deveriam ,é porque muitas preparam o aluno para passar no exame famigerado e não ingressar no mercado de trabalho, como deveriam. Então, a culpa é da OAB e não das instituições de ensino.
Também alega Ophir Cavalcante, que o fim do exame trará riscos à sociedade no tocante ao patrimônio e à liberdade. Mentira, pois a OAB traz perdas e danos irreparáveis a uma enorme parcela da sociedade, são centenas de milhares de bacharéis que somados aos seus familiares são milhões de brasileiros atingidos diretamente por esse exame imoral e ilegal. E quanto à violação à liberdade? A OAB priva centenas de milhares de brasileiros do livre exercício da profissão. A qual sociedade esse cidadão se refere?
Em nome da OAB, Ophir Cavalcante alega que o exame de ordem qualifica o profissional. Mentira, pois quem qualifica o profissional são as instituições de ensino superior em cinco anos e não um exame mal elaborado, com pegadinhas, em apenas cinco horas.
Ele diz que, seria interessante para a OAB, inscrever todos os bacharéis como advogados, assim, arrecadaria mais com as anuidades. Mentira, pois, com o exame a OAB fatura as mesmas anuidades pagas pelos advogados com os bacharéis, em três parcelas adiantadas durante o ano e não tem compromisso com nenhum deles, ou seja, os gastos que a OAB tem com os advogados, assistência médica, dentária e garantias em geral.
Diz também, que as instituições não formam advogados e sim bacharéis em ciências jurídicas. Mentira, pois quem é a OAB para formar advogados perante um exame com cinco horas de duração?
O conselho Federal da OAB legisla de forma ilegal, sendo que o Conselho Federal rege em provimento para parte da sociedade, invadindo a competência do MEC e do Congresso Nacional, afinal, tais provimentos atingem um percentual significativo da sociedade, afrontando as normas e princípios constitucionais.
Todos os dirigentes da OAB afirmam descaradamente que o exame de ordem é constitucional, no entanto, nenhum deles fundamenta a constitucionalidade de forma robusta a sustentar sua manutenção. Verificamos apenas opiniões que influenciam a sociedade e prevalece acima das normas e princípios constitucionais. Forçoso dizer que, ou não conhecem a Carta Magna ou apenas a ignoram? Talvez tenham estudado em escolas de baixa qualidade de ensino ou se apoiam em mentiras, que eles mesmos criaram, financiadas pelos bacharéis em direito que são explorados.
Esse cidadão alega que as instituições cometem estelionato educacional em cima dos bacharéis. Mentira, pois a OAB comete estelionato induzindo essa classe ao erro, ou seja, pagar para fazer um exame inconstitucional na esperança de trabalhar com dignidade.
Art. 171- Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Segundo o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, o exame de ordem qualifica o profissional. Mentira, pois, se assim fosse, os bacharéis oriundos da Magistratura, Ministério Público e os portugueses não estariam aptos a advogarem, pois foram dispensados do exame de ordem. Pura discriminação.
C.F. Direitos Fundamentais.
Art. 5º, XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
Com isso nobres amigos, em nome de todos que estudaram a Constituição Federal, juraram honrá-la, sabem da inconstitucionalidade dessa prova fundamentando-a e são contra a ilegalidade, desafio os dirigentes da OAB a fundamentarem a constitucionalidade do exame de ordem e a prestarem essa prova publicamente para provarem que o problema está nas instituições de ensino e não em seus interesses.
Desafio também, os Senadores que derrubaram a PEC Nº 01/2010 a provarem que conhecem e respeitam as normas e princípios constitucionais para justificarem seus votos a favor desse exame nefasto e amoral, gera desemprego, fome e doenças em milhares de brasileiros que neles votaram.
E por último, desafio o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, num debate em rede nacional a discutir essa questão de tamanha importância que afeta centenas de milhares de famílias. É muito fácil ter a mídia na mão, falar o que quer desrespeitando o direito do contraditório em defesa dos bacharéis.
Willyan Johnes
FUBB (FRENTE ÚNICA DOS BACHARÉIS DO BRASIL)
Unindo os movimentos de todo o país em um só corpo com o mesmo objetivo.
MNBD (Movimento Nacional dos Bacharéis de Direito)
MBBAD (Movimento Brasil dos Bacharéis e Acadêmicos em Direito)
MDE (Movimento Democrático Estudantil de São Paulo)
BA (Bacharéis em Ação)
Segue os absurdos, algumas linhas para os bacharéis na Veja e uma matéria imensa para o representante da OAB, com suas mentiras que induz a sociedade, inclusive a imprensa que se omite perante a legalidade.
