sábado, 15 de março de 2014

Vitamina D: solução para doenças autoimunitárias e neurodegenerativas

Vitamina D: solução para doenças autoimunitárias e neurodegenerativas

Vitamina D: solução para doenças autoimunitárias e neurodegenerativas

Qua, 18 de Agosto de 2010 09:23

Estudos revelam e casos clínicos comprovam que nutriente é fundamental para prevenção e controle eficaz de moléstias graves – 16/07/2010 16:50 (Elizângela Isaque – Da equipe Medicando)

A sabedoria popular nos ensina que é sempre melhor prevenir do que remediar. Felizmente, em algumas circunstâncias, especificamente nas ligadas à saúde, a forma de prevenção é a mesma que proporciona a cura ou, no mínimo, um controle eficaz de determinados problemas. Esse é o caso da vitamina D, substância que tem sido fonte de constantes estudos e de importantes descobertas, no que se refere às doenças autoimunitárias e neuro degene -rativas, como esclerose múltipla, depressão, artrite reumatóide, Parkinson, mal de Alzheimer, lúpus e vitiligo, entre outras.

De acordo com a literatura médica clássica, a vitamina D exerce um papel fundamental para a manutenção do equilíbrio de determinadas funções do organismo humano, como a inibição de problemas como o raquitismo em crianças e a osteoporose em adultos. Entretanto, de acordo com as novas descobertas, as doses diárias recomendadas até hoje, de 400 UI (Unidades Internacionais), que equivale a um micrograma, estão longe do ideal necessário para prevenir, estabilizar ou mesmo anular sintomas relacionados à carência dessa substância.

Embora alguns alimentos sejam fonte de vitamina D, a forma natural mais eficiente de obtê-la é por meio da exposição diária ao sol. “Cerca de 10 minutos, todos os dias, com 90% do corpo exposto ao sol matinal, é suficiente para que maioria das pessoas obtenha a quantidade aproximada de 20.000 UI”, explica o neurologista e professor do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESPI) Dr. Cícero Galli Coimbra.

No entanto, Dr. Cícero lembra que algumas pessoas apresentam maior dificuldade de transformar em ativa a forma da vitamina D produzida pela exposição solar, devido às particularidades de cada organismo. Devido a essas características, alguns indivíduos, mesmo com hábitos que os exponham diariamente ao sol, podem apresentar deficiência desta substância e, consequentemente, desenvolverem algum problema proveniente dessa carência. Por isso, o médico recomenda a ingestão diária da vitamina D em forma de cápsula ou gotas, em pessoas portadoras dessa característica genética, ou que tenham uma rotina diária caracterizada por baixa exposição solar.

O engenheiro ambiental Marcelo Palma está entre as pessoas que, embora sempre levasse uma rotina de práticas esportivas ao ar livre, como o surfe, começou a apresentar sintomas como paralisia facial, formigamento de membros e alteração da sensibilidade do abdômen. Após alguns diagnósticos equivocados e tratamentos que não impediam o surgimento de outros sintomas que eram de fato decorrentes da esclerose múltipla, o jovem que também dava aulas de capoeira tomou conhecimento do tratamento proposto por Dr. Cícero.

Maior autoridade brasileira sobre os benefícios da vitamina D, o nome de Dr. Cícero Coimbra é relacionado ao crescente número de pacientes que, uma vez submetidos ao seu tratamento, têm apresentado quadros de regressão de sintomas, bem como a estabilidade em doenças como a esclerose múltipla. Em todos os casos, a vitamina D sintetizada, ministrada em doses que variam de acordo com a necessidade de cada paciente, é a protagonista que atua de forma decisiva no combate aos graves sintomas apresentados pela doença.

Na internet, há centenas de artigos científicos acerca dos benefícios da “vitamina D”, relacionados às doenças neurodegenerativas como Alzheimer, e às autoimunitárias, como a esclerose múltipla, miastenia gravis, lúpus, artrite reumatóide, psoríase e diabetes do tipo 1. No entanto, segundo Dr. Cícero, a utilização deste nutriente nos tratamentos destas moléstias ainda não chegou aos consultórios do país.

“Cerca de 70% das pessoas que sofrem de esclerose múltipla apresentam níveis muito baixos de vitamina D, o que se correlaciona com uma frequência maior de exacerbações (surtos) e com a sustentação de sequelas neurológicas mais acentuadas após cada surto. A simples percepção disso remete qualquer profissional que se depare com esse quadro à obrigação ética de administrar essa substância como parte fundamental do tratamento”, explica Dr. Cícero.

Conforme expõe o neurologista, a falta de informação sobre o assunto começa pelo ambiente acadêmico e culmina na pressão mercadológica que a indústria farmacêutica exerce sobre a sociedade. Hoje, cada ampola de Tysabri (natalizumab), medicação vendida em mais de 45 países para o tratamento de esclerose múltipla, custa, em média, cerca de R$ 9.000,00. Só em 2009, o Tysabri proporcionou ao seu fabricante a receita de um bilhão de dólares em vendas, fazendo com que, em janeiro deste ano, a empresa viesse a público declarar que busca, em 2010, como estratégia de marketing, maximizar o valor de suas ações por meio do crescimento do consumo desse remédio.

De acordo com dados da Federação Internacional de Esclerose Múltipla (MSIF, na sigla em inglês), cerca de 2,5 milhões de pessoas sofrem de EM, em todo o mundo. No Brasil, a estimativa da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) é de que existam mais de 35 mil portadores no país. Além disso, a entidade alerta para as constantes faltas da medicação disponibilizada pelo governo, nos postos de saúde do Brasil.

