domingo, 21 de abril de 2013

Candomblé no Brasil: orixás, tradições, festas e costumes


Candomblé no Brasil: orixás, tradições, festas e costumes

Os navios negreiros que chegaram entre os séculos XVI e XIX traziam mais do que africanos para trabalhar como escravos no Brasil Colônia. Em seus porões, viajava também uma religião estranha aos portugueses. Considerada feitiçaria pelos colonizadores, ela se transformou, pouco mais de um século depois da abolição da escravatura, numa das religiões mais populares do país.

por Sílvia Campolim


Quem gosta de cachaça é Exu. Quem veste branco é Oxalá. Quem recebe oferendas em alguidares (vasos de cerâmica) são orixás. E quem adora os orixás são milhões de brasileiros. O candomblé, com seus batuques e danças, é uma festa. Com suas divindades geniosas, é a religião afro-brasileira mais influente do país.
Não existem estatísticas que dêem o número exato de fiéis. Os dados variam. Segundo o Suplemento sobre Participação Político-Social da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1988, 0,6% dos chefes de família (ou cônjuges) seguiam cultos afrobrasileiros. Um levantamento do Instituto Gallup de Opinião Pública, no mesmo ano, indicou que candomblé ou umbanda era a religião de 1,5% da população.
São índices ridículos se comparados à multidão que lota as praias na passagem de ano, para homenagear Iemanjá, a orixá (deusa) dos mares e oceanos. Elisa Callaux, gerente de pesquisa do IBGE, explica por que, tradicionalmente, os índices dos institutos não refletem exatamente a realidade: “Os próprios fiéis evitam assumir, por medo do preconceito.” Ela tem razão. A mais célebre mãe-de-santo do Brasil, Menininha do Gantois, falecida em 1986, declarou certa vez ao pesquisador do IBGE que era católica. Apostólica romana.
De seu lado, a Federação Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira (Fenatrab) desafia ostensivamente as cifras oficiais e garante haver 70 milhões de brasileiros, direta ou indiretamente, ligados aos terreiros — seja como praticantes assíduos, seja como clientes, que ocasionalmente pedem uma bênção ou um “serviço” ao mundo sobrenatural.
Você pode achar um exagero, e talvez seja mesmo, mas terreiro é o que não falta. Em 1980, num convênio da Prefeitura de Salvador com a Fundação Pró-Memória, o antropólogo Ordep Serra, da Universidade Federal da Bahia, concluiu um mapeamento dos terreiros existentes na região metropolitana de Salvador. Eram 1 200. “Hoje são muitos mais”, assegura Serra.
Mais recentemente, o Instituto de Estudos da Religião (ISER) verificou que 81 novos centros “espíritas” (englobando cultos afro-brasileiros e kardecismo) haviam sido abertos no Grande Rio de Janeiro no ano de 1991, e que, em 1992, surgiram outros 83. O sociólogo Reginaldo Prandi, da Universidade de São Paulo, contou, em 1984, 19 500 terreiros registrados nos cartórios da capital paulista.
Onde tem terreiro, tem festa. Por isso, para levar você ao mundo do candomblé, SUPER começa por convidá-lo para uma festa no terreiro. Agora, você conhecerá em detalhes um dos fenômenos mais impressionantes da civilização brasileira.



Para saber mais:
A cara de Zumbi
(SUPER número 11, ano 9)




O barracão está pronto: a festa vai começar
São nove horas da noite. Os tocadores de atabaque, chamados alabês, estão a postos em seus lugares. O público — cerca de 40 pessoas — aguarda em silêncio, acomodado em bancos rústicos de madeira. Os homens, na fileira à direita da porta. As mulheres, do lado esquerdo. Separados, para evitar um eventual namoro. Afinal, ali não é lugar para isso. Estamos num templo do candomblé, a Casa Branca, em Salvador, Bahia, o pioneiro do Brasil, fundado em 1830.A festa (que pode ser comparada a uma missa católica) vai homenagear Xangô, o deus do fogo e do trovão.
O barracão foi decorado durante toda a tarde. O teto de telha-vã foi escondido por bandeirolas brancas e vermelhas — as cores de Xangô. As paredes estão enfeitadas de flores e folhas de palmeira de dendê desfiadas. Vai começar o toque, como é chamada a festa de candomblé no Brasil. Ela é aberta a todos os orixás (deuses, que também podem ser chamados de santos) que quiserem homenagear Xangô.
O que o público vai assistir é parte de um ritual que começou horas antes. Na madrugada, os filhos-de-santo fizeram o sacrifício para o orixá homenageado. Nas primeiras horas da manhã, as filhas-de-santo prepararam a comida. Durante a tarde, foi feita a oferenda aos deuses, e Exu, o mensageiro entre os homens e os orixás, foi despachado. Entenda melhor essa preparação



O calendário litúrgico
Muitas festas não têm dia certo para acontecer.
As festas normalmente estão associadas aos dias santos do catolicismo. Mas as datas podem variar de terreiro para terreiro, de acordo com a disponibilidade e as possibilidades da comunidade.
De maneira geral, o que importa é comemorar o orixá na sua época.



As principais festas, ao longo do ano, são as seguintes:
Abril: Feijoada de Ogum e festa de Oxóssi (associado a São Sebastião), em qualquer dia.
Junho: Fogueiras de Xangô (associados a São João e São Pedro), dias 25 e 29.
Agosto: Festa para Obaluaiê (associado a São Lázaro e São Roque) e festa de Oxumaré (associado a São Bartolomeu), em qualquer dia.
Setembro: Começa um ciclo de festas chamado Águas de Oxalá, que pode seguir até dezembro. Festa de Erê, em homenagem aos espíritos infantis (associados a São Cosme e Damião). Festa das iabás (esposas de orixás) e festa de Xangô (associado a São Jerônimo), em qualquer dia.
Dezembro: Festas das iabás Iansã (Santa Bárbara), dia 4, Oxum e Iemanjá (associadas a Nossa Senhora da Conceição), dia 8. Iemanjá também é homenageada na passagem de ano.
Janeiro: Festa de Oxalá (coincide com a festa do Bonfim, em Salvador), no segundo domingo depois do dia de Reis, 6 de janeiro.
Quaresma: O encerramento do ano litúrgico acontece durante os quarenta dias que antecedem a Páscoa, com o Lorogun, em homenagem a Oxalá.



Ao som dos atabaques, o santo “baixa”
Fotografar uma festa de candomblé não é tão fácil. Na Casa Branca, é absolutamente proibido. Mas outros terreiros, como o Ilê Axé Ajagonã Obá-Olá Fadaká, em Cotia, região da grande São Paulo, são mais liberais. Nesta casa, podemos bater fotos da cerimônia em homenagem a Xangô. Mas com uma ressalva: a de jamais fotografar de frente um filho-de-santo com o orixá “incorporado”.
A casa está cheia: 85 pessoas lotam o barracão. Os atabaques começam a “falar” com os deuses. Os orixás são invocados com cantigas próprias e os filhos-de-santo “entram na roda”, um a um, na chamada ordem do xirê: primeiro, o filho de Ogum, seguido pelos filhos de Oxóssi, Obaluaiê e assim por diante.
Ao som do canto e da batida dos atabaques, cada integrante da roda entra em transe. O corpo estremece em convulsão, às vezes suavemente, outras vezes com violência. Agora, os filhos “incorporam” os orixás e dançam até que o pai-de-santo autorize, com um aceno, sua saída, para serem arrumados pelas camareiras, chamadas equedes. Logo depois, eles voltam ao barracão, vestindo roupas, colares e enfeites típicos de seu santo. Ao ouvir seu cântico, cada um começa a dançar sozinho uma coreografia que conta a origem do orixá “incorporado”.
É quase meia-noite quando os atabaques tocam as cantigas de Oxalá, o criador dos homens. Saudado Oxalá, é hora da comunhão com os deuses: os pratos são servidos aos participantes da festa. O xirê chega ao fim.