AOS BACHARÉIS PRESENTES NA MANIFESTAÇÃO EM BRASÍLIA, AOS HERÓIS QUE MARCARAM PRESENÇA NAS SUBSEÇÕES DA OAB DE SUAS CIDADES E AOS DEMAIS BACHARÉIS QUE COLABORARAM NESSA JORNADA.
Venho até vocês trazendo boas notícias, pois, apesar de insistir para que todos fossem a Brasília, é de se compreender as dificuldades que impediram um número maior de presença, até porque, se trata de uma classe impedida de trabalhar por força da ilegalidade, onde a distância, condição financeira e problemas diversos, fizeram com que muitos estivessem presentes apenas com a esperança, no entanto, o resultado foi muito bom, onde compareceram representantes de quase todos os estados da federação. Isso sem contar com os heróis que marcaram sua presença nas subseções de suas cidades, até mesmo com apenas um bacharel em determinadas cidades.
Vencemos mais uma batalha e a contar do dia 29, ou seja, um dia depois da manifestação ocorrida na Praça dos Três Poderes e PGR, fomos informado que dentro de 20 dias o RE estará no STF e será marcada a data do julgamento da inconstitucionalidade do exame de ordem, portanto, novamente devemos estar em Brasília, só que dessa vez, para pressionar que o julgamento seja jurídico e não político, assim, com certeza sairemos de lá com o grito da vitória.
Mais do que nunca devemos nos manter unidos, mais do que nunca devemos continuar lutando, pois não se trata apenas do exame de ordem, mas também da falta de respeito às normas e princípios constitucionais, de ética e honestidade praticada pelos dirigentes da OAB, que sequer respeitam a vida e integridade de centenas de milhares de brasileiros, que sofrem devido a interesses financeiros daqueles que se acham acima do bem e do mal.
Parabéns a todos vocês que contribuíram com essa festa democrática.
Parabéns aos advogados que aderiram e participaram em prol da legalidade.
Parabéns a todos que compreendem a ignorância daqueles que colocam suas opiniões acima da lei, pois, o despreparo daqueles que são favoráveis a esse exame ilegal não deve ser aceito, mas sim, compreendido devido a falta de conhecimento.
Willyan Johnes
terça-feira, 12 de julho de 2011
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Obama e o senhor da guerra
Para fugir da crise, presidente Democrata pode seguir a mesma tática dos seus oponentes Republicanos
Os dados são da agência France Presse: os gastos de consumo mensal dos lares dos EUA reduziram-se em 175 dólares por pessoa desde o início da última recessão, em dezembro de 2007, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira, 11 de julho, pelo Federal Reserve (Fed).
Esse montante corresponde à diferença entre o consumo real das famílias de dezembro de 2007 a maio de 2011 e o que deveria ter sido se houvesse mantido a tendência de antes da crise, afirma o trabalho realizado por um pesquisador do Fed, de San Francisco.
Em 31 de maio, 42 meses depois do início da recessão, o consumo real dos americanos era ainda 1,6% menor que seu pico de antes da crise, afirma o estudo. Em comparação, na recessão de 1990-1991, o consumo recuperou seu nível de antes da crise em 23 meses. Sabemos que a última recessão foi a mais brutal do pós-guerra. Foi finalizada oficialmente em junho de 2009.
O Produto Interno Bruto (PIB) americano superou em 2010 seu nível de 2007, mas a crise está longe de terminar, como mostra a persistência de um alto nível de desemprego (9,2% em junho, segundo os últimos dados oficiais).
Além disso, a riqueza líquida das famílias (a diferença entre seu patrimônio e sua dívida) era ainda inferior no fim de maio em cerca de 20% em termos reais, seu nível do início da recessão, segundo o estudo do banco central americano.
O medo é um só: que Obama só tenha uma saída para isso: reverter sua política exterior. E adotar o “wargasm”, tão típico dos republicanos: o orgasmo pela movimentação da máquina de guerra.
