sábado, 15 de março de 2014

A prescrição diária de 10.000 UIs de Vitamina D representaria para a indústria farmacêutica uma perda de 40% de uma receita de trilhões de dólares


A prescrição diária de 10.000 UIs de Vitamina D representaria para a indústria farmacêutica uma perda de 40% de uma receita de trilhões de dólares

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Assista
Dr. Cícero Galli Coimbra – Doenças Autoimunes e Vitamina D
Vitamina D – Sem Censura – Dr. Cícero Galli Coimbra e Daniel Cunha
Vitamina D3 – 10.000 UI diárias é vital para à saúde


O Dr. John Cannell acusa pesquisadores da indústria farmacêutica norte-americana de estarem tentando alterar a molécula da vitamina D, para transformá-la em uma substância patenteável, ou seja, em remédio. A influência deles é tamanha, a ponto de se manterem unidos em comitês que “aconselham” o governo dos Estados Unidos a estabelecer a dose recomendável, entre 200 e no máximo 400 unidades por dia, bem aquém do necessário [SER, HOJE, EM DOSE PREVENTIVA 10.000 UI - NÃO MENOS].
A Indústria Farmacêutica promove doenças para as quais há prevenção e tratamento de baixo custo.
A Indústria Farmacêutica promove doenças para as quais há prevenção e tratamento de baixo custo.
Há orientação para não verificação de níveis de Vitamina D. E quando prescritas, são em dose ínfima perto da necessária em prevenção: 10.000 UI
Além de prescrever doses mínimas, a maioria dos médicos sequer solicita dosagem da vitamina D no sangue.
O neurologista Cícero Galli Coimbra, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), remete às 32 mil publicações que relacionam a deficiência de vitamina D ao alto risco de câncer; das mais de 20 mil que associam o nível baixo ao diabetes; e das 17 mil que associam o mesmo déficit à hipertensão. “Mulheres com baixos níveis de vitamina D dificilmente engravidam, e quando engravidam, abortam no primeiro trimestre da gestação. Caso levem a gestação adiante, o bebê pode nascer com malformações congênitas.”
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Segundo Coimbra, a vitamina D não pode ser considerada pelo fator nutricional porque a ciência tem demonstrado que a pele humana, exposta ao sol, se transforma em uma glândula endócrina, produtora do hormônio. A ideia de desenvolver um quadro de hipervitaminose ou envenenamento por vitamina D, que pode desencadear sintomas tóxicos, é pouco provável. Conforme o neurologista, existe desinformação generalizada não só entre a população geral, mas também na classe médica.
Confinamento
“Durante centenas de milhares de anos, o homem tem vivido com o sol; nossos ancestrais viveram mais frequentemente ao ar livre do que em ambientes fechados. Desenvolvemos dependência pela luz do sol para a saúde e a vida, de modo que a ideia de que a luz solar é perigosa não faz sentido. Como poderíamos ter evoluído e sobrevivido como espécie, se fôssemos tão vulneráveis a algo a que o ser humano tem sido exposto constantemente ao longo de toda a sua existência?”, indaga Frank Lipman, clínico geral e especialista reconhecido internacionalmente nos campos da Medicina Integrativa e Funcional.
Na mesma linha, Coimbra aponta o estilo de vida contemporâneo como o principal vilão da deficiência de vitamina D no organismo. Na sua opinião, as pessoas passam a frequentar os shopping centers em vez de ir aos parques. Saem de seus apartamentos, tomam o elevador que já dá acesso à garagem, entram em seus automóveis e chegam ao seu destino. Outra vez, garagem, elevador, local de trabalho. Ele diz que isso nunca aconteceu na história da humanidade. Hoje, uma pessoa é capaz de passar um ano inteiro de sua vida, sem expor uma nesga de sua pele ao sol. Vive de um ambiente confinado para outro.
“Mulheres com baixos níveis de vitamina D dificilmente engravidam, e quando engravidam, abortam no primeiro trimestre da gestação. Caso levem a gestação adiante, o bebê pode nascer com malformações congênitas.”
“Vitamina D: Produzido há pelo menos 750 milhões de anos, esse hormônio pode ser sintetizado não só pelos seres humanos, mas também por diversos organismos, inclusive os do fitoplâncton e zooplâncton, e outros animais que se expõem à luz.”

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Nunca levamos a sério o termo “vitaminada”, usado durante muito tempo para definir uma pessoa forte, atraente, saudável. Pois deveríamos levar, principalmente se o sujeito em questão for alguém em dia com a vitamina D, uma substância que controla 229 genes de todas as células humanas. Mas o valor desse hormônio, considerado hoje em dia um dos mais importantes para a saúde humana, só foi descoberto em 2010. Sem vitamina D, a pessoa está sujeita a desenvolver uma lista enorme de doenças neurodegenerativas e autoimunitárias, como Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla, lupus, miastenia gravis, artrite reumatoide, psoríase e diabetes do tipo 1.

O neurologista Cícero Galli Coimbra, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), remete às 32 mil publicações que relacionam a deficiência de vitamina D ao alto risco de câncer; das mais de 20 mil que associam o nível baixo ao diabetes; e das 17 mil que associam o mesmo déficit à hipertensão. “Mulheres com baixos níveis de vitamina D dificilmente engravidam, e quando engravidam, abortam no primeiro trimestre da gestação. Caso levem a gestação adiante, o bebê pode nascer com malformações congênitas.”
Produzido há pelo menos 750 milhões de anos, esse hormônio pode ser sintetizado não só pelos seres humanos, mas também por diversos organismos, inclusive os do fitoplâncton e zooplâncton, e outros animais que se expõem à luz. A vitamina D é mensurada emInternational Units (IU), o que corresponde na língua portuguesa a Unidades Internacionais. A exposição ao sol de partes do corpo, como braços e pernas, por 20 minutos, garante a produção de aproximadamente 10 mil UI. É quase impossível obter a mesma quantidade por meio da alimentação, pois a produção de 10 mil UI exigiria cerca de 100 copos de leite por dia.
Segundo Coimbra, a vitamina D não pode ser considerada pelo fator nutricional porque a ciência tem demonstrado que a pele humana, exposta ao sol, se transforma em uma glândula endócrina, produtora do hormônio. A ideia de desenvolver um quadro de hipervitaminose ou envenenamento por vitamina D, que pode desencadear sintomas tóxicos, é pouco provável. Conforme o neurologista, existe desinformação generalizada não só entre a população geral, mas também na classe médica.