As medicações comumente prescritas em terapias (interferons), geralmente, expõem os pacientes a efeitos colaterais tão comuns quanto desagradáveis. Esses remédios podem desencadear reações – observadas em mais de um, em cada 10 doentes – como dores de cabeça, sintomas do tipo gripal e febre. O que remete às vantagens da utilização da vitamina D nos tratamentos de doenças neurodegenerativas e autoimunitárias.

Além da ausência de efeitos colaterais, desde que as doses sejam ajustadas conforme as necessidades individuais, bem como de acordo com os exames laboratoriais, a utilização da vitamina D possibilidade a regressão de sequelas recentes e a prevenção da progressão da doença. O que torna esse nutriente mais eficaz que a medicação tradicional e uma alternativa, no mínimo, considerável, se comparada à medicação até hoje ministrada.

O ajuste das doses, realizados por meio de exames laboratoriais, tem por objetivo evitar a hipervitaminose por vitamina D, já que o excesso deste nutriente no organismo pode provocar problemas graves como danos permanentes nos rins, retardo do crescimento, calcificação de tecidos moles e até mesmo a morte. Entre os sintomas leves de intoxicação estão: sede excessiva e eliminação de grande volume de urina, náuseas, fraqueza, prisão de ventre e irritabilidade. Entretanto, para alcançar essas reações, seria necessário o consumo muito superior aos recomendados pelas recentes pesquisas.

De acordo com os estudos mais recentes, para que uma pessoa adulta, com níveis normais de tolerância à vitamina D, apresente um quadro de super dosagem deste nutriente é necessária a ingestão diária, por um período de um a dois meses, de 2,5 mg (100.000 IU), aproximadamente. Já para as crianças, a quantidade considerada tóxica varia de 0,5 mg (20.000 IU) a 1,0 mg (40.000 IU), números superiores às doses mais altas indicadas para prevenção e tratamento de doenças.

“No entanto, esses limites tóxicos podem variar conforme a quantidade de alimentos ricos em cálcio, especialmente os laticínios, presentes na dieta, conforme o peso e características genéticas do indivíduo”, esclarece Dr. Cícero. Conforme explica o neurologista, os riscos de uma hiperdosagem são praticamente nulos, se o tratamento é feito com acompanhamento médico, em âmbito clínico e laboratorial. “A quantidade de vitamina D que cada paciente necessita em seu tratamento varia de acordo com o estágio da doença e com os níveis de carência deste nutriente em cada organismo, por isso é muito importante a avaliação do profissional”, explica.

DIVULGAÇÃO

Como a eficácia da vitamina D, em relação aos medicamentos tradicionais, ainda não é um consenso entre a comunidade científica, a difusão desta nova alternativa tem ocorrido por meio do famoso “boca a boca”. Nesse contexto, a internet tem sido a principal ferramenta utilizada pelos pacientes do Dr. Cícero, que utilizam a web para discutirem seus casos clínicos entre si e, ao mesmo tempo, propagarem resultados como a estabilização e o controle de suas enfermidades.

FATORES PSICOLÓGICOS

Para quem o organismo apresenta dificuldade de sintetizar a vitamina D, estresses emocionais, ou fortes traumas podem contribuir para que se desencadeiem algumas doenças. Dr. Cícero destaca que, cerca de 85% dos surtos de esclerose múltipla, por exemplo, surgem após estresses emocionais. “Imagine quantos surtos seriam evitados se fosse possível retirar ou diminuir o nível de estresse dessas pessoas”.

Foi após vivenciar um forte trauma emocional que Marcelo Palma começou a apresentar os primeiros sintomas de esclerose múltipla. Sintomas que, posteriormente, voltaram mais fortes e frequentes após uma segunda experiência que lhe acarretou novo trauma. “Na primeira consulta, que durou cerca de quatro horas, ele me explicou como seria a utilização da vitamina D, aliada à B e a óleos de peixe (ômega 3) DHA, para ‘desativar’ a auto agressão do sistema imunológico no meu próprio organismo”, relembra.

Hoje, o maior empenho do neurologista é tornar a utilização da vitamina D comum nos tratamentos das doenças neurodegenerativas e autoimunitárias. “Meu objetivo é fazer com que os demais profissionais conheçam os benefícios dessa substância e passem a ministrá-la aos pacientes em tratamento”, diz o neurologista, que acredita que, no futuro, as informações acerca da importância desse nutriente estarão ao alcance de todos. “Não há como impedir que esse conhecimento se torne comum. Pode ser que demorem mais dois, três ou vinte anos. O fato é que, cedo ou tarde, todos vão saber dos benefícios da vitamina D”.

NEUROLOGIA

Cícero Galli Coimbra é médico graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1979), possui título de especialista em medicina interna (1981) e neurologia (1983) pela mesma instituição, e em neurologia pediátrica (1985) pelo Jackson Memorial Hospital da Universidade de Miami, EUA. Obteve o título de mestre (1988) e doutor (1991) em Neurologia pela Universidade Federal de São Paulo e pós-doutorado (1993) pela Universidade de Lund, Suécia. Atualmente é Professor Livre Docente do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo, onde dirige o Laboratório de Fisiopatologia Clínica e Experimental. Atua na área de Medicina (Neurologia e Clínica Médica), com ênfase em doenças neurodegenerativas e autoimunitárias.

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