Sem música, não existe cerimônia
Tudo acontece sob a batida de três atabaques
Os três atabaques que fazem soar o toque durante o ritual também são responsáveis pela convocação dos deuses.
O rum funciona como solista, marcando os passos da dança. Os outros dois, o rumpi e o lé, reforçam a marcação, reproduzindo as modulações da língua africana iorubá — uma língua cantada, como o sotaque baiano. Além dos atabaques, usam-se também o agogô e o xequerê.
São, ao todo, mais de quinze ritmos diferentes. Cada casa-de-santo tem até 500 cânticos. Segundo a fé dos praticantes, os versos e as frases rítmicas, repetidos incansavelmente, têm o poder de “captar” o mundo sobrenatural. Essa música sagrada só sai dos terreiros na época do carnaval, levada por grupos e blocos de rua, principalmente em Salvador, como Olodum ou Filhos de Gandhi .



As divindades têm defeitos humanos
Em qualquer terreiro, a entrada dos orixás na festa segue sempre a mesma seqüência da ordem do xirê. Depois de despachar Exu, o primeiro a entrar na roda é Ogum, seguido de Oxóssi, Oba- luaiê, Ossaim, Oxumaré, Xangô, Oxum, Iansã, Nanã, Iemanjá e Oxalá.
Segundo a tradição, os deuses do candomblé têm origem nos ancestrais dos clãs africanos, divinizados há mais de 5 000 anos. Acredita-se que tenham sido homens e mulheres capazes de manipular as forças da natureza, ou que trouxeram para o grupo os conhecimentos básicos para a sobrevivência, como a caça, o plantio, o uso de ervas na cura de doenças e a fabricação de ferramentas.
Os orixás estão longe de se parecer com os santos cristãos. Ao contrário, as divindades do candomblé têm características muito humanas: são vaidosos, temperamentais, briguentos, fortes, maternais ou ciumentos. Enfim, têm personalidade própria. Cada traço da personalidade é associado a um elemento da natureza e da sua cultura: o fogo, o ar, a água, a terra, as florestas e os instrumentos de ferro.
Na África Ocidental, existem mais de 200 orixás. Mas, na vinda dos escravos para o Brasil, grande parte dessa tradição se perdeu. Hoje, o número de orixás conhecidos no país está reduzido a dezesseis. E, mesmo desse pequeno grupo, apenas doze são ainda cultuados: os outros quatro — Obá, Logunedé, Ewa e Irôco — raramente se “manifestam” nas festas e rituais.



Deuses e homens sob o mesmo teto
O terreiro, ou casa-de-santo, é simultaneamente templo e morada. A vida cotidiana dos mortais mistura-se com os rituais dos orixás. A família-de-santo (a mãe ou o pai e os filhos-de-santo, não necessariamente parentes de sangue) divide os cômodos com os deuses.
A divisão do espaço, na Casa Branca, em Salvador, lembra os “compounds” africanos, ou egbes — antigas habitações coletivas dos clãs, usadas principalmente pelos povos de língua iorubá. O cômodo principal é o barracão, o salão onde humanos e santos se encontram nas festas.
Por trás do barracão, há várias instalações comuns a uma residência: salas de jantar e de estar, cozinha e quartos — nem todos destinados aos mortais. Há os quartos-de-santo, onde ficam os pejis (altares) e os assentamentos (objetos e símbolos) dos orixás. Aí são feitas as oferendas. Na Casa Branca, os dois únicos orixás que têm quartos dentro da casa são Xangô e Oxalá.
O roncó é um quarto especial onde os abiãs (noviços) ficam recolhidos durante o processo de iniciação. Essa proximidade dos abiãs com os outros membros do terreiro é fundamental: é assim que os iniciados entram em contato com os procedimentos rituais da casa. O fiel do candomblé aprende com os olhos e os ouvidos. Ele deve prestar atenção a tudo e não perguntar nada.
Os terreiros têm também uma área externa, onde estão as casas dos outros orixás. A de Exu, por exemplo, fica perto da porta de entrada.



Sucessão: guerra à vista
A sucessão numa casa-de-santo é sempre tumultuada: basta o pai-de-santo morrer para ter início uma verdadeira guerra entre orixás. Os filhos que não concordam com a indicação dos búzios costumam abandonar o terreiro e fundar sua própria casa. Foi assim que nasceu, no início do século, o Gantois — uma das casas mais conhecidas em Salvador. A partir da década de 70, mãe Menininha do Gantois se tornou conhecida no Brasil inteiro, cantada por compositores, como Dorival Caymmi e Caetano Veloso, e venerada por intelectuais, como Jorge Amado. Mãe Menininha morreu aos 92 anos de idade, em 1986. Deixou em seu lugar mãe Creusa.



Por meses, o noviço só come com as mãos
Os filhos-de-santo são os sacerdotes dos orixás, da mesma forma como, na Igreja Católica, os padres são os representantes de Deus. Nem todos, porém, são preparados para “receber” os santos. Existem os que cuidam dos filhos-de-santo quando os orixás “baixam”, os que sacrificam os animais, os que tocam os atabaques e os que preparam a comida. Os búzios, usados como instrumento de adivinhação, é que vão dizer qual a função de cada um.
A entrada para essa hierarquia é a indicação do orixá. É o que se chama “bolar no santo”. A partir daí, o abiã (noviço) tem de se submeter aos rituais de iniciação — cerimônias do bori, orô e saídas de iaô.
Um recém-iniciado passa de um a seis meses vivendo dentro de severas restrições. É o tempo de quelê — o período em que o abiã usa um colar de contas justo ao pescoço. Enquanto usar o quelê, ele deve vestir branco, comer com as mãos e sentar-se só no chão. Estão proibidas as relações sexuais e os pratos que não sejam os de seu orixá.
Nem todos os terreiros seguem à risca todas as imposições. Mas pelo menos algumas têm de ser obedecidas: é parte do compromisso do abiã com seu orixá e seu pai ou mãe-de-santo. As obrigações não terminam por aí: o iniciado, que agora se chama iaô, terá de cumprir ainda três rituais — depois de um ano, três anos e sete anos —, com sacrifícios, toques e oferendas. Só depois ele pode se candidatar a ebômi, o degrau seguinte da hierarquia.



A sabedoria da morte e da advinhação
Como toda religião , o candomblé tem sua maneira própria de encarar a morte. Segundo a crença, a alma vive no Orum, que corresponde, mais ou menos, ao céu dos católicos. Ela é imortal e faz várias passagens do Orum para a vida terrena. Cada um tem controle sobre essas “viagens”: quem tem uma boa experiência em vida, pode escolher um destino melhor, na vinda seguinte.
Aqui na Terra, nada que se refira aos deuses e ao futuro pode ser dito sem a consulta ao Ifá, ou seja o jogo de búzios, conchas usadas como oráculo. O Ifá revela o orixá de cada um e orienta na solução de problemas.
O jogo usa dois caminhos: a aritmética e a intuição. Pela aritmética, é contado o número de conchas, abertas ou fechadas, combinadas duas a duas. Para interpretar todas as combinações possíveis dos búzios, o pai-de-santo conhece de cor 256 lendas que traduzem as mensagens dos deuses. Isso não é nada raro no candomblé, onde nada é escrito. Toda a sabedoria é transmitida oralmente.
No outro sistema de adivinhação, o intuitivo, o pai-de-santo estuda a posição dos búzios em relação a outros elementos na mesa, como uma moeda ou um copo d’água. Se o búzio cai perto da moeda, por exemplo, pode indicar que não há problemas com dinheiro. Mas é preciso estar preparado: os orixás vão “cobrar pela consulta” uma obrigação. Mãe Kutu, que foi formada pela Casa Branca e está montando seu próprio terreiro, diz: “Se não vai fazer a obrigação, é melhor nem perguntar aos búzios.”



Reza para o santo católico e vela para o orixá
Existem diferentes tipos de candomblé no Brasil, cada um deles saído de uma nação. A palavra “nação” aqui não tem nada a ver com o conceito político e geográfico, mas com os grupos étnicos daqueles que foram trazidos da África como escravos. As diferenças aparecem principalmente na maneira de tocar os atabaques, na língua do culto e no nome dos orixás.
Os povos que mais influenciaram os quatro tipos de candomblé praticados no Brasil são os da língua iorubá. Os rituais da Casa Branca, em Salvador, e da casa de Cotia, em São Paulo, descritos nesta reportagem, pertencem ao tipo Queto.
A mistura com o catolicismo foi uma questão de sobrevivência. Para os colonizadores portugueses, as danças e os ri- tuais africanos eram pura feitiçaria e deviam ser reprimidos. A saída, para os escravos, era rezar para um santo e acender a vela para um orixá. Foi assim que os santos católicos pegaram carona com os deuses africanos e passaram a ser associados a eles. A partir da década de 20, o espiritismo também entrou nos terreiros, criando a umbanda, com características bem diferentes.
Assim, o candomblé já se incorporou à alma brasileira. Tanto é que o país inteiro conhece o grito de felicidade— a sau-dação mágica que significa, em iorubá, energia vital e sagrada: Axé!