Confinamento

“Durante centenas de milhares de anos, o homem tem vivido com o sol; nossos ancestrais viveram mais frequentemente ao ar livre do que em ambientes fechados. Desenvolvemos dependência pela luz do sol para a saúde e a vida, de modo que a ideia de que a luz solar é perigosa não faz sentido. Como poderíamos ter evoluído e sobrevivido como espécie, se fôssemos tão vulneráveis a algo a que o ser humano tem sido exposto constantemente ao longo de toda a sua existência?”, indaga Frank Lipman, clínico geral e especialista reconhecido internacionalmente nos campos da Medicina Integrativa e Funcional.
Na mesma linha, Coimbra aponta o estilo de vida contemporâneo como o principal vilão da deficiência de vitamina D no organismo. Na sua opinião, as pessoas passam a frequentar os shopping centers em vez de ir aos parques. Saem de seus apartamentos, tomam o elevador que já dá acesso à garagem, entram em seus automóveis e chegam ao seu destino. Outra vez, garagem, elevador, local de trabalho. Ele diz que isso nunca aconteceu na história da humanidade. Hoje, uma pessoa é capaz de passar um ano inteiro de sua vida, sem expor uma nesga de sua pele ao sol. Vive de um ambiente confinado para outro.
Nesse ritmo, no período do inverno, 77% da população paulistana está com nível baixo de vitamina D, o que melhora no verão, quando o índice cai para 39%. Enquanto isso, na Europa, a cada ano há 6% a mais de crianças com diabetes infanto-juvenil. Seduzidas pelas diversões eletrônicas, elas abandonam cada vez mais as atividades ao ar livre. “Os pais ficam satisfeitos porque elas estão longe da violência urbana, mas não percebem que os filhos estão se transformando em diabéticos pelo resto da vida”, reforça o neurologista.
Em contrapartida, as pessoas idosas também fazem parte de um dos grupos mais suscetíveis à deficiência desse hormônio. Por exemplo, a aposentadoria reduz suas saídas à rua, isso resulta em uma menor exposição solar. A pele dos idosos tem apenas 25% da capacidade de produzir vitamina D em relação a uma pessoa jovem de 20 anos. Ou seja, eles precisam de quatro vezes mais de exposição solar para produzir a mesma quantidade de vitamina D, conforme Coimbra.
Outro agravante, as pessoas bloqueiam a radiação ultravioleta B, que auxilia na produção da “vitamina”, quando se lambuzam com protetores solares. Para se ter ideia, o fator de proteção solar número 8 diminui em 90% a produção de vitamina D. Já o fator 15 diminui em 99%, ou seja, praticamente zera a produção de vitamina D.

Horário ideal

No reino animal, lagartos adoram tomar sol. E por uma razão muito simples, eles não são capazes de aquecer seus corpos sozinhos, sem a ajuda do ambiente externo. Enquanto isso, os seres humanos, para manter a temperatura ou para se aquecer, necessitam de agasalhos. A conclusão é: o mesmo Sol que aquece esses animais nos ajuda a produzir a vitamina D. Portanto, se ele nos traz esse benefício, não há motivo para temer os raios solares!
Segundo o neurologista, o horário ideal para tomar sol, o momento em que a radiação ultravioleta é mais positiva para produzir vitamina D, é aquele quando a sombra tem a mesma extensão que a estatura da pessoa. Atualmente, isso ocorre pela manhã entre 8h30 e 9 horas. O ideal é aguardar meia hora para passar o protetor solar, porque após esse tempo, com ou sem protetor, a criança e o adulto não vão mais produzir vitamina D.
O mesmo vale para quem optar pela exposição vespertina. No final da tarde, quando a sombra tiver a mesma extensão da estatura da pessoa, os raios solares voltam a ter a mesma qualidade benéfica para produzir vitamina D. “Ao meio-dia, o sol está a pino e a sombra não existe. O indivíduo não produz vitamina D, só câncer de pele”, alerta Coimbra.

Influência

Nos dias atuais, a Internet é um campo fértil para se manter informado sobre este assunto, embora não esteja à disposição de todos. Há centenas de artigos a respeito, mas, infelizmente, muitos deles estão disponíveis somente em inglês. É o caso do texto do neuropsiquiatra John Cannell (http://goo.gl/LlQOK). Ele acusa pesquisadores da indústria farmacêutica norte-americana de estarem tentando alterar a molécula da vitamina D, para transformá-la em uma substância patenteável, ou seja, em remédio. A influência deles é tamanha, a ponto de se manterem unidos em comitês que “aconselham” o governo dos Estados Unidos a estabelecer a dose recomendável, entre 200 e no máximo 400 unidades por dia, bem aquém do necessário.
Além de prescrever doses mínimas, a maioria dos médicos sequer solicita dosagem da vitamina D no sangue. Coimbra ressalta que muitos especialistas, que acompanham pacientes com osteoporose e recomendam essa quantidade de suplementação, ficariam surpresos ao constatar o quão baixo é o nível dessa substância no sangue.
Cannell denuncia exatamente isso. “Só deixando a pele dos braços e das pernas expostas, uma pessoa de pele clara e jovem produz 10 mil unidades de vitamina D. Essa quantidade é 50 vezes maior do que aquela colocada à disposição do público como suplemento de vitamina D, com o título da dose recomendada. Caso fosse prescrito metade disso (5 mil) para toda a população adulta, haveria redução em 40% da ocorrência de novos casos de câncer. Isso representaria para a indústria farmacêutica uma perda de 40% de uma receita de trilhões de dólares”, completa.
Saiba Mais:
Natural News
www.naturalnews.com
Vitamind Council
www.vitamindcouncil.org
Vitamin D Deficiency Survivor
pandemicsurvivor.com
Fonte: http://www.revistakalunga.com.br/geral/doses-diarias-de-sol/#more-779
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Qua, 18 de Agosto de 2010 09:23

Estudos revelam e casos clínicos comprovam que nutriente é fundamental para prevenção e controle eficaz de moléstias graves – 16/07/2010 16:50 (Elizângela Isaque – Da equipe Medicando)

A sabedoria popular nos ensina que é sempre melhor prevenir do que remediar. Felizmente, em algumas circunstâncias, especificamente nas ligadas à saúde, a forma de prevenção é a mesma que proporciona a cura ou, no mínimo, um controle eficaz de determinados problemas. Esse é o caso da vitamina D, substância que tem sido fonte de constantes estudos e de importantes descobertas, no que se refere às doenças autoimunitárias e neuro degene -rativas, como esclerose múltipla, depressão, artrite reumatóide, Parkinson, mal de Alzheimer, lúpus e vitiligo, entre outras.

De acordo com a literatura médica clássica, a vitamina D exerce um papel fundamental para a manutenção do equilíbrio de determinadas funções do organismo humano, como a inibição de problemas como o raquitismo em crianças e a osteoporose em adultos. Entretanto, de acordo com as novas descobertas, as doses diárias recomendadas até hoje, de 400 UI (Unidades Internacionais), que equivale a um micrograma, estão longe do ideal necessário para prevenir, estabilizar ou mesmo anular sintomas relacionados à carência dessa substância.

Embora alguns alimentos sejam fonte de vitamina D, a forma natural mais eficiente de obtê-la é por meio da exposição diária ao sol. “Cerca de 10 minutos, todos os dias, com 90% do corpo exposto ao sol matinal, é suficiente para que maioria das pessoas obtenha a quantidade aproximada de 20.000 UI”, explica o neurologista e professor do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESPI) Dr. Cícero Galli Coimbra.

No entanto, Dr. Cícero lembra que algumas pessoas apresentam maior dificuldade de transformar em ativa a forma da vitamina D produzida pela exposição solar, devido às particularidades de cada organismo. Devido a essas características, alguns indivíduos, mesmo com hábitos que os exponham diariamente ao sol, podem apresentar deficiência desta substância e, consequentemente, desenvolverem algum problema proveniente dessa carência. Por isso, o médico recomenda a ingestão diária da vitamina D em forma de cápsula ou gotas, em pessoas portadoras dessa característica genética, ou que tenham uma rotina diária caracterizada por baixa exposição solar.