Incautos vêem no babalaô de Obama o mesmo suelto que viam no Francis Fukuyama, o republicano, que sacaneando Hegel, só no sapatinho, anunciou que o “reaganomics”, o “thatcherismo”, em 1989, configuravam o “fim da história”. Obviamente a história não acabou no modelo neoliberal. Nem tampouco acabará no modelo groucho-marxista. História é fricção, notava Benedetto Croce. Naturalmente, os spin doctors do Departamento de Estado dos EUA, sob George W. Bush, e sob Bush “père”, aproveitaram-se do discurso marxo-católico que previa o fim da história. Seja o Sermão da Montanha, de Jesus Cristo (com o babalaô de que ricos não entrarão no reino dos céus), seja o Manifesto do Partido Comunista, publicado por Marx e Engels em fevereiro de 1848, todos postulam o fim da história: a cascata do Manifesto, de ser feliz, trabalhar pouco e “pescar a tardinha”, é a mesma do congelamento da história proposto pelo talibanato (o encontro do profeta no Paraíso, com leite e 80 mil virgens...) ou o arrebatamento que separará o joio do trigo. Todos são, noto, postulantes de um estado de bem-aventurança. E temem a fricção interminável que e a história. Eis o porquê, ao contrário do que previu Marx, de as revoluções comunas não ocorreram primeiramente na Alemanha ou Inglaterra, mas em países essencialmente cristãos: o padre comuna, de chinelo de dedo, é um subproduto do credo no fim da história.
Obama, e óbvio, puxou a sim esse discurso, de que um afro-americano progressista no poder seria o fim da fricção, o fim da história. Esse lero-lero de fim de ideologia não é novidade. O termo, originalmente, foi criado por Albert Camus. Gerou "n" obras, dos anos 1950 para cá: O Deus que Falhou, de R. H. Crossman (com textos de Koestler, Silone, Gide, entre outros); um punhado de ensaios de Arthur Koestler e Ignazio Silone, o famoso O Ópio dos Intelectuais, de Raymond Aaron e, last but not least,The End of Ideology on the exhaustion of Political Ideas in the Fifties, de Daniel Bell, lançado em 1960 em primeira edição e relançado pela Harvard Uviversity Press (Bell batei as botas em janeiro passado).
O problema é que, hoje, avançou a interpretação do fim das ideologias, que ora ganha o status de perda de sentido, de irracionalismo, sobre o que há o belíssimo extrato de Sérgio Paulo Rouanet:
"Não podemos falar em clima irracionalista sem falar em atores que o defendam ou em suportes que o sustentem. Um tanto impressionisticamente, diríamos que esses suportes incluem, por exemplo, subculturas jovens, em que o rock funciona como instrumento de sociabilidade intragrupal e de contestação geracional do sistema. Nelas, os estereótipos de uma formação livresca são contrapostos a imagem da educação pela própria vida. Reconstitui-se, espontaneamente, sem que os jovens saibam disso, a polarização clássica entre a vida e a teoria, que floresceu, por exemplo, no Sturm und Drang, no romantismo, no atual movimento ecologista e em outras correntes direta ou indiretamente influenciadas pela máxima de Goethe “cinzenta é toda teoria, e verde apenas a árvore esplêndida da vida”. Incluem também alguns intelectuais, que não hesitam em desqualificar a razão, de modo quase sempre indireto, sob a influência de certos modismos, como a atual vaga neonietszchiana. E incluem determinados movimentos e partidos políticos, que tendem a recusar a teoria e fetichizar a prática. Teríamos assim, do ponto de vista dos atores, algo como um irracionalismo comportamental, um irracionalismo teórico e um irracionalismo político".
Poderia-se ainda teorizar o tema naquilo que Nietzsche chamava deketten-denken, ou pensador em cadeia, o que serve para todo aquele que adapta, à sua maneira, qualquer estrato ideológico perdido por aí (ver aforisma 376 de Humano, Demasiadamente Humano). Os estrategos do Depto. de Estado, e demais think-tanks dos EUA, sabem bem como serem “deketten-denken”: o lance de que Obama é o fim da história, com seu arranjo essencialmente “pax universalis” é meia-confecção, um arremedo, do que os republicanos tentaram aplicar à sua economia de guerra.
Ao contrário da mansuetude proposta por Obama, o mundo friccional requer a guerra. Tudo porque (o termo é retirado do Manifesto do Partido Comunista) vivemos de “procura e oferta [Nachfrage und Zufuhr]”. Sem guerra, não há mercado, vindica o “dictum” republicano. É o que de resto Nietzsche chamada de “Guerra e Arte” (“otium et bellum”).