Da África ao Brasil, uma boa mistura
A principal diferença entre os vários tipos de candomblé é a origem étnica.
Há quatro tipos de candomblé:o Queto, da Bahia, o Xangô, de Pernambuco, o Batuque, do Rio Grande do Sul, e o Angola, da Bahia e São Paulo. O Queto chegou com os povos nagôs, que falam a língua iorubá. Saídos das regiões que hoje correspondem ao Sudão, Nigéria e Benin, eles vieram para o Nordeste. Os bantos saíram das regiões de Moçambique, Angola e Congo para Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo. Criaram o culto ao caboclo, representante das entidades da mata.
Candomblé não é umbanda
As duas são religiões afro-brasileiras.
Umbanda é a mistura do candomblé com espiritismo


Candomblé
Deuses: Orixás de origem africana. Nenhum santo é superior ou inferior a outro. Não existe o Bem e o Mal, isoladamente.
Culto: Louvação aos orixás que “incorporam” nos fiéis, para fortalecer o axé (energia vital) que protege o terreiro e seus membros.
Iniciação: Condição essencial para participar do culto. O recolhimento dura de sete a 21 dias. O ritual envolve o sacrifício de animais,a oferenda de alimentos e a obediência a rígidos preceitos.
Música: Cânticos em língua africana, acompanhados por três atabaques tocados por iniciados do sexo masculino.


Umbanda
Deuses: As entidades são agrupadas em hierarquia, que vai dos espíritos mais “baixos” (maus) aos mais “evoluídos” (bons).
Culto: Desenvolvimento espiritual dos médiuns que, quando “incorporam”, dão passes e consultas.
Iniciação: Não é necessária. O recolhimento é de apenas um ou dois dias. O sacrifício de animais não é obrigatório. O batismo é feito com água do mar ou de cachoeira.
Música: Cânticos em português, acompanhados por palmas e atabaques, tocados por fiéis de qualquer sexo.

Quem é quem (e quem faz o quê) na hierarquia de uma casa-de-santo
Cada iniciado tem uma função dentro do terreiro. Nem todos “recebem” santo.

Abiã
Noviço, primeiro degrau da hierarquia. Após iniciado, será filho-de-santo.

Iaô
Filho-de-santo, segundo degrau na hierarquia. Podem ou não “receber” santo.

Ebômi
Terceiro degrau. Iaô que cumpriu as obrigações de sete anos. “Recebe” santo.

Iabassê
Quarto degrau. Não “recebe”. É a responsável pela cozinha do terreiro.

Agibonã
Mãe criadeira. Também quarto degrau. Cuida dos iaôs durante o ritual de iniciação. Não “recebe” santo.

Ialaxé
Quinto degrau. Zela pelas oferendas e objetos de culto aos orixás. Não “recebe” santo.

Baba-quequerê e Iaquequerê
Sexto degrau. Pai ou mãe-pequena. “Recebe”. Ajuda o pai ou mãe-de-santo no comando do terreiro.

Baba-lorixá e Ialorixá
Pai ou mãe-de-santo, chefe do terreiro, último degrau da hierarquia. “Recebe” santo e joga búzios.

Ajudantes sagrados
Pais e mães “terrenos” dos orixás ficam fora da hierarquia.

Ogã
Filho-de-santo que não “recebe”. O Ogã pode ser Axogum ou Alabê, conforme sua tarefa.

Axogum
Ogã responsável pelo sacrifício de animais a serem ofertados aos orixás. Não “recebe” santo.

Alabê
Ogã tocador dos atabaques e instrumentos rituais. Não “recebe” santo.

Equede
Paralela ao Ogã. Não “recebe”. Cuida dos orixás “incorporados” e de seus objetos.



As diversas fases da iniciação
Primeiro, o santo indica a pessoa a ser iniciada.
Depois, é preciso cumprir outros três passos:

Bolar no santo
É o mesmo que cair no santo. Este é o sinal que indica a necessidade de iniciação de uma pessoa no candomblé. Acontece sem previsão, normalmente numa festa: durante a dança e os cânticos o orixá se “manifesta” no futurofilho-de-santo, que é agitado por tremores e sobressaltos violentos. Quem já “bolou” conta que sentiu arrepios, calor, fraqueza e sensação de desmaio. Quando acorda no roncó (o quarto do terreiro reservado à pessoa que “bolou”), o abiã não consegue se lembrar de nada do que aconteceu.

O bori
É a cerimônia que reforça a ligação entre o orixá e o iniciado. O abiã se senta numa esteira, rodeado de alimentos secos, aves, velas e objetos de seu orixá. Ajudado pelos filhos já feitos, o pai ou a mãe-de-santo sacrifica aves. O sangue é usado para marcar o corpo do noviço e para banhar as oferendas ao orixá.
A cerimônia só termina quando as aves são servidas aos membros da família-de-santo. Depois do bori, o futuro filho-de-santo passa a assistir às cerimônias e a preparar o enxoval (a roupa e os adereços de seu orixá) para terminar a iniciação, com as saídas de iaô.

Orô
Confinado ao quarto de recolhimento (roncó), por 21 dias, o noviço conhece a hierarquia da casa, os preceitos, as orações, os cânticos, a dança de seu orixá, os mitos e suas obrigações. Durante esse tempo ele toma infusões de ervas, que o deixam num estado de entorpecimento e “abrem espaço” na sua mente para o orixá. A cabeça é raspada e o crânio marcado com navalha: é por esses cortes que o orixá vai “entrar”, quando for “incorporado”. No final, o iniciado é “batizado” com sangue de um animal quadrúpede, sacrificado.

Os iaôs são apresentados à comunidade, como num baile de debutante
Na primeira saída, os iaôs vestem branco em homenagem a Oxalá, pai de todos. Saúdam o pai-de-santo, os atabaques e os pontos principais do barracão e vão-se embora. Na segunda saída, os iaôs voltam com roupas coloridas e a cabeça pintada, segundo seus orixás. Dançam e deixam o barracão, em seguida.
Na terceira saída, os orixás anunciam oficialmente seus nomes. Os iaôs entram em transe e se retiram para vestir as roupas do santo “incorporado”.


Os doze orixás mais cultuados no Brasil
Cada um deles tem o seu símbolo, o seu dia da semana, suas vestimentas e cores próprias. Como os homens, são temperamentais
Exu
Orixá mensageiro entre os homens e os deuses, guardião da porta da rua e das encruzilhadas. Só através dele é possível invocar os orixás. Elemento: fogo
Personalidade: atrevido e agressivo
Símbolo: ogó (um bastão adornado com cabaças e búzios)
Dia da semana: segunda-feira
Colar: vermelho e preto
Roupa: vermelha e preta
Sacrifício: bode e galo preto
Oferendas: farofa com dendê, feijão, inhame, água,mel e aguardente


Ogum
Deus da guerra, do fogo e da tecnologia. No Brasil é conhecido como deus guerreiro. Sabe trabalhar com metal e, sem sua proteção, o trabalho não pode ser proveitoso.
Elemento: ferro
Símbolo: espada
Personalidade: impaciente e obstinado
Dia da semana: terça-feira
Colar: azul-marinho
Roupa: azul, verde escuro, vermelho ou amarelo
Sacrifício: galo e bode avermelhados
Oferendas: feijoada, xinxim, inhame


Oxóssi
Deus da caça. É o grande patrono do candomblé brasileiro.
Elemento: florestas Personalidade: intuitivo e emotivo
Símbolo: rabo de cavalo e chifre de boi
Dia da semana: quinta-feira
Colar: azul claro
Roupa: azul ou verde claro
Sacrifício: galo e bode avermelhados e porco
Oferendas: milho branco e amarelo, peixe de escamas, arroz, feijão e abóbora