O engenheiro ambiental Marcelo Palma está entre as pessoas que, embora sempre levasse uma rotina de práticas esportivas ao ar livre, como o surfe, começou a apresentar sintomas como paralisia facial, formigamento de membros e alteração da sensibilidade do abdômen. Após alguns diagnósticos equivocados e tratamentos que não impediam o surgimento de outros sintomas que eram de fato decorrentes da esclerose múltipla, o jovem que também dava aulas de capoeira tomou conhecimento do tratamento proposto por Dr. Cícero.

Maior autoridade brasileira sobre os benefícios da vitamina D, o nome de Dr. Cícero Coimbra é relacionado ao crescente número de pacientes que, uma vez submetidos ao seu tratamento, têm apresentado quadros de regressão de sintomas, bem como a estabilidade em doenças como a esclerose múltipla. Em todos os casos, a vitamina D sintetizada, ministrada em doses que variam de acordo com a necessidade de cada paciente, é a protagonista que atua de forma decisiva no combate aos graves sintomas apresentados pela doença.

Na internet, há centenas de artigos científicos acerca dos benefícios da “vitamina D”, relacionados às doenças neurodegenerativas como Alzheimer, e às autoimunitárias, como a esclerose múltipla, miastenia gravis, lúpus, artrite reumatóide, psoríase e diabetes do tipo 1. No entanto, segundo Dr. Cícero, a utilização deste nutriente nos tratamentos destas moléstias ainda não chegou aos consultórios do país.

“Cerca de 70% das pessoas que sofrem de esclerose múltipla apresentam níveis muito baixos de vitamina D, o que se correlaciona com uma frequência maior de exacerbações (surtos) e com a sustentação de sequelas neurológicas mais acentuadas após cada surto. A simples percepção disso remete qualquer profissional que se depare com esse quadro à obrigação ética de administrar essa substância como parte fundamental do tratamento”, explica Dr. Cícero.

Conforme expõe o neurologista, a falta de informação sobre o assunto começa pelo ambiente acadêmico e culmina na pressão mercadológica que a indústria farmacêutica exerce sobre a sociedade. Hoje, cada ampola de Tysabri (natalizumab), medicação vendida em mais de 45 países para o tratamento de esclerose múltipla, custa, em média, cerca de R$ 9.000,00. Só em 2009, o Tysabri proporcionou ao seu fabricante a receita de um bilhão de dólares em vendas, fazendo com que, em janeiro deste ano, a empresa viesse a público declarar que busca, em 2010, como estratégia de marketing, maximizar o valor de suas ações por meio do crescimento do consumo desse remédio.

De acordo com dados da Federação Internacional de Esclerose Múltipla (MSIF, na sigla em inglês), cerca de 2,5 milhões de pessoas sofrem de EM, em todo o mundo. No Brasil, a estimativa da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) é de que existam mais de 35 mil portadores no país. Além disso, a entidade alerta para as constantes faltas da medicação disponibilizada pelo governo, nos postos de saúde do Brasil.

As medicações comumente prescritas em terapias (interferons), geralmente, expõem os pacientes a efeitos colaterais tão comuns quanto desagradáveis. Esses remédios podem desencadear reações – observadas em mais de um, em cada 10 doentes – como dores de cabeça, sintomas do tipo gripal e febre. O que remete às vantagens da utilização da vitamina D nos tratamentos de doenças neurodegenerativas e autoimunitárias.

Além da ausência de efeitos colaterais, desde que as doses sejam ajustadas conforme as necessidades individuais, bem como de acordo com os exames laboratoriais, a utilização da vitamina D possibilidade a regressão de sequelas recentes e a prevenção da progressão da doença. O que torna esse nutriente mais eficaz que a medicação tradicional e uma alternativa, no mínimo, considerável, se comparada à medicação até hoje ministrada.

O ajuste das doses, realizados por meio de exames laboratoriais, tem por objetivo evitar a hipervitaminose por vitamina D, já que o excesso deste nutriente no organismo pode provocar problemas graves como danos permanentes nos rins, retardo do crescimento, calcificação de tecidos moles e até mesmo a morte. Entre os sintomas leves de intoxicação estão: sede excessiva e eliminação de grande volume de urina, náuseas, fraqueza, prisão de ventre e irritabilidade. Entretanto, para alcançar essas reações, seria necessário o consumo muito superior aos recomendados pelas recentes pesquisas.

De acordo com os estudos mais recentes, para que uma pessoa adulta, com níveis normais de tolerância à vitamina D, apresente um quadro de super dosagem deste nutriente é necessária a ingestão diária, por um período de um a dois meses, de 2,5 mg (100.000 IU), aproximadamente. Já para as crianças, a quantidade considerada tóxica varia de 0,5 mg (20.000 IU) a 1,0 mg (40.000 IU), números superiores às doses mais altas indicadas para prevenção e tratamento de doenças.

“No entanto, esses limites tóxicos podem variar conforme a quantidade de alimentos ricos em cálcio, especialmente os laticínios, presentes na dieta, conforme o peso e características genéticas do indivíduo”, esclarece Dr. Cícero. Conforme explica o neurologista, os riscos de uma hiperdosagem são praticamente nulos, se o tratamento é feito com acompanhamento médico, em âmbito clínico e laboratorial. “A quantidade de vitamina D que cada paciente necessita em seu tratamento varia de acordo com o estágio da doença e com os níveis de carência deste nutriente em cada organismo, por isso é muito importante a avaliação do profissional”, explica.

DIVULGAÇÃO

Como a eficácia da vitamina D, em relação aos medicamentos tradicionais, ainda não é um consenso entre a comunidade científica, a difusão desta nova alternativa tem ocorrido por meio do famoso “boca a boca”. Nesse contexto, a internet tem sido a principal ferramenta utilizada pelos pacientes do Dr. Cícero, que utilizam a web para discutirem seus casos clínicos entre si e, ao mesmo tempo, propagarem resultados como a estabilização e o controle de suas enfermidades.

FATORES PSICOLÓGICOS

Para quem o organismo apresenta dificuldade de sintetizar a vitamina D, estresses emocionais, ou fortes traumas podem contribuir para que se desencadeiem algumas doenças. Dr. Cícero destaca que, cerca de 85% dos surtos de esclerose múltipla, por exemplo, surgem após estresses emocionais. “Imagine quantos surtos seriam evitados se fosse possível retirar ou diminuir o nível de estresse dessas pessoas”.

Foi após vivenciar um forte trauma emocional que Marcelo Palma começou a apresentar os primeiros sintomas de esclerose múltipla. Sintomas que, posteriormente, voltaram mais fortes e frequentes após uma segunda experiência que lhe acarretou novo trauma. “Na primeira consulta, que durou cerca de quatro horas, ele me explicou como seria a utilização da vitamina D, aliada à B e a óleos de peixe (ômega 3) DHA, para ‘desativar’ a auto agressão do sistema imunológico no meu próprio organismo”, relembra.

Hoje, o maior empenho do neurologista é tornar a utilização da vitamina D comum nos tratamentos das doenças neurodegenerativas e autoimunitárias. “Meu objetivo é fazer com que os demais profissionais conheçam os benefícios dessa substância e passem a ministrá-la aos pacientes em tratamento”, diz o neurologista, que acredita que, no futuro, as informações acerca da importância desse nutriente estarão ao alcance de todos. “Não há como impedir que esse conhecimento se torne comum. Pode ser que demorem mais dois, três ou vinte anos. O fato é que, cedo ou tarde, todos vão saber dos benefícios da vitamina D”.