O quadro não seria melhor para a volta do “wargasm”, até pela movimentação da indústria de informações digitais. Vejamos a obra Le bonheur economique, de Francois-Xavier Chevallier (Albin Michel, 1998, Paris). Ele nos conta coisas nada animadoras, com base nas teorias dos "ciclos", do economista russo Kondratieff. Para o economista, avanço tecnológico e redução de tempo de produção resultam guerras e instabilidades bem localizadas – para lastrear a produção encalhada pela redução de seu tempo de manufatura. Nessa visão, a Revolução Industrial teria gerado, a partir de 1783, e seguindo o economista, o crack na Bolsa de Londres e a Revolução de 1830. A introdução da química do ferro, a partir de 1837, deu empuxo à Revolução de 1848, à Guerra de Secessão nos EUA e ao crack de Viena. A química pesada, no início do século, teria potencializado e gerado a Primeira Guerra Mundial, o crack de 1929 em Nova York e a Revolução de 1930, no Brasil.
Quando invadiu-se o Kossovo, em abril de 1999, para tirar-se da mídia o escândalo Monica Lewinski (a tese e do brilhante jornalista Phillip Knightley, autor de First Casualty), a então secretaria de estado dos EUA, Madeleine Allbrigth, comemorou que a antiga Iugoslávia seria um ótimo mercado para se escoar a produção dos EUA...Hosni Mubarak e Muamar Khadaffi serviram aos EUA dentro daquela ótica pela qual o ex-presidente Roosevelt definia o ditador nicaraguense como “um filho da puta, mas o nosso filho da puta”.
Será muito difícil que Obama resista ao chamado da guerra. Resta saber qual o novo inimigo que vão nos entuchar goela abaixo.
Esse montante corresponde à diferença entre o consumo real das famílias de dezembro de 2007 a maio de 2011 e o que deveria ter sido se houvesse mantido a tendência de antes da crise, afirma o trabalho realizado por um pesquisador do Fed, de San Francisco.
Em 31 de maio, 42 meses depois do início da recessão, o consumo real dos americanos era ainda 1,6% menor que seu pico de antes da crise, afirma o estudo. Em comparação, na recessão de 1990-1991, o consumo recuperou seu nível de antes da crise em 23 meses. Sabemos que a última recessão foi a mais brutal do pós-guerra. Foi finalizada oficialmente em junho de 2009.
O Produto Interno Bruto (PIB) americano superou em 2010 seu nível de 2007, mas a crise está longe de terminar, como mostra a persistência de um alto nível de desemprego (9,2% em junho, segundo os últimos dados oficiais).
Além disso, a riqueza líquida das famílias (a diferença entre seu patrimônio e sua dívida) era ainda inferior no fim de maio em cerca de 20% em termos reais, seu nível do início da recessão, segundo o estudo do banco central americano.
O medo é um só: que Obama só tenha uma saída para isso: reverter sua política exterior. E adotar o “wargasm”, tão típico dos republicanos: o orgasmo pela movimentação da máquina de guerra.
Incautos vêem no babalaô de Obama o mesmo suelto que viam no Francis Fukuyama, o republicano, que sacaneando Hegel, só no sapatinho, anunciou que o “reaganomics”, o “thatcherismo”, em 1989, configuravam o “fim da história”. Obviamente a história não acabou no modelo neoliberal. Nem tampouco acabará no modelo groucho-marxista. História é fricção, notava Benedetto Croce. Naturalmente, os spin doctors do Departamento de Estado dos EUA, sob George W. Bush, e sob Bush “père”, aproveitaram-se do discurso marxo-católico que previa o fim da história. Seja o Sermão da Montanha, de Jesus Cristo (com o babalaô de que ricos não entrarão no reino dos céus), seja o Manifesto do Partido Comunista, publicado por Marx e Engels em fevereiro de 1848, todos postulam o fim da história: a cascata do Manifesto, de ser feliz, trabalhar pouco e “pescar a tardinha”, é a mesma do congelamento da história proposto pelo talibanato (o encontro do profeta no Paraíso, com leite e 80 mil virgens...) ou o arrebatamento que separará o joio do trigo. Todos são, noto, postulantes de um estado de bem-aventurança. E temem a fricção interminável que e a história. Eis o porquê, ao contrário do que previu Marx, de as revoluções comunas não ocorreram primeiramente na Alemanha ou Inglaterra, mas em países essencialmente cristãos: o padre comuna, de chinelo de dedo, é um subproduto do credo no fim da história.