Obaluaiê
Deus da peste, das doenças da pele e, atualmente, da AIDS. É o médico dos pobres.
Elemento: terra
Personalidade: tímido e vingativo
Símbolo: xaxará (feixe de palha e búzios)
Dia da semana: segunda-feira
Colar: preto e vermelho, ou vermelho, branco e preto
Roupa: vermelha e preta, coberta por palha
Sacrifício: galo, pato,bode e porco
Oferendas: pipoca, feijão preto, farofa e milho, com muito dendê


Oxum
Deusa das águas doces (rios, fontes e lagos). É também deusa do ouro, da fecundidade, do jogo de búzios e do amor.
Elemento: água
Personalidade: maternal e tranqüila
Símbolo: abebê (leque espelhado)
Dia da semana: sábado
Colar: amarelo ouro
Roupa: amarelo ouro
Sacrifício: cabra, galinha, pomba
Oferendas: milho branco, xinxim de galinha, ovos, peixes de água doce


Iansã
Deusa dos ventos e das tempestades. É a senhora dos raios e dona da alma dos mortos.
Elemento: fogo
Personalidade: impulsiva e imprevisível
Símbolo: espada e rabo de cavalo (representando a realeza)
Dia da semana: quarta-feira
Colar: vermelho ou marrom escuro
Roupa: vermelha
Sacrifício: cabra e galinha
Oferendas: milho branco, arroz, feijão e acarajé


Ossaim
Deus das folhas e ervas medicinais. Conhece seus usos e as palavras mágicas (ofós) que despertam seus poderes.
Elemento: matas
Personalidade: instável e emotivo
Símbolo: lança com pássaros na forma de leque e feixe de folhas
Dia da semana: quinta-feira
Colar: branco rajado de verde
Roupa: branco e verde claro
Sacrifício: galo e carneiro
Oferendas: feijão, arroz, milho vermelho e farofa de dendê


Nanã
Deusa da lama e do fundo dos rios, associada à fertilidade, à doença e à morte. É a orixá mais velha de todos e, por isso, muito respeitada.
Elemento: terra
Personalidade: vingativa e mascarada
Símbolo: ibiri (cetro de palha e búzios)
Dia da semana: sábado
Colar: branco, azul e vermelho
Roupa: branca e azul
Sacrifício: cabra e galinha
Oferendas: milho branco, arroz, feijão, mel e dendê


Oxumaré
Deus da chuva e do arco-íris. É, ao mesmo tempo, de natureza masculina e feminina. Transporta a água entre o céu e a terra.
Elemento: água
Personalidade: sensível e tranqüilo
Símbolo: cobra de metal
Dia da semana: quinta-feira
Colar: amarelo e verde
Roupa: azul claro e verde claro
Sacrifício: bode, galo e tatu
Oferendas: milho branco, acarajé, coco, mel, inhame e feijão com ovos


Iemanjá
Considerada deusa dos mares e oceanos. É a mãe de todos os orixás e representada com seios volumosos, simbolizando a maternidade e a fecundidade.

Elemento
: água
Personalidade: maternal e tranqüila
Símbolo: leque e espada
Dia da semana: sábado
Colar: transparente, verde ou azul claro
Roupa: branco e azul
Sacrifício: porco, cabra e galinha
Oferendas: peixes do mar, arroz, milho, camarão com coco


Xangô
Deus do fogo e do trovão. Diz a tradição que foi rei de Oyó, cidade da Nigéria. É viril, violento e justiceiro. Castiga os mentirosos e protege advogados e juízes.

Elemento
: fogo
Personalidade: atrevido e prepotente
Símbolo: machado duplo (oxé)
Dia da semana: quarta-feira
Colar: branco e vermelho
Roupa: branca e vermelha, com coroa de latão
Sacrifício: galo, pato, carneiro e cágado
Oferendas: amalá (quiabo com camarão seco e dendê)


Oxalá
Deus da criação. É o orixá que criou os homens. Obstinado e independente, é representado de duas maneiras: Oxaguiã, jovem, e Oxalufã, velho.
Elemento: ar
Personalidade: equilibrado e tolerante
Símbolo: oparoxó (cajado de alumínio com adornos)
Dia da semana: sexta-feira
Colar: branco
Roupa: branca
Sacrifício: cabra, galinha, pomba, pata e caracol
Oferendas: arroz, milho branco e massa de inhame


O toque
É o mesmo que festa e se refere à batida dos atabaques, que convoca os orixás. A estrutura da cerimônia, chamada “ordem do xirê” (brincadeira, na língua iorubá), divide a festa em três partes. A primeira acontece à tarde, com o sacrifício, a oferenda e o padê de Exu. A segunda é a festa em si, à noite, na presença do público, quando os filhos-de-santo “incorporam” os orixás. E a terceira fase, o encerramento, com a roda de Oxalá, o deus criador do homem.


O sacrifício
Acontece apenas diante dos membros da comunidade de santo e envolve no mínimo dois animais: um, de duas patas, para Exu, e outro, de quatro patas, macho ou fêmea, dependendo do sexo do orixá a ser homenageado. Quem realiza o sacrifício é o ogã axogum, um iniciado no candomblé
especialmente preparado para isso. Os bichos são mortos com um golpe na nuca. Depois, a cabeça e os membros são cortados fora e o animal sacrificado vai sangrar até a última gota antes de ser destinado à oferenda.


A oferenda
Depois do sacrifício, a moela, o fígado, o coração, os pés, as asas e a cabeça são separados e oferecidos ao orixá homenageado num vaso de barro, chamado alguidar. O sangue, recolhido numa quartinha de cerâmica (espécie de moringa), é derramado sobre o assentamento do santo, ou seja, o local onde ficam seus objetos e símbolos. As partes restantes são destinadas ao jantar oferecido aos orixás, ainda à tarde, e aos participantes, ao final da festa pública, à noite.


O padê de Exu
Este é também um ritual fechado ao público. Significa despacho de Exu. É ele quem faz a ponte entre o mundo natural e o sobrenatural. Portanto, é ele quem convoca os orixás para a festa dos humanos. Para isso, é preciso agradá-lo, oferecendo comida (farofa com dendê, feijão ou inhame) e bebida (água, cachaça ou mel). As oferendas são levadas para fora do barracão e a porta de entrada é batizada com a bebida, já que Exu é o guardião da entrada e das encruzilhadas (por isso é comum ver oferendas em esquinas nas ruas e em encruzilhadas nas estradas).

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Sangue

Os cientistas descobriram uma nova e interessante possibilidade de tratamento da diabetes - verificaram que a popular erva ginseng diminui os níveis da glicose no sangue, quando usada juntamente com as refeições.

Apesar de não existirem evidências médicas de sua eficácia terapêutica, o uso de ervas na medicina tem aumentado consideravelmente. O ginseng , uma das mais populares ervas, tem sido considerado ao longo do tempo como útil para controlar a glicose no sangue de pacientes diabéticos.
Para verificar esta hipótese, pesquisadores do St. Michael's Hospital em Toronto, Ontario, Canadá, estudaram os efeitos do ginseng americano (Panax quinquefolius) em pacientes diabéticos de tipo 2 e não diabéticos. O estudo foi conduzido pelo Dr. Vladimir Vuksan, e os resultados foram publicados no número de 10 de abril da revista Archives of Internal Medicine.
Foram testados dez pacientes adultos não-diabéticos e 9 pacientes adultos com diabetes do tipo 2. Cada participante recebeu doses de ginseng de 3 g , 40 minutos antes de um teste com 25 g de glicose por via oral, repetindo a dose durante a ingestão da glicose. Em outras ocasiões, os participantes receberam um placebo antes e durante a ingestão da glicose. Após ingerir a glicose, a medida da glicemia foi realizada a cada quinze a 30 minutos, até se completarem 2 horas.
Os resultados diferiram entre pacientes diabéticos e não-diabéticos. Entre os não-diabéticos, não foram observadas diferenças entre a glicemia entre o ginseng e o placebo, se o ginseng era usado junto com a refeição; já o uso do ginseng em não-diabéticos 40 minutos antes de uma refeição levou a uma diminuição dos níveis da glicose no sangue.
Em pacientes portadores de diabetes de tipo 2, a diminuição da glicose em aproximadamente 20% , ocorreu tanto se o ginseng era usado antes ou durante da ingestão da glicose.
Os autores afirmam que seria prematuro fazer qualquer recomendação acerca do uso do ginseng tomando como base apenas este pequeno estudo. Eles planejam, entretanto anunciar os resultados de um estudo a longo prazo na reunião do American Diabetes Association, em junho.
Os resultados também não sugerem que as pessoas deveriam simplesmente usar o ginseng por sua própria conta para prevenir o diabetes, pois os achados necessitam de mais pesquisas para serem considerados fidedignos.
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quarta-feira, 10 de abril de 2013