NEUROLOGIA

Cícero Galli Coimbra é médico graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1979), possui título de especialista em medicina interna (1981) e neurologia (1983) pela mesma instituição, e em neurologia pediátrica (1985) pelo Jackson Memorial Hospital da Universidade de Miami, EUA. Obteve o título de mestre (1988) e doutor (1991) em Neurologia pela Universidade Federal de São Paulo e pós-doutorado (1993) pela Universidade de Lund, Suécia. Atualmente é Professor Livre Docente do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo, onde dirige o Laboratório de Fisiopatologia Clínica e Experimental. Atua na área de Medicina (Neurologia e Clínica Médica), com ênfase em doenças neurodegenerativas e autoimunitárias.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Por um novo paradigma de conduta e tratamento

Por um novo paradigma de conduta e tratamento


Texto do neurologista Cícero Galli Coimbra,
originalmente publicado no site do Instituto de Autoimunidade

O Instituto de Investigação e Tratamento de Autoimunidade (“Instituto de Autoimunidade”) foi criado no primeiro semestre de 2011, a partir da iniciativa deste médico signatário e de ex-pacientes (atualmente seus amigos) que apresentavam manifestações autoimunitárias, e que foram beneficiados com o tratamento a eles oferecido. Atualmente essas pessoas possuem um nível normal de qualidade de vida, mantendo-se livres das agressões do sistema imunológico, ao ponto de considerarem-se ex-portadores da doença e participam da direção do Instituto de Autoimunidade, idealisticamente voltados para viabilizarem o mesmo benefício para outros pacientes, especialmente os mais carentes.
Os relatos espontâneos dos pacientes beneficiados geraram grande repercussão nas comunidades da rede mundial de computadores, originando a demanda pelas atividades a que se propõe o Instituto de Autoimunidade.O alvo das atividades do Instituto de Autoimunidade volta-se para a identificação e para a correção de distúrbios metabólicos causadores das doenças autoimunitárias, inicialmente com especial atenção para a correção da deficiência de vitamina D, hoje amplamente reconhecida por diversos membros da comunidade científica internacional como fator primordial no surgimento e exacerbação da atividade de doenças autoimunitárias e outras doenças graves, tais como câncer.
A “vitamina D” (ou “colecalciferol”) é, na realidade, atualmente considerada um pré-hormônio no meio científico (pois é transformada em diversas células do organismo humano no hormônio calcitriol – hormônio esse potencialmente capaz de modificar 229 funções biológicas no organismo humano – referência 1). A utilização do colecalciferol como tratamento via oral (desde que em doses fisiologicamente realistas – próximas daquelas obtidas através da exposição solar abundante) tem baixo custo e alta efetividade; mostra-se capaz de manter os pacientes sem os prejuízos físicos, psíquicos e sociais relacionados às doenças autoimunitárias, além de promover a regressão potencialmente completa de sequelas recentemente adquiridas, o bem-estar e a autoconfiança do paciente.
Poupa-se ao sistema de saúde público e privado vultosos gastos com internações hospitalares e medicamentos dispendiosos, ensejando-se a um grande número de pacientes uma vida essencialmente normal e produtiva, livrando-os de uma sobrevivência na condição de doentes crônicos, incapacitados para o trabalho e dependentes do sistema previdenciário. Enfatiza-se que não se trata de um tratamento alternativo, mas de fato de reconstituir o mecanismo que a própria natureza desenvolveu com o objetivo de evitar a agressão autoimunitária contra o próprio organismo.Em vista do conflito com interesses relacionados ao comércio de medicamentos (que mensalmente movimenta somas bilionárias) que atravanca a absorção desses conhecimentos mais recentes pela comunidade médica, o Instituto de Investigação e Tratamento de Autoimunidade assume já como força motriz inspiradora de suas atividades, desde a sua fundação, o fundamental compromisso de difundir as bases desse tratamento para outros profissionais médicos, para que se tornem também eles elementos difusores dessa terapia, dessa forma contribuindo para o encurtamento do tempo que será gasto para que um número maior de pacientes sejam beneficiados.
O conhecimento científico atual revela que a deficiência de vitamina D (que afeta 76.5% de moradores na cidade de São Paulo durante o inverno, baixando para apenas 37.3% durante o verão (segundo pesquisas publicadas por pesquisadores da USP e da UNIFESP em 2010 – referência 2) está associado à ocorrência (suscetibilidade) e à sustentação (gravidade) de virtualmente todas as doenças ou manifestações autoimunitárias, incluindo-se a esclerose múltipla, neurite óptica, doença de Devic, doença de Guillain-Barré (poliradiculo-neurite), polineuropatia, miastenia gravis, artrite reumatóide, lúpus (discóide ou eritematoso sistêmico), doença de Crohn, retocolite ulcerativa, doença celíaca, cirrose biliar primária, hipotireoidismo (tireoidite de Hashimoto), uveíte, episclerite, psoríase, vitiligo, abortos no primeiro trimestre da gestação, doença periodontal, diabete infanto-juvenil, alergias, etc. Também encontram-se associados à deficiência de vitamina D (facilitados, induzidos ou favorecidos por ela) outros distúrbios ou doenças não autoimunitárias (ou ainda não classificadas como autoimunitárias pela ciência contemporânea), tais como câncer, hipertensão, diabete da maturidade, acidentes cardiovasculares, osteopenia e osteoporose, depressão, distúrbio bipolar, esquizofrenia, infertilidade, malformações congênitas, dor crônica (incluindo-se a fibromialgia e a enxaqueca), doenças neurodegenerativas (como Parkinson e Alzheimer), sonolência excessiva, etc.
Evidências epidemiológicas recentes indicam que o autismo é provavelmente causado ou pelo menos grandemente facilitado pela deficiência grave de vitamina D ocorrendo durante a gestação da criança afetada.Atualmente existem inúmeras fontes científicas que evidenciam a imperiosa necessidade ética de não se permitir que quaisquer pessoas (sejam pacientes portadores ou não dessas doenças ou distúrbios) sejam mantidos com deficiência de vitamina D – o que segue acontecendo também em decorrência da habitual suplementação de apenas 200 UI por dia na prática médica comum. Com essas doses irrisórias, um paciente portador de esclerose múltipla passa de um nível circulante de vitamina D médio de 14 ng/ml para apenas 16 ng/ml depois de 2 meses de tratamento. Os valores circulantes de referência para a vitamina D [medida sob a forma de 25(OH)D3, nunca (!) sob a forma de 1,25(OH)2D3] são de 30-100 ng/ml para a grande maioria dos laboratórios clínicos. Enfatiza-se que o nível de 30 ng/ml seria ainda inferior ao adequado segundo cientistas internacionais sérios e éticos, que propõem como ideal os níveis de ao menos 40-50 ng/ml de 25(OH)D3 para uma pessoa normal. As pesquisas mais recentes, no entanto, têm demonstrado que os portadores de doenças autoimunitárias, por razões genéticas (referências 3 e 4), são parcialmente resistentes aos efeitos do colecalciferol, necessitando, portanto, de níveis ainda mais elevados para estarem livres das agressões do seu próprio sistema imunológico. Nesses casos, o nível adequado somente pode ser estabelecido mediante o acompanhamento clínico e laboratorial que permita o ajuste da dose conforme a necessidade individual de cada paciente, sem o risco de efeitos colaterais graves, especialmente sobre a função renal.
Constituem-se em indivíduos com maior risco deficiência de vitamina D e maior risco se sofrerem complicações graves decorrentes dessa alteração metabólica, aquelas pessoas [1] com idade avançada (a pele de um indivíduo idoso de 70 anos produz apenas um quarto da quantidade de vitamina D produzida por um jovem de 20 anos de idade); [2] com sobre-peso (a gordura acumulada sob a pele sequestra a vitamina D da circulação; em geral a necessidade de vitamina D nesses indivíduos é duplicada em relação a uma pessoa com peso normal para a mesma estatura); [3] com pele escura (a melanina reduz a absorção dos raios solares matinais produtores de vitamina D); [4] que trabalham ou estudam ou exercem suas atividades rotineiras exclusivamente em ambientes confinados, isolados da luz solar da manhã ou do final da tarde; [5] que, mal orientados, utilizam filtros solares de forma indiscriminada, em horários (tais como no período inicial da manhã) em que a exposição solar é absolutamente necessária para a abundante produção de vitamina D na pele descoberta e para preservação da saúde (fator de proteção solar de nível 8 reduz em 90% a produção de vitamina D; o uso de fator de proteção de nível 15 reduz em 99% essa produção); [6] que vivem em localidades mais distantes da linha do Equador, onde a radiação solar é limitada por invernos mais longos, dias mais curtos, e são utilizadas roupas que cobrem uma maior extensão de pele para proteção contra o frio.
É importante que se enfatize, no entanto, que mesmo em localidades próximas do Equador, o problema já se tornou muito similar, devido [1] à ampliação da malha viária de metrô com estacionamentos cobertos próprios, e ocasionalmente com acesso direto ao interior de centros comerciais, [2] à construção de um número crescente de centros comerciais (“shopping centers” – onde famílias inteiras passam várias horas de seus finais de semana, em lugar de frequentarem praias, parques, zoológicos e jardins botânicos); [3] ao uso de películas protetoras nos pára-brisas e janelas dos carros, [4] à construção de estacionamentos subterrâneos sob os prédios residenciais e comerciais, com acesso direto ao elevador; [5] à adesão crescente às diversões e passatempos encontrados no próprio ambiente doméstico, proporcionadas pelos jogos eletrônicos, canais de TV a cabo, DVDs, “Blu Rays”, e pela interatividade crescente proporcionada pela rede mundial de computadores. Pais e mães sentem-se confortáveis vendo seus filhos entretidos com essas atividades domésticas de lazer, por perceberem que assim se mantém distantes da violência urbana.