Obama, e óbvio, puxou a sim esse discurso, de que um afro-americano progressista no poder seria o fim da fricção, o fim da história. Esse lero-lero de fim de ideologia não é novidade. O termo, originalmente, foi criado por Albert Camus. Gerou "n" obras, dos anos 1950 para cá: O Deus que Falhou, de R. H. Crossman (com textos de Koestler, Silone, Gide, entre outros); um punhado de ensaios de Arthur Koestler e Ignazio Silone, o famoso O Ópio dos Intelectuais, de Raymond Aaron e, last but not least,The End of Ideology on the exhaustion of Political Ideas in the Fifties, de Daniel Bell, lançado em 1960 em primeira edição e relançado pela Harvard Uviversity Press (Bell batei as botas em janeiro passado).
O problema é que, hoje, avançou a interpretação do fim das ideologias, que ora ganha o status de perda de sentido, de irracionalismo, sobre o que há o belíssimo extrato de Sérgio Paulo Rouanet:
"Não podemos falar em clima irracionalista sem falar em atores que o defendam ou em suportes que o sustentem. Um tanto impressionisticamente, diríamos que esses suportes incluem, por exemplo, subculturas jovens, em que o rock funciona como instrumento de sociabilidade intragrupal e de contestação geracional do sistema. Nelas, os estereótipos de uma formação livresca são contrapostos a imagem da educação pela própria vida. Reconstitui-se, espontaneamente, sem que os jovens saibam disso, a polarização clássica entre a vida e a teoria, que floresceu, por exemplo, no Sturm und Drang, no romantismo, no atual movimento ecologista e em outras correntes direta ou indiretamente influenciadas pela máxima de Goethe “cinzenta é toda teoria, e verde apenas a árvore esplêndida da vida”. Incluem também alguns intelectuais, que não hesitam em desqualificar a razão, de modo quase sempre indireto, sob a influência de certos modismos, como a atual vaga neonietszchiana. E incluem determinados movimentos e partidos políticos, que tendem a recusar a teoria e fetichizar a prática. Teríamos assim, do ponto de vista dos atores, algo como um irracionalismo comportamental, um irracionalismo teórico e um irracionalismo político".
Poderia-se ainda teorizar o tema naquilo que Nietzsche chamava deketten-denken, ou pensador em cadeia, o que serve para todo aquele que adapta, à sua maneira, qualquer estrato ideológico perdido por aí (ver aforisma 376 de Humano, Demasiadamente Humano). Os estrategos do Depto. de Estado, e demais think-tanks dos EUA, sabem bem como serem “deketten-denken”: o lance de que Obama é o fim da história, com seu arranjo essencialmente “pax universalis” é meia-confecção, um arremedo, do que os republicanos tentaram aplicar à sua economia de guerra.
Ao contrário da mansuetude proposta por Obama, o mundo friccional requer a guerra. Tudo porque (o termo é retirado do Manifesto do Partido Comunista) vivemos de “procura e oferta [Nachfrage und Zufuhr]”. Sem guerra, não há mercado, vindica o “dictum” republicano. É o que de resto Nietzsche chamada de “Guerra e Arte” (“otium et bellum”).
O quadro não seria melhor para a volta do “wargasm”, até pela movimentação da indústria de informações digitais. Vejamos a obra Le bonheur economique, de Francois-Xavier Chevallier (Albin Michel, 1998, Paris). Ele nos conta coisas nada animadoras, com base nas teorias dos "ciclos", do economista russo Kondratieff. Para o economista, avanço tecnológico e redução de tempo de produção resultam guerras e instabilidades bem localizadas – para lastrear a produção encalhada pela redução de seu tempo de manufatura. Nessa visão, a Revolução Industrial teria gerado, a partir de 1783, e seguindo o economista, o crack na Bolsa de Londres e a Revolução de 1830. A introdução da química do ferro, a partir de 1837, deu empuxo à Revolução de 1848, à Guerra de Secessão nos EUA e ao crack de Viena. A química pesada, no início do século, teria potencializado e gerado a Primeira Guerra Mundial, o crack de 1929 em Nova York e a Revolução de 1930, no Brasil.
Quando invadiu-se o Kossovo, em abril de 1999, para tirar-se da mídia o escândalo Monica Lewinski (a tese e do brilhante jornalista Phillip Knightley, autor de First Casualty), a então secretaria de estado dos EUA, Madeleine Allbrigth, comemorou que a antiga Iugoslávia seria um ótimo mercado para se escoar a produção dos EUA...Hosni Mubarak e Muamar Khadaffi serviram aos EUA dentro daquela ótica pela qual o ex-presidente Roosevelt definia o ditador nicaraguense como “um filho da puta, mas o nosso filho da puta”.
Será muito difícil que Obama resista ao chamado da guerra. Resta saber qual o novo inimigo que vão nos entuchar goela abaixo.
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