HEMODIÁLISE


HEMODIÁLISE

O que é Diálise
A Diálise é um processo empregado para remoção de líquidos e dos produtos de degradação urêmicos do corpo quando os rins são incapazes de fazê-lo. Quando as funções renais chegam a menos de 10%, o paciente é indicado para diálise, que funciona como substituta do papel dos rins, eliminando as substâncias tóxicas e retirando o excesso sobre o sangue. Ela pode ser usada no tratamento do paciente com edema intratável (não-responsivo ao tratamento), coma hepático, hipercalemia, hipercalcemia, hipertensão e uremia. Os métodos de terapia incluem hemodiálise, terapia de substituição renal contínua (CRRT) e várias formas de diálise peritoneal. A necessidade de diálise pode ser aguda ou crônica.

A Diálise aguda está indicada quando existe um nível elevado e crescente de potássio sérico, sobrecarga hídrica ou edema pulmonar iminente, acidose crescente, pericardite e confusão grave. Ela também pode ser empregada para remover determinados medicamentos ou outras toxinas (envenenamento ou intoxicação de medicamento) do sangue.

A Diálise  crônica ou de manutenção está indicada na insuficiência renal crônica, conhecida como doença renal em estágio terminal (DRET), nos seguintes casos: ocorrência de sinais e sintomas urêmicos que afetem todos os sistemas orgânicos (náuseas e vômitos, anorexia grave, letargia crescente, confusão mental), hipercalemia, sobrecarga hídrica não-responsiva a diuréticos e à restrição  hídrica e uma carência geral de bem-estar. Além disso, o atrito pericárdico constitui uma indicação urgente para a diálise em pacientes com insuficiência renal crônica.
Definição
A Hemodiálise é um procedimento  que filtra o sangue. Através da hemodiálise são retiradas do sangue substâncias  que quando  em excesso trazem prejuízos ao corpo, tais quais a uréia, potássio, sódio e água. Ela é usada para pacientes que estão agudamente doentes e que necessitam de diálise por curto prazo de tempo, bem como para pacientes que necessitam de diálise por um longo prazo ou permanentemente. A hemodiálise é um procedimento utilizado nos pacientes com insuficiência renal em estágio terminal. 

O procedimento de hemodiálise  deve ter uma permanência obrigatória de um médico e de um enfermeiro, para atender e identificar precocemente sinais e sintomas do paciente,  atender as urgências e acompanhar o paciente durante a sua sessão de hemodiálise. A equipe de enfermagem deve ser treinada para  a devida assistência ao paciente durante a sessão. A hemodiálise pode prolongar a vida indefinidamente, porém não controla completamente a uremia nem interrompe a evolução natural da doença renal subjacente.
Objetivos
Os objetivos da hemodiálise são os seguintes:
  • Extrair do sangue as substâncias nitrogenadas tóxicas.
  • Remover o excesso de água.
Incidência
  • 65 mil brasileiros necessitam de hemodiálise por conta do mau funcionamento dos rins; destes estima-se que 30% dos casos de insuficiência renal crônica, tenha como causa a hipertensão arterial.
  • A pressão alta não controlada juntamente com a Diabetes é causa freqüente de lesão nos rins, que pode levar o indivíduo ao processo de hemodiálise.
  • A  cada ano, cerca de 21 mil brasileiros precisam iniciar tratamento por hemodiálise ou diálise peritoneal.
Fisiologia do rim
O rim possui uma cápsula fibrosa que protege o córtex mais externo, e a medula mais interna. Na região do córtex renal estão os néfrons, estruturas microscópicas responsáveis pela filtração do sangue e remoção das excreções. O néfron constitui a unidade funcional do rim.
Cada rim possui  aproximadamente mais de 1 milhão de néfrons O  sangue ao passar pelos rins  sofre um processo  de filtração onde são separados os componentes celulares (leucócitos, eritrócitos e plaquetas) e proteína  do soro.
Diariamente passam pelos rins de uma pessoa quase 2 mil litros de sangue, formando-se cerca de 160 litros de filtrado glomerular, também chamado urina inicial. Dos 160 litros de filtrado glomerular produzidos diariamente pelos rins de uma pessoa, formam-se apenas 1,5 litro de urina. O  restante  desse filtrado é reabsorvido.  O sangue filtrado segue pela veia renal, que leva esse sangue para fora do rim, em direção ao coração. Dentre as várias funções dos rins pode-se destacar as seguintes:
  • Filtragem do sangue.
  • Formação da urina.
  • Regulação da pressão arterial sistêmica.
  • Regulação dos eletrólitos.
  • Regulação do equilíbrio ácido-básico.
  • Regulação da produção de eritrócitos.
  • Controle do equilíbrio hídrico.
  • Excreção de produtos do catabolismo como uréia, ácido úrico e creatinina.
  • Clearance renal (volume de plasma que pode ser depurado de um soluto específico pelos rins, expresso em mililitros por minuto..
  • Síntese de vitamina D para a forma ativa.
  • Secreção de prostaglandinas.
Hemodiálise e a Insuficiência renal
Diversas são as doenças que levam à Insuficiência renal crônica. As duas mais comuns são a hipertensão arterial e a Diabetes. Como os rins são os responsáveis no organismo pelo controle da pressão, quando eles não funcionam adequadamente, há subida na pressão arterial que, por sua vez, leva à piora da disfunção renal, fechando assim um ciclo de agressão aos rins. O controle correto da pressão arterial é um dos pontos principais na prevenção da Insuficiência renal e da necessidade de se fazer diálise.

Os sintomas iniciais do mau funcionamento dos rins são anemia leve, pressão alta, edema (inchaço) dos olhos e pés, mudança nos hábitos de urinar (levantar diversas vezes à noite para urinar) e da coloração da urina (muito clara, com sangue, etc.)   Deste ponto até que os rins estejam funcionando somente com 10% a 12% da função normal, pode-se tratar os pacientes com medicamentos e dieta.  Quando a função renal se reduz abaixo destes valores, torna-se necessário o uso de outros métodos de tratamento da Insuficiência renal: diálise ou transplante renal.

Obs: Pacientes hipertensos e diabéticos devem fazer anualmente exames de sangue para medir o nível de creatinina e sumário de urina para constatar a presença de sangue e proteína.
Tempo de duração
A média da duração de cada sessão de hemodiálise fica em torno de quatro horas, geralmente três vezes por semana.  Pode existir variações neste tempo de acordo com o tamanho e a idade do paciente. No intervalo entre as sessões  o paciente pode exercer suas funções normais de trabalho (em alguns casos particulares, o paciente não consegue adaptar o horário de trabalho e a hemodiálise).
Processo da Hemodiálise
O processo de Hemodiálise tem quatro fases específicas:
1.  O sangue com substâncias tóxicas sai do organismo através de uma agulha inserida na veia, é impulsionado por uma bomba, percorre um circuito extra- corpóreo através de um equipo arterial, e entra no dialisador instalado na máquina de Hemodiálise.
                    
2.  O sangue na máquina, passa pelo dialisador / filtro entrando em contato com o banho de diálise.

3.  O banho de diálise é uma solução que, devido a sua concentração e composição química, atrai as impurezas e a água contida no sangue. As impurezas atravessam a membrana e passam para o banho.

4.  O banho que adquiriu as impurezas e a água do sangue, sai da máquina e é jogado fora pelos drenos, que posteriormente são drenadas para fora da máquina.

5.  O sangue agora "limpo" purificado sai pelo outro lado da máquina, retornando ao paciente pelo equipo venoso e agulha venosa.