Enquanto isso o percentual de crianças com diabete do tipo I cresce 6% ao ano na Europa; todas essas características da vida urbana moderna permitem ao indivíduo contemporâneo deslocar-se e realizar praticamente qualquer atividade no meio urbano com exposição solar virtualmente nula.Evidencia-se que três fatores, atuando em conjunto, contribuem para um efeito desastroso para a saúde pública e para os gastos públicos e privados nesse setor e no setor previdenciário: [1] o grande percentual de indivíduos afetados, especialmente na população urbana; [2] o grande número de doenças e distúrbios provocados ou facilitados pela deficiência de um hormônio que potencialmente participa da regulação de 229 funções biológicas no organismo humano; [3] à desinformação da maior parte da classe médica, que há muitas décadas segue temerosa de administrar pela via oral (preventiva ou terapeuticamente, a indivíduos adultos) doses absolutamente fisiológicas, tais como 10.000 UI por dia, que são produzidas por pessoas de pele clara durante meros 20 minutos de exposição ao sol da manhã, sem protetor solar. Tal indivíduo teria de ingerir 100 copos de leite para inteirar a mesma quantidade de vitamina D, que é também 50 vezes superior à dose diária de 200 UI (a mais comumente prescrita por ser erroneamente divulgada como “recomendada”).
Assim, evidencia-se como absolutamente vital e urgente uma mudança de paradigma em relação ao potencial preventivo e terapêutico proporcionado por doses bem mais elevadas de colecalciferol do que aquelas correntemente utilizadas, especialmente em pacientes que, por motivos próprios de sua condição clínica, têm limitações para expor-se ao sol, tal como os portadores de lúpus (pela possibilidade de piora das lesões de pele induzida pelos raios UV), vitiligo (pela facilidade de dano à pele) e esclerose múltipla (pela intolerância ao calor). Ao serem aconselhados a evitarem a exposição solar, têm agravada a deficiência de vitamina D, e em consequência, agrava-se a doença autoimunitária.
É profundamente lamentável que milhares de pessoas jovens, em todo o Brasil, portadoras de esclerose múltipla, estejam tornando-se cegas e paraplégicas apenas por falta de uma substância que poderia ser administrada sob a forma de gotas, em uma única dose diária, o que lhes devolveria a perspectiva certa de uma vida normal.Não há justificativa para não corrigir-se qualquer alteração ou deficiência metabólica que possa ser corrigida, mesmo na ausência de sinais clínicos detectáveis de possíveis consequências danosas à saúde. Fazê-lo é obrigação! Não fazê-lo pode ser encarado como negligência ou resultado de desinformação. O médico não pode deixar sob risco a saúde do paciente que o procura, mesmo para prevenção. Prevenção é e será sempre a melhor abordagem, seja de forma individualizada, ou como política governamental de saúde pública.
O que dizer do caso do paciente que já é portador de uma doença autoimunitária, tal como a esclerose múltipla, cuja alta frequência de surtos e elevada severidade das sequelas neurológicas (paraplegia, cegueira) correlaciona-se com os níveis circulantes mais baixos de vitamina D (referência 5)? Como justificar-se o hábito de sequer solicitar-se a medida das concentrações de 25(OH)D3 no paciente portador, quanto mais de não administrar-se doses realisticamente capazes de corrigir a deficiência que, segundo a literatura especializada, é praticamente certa? Como aceitar-se a passividade frente a um distúrbio metabólico de fácil correção, quanto a administração de doses muito mais elevadas (do que aquelas irrisórias e injustificadamente chamadas de “recomendadas”) que levam à redução das lesões ativas (referência 6) e foram demonstradas serem perfeitamente seguras (referências 6 e 7)? Como aceitar tal passividade, sabendo-se que já em 1986 (há 25 anos) demonstrou-se que doses bem mais modestas (8 vezes inferiores àquelas demonstradas como seguras, mas ainda assim 25 vezes superiores às “recomendadas” pelo comportamento terapêutico convencional) mostraram-se capazes de reduzir em mais de 50% a frequência de surtos em portadores de esclerose múltipla (referência 8)?Qual a justificativa para que qualquer médico, mesmo em face desses dados, simplesmente volte as costas a essa questão e deixe o paciente (cuja saúde encontra-se sob sua responsabilidade profissional) com uma deficiência metabólica cuja correção é, por si mesma (independentemente da presença de qualquer doença), ética e tecnicamente obrigatória, e que poderia poupar seu paciente portador de esclerose múltipla do sofrimento intenso e permanente provocado por sequelas graves, irreversíveis e incapacitantes, tais como a cegueira e a paraplegia?
Como propor estudos “controlados” para a correção de qualquer hipovitaminose (não somente a hipovitaminose D), quando tais estudos são eticamente inviáveis, da mesma forma como não se pode administrar placebos para crianças diabéticas (deficientes em insulina) para “assegurar-se” de que a eficiência da administração de insulina seja “cientificamente” comprovada? O mesmo ocorre para a deficiência de vitaminas como o ácido fólico em gestantes. Seria ético verificar-se “de forma controlada” que um número muito maior de crianças nasceram com anencefalia ou outras malformações congênitas no “grupo placebo”? Tais estudos nunca foram e jamais serão feitos. Seria correto, então, não administrar-se o ácido fólico às gestantes portadoras de níveis baixos desse micronutriente, sob a justificativa de que “não existem estudos controlados”?
Evidentemente, ao contrário do estudo da efetividade de drogas alopáticas, a avaliação da eficiência da correção de qualquer distúrbio metabólico não pode ser “controlada” com o uso de placebo. A inexistência de tais estudos não pode justificar a não correção de qualquer alteração metabólica, pois se constitui em argumento falacioso identificado em estudos de lógica e estatística (referência 9).
É pensamento compartilhado por todos os membros da diretoria do Instituto de Autoimunidade, que os sentimentos e percepções que devem nortear o tratamento dos pacientes afetados por essas e outras doenças são o senso humanitário, a capacidade de empatia e a genuína vontade de auxiliar, ajudar, servir, minorar o sofrimento e restabelecer a saúde. Nesse sentido, impõe-se radical mudança de paradigma de investigação e tratamento, abandonando-se o foco no exclusivo uso crônico de drogas que, por seus efeitos colaterais, deterioram a qualidade de vida do paciente, além de colocarem em risco sua integridade física e sua vida, sem perspectiva de uma solução em qualquer prazo. Como novo paradigma a ser buscado, qualquer padrão de comportamento, alteração ou distúrbio metabólico que potencialmente contribua para o desencadeamento, sustentação e/ou agravamento da doença deve ser identificado e corrigido, sempre que essa correção for possível, com o objetivo de alcançar o desaparecimento dos sintomas, a solução do problema e a libertação do uso crônico de medicamentos.
Cícero Galli Coimbra
Médico Internista e Neurologista
Professor Associado Livre-Docente da Universidade Federal de São Paulo
Presidente do Instituto de Investigação e Tratamento de Autoimunidade
REFERÊNCIAS:
1 – Ramagopalan, S.V., Heger, A., Berlanga, A.J., Maugeri, N.J.,Lincoln, M.R., Burrell, A., Handunnetthi, L., Handel, A.E., Disanto,G., Orton, S.M., Watson, C.T., Morahan, J.M., Giovannoni, G., Ponting,C.P., Ebers, G.C., Knight, J.C. A ChIP-seq defined genome-wide map ofvitamin D receptor binding: associations with disease and evolution.Genome research 2010; 20:1352-1360. – http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2945184/
2 – Unger, M.D., Cuppari, L., Titan, S.M., Magalhaes, M.C., Sassaki,A.L., dos Reis, L.M., Jorgetti, V., Moyses, R.M. Vitamin D status in asunny country: where has the sun gone? Clinical nutrition 2010; 29,784-788 – http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0261561410001111
3 – Pani, M.A., Regulla, K., Segni, M., Krause, M., Hofmann, S.,Hufner, M., Herwig, J., Pasquino, A.M., Usadel, K.H., Badenhoop, K.Vitamin D 1alpha-hydroxylase (CYP1alpha) polymorphism in Graves’disease, Hashimoto’s thyroiditis and type 1 diabetes mellitus.European Journal of Endocrinology 2002; 146:777-781.
http://eje-online.org/content/146/6/777.long
4 – Sundqvist, E., Baarnhielm, M., Alfredsson, L., Hillert, J., Olsson,T., Kockum, I. Confirmation of association between multiple sclerosisand CYP27B1. European journal of human genetics : European Journal ofHuman Genetics 2010; 18:1349-1352. – http://www.nature.com/ejhg/journal/v18/n12/full/ejhg2010113a.html
5 – Smolders, J., Menheere, P., Kessels, A., Damoiseaux, J., Hupperts,R. Association of vitamin D metabolite levels with relapse rate and disability in multiple sclerosis. Multiple Sclerosis 2008; http://msj.sagepub.com/content/14/9/1220
6 – Kimball, S.M., Ursell, M.R., O’Connor, P., Vieth, R. Safety ofvitamin D3 in adults with multiple sclerosis. American Journal ofClinical Nutrition 2007; 86:645-651. – http://www.ajcn.org/content/86/3/645.long
7 – Garland, C.F., French, C.B., Baggerly, L.L., Heaney, R.P. Vitamin Dsupplement doses and serum 25-hydroxyvitamin D in the range associatedwith cancer prevention. Anticancer Research 2011; 31:607-11- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21378345?dopt=Abstract
8 – Goldberg, P., Fleming, M.C., Picard, E.H. Multiple sclerosis: decreased relapse rate through dietary supplementation with calcium, magnesium and vitamin D. Medical hypotheses 1986; 21: 193-200. – http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0306987786900101
9 – Altman, D.G., Bland, J.M.. Absence of evidence is not evidence of absence. British Medical Journal 1995; 311:485. – http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2550545/

terça-feira, 11 de março de 2014

é mulher... linda...


   

O papel da vitamina D na saúde pública do Brasil - Parte 1/2

)

O papel da vitamina D na saúde pública do Brasil - Parte 2/2

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Prof. Phd. Neurologista, Neurocirurgião, Neurocientista, Cícero Galli Coimbra Adverte!!!

Sobre a injustiça de um jogo econômico das doenças crônicas entre farmácias e a medicina visando o enriquecimento e não a cura das pessoas. No entanto há conhecimento atual da ciência medica voltada á prevenção, recuperação e cura completa de doenças neurodegenerativas, infecciosas e autoimunitárias, males que mais matam, entre tantas outras doenças que têm acometido a população do planeta. Doenças que hoje podem ser tratadas com terapia natural por médicos atualizados e com “treinamento adequado para ser responsável pela avaliação caso a caso e a específica determinação de dosagem, em contrário haverá sérios danos à saúde” (2).
Todas as pessoas que desenvolvem doenças autoimunitárias e neurodegenerativas, tais como Mal de Parkinson, Esclerose Multipla, Psoríase, Vitiligo, Lúpus, Tireoidite, Artrite Reumatoide, Alzheimer, Diabetes, Câncer e a própria Depressão, entre outras, como Esquizofrenia, distúrbio Bipolar, Asma, têm verificada em exames de sangue, o 25(OH)D3, a deficiencia de Colecalciferol, a Vitamina D3, a vitamina do Sol.
Porem é bom que se tenha consciência disso, todas essas patologias têm cura e existe meio eficaz de prevenir doenças por meio natural. Através da substancia que existe em todos os seres vivos há mais de 500 milhões de anos, que é o hormônio esteroide que a pele exposta ao sol nos horários corretos produz, conhecida como vitamina D.
A saúde e a vida das pessoas humanas têm forte relação com a possibilidade de acesso à informação e educação. Esta certeza é do conhecimento planetário. Há tratados internacionais que refletem a preocupação com a importancia de prevenir danos à saúde através da informação e educação. Entre as convenções internacionais referentes à possibilidade de prevenção de deficiências, bem como de agravamento de doenças, encontram-se oPrograma de Ação Mundial para Pessoas Deficientes e a Convenção de Salamanca.
E a Lei Maior brasileira, que é o importante nestaquestão tanto relativa à prevenção de doenças e a inviolabilidade do direito à vidaquando ao acesso livre ao conhecimento e a informação, ainda não é cumprida. Da censura e descaso, existem fatos corriqueiros de larga omissão na oferta e divulgação da verdade cientifica assim como na prestação da assistência à saúde com recursos atuais de modo universal à toda população, como reza a Constituição do Brasil e o governo não a cumpre.