A circulação do sangue pelo circuito extra- corpóreo só é possível se o sistema se mantiver anti-coagulado. O processo de depuração das substâncias tóxicas e da remoção d'água na hemodiálise são realizados pelo princípio de difusão e ultrafiltração. 

Na hemodiálise, o princípio de ultra-filtração usado para remoção de água, ocorre também pela presença de um sistema de pressão hidrostática, que uma vez programado força a passagem de água através dos poros da membrana para o banho de diálise e posterior drenagem.

Para realizar a hemodiálise, a água na qual é diluído o banho de diálise deve ser devidamente tratada com osmose reversa, de acordo com os padrões mínimos de qualidade definidos em lei. Se a água não for tratada, esta pode apresentar microorganismos, que atravessando a membrana semi -permeável do dialisador podem vir a contaminar o sangue do paciente, levando desde reações febris até a morte.

O banho ou solução de diálise apresenta uma composição química ideal para atrair as substâncias tóxicas do sangue. O banho de diálise deve ser diluído com água tratada seguindo os padrões de condutividade e temperatura programados na máquina e devem ser aferidos pelos técnicos antes de conectar o paciente.
Requisitos para a Hemodiálise
  • Via de acesso à circulação do paciente.
  • Dialisador com membrana semipermeável.
  • Banho dialisado apropriado.
Monitorização durante a Diálise
Durante  a diálise são monitorizados os seguintes parâmetros:
  • Composição química do fluido de diálise.
  • Temperatura do fluido de diálise.
  • Pressão dentro do circuito sanguíneo.
  • Continuidade da coluna de sangue na linha de retorno.
  • Fluxo sanguíneo através do dialisador.
  • Velocidade de fluxo do fluido de diálise.
  • Pressão do fluxo de diálise.
  • Presença de sangue no fluido de diálise.
  • Pressão na linha arterial.
  • Tempo de coagulação sanguínea.
  • Temperatura, pulo e respiração do paciente.
Métodos de acesso à circulação do paciente
O sangue pode ser retirado, limpo e devolvido ao corpo em velocidade entre 200 e 800ml/min; entretanto, em primeiro lugar,  o acesso à circulação do paciente deve ser estabelecido.

Cateteres de subclávia, jugular interna e femoral: O acesso imediato à circulação do paciente para a hemodiálise aguda é conseguido ao se inserir um cateter de luz dupla ou de múltiplas luzes na veia subclávia, jugular interna ou femoral.  Os cateteres de luz dupla com balão também podem ser inseridos por meios cirúrgicos na veia subclávia dos pacientes que necessitam de um cateter venoso central para a diálise durante um período mais prolongado.

Riscos:
  • Hematoma.
  • Pneumotórax.
  • Infecção.
  • Trombose da veia subclávia.
  • Fluxo inadequado.
Fístula arteriovenosa (FAV): Pode ser criada sempre que se dispõe de uma veia e artéria, juntas. Em geral anastomosa-se a artéria radial com a veia adjacente.  A arterialização da veia torna a mesma mais forte e mais acessível para as venopunções repetidas. A extremidade arterial é usada para o fluxo arterial e a extremidade distal, para a reinfusão do sangue dialisado. Pode-se também criar uma fístula AV na perna.  A fístula leva de 4 a 6 semanas para amadurecer, antes de estar pronta para uso. O paciente é encorajado a realizar os exercícios para aumentar o tamanho desses vasos, com o objetivo de acomodar as agulhas de grosso calibre empregadas na hemodiálise.
Riscos:
  • A fístula AV pode ser uma fonte de infecção.
  • O alto fluxo sanguíneo através da fístula pode sobrecarregar o coração.
  • Tem a desvantagem de ter que ser perfurada com agulhas de calibre grosso antes de cada sessão.
  • Falência da fístula.
Shunts arteriovenosos externos: Costura-se um cateter de teflon-silastic na artéria radial e numa veia do antebraço. Os dois são unidos por uma ponte de teflon. Durante a diálise a ponte é removida e as extremidades arterial e venosa são conectadas às linhas de fluxo do rim artificial. Os shunts podem também ser colocados nas pernas.

Riscos:
  • Vida limitada do schunt: este deve ser revisto cirurgicamente com intervalos de poucos meses.
  • Formação de coágulo e infecção.
Enxerto: Um enxerto arteriovenoso pode ser criado pela interposição subcutânea de uma prótese biológica, semibiológica ou sintética entre uma artéria  e uma veia. O material de enxerto sintético mais usado é o politetrafluoroetileno. Em geral, um enxerto é criado quando os vasos do próprio paciente não são adequados para uma fístula.  Os enxertos geralmente, são colocados no antebraço, no braço ou na parte superior da coxa.

Riscos:
  • Infecção.
  • Trombose.
Cuidados de enfermagem durante a hemodiálise
Antes da sessão:
  • Verificar sinais vitais.
  • Verificar peso do paciente.
  • Esvaziar a bexiga e medir a diurese.
  • Verificar quais os medicamentos o paciente está fazendo uso.
  • Administrar a medicação prescrita.
Durante a sessão:
  • Administrar medicação prescrita.
  • Ficar atento para sangramento nasal ou cutâneo.
  • Observar e relatar presença de: tremores, sonolência, náuseas, vômitos, tonturas e cãibras musculares.
  • Providenciar  dieta e hidratação durante a diálise.
  • Fazer controle do balanço hídrico.
Após a sessão:
  • Fazer curativo compressivo na região da fístula.
  • Pesar o paciente.
  • Verificar sinais vitais.
  • Administrar medicação prescrita.
  • Orientar o paciente a não pegar o peso com o braço do shunt, não aferir pressão arterial ou administrar medicação neste membro.
  • Limpar e desinfetar o aparelho dializador.
Obs: Deve-se evitar as medições de pressão arterial ou retirada de amostras sanguíneas do braço em que está a fístula arteriovenosa.  Esses procedimentos podem causar um bloqueio ou uma coagulação no dispositivo de acesso.
Medicamentos usados em pacientes de Hemodiálise
Da mesma forma que muitos medicamentos são normalmente excretados na sua totalidade ou em parte pelos rins, muitos medicamento são excretados durante a hemodiálise. Os pacientes que estão sob hemodiálise e que necessitam de medicamentos (glicosídeos cardíacos, agentes antiarrítmicos, agentes anti-hipertensivos), devem ser monitorizados de perto, para garantir que os níveis sanguíneos e teciduais desses medicamentos sejam mantidos, sem acúmulo tóxico.

Como alguns medicamentos e substâncias são retirados do sangue durante a diálise, o médico pode precisar ajustar a dosagem. Os medicamentos que se ligam à proteína não são removidos durante a diálise.

Gels fixadores de fosfato: existe uma tendência ao acúmulo de fósforo que resulta em hiperparatireoidismo e osteodistrofia. Esses medicamentos fixam o fosfato no intestino e o podem ajudar a manter níveis apropriados de cálcio e fósforo no sangue.

Fixadores de potássio: servem para fixar o potássio no intestino e previne elevações perigosas no sangue.

Suplementos multivitamínicos e de ferro: esses medicamentos são necessários devido às perdas significativas de nutrientes durante a diálise (especialmente de ácido ascórbico e ácido fólico). A deficiência de ferro por perda sanguínea na bobina do dialisador é corrígivel.

Anti-hipertensivos: geralmente quem faz hemodiálise tem a pressa arterial alta, por isso a necessidade de medicamentos para controlá-la.
Complicações que podem ocorrer durante a hemodiálise
As complicações durante a sessão de hemodiálise podem decorrer devido às conseqüências das mudanças rápidas no equilíbrio dos líquidos e do sódio.
  • Cãibras musculares.
  • Hipotensão (queda rápida da pressão arterial): náuseas, vômitos, diaforese, taquicardia e vertigem são sinais comuns de hipotensão.
Complicações graves:
  • Embolia gasosa: pode ocorrer quando o ar penetra no sistema vascular do paciente.
  • Hipovolemia.
  • Extravasamentos sanguíneos: ocorre quando as linhas sanguíneas se desconectam, ou quando as agulhas de diálise são deslocadas acidentalmente.
  • Arritmias: podem resultar das alterações eletrolíticas e do pH ou a partir da remoção de medicamentos antiarrítmicos durante a diálise.
  • Desequilíbrio dialítico: resulta dos deslocamentos de líquido cerebral.
  • Choque.
  • Convulsões.
Obs:  Muitas dessas complicações podem ser evitadas, caso o profissional de enfermagem esteja sempre alerta e acompanhando o paciente durante a sessão.
Complicações a longo prazo
Doença cardiovascular arteriosclerótica: Principal causa de morte e principal fator de limitação da sobrevida a longo prazo. Os distúrbios do metabolismo lipídico parecem ser acentuados pela Hemodiálise. A insuficiência cardíaca congestiva, a doença cardíaca coronariana com dor anginosa,  a apoplexia, a insuficiência vascular periférica e o acidente vascular  cerebral podem incapacitar o paciente.