Prof. Phd. Cícero Galli Coimbra Adverte!!!

Sobre a injustiça de um jogo econômico das doenças crônicas entre farmácias e a medicina visando o enriquecimento e não a cura das pessoas. No entanto há conhecimento atual da ciência medica voltada á prevenção, recuperação e cura completa de doenças neurodegenerativas, infecciosas e autoimunitárias, males que mais matam, entre tantas outras doenças que têm acometido a população do planeta. Doenças que hoje podem ser tratadas com terapia natural por médicos atualizados e com “treinamento adequado para ser responsável pela avaliação caso a caso e a específica determinação de dosagem, em contrário haverá sérios danos à saúde” (2).
Todas as pessoas que desenvolvem doenças autoimunitárias e neurodegenerativas, tais como Mal de Parkinson, Esclerose Multipla, Psoríase, Vitiligo, Lúpus, Tireoidite, Artrite Reumatoide, Alzheimer, Diabetes, Câncer e a própria Depressão, entre outras, como Esquizofrenia, distúrbio Bipolar, Asma, têm verificada em exames de sangue, o 25(OH)D3, a deficiencia de Colecalciferol, a Vitamina D3, a vitamina do Sol.
Porem é bom que se tenha consciência disso, todas essas patologias têm cura e existe meio eficaz de prevenir doenças por meio natural. Através da substancia que existe em todos os seres vivos há mais de 500 milhões de anos, que é o hormônio esteroide que a pele exposta ao sol nos horários corretos produz, conhecida como vitamina D.
A saúde e a vida das pessoas humanas têm forte relação com a possibilidade de acesso à informação e educação. Esta certeza é do conhecimento planetário. Há tratados internacionais que refletem a preocupação com a importancia de prevenir danos à saúde através da informação e educação. Entre as convenções internacionais referentes à possibilidade de prevenção de deficiências, bem como de agravamento de doenças, encontram-se oPrograma de Ação Mundial para Pessoas Deficientes e a Convenção de Salamanca.
E a Lei Maior brasileira, que é o importante nestaquestão tanto relativa à prevenção de doenças e a inviolabilidade do direito à vidaquando ao acesso livre ao conhecimento e a informação, ainda não é cumprida. Da censura e descaso, existem fatos corriqueiros de larga omissão na oferta e divulgação da verdade cientifica assim como na prestação da assistência à saúde com recursos atuais de modo universal à toda população, como reza a Constituição do Brasil e o governo não a cumpre.Sobre a injustiça de um jogo econômico das doenças crônicas entre farmácias e a medicina visando o enriquecimento e não a cura das pessoas. No entanto há conhecimento atual da ciência medica voltada á prevenção, recuperação e cura completa de doenças neurodegenerativas, infecciosas e autoimunitárias, males que mais matam, entre tantas outras doenças que têm acometido a população do planeta. Doenças que hoje podem ser tratadas com terapia natural por médicos atualizados e com “treinamento adequado para ser responsável pela avaliação caso a caso e a específica determinação de dosagem, em contrário haverá sérios danos à saúde (2).
Todas as pessoas que desenvolvem doenças autoimunitárias e neurodegenerativas, tais como Mal de Parkinson, Esclerose Multipla, Psoríase, Vitiligo, Lúpus, Tireoidite, Artrite Reumatoide, Alzheimer, Diabetes, Câncer e a própria Depressão, entre outras, como Esquizofrenia, distúrbio Bipolar, Asma, têm verificada em exames de sangue, o 25(OH)D3, a deficiencia de Colecalciferol, a Vitamina D3, a vitamina do Sol.
Porem é bom que se tenha consciência disso, todas essas patologias têm cura e existe meio eficaz de prevenir doenças por meio natural. Através da substancia que existe em todos os seres vivos há mais de 500 milhões de anos, que é o hormônio esteroide que a pele exposta ao sol nos horários corretos produz, conhecida como vitamina D.
A saúde e a vida das pessoas humanas têm forte relação com a possibilidade de acesso à informação e educação. Esta certeza é do conhecimento planetário. Há tratados internacionais que refletem a preocupação com a importancia de prevenir danos à saúde através da informação e educação. Entre as convenções internacionais referentes à possibilidade de prevenção de deficiências, bem como de agravamento de doenças, encontram-se oPrograma de Ação Mundial para Pessoas Deficientes e a Convenção de Salamanca.
E a Lei Maior brasileira, que é o importante nestaquestão tanto relativa à prevenção de doenças e a inviolabilidade do direito à vidaquando ao acesso livre ao conhecimento e a informação, ainda não é cumprida. Da censura e descaso, existem fatos corriqueiros de larga omissão na oferta e divulgação da verdade cientifica assim como na prestação da assistência à saúde com recursos atuais de modo universal à toda população, como reza a Constituição do Brasil e o governo não a cumpre.

Instituto de Psiquiatria da USP oferece tratamento à distância para depressão

Instituto de Psiquiatria da USP oferece tratamento à distância para depressão

Tratamento tem duração de um ano, sem qualquer custo para o paciente
Instituto de Psiquiatria da USPAs inscrições para triagem devem ser feitas por e-mailAs inscrições para triagem devem ser feitas por e-mail
Homens e mulheres de 18 a 55 anos com quadro de depressão, que disponham de internet banda larga em domicílio, podem se inscrever no projeto de pesquisa do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), que oferecerá tratamento ambulatorial à distância, por meio de consultas de videoconferência.
O tratamento tem duração de um ano, sem qualquer custo para o paciente. As inscrições para triagem devem ser feitas pelo email: agendamento.ipq@gmail.com. O IPq fica na R. Dr. Ovídio Pires de Campos, 785, Cerqueira César, São Paulo.
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domingo, 9 de março de 2014

Dr. Phd. Neurologista, Neurocirurgião, Neurocientista: Cícero Galli Coimbra

(…) ”Nos dias atuais, a Internet é um campo fértil para se manter informado sobre este assunto [HORMÔNIO-VITAMINA D E SUA FUNÇAO VITAL PARA A SAÚDE HUMANA], embora não esteja à disposição de todos. Há centenas de artigos a respeito [HOJE, JÁ É DEZENAS DE MILHARES] mas, infelizmente, muitos deles estão disponíveis somente em inglês. É o caso do texto do neuropsiquiatra John Cannell(http://goo.gl/LlQOK).
Ele acusa pesquisadores da indústria farmacêutica norte-americana de estarem tentando alterar a molécula da vitamina D, para transformá-la em uma substância patenteável, ou seja, em remédio. A influência deles é tamanha, a ponto de se manterem unidos em comitês que “aconselham” o governo dos Estados Unidos a estabelecer a dose recomendável, entre 200 e no máximo 400 unidades por dia, bem aquém do necessário [SER, HOJE, EM DOSE PREVENTIVA 10.000 UI - NÃO MENOS].
Há orientação para não verificação de níveis de Vitamina D. E quando prescritas, são em dose ínfima perto da necessária em prevenção: 10.000 UI
Além de prescrever doses mínimas, a maioria dos médicos sequer solicita dosagem da vitamina D no sangue.
Dr. Cícero Galli Coimbra ressalta que muitos especialistas, que acompanham pacientes com osteoporose e recomendam essa quantidade de suplementação, ficariam surpresos ao constatar o quão baixo é o nível dessa substância no sangue.
Cannell denuncia exatamente isso. “Só deixando a pele dos braços e das pernas expostas, uma pessoa de pele clara e jovem produz 10 mil unidades de vitamina D. Essa quantidade é 50 vezes maior do que aquela colocada à disposição do público como suplemento de vitamina D, com o título da dose recomendada. Caso fosse prescrito metade disso (5 mil) para toda a população adulta, haveria redução em 40% da ocorrência de novos casos de câncer, diz Dr. Cícero Coimbra.
Isso representaria para a indústria farmacêutica uma perda de 40% de uma receita de trilhões de dólares”, completa. 
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“Por um novo paradigma de conduta e tratamento” – “Estamos vivendo uma defasagem entre o conhecimento científico e a prática médica” – Dr. Cicero Galli Coimbra, medico neurologista, Phd., professor na Universidade Federal de São Paulo, Presidente do Instituto de Investigação e Tratamento de Autoimunidade

Contato dos médicos que utilizam o protocolo de tratamento do Dr. Cícero Galli Coimbra com a Vitamina D3, o colecalciferol:

CONSULTORIO DR. CÍCERO GALLI COIMBRA

Rua Doutor Diogo de Faria 775 – Sala 94

Vila Mariana – em frente ao Hospital Paulista

QUANDO FERNANDO PESSOA FOI MULHER

José Manuel Cruz Cebola


Porque entre os muitos "eus" de Fernando Pessoa - quem diria?! - existia uma mulher!

Fernando Pessoa é, sem dúvida, o maior nome da poesia portuguesa no século XX. Mas o seu legado destaca-se pelo uso magistral da heteronímia na sua obra poética. Os seus heterónimos não cobriram o seu nome e, dentre eles, três destacam-se: Álvaro de Campos (o futurista), Alberto Caeiro (o mestre campestre) e Ricardo Reis (o classicista). Ainda é possível destacar Bernardo Soares, semi-heterónimo, autor do "Livro do Desassossego".

Mas já são mais de 120 heterónimos (completos ou incompletos) detectados em toda a sua obra.

Mesmo com essa retrospectiva, ainda é estranho crer que Fernando Pessoa tenha criado um heterónimo feminino, mas, sim, ele escreveu usando um eu-lírico feminino e com um nome impossivelmente mais comum: Maria José.
E Maria José aparece na obra pessoana através de um texto de sensibilidade arrebatadora: "A carta da corcunda para o serralheiro". O texto assume o formato proposto no título e começa com um tom de despedida, de última carta - o lamento por existir, tão comum na obra do poeta.

"O senhor nunca há de ver esta carta. Nem eu a hei de ver pela segunda vez, porque estou tuberculosa, mas eu quero escrever-lhe, ainda que o senhor o não saiba, porque se não escrevo abafo."

A autora da carta constantemente retrata-se do que disse, impondo a sua condição "gauche", a sua posição de "ninguém" (ela diz: "sou doente, e nunca tive alma"):

"Sei que o senhor tem uma amante, que é aquela rapariga loura alta e bonita; eu tenho inveja dela, mas não tenho ciúmes de ti, porque não tenho direito a ter nada, nem mesmo ciúmes."

Pessoa trata calculada e poeticamente do amor platónico e do valor desse amor. Maria José, mulher corcunda que vive debruçada sobre a janela a observar a rua, vincula a sua incipiente felicidade à passagem do serralheiro pela rua.

"O senhor é tudo quanto me tem valido na minha doença e eu estou-lhe agradecida sem que o senhor o saiba. Eu nunca poderia ter ninguém que gostasse de mim, como se gosta das pessoas que têm o corpo de que se pode gostar, mas eu tenho o direito de gostar sem que gostem de mim, e também tenho o direito de chorar, que não se negue a ninguém."
Ainda na introdução, Maria tenta apresentar-se e não consegue desvincular a sua imagem da imagem que os outros constroem sobre ela. "Eu sou corcunda desde a nascença e sempre riram de mim. Dizem que todas as corcundas são más, mas eu nunca quis mal a ninguém.".

A carta é constantemente hesitante. As correcções a si própria dão conta da incerteza e inexperiência da corcunda no campo dos sentimentos e das palavras. Pessoa surpreende no uso da ingenuidade e na ironia com os sentimentos de Maria, esse traço fica bem explícito no seguinte trecho:

"Houve um dia que o senhor vinha para a oficina e um gato se pegou à pancada com um cão aqui defronte da janela, e todos estivemos a ver, e o senhor parou, ao pé do Manuel das Barbas, na esquina do barbeiro, e depois olhou para mim para a janela, e viu-me a rir e riu também para mim, e essa foi a única vez que o senhor esteve a sós comigo, por assim dizer, que isso nunca poderia eu esperar."

No escrito de Pessoa, até os ninguéns amam. Seria essa - nas palavras de Bernardo Soares - a traição ao próprio ser. E ainda os ninguéns são tão nulos que até a morte lhes é negada.

"Eu, às vezes, dá-me um desespero como se me pudesse atirar da janela abaixo, mas eu que figura teria a cair da janela? Até quem me visse cair ria e a janela é tão baixa que eu nem morreria..."

Maria reveste-se de sua visão coitadista e Pessoa parece ironizar constantemente o sentimento puro de Maria, a dependência causada pelo amor, o condicionamento da felicidade a um outro alguém. E o serralheiro, imagem sugerida na carta, não chega a ser um deus, mas um homem absolutamente comum - só não é comum para a corcunda da janela.

"Se o senhor soubesse isto tudo, era capaz de de vez em quando me dizer adeus na rua, e eu gostava de se lhe poder pedir isso, porque o senhor não imagina, eu talvez não vivesse mais, que pouco é o que tenho de viver, mas eu ia mais feliz lá para onde se vai, se soubesse que o senhor me dava os bons dias por acaso."

O fim da carta fala por si só... A carta com destinatário, mas que nunca chegará ao seu destino. À corcunda importa apenas que seja escrita para não "abafar". Afinal, Pessoa revê a importância das cartas de amor - num outro heterónimo tratadas como "ridículas".

"Adeus, senhor Antonio, eu não tenho senão dias de vida e escrevo esta carta só para a guardar no peito como se fosse uma carta que o senhor me escrevesse em vez de eu a escrever a ti. Eu desejo que o senhor tenha todas as felicidades que possa desejar e que nunca saiba de mim para não rir, porque eu sei que não posso esperar mais.
Eu amo o senhor com toda a minha alma e toda a minha vida.
Aqui tem e estou a chorar."