Anemia e fadiga: Podem ser causadas  por perda hemática acelerada (por hemólise e sangramento) e por distúrbio da produção de eritropoietina. A insônia, fadiga e mal-estar geral são persistentes. A deterioração do bem-estar físico e emocional, falta de energia e de força, e a perda de interesse contribuem  negativamente para a intensificação da anemia.

Infecção recorrente: O processo de hemodiálise faz com que o paciente tenha menor resistência às infecções. A exposição do sangue aos produtos do sangue e a materiais estranhos, pode causar infecção e bacteremia por gram negativos e gram positivos. Infecção local na área do shunt e nas fístulas e hepatite associada à hemodiálise.

Sangramento: O sangramento pode ser devido ao: sangramento pro acúmulo de heparina;   sangramento gastrintestinal; hematoma subdural; pericardite hemorrágica e menorragia.

Alteração do metabolismo do cálcio: Pode resultar em: osteodistrofia renal (que produz dor óssea e fraturas); necrose asséptica do quadril; calcificação vascular e prurido incurável (coceira).

Ascite crônica:  Pode ser devida à sobrecarga hídrica associada à insuficiência cardíaca congestiva, má nutrição (hipoalbuminemia) e diálise insuficiente.

Úlceras gástricas: Ocorrem a partir do stress fisiológico da doença crônica de base, dos medicamentos e de problemas correlatos.

Síndrome de desequilíbrio: Causada por alterações hidreletrolíticas rápidas; pode produzir hipertensão, cefaléia, vômitos, convulsões, coma e problemas psiquiátricos.
Dietoterapia
O esquema dietético de cada paciente deve ser elaborado de acordo com a extensão de sua função renal residual. A dieta é um fator importante para os pacientes sob hemodiálise por causa dos efeitos da uremia. A assistência dietética consiste em restrição ou adaptação da ingestão de proteínas, sódio, potássio e/ou fluídos. 

O aporte de sódio acha-se comumente limitado, a menos que haja grandes perdas urinárias deste mineral. As quantidades de potássio e fósforo são determinadas, comumente, com base nos valores químicos do soro sanguíneo obtido antes da diálise e freqüentemente devem ser limitados.

A restrição hídrica também faz parte da prescrição da dieta, porque o acúmulo de líquido pode ocorrer, levando ao ganho de peso, à insuficiência cardíaca congestiva e ao edema pulmonar.A taxa de líquidos dada diariamente é de 500 a 1.000 mililitros, mais uma quantidade igual eliminada no dia anterior, ou melhor, uma taxa de líquidos suficiente para permitir um ganho de 1 a 1,5 quilos entre os tratamentos.

Os requerimentos energéticos são comumente calculados na base de 30 a 35 kcal por quilo de peso. A suplementação vitamínica é importante, pelo fato das vitaminas, principalmente as hidrossolúveis, serem removidas pela hemodiálise.
Vacinas
Os pacientes que precisam  de hemodiálise necessitam se prevenir contra doenças infecciosas.
  • Hepatite B.
  • Pneumonia pneumocócica.
  • Gripe pelo vírus influenza.
  • Difteria.
  • Tétano.
  • Hepatite A.
Problemas psicossociais
A Hemodiálise a longo prazo comporta resultados imprevisíveis e inconstantes. O impacto da doença renal e de seu tratamento pode ser destruidor para o ego e pode colocar o paciente sob um intenso stress mental e emocional.
  • Depressão: É um fato já esperado em pacientes submetidos à Hemodiálise. A depressão é a manifestação psicológica mais comum observada nos pacientes em hemodiálise. A depressão resulta  de várias causas:  perda das funções orgânicas, diminuição do desejo sexual e impotência, da capacidade de trabalho, sentimentos de privação por causa das restrições dietéticas e líquidas, limitação da capacidade de competir, medo da morte, condição médica imprevisível.
  • Ansiedade: O paciente fica ansioso em virtude das constantes alterações em seu estado clínico e da imprevisibilidade de sua saúde. Pode utilizar a negação, a fantasia, a repressão, a rejeição etc., como mecanismos de defesa  pode suportar a ansiedade.
  • Conflito dependência-independência: O paciente depende da  máquina, da equipe médica, da enfermagem e do esquema terapêutico, porém, às vezes, é encorajado a ser independente, a trabalhar e a levar uma vida "normal".  A dependência pode criar sentimentos agressivos que não  pode ser exteriorizados. Em alguns casos, essa hostilidade pode ser dirigida para a equipe médica e de enfermagem. 
Cuidados com a fístula
  • Manter o braço da fístula  sempre limpo.
  • Fazer exercícios com a mão e o braço onde está localizada a fístula. Esses exercícios são indicados pelo médico.
  • Não permitir as verificações de pressão no braço onde está localizada a fístula, porque o fluxo de sangue pode ser interrompido ou pode causar coágulos.
  • Não deve deixar retirar sangue,  aplicar injeções ou fazer punções nas veias do braço da fístula, a não ser que o médico ou auxiliares autorizem. As retiradas de sangue podem causar coágulos e interromper o fluxo na fístula e os medicamentos podem irritar as paredes das veias.
  • No caso de hematoma (mancha roxa) após uma punção, informe ao médico ou a enfermeira, que eles darão as recomendações necessárias.
  • Qualquer sinal de inchaço e/ou vermelhidão pode ser sinal de infecção. Deve-se comunicar imediatamente ao médico ou enfermeira que o acompanha.
  • Deve-se palpar diariamente o pulso na região da fístula para sentir o fluxo de sangue passando.  Percebendo que o fluxo esta muito fraco ou que parou completamente, procure auxílio médico imediatamente, pois este pode ser um sinal de um mau funcionamento ou a perda da fístula.
Cuidados gerais
  • Alterar o seu estilo de vida, caso esse modo de vida, prejudique o seu tratamento.
  • As viagens devem, se possível, ser evitadas. Caso necessite viajar, deve-se entrar em contato com a sua central de hemodiálise, para que eles possam providenciar tudo o que for necessário para o seu tratamento em outra localidade.
  • Qualquer medicamento que queira usar fora da lista de remédios que o médico prescreveu, mesmo que seja um simples analgésico, deve ser comunicado imediatamente ao médico.
  • Manter a pele limpa e bem umidificada, empregando óleos de banho, sabonete com excesso de lipídios e cremes ou loções, ajuda a promover o conforto e a reduzir o prurido (coceira), que é uma das conseqüências da hemodiálise.
  • Manter as unhas aparadas para evitar a arranhadura e a escoriação quando houver a necessidade de se coçar devido ao prurido intenso.
  • Não comer em lugares onde não se possa conseguir alimentos sem sal.
  • Ler com atenção os rótulos dos alimentos; evitar alimentos preparados comercialmente, que recebem acréscimos de sódio.
  • Evitar "substitutos do sal"  pois podem conter cloreto de potássio, que deve ser evitado.
  • Comer vegetais e frutas frescos, dentro da prescrição dietética.
  • O paciente deve poder ajustar sua ingestão  hídrica (líquidos) de acordo com o peso que ganhou entre as sessões de diálise. O médico pode dar orientações básicas.
  • Para aliviar a sede, tente consumir balas azedas.
  • Tenha uma balança em casa para sempre se pesar. O médico deve informar qual o seu peso ideal e quantos quilos é permitido ganhar entre cada sessão de hemodiálise.
  • Se possível, faça amizade com os outros pacientes que estão enfrentando o mesmo problema que você.
  • Participe de grupos de apoio.

INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA




A ACEITAÇÃO DO DIAGNÓSTICO É O PRIMEIRO PASSO PARA ACEITAR O TRATAMENTO.







✓A Insuficiência Renal Crônica, requer tratamento por tempo indeterminado, ou seja, para o resto da vida. Muitas vezes, os pacientes crônicos podem sentir-se frustrados ou cansados pelo desconforto constante do tratamento e também do monitoramento que a doença exige. Quando o paciente recebe o diagnóstico de uma doença crônica, este pode sentir uma
variedade de emoções, como por exemplo, choque, negação, raiva, depressão, tristeza, entre outros. A aceitação do diagnóstico é o primeiro passo para iniciar o tratamento.

✓Muitas vezes, mesmo após o paciente ter aceitado o diagnóstico, alguns pacientes lutam ainda contra o caráter invasivo da doença. Ou seja, é o nível que uma doença pode afetar a vida de um indivíduo, interferindo nas suas atividades, nos seus planos de vida e na auto-estima. Sendo assim, os psicólogos são estremamento importante, pois trabalham no sentido de realizar intervenções para orientar os pacientes a reestruturar os seus objetivos de vida, aumentar a participação em atividades que tragam prazer, assim como proporcionar o apoio social e da família e desenvolver as capacidades do paciente para enfrentar a doença.

✓Na maioria das vezes, algumas mudanças no estilo de vida, como por exemplo, a prática de exercícios físicos, dieta alimentar adequada, controle do peso e do estresse ajudam o paciente a ter uma vida com qualidade.

✓De acordo com alguns autores, as enfermidades crônicas podem provocar uma série de conflitos psicológicos, dentre eles: a regressão (atitude infantilizada frente a situação de doença), a negação ( não aceita a doença), a intelectualização (busca informações a respeito da enfermidade com o objetivo de que a doença possa desparecer ou curar), a agressividade (readquirir o controle), a dependência (busca de apoio em uma outra pessoa a qual identifica-se e sente-se fortalecido para enfrentar o tratamento), a depressão (luto pela perda da saúde), a barganha (tentativa de negociar o seu tratamento, com a intenção de diminuir o sofrimento) e a aceitação (o paciente compreende as limitações que a doença e o tratamento colocam em sua vida).

✓Com relação à adesão a regimes de tratamento, o psicólogo trabalha as questões relacionadas à adesão e não-adesão, procurando sempre desenvolver ações para aumentar a adesão a diferentes fases do tratamento. Muitas vezes, a pessoa quando descobre a doença não percebe o tratamento como obrigatório, porque não entende as conseqüências que pode ter a longo prazo. Os psicólogos trabalham um regime de tratamento que envolve as seguintes fases: o entendimento da doença (a pessoa não se sente doente, não entende o porque de mudar a dieta), compreender a relação entre o diabete e o regime, a própria ação em executar as orientações médicas e da equipe multidisciplinar e acompanhar o paciente para evitar recaídas. É muito importante procurar a ajuda de um profissional da área da saúde, com o objetivo de evitar que os aspectos psicológicos influenciem de forma negativa o tratamento e a qualidade de vida das pessoas.

✓É importante lembrar que a família do paciente também vivencia as limitações que o tratamento e a própria doença trazem, fazendo com que muitas vezes, tenham comportamentos de superproteção ou até mesmo de abandono. A orientação para os familiares também se faz necessária.

✎POR ISSO SE VOCÊ ESTA PASSANDO POR ESTE MOMENTO, PROCURE ACOMPANHAMENTO DO PROFISSIONAL CUIDADOR
ELE É UM PROFISSIONAL DE EXTREMA IMPORTÂNCIA EM
TODAS AS FASES E MODALIDADES DE TRATAMENTO.

➨FONTE:Franceline Ap. Prolungati de Oliveira
Psicologa - CRP: 06/77811

terça-feira, 9 de abril de 2013

CÂNCER TEM CURA - POR FAVOR LEIA E ESPALHE


CÂNCER TEM CURA - POR FAVOR LEIA E ESPALHE ....... OBRIGADO.

É 10.000 vezes mais forte do que a quimioterapia e não querem que nós saibamos, pois caso contrário, as grandes cadeias iria parar VENDER MEDICAMENTOS !!!
O MAIS PODEROSO ANTI-CÂNCER DO PLANETA COMPARTILHEM...!

A graviola ou graviola árvore é um produto milagroso para matar as células cancerosas. É mais potente do que 10,000 quimioterapias.
Por que não está ciente disso? Porque há organizações interessadas em encontrar uma versão sintética, que lhes permite obter lucros fabulosos. Assim, a partir de agora você pode ajudar um amigo em necessidade, deixando-o saber que beber suco de graviola pode prevenir a doença. O seu sabor é agradável. E, claro, não produz os efeitos terríveis da quimioterapia. E se você tiver a chance de fazer, plantar uma árvore em seu quintal de graviola. Todas as partes são úteis.

A próxima vez que você quiser beber um suco, escolha o de graviola!!!
Quantas pessoas morrem enquanto este tem sido um segredo bem guardado para não por em risco os lucros multimilionários de grandes empresas? Como você bem sabe a gravioleira é baixa. Não ocupa muito espaço, é conhecido pelo nome de Graviola no Brasil, Guanabana em espanhol, e "Graviola" em Inglês.
O fruto é muito grande e sua polpa branca, doce, comida diretamente ou normalmente usado para fazer bebidas, sorvetes, doces etc... O interesse desta planta é devido a seus fortes efeitos anti-câncer.

E embora ele atribuída muito mais propriedades, o mais interessante é o efeito que produz sobre os tumores... Esta planta é um remédio para o câncer de todos os tipos. Alguns dizem que é muito útil em todas as variantes de cancro.
Considera-se também como um espectro de agente anti-microbiano largo contra infecções bacterianas e fúngicas, é eficaz contra parasitas internos e vermes, que regula a pressão sanguínea e combate o stress elevado, a depressão e distúrbios do sistema nervoso.

A fonte desta informação é fascinante: ela vem de um dos maiores fabricantes de medicamentos do mundo, que diz que depois de mais de 20 testes de laboratórios realizados desde 1970 extratos revelaram que: destrói as células malignas em 12 tipos cancros, incluindo o cólon, mama, próstata, pulmão, pâncreas entre outras ...

Os compostos desta árvore mostrou 10.000 vezes melhor ato na diminuição de células de cancro que o produto da adriamicina, um fármaco quimioterapêutico, tipicamente usado em todo o mundo.

E o que é ainda mais surpreendente: este tipo de terapia, com o extrato de graviola, só destrói células de câncer maligno e não afeta as células saudáveis.

Instituto de Ciências da Saúde, L.L.C. 819 N. Charles Street Baltimore, MD 1201.


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COMO SOBREVIVER A UM ATAQUE CARDÍACO QUANDO ESTIVER SOZINHO


COMO SOBREVIVER A UM ATAQUE CARDÍACO QUANDO ESTIVER SOZINHO
MUITO IMPORTANTE! VAMOS DIVULGAR!

Como muitas pessoas estão sozinhas quando sofrem um ataque cardíaco, sem ajuda, a pessoa cujo coração está batendo indevidamente e que começa a se sentir fraco, tem apenas cerca de 10 segundos antes de perder a consciência.

No entanto, essas vítimas podem ajudar a si mesmos tossindo repetidamente e vigorosamente. Uma respiração profunda deve ser efetuada antes de cada tosse, e a tosse deve ser profunda e vigorosa, prolongada como se produzida no interior do tórax.

A respiração e a tosse devem ser repetidas a cada dois segundos, sem parar, até que a ajuda chegue, ou até que sinta que o coração está batendo normalmente.

Respirações profundas obtém oxigênio para os pulmões e os movimentos de tosse pressionam o coração e mantém o sangue circulante. A pressão de compressão sobre o coração também ajuda a recuperar o ritmo normal. Desta forma, vítimas de ataque cardíaco podem chegar a um hospital. Diga a muitas outras pessoas sobre isso. Isso pode salvar suas vidas!

Um cardiologista diz que se todos que receberem este e-mail enviarem para 10 pessoas, você pode apostar que nós vamos salvar pelo menos uma vida.
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