domingo, 25 de junho de 2017

REVOLTA DA NATUREZA - MAR INVADE CIDADES

REVOLTA DA NATUREZA - MAR INVADE CIDADES

Oceano invade cidades do litoral do Brasil

Posted by Thoth3126 on 29/10/2016

Ondas invadem avenidas e atingem quiosques na orla do Leblon no Rio de Janeiro. Mirante do bairro foi interditado pela Defesa Civil após onda atingir deck
RIO — A cena chamava a atenção de quem passava pela orla do Leblon, na Zona Sul do Rio, na madrugada deste sábado. Em determinados momentos, o sentido Ipanema da Avenida Delfim Moreira parecia até uma extensão da praia: a violência das ondas era tamanha, que a água invadiu o calçadão e também a pista, levando grande quantidade de areia para a via.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Grandes ondas invadem avenidas e atingem quiosques na orla do Leblon no Rio de Janeiro, em Santos, no litoral paulista e também em cidades de Santa Catarina. 
Rio de Janeiro – Os tradicionais quiosques posicionados na orla do cartão postal da praia do Leblon foram atingidos: deques e mobílias, como cadeiras e mesas, sofreram estragos após serem atingidos pela força da maré.

Fortes ondas atingiram orla do Leblon – Guilherme Leporace / Agência O Globo
Por conta da forte ressaca, a pista junto a orla foi interditada ao trânsito de veículos, conforme informou o Centro de Operações Rio (COR), da prefeitura. O fluxo de carros não foi bloqueado no sentido Barra da avenida — junto às edificações —, apesar de a água chegar ao trecho, quando a maré vinha com mais força. Mesmo com o incidente, o trânsito, no período da madrugada, não apresentou retenções já que poucos veículos circulavam pelo local.
Também devido à força da ressaca, o mirante do Leblon foi interditado pela Defesa Civil. No local, uma onda bateu no deque e parte da estrutura quebrou. Agentes trabalham no local e avaliam o estrago. Além da Defesa Civil, também foram mobilizados para atuar na orla do bairro equipes da CET-Rio, Comlurb, Seconserva e Guarda Municipal.Na orla, alguns quiosques sofreram prejuízos. Um deles é que está localizado próximo à Rua Pereira Guimarães. No local, um dos mais afetados pela ressaca, homens trabalhavam para evitar mais estragos provocados pela água, salvando o que podiam.
Outro atingido foi o quiosque Mãe Terra, próximo à Rua General Venância Flores. O vigilante do estabelecimento Antônio Rodrigues, de 56 anos, descansava no local quando foi surpreendido pela maré.

Quiosque Mãe Terra após ser atingido pela maré – Guilherme Leporace / Agência O Globo
— Ainda não tinha visto uma situação como essa. Para mim (na hora do susto) eu ia ser levado pela água, fiquei desesperado. Até os brinquedos para as crianças, que ficavam na areia, foram destruídos — afirmou ele, que estava com as roupas molhadas e acrescentou que o celular parou de funcionar, após a onda atingi-lo.
Devido a ressaca, a ciclovia Tim Maia também foi interditada, no fim da noite desta sexta-feira, no trecho entre São Conrado, na Zona Sul do Rio; e Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Isso porque, de acordo com COR, da prefeitura, houve o registro de ondas com mais de dois metros de altura e período de pico de ocorrência maior do que 15 segundos. O bloqueio do traçado aconteceu por volta das 22h30m.
Sobre a situação do mar, a Marinha emitiu um aviso de ressaca que abrange o litoral do Rio: a previsão é de que este quadro, que começou às 7h desta sexta-feira, permaneça até as 22h de sábado. De acordo com o comunicado, as ondas na orla podem variar de 2,5 a quatro metros de altura.

Estragos causados pela ressaca são visíveis pela manhã deste sábado – Márcia Foletto
Durante a madrugada deste sábado, as ondas estavam violentas em outros trechos da orla do município, como Ipanema, Copacabana e São Conrado. Nesses locais, no entanto, a maré não chegou a invadir a pista por onde circulam os veículos.
Ressaca provoca altas ondas e água do mar invade e bloqueia avenida de Santos. Ondas na região podem chegar aos 3,5 metros de altura. Outras cidades do litoral paulista também tiveram alta na maré e grandes ondas invadindo o litoral.
A ressaca que estava prevista para o fim de semana se antecipou e já é registrada na tarde desta sexta-feira (28), em Santos, no litoral de São Paulo. A Defesa Civil confirmou que a maré já começou a subir, e a previsão é de uma ressaca da mesma proporção das anteriores, que causaram grandes impactos, principalmente na região do bairro Ponta da Praia.

Agitação continuará a subir e atingirá o ápice no sábado (29) (Foto: Solange Freitas/G1)

A Defesa Civil acionou o plano preventivo, que envolve também agentes de trânsito e guardas municipais, a fim de viabilizar a interdição de vias e atender eventuais ocorrências.

De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), já foi feito o bloqueio da Avenida Saldanha da Gama até a Avenida Capitão João Salermo, no sentido José Menino-Ponta da Praia. Os agentes da companhia estão monitorando o tráfego no local e fazem o desvio pela Avenida Coronel Joaquim Montenegro.

Por meio dos sensores da Praticagem de Santos, já são observadas ondas de 1,2 metro na região da Ilha das Palmas. De acordo com as previsões do NPH-Unisanta, a maré continuará a subir e atingirá o ápice no sábado (29), podendo ultrapassar os 2,5 metros de altura durante a madrugada e tarde de sábado.

Ainda de acordo com informações da Defesa Civil, há previsão de ondas com alturas entre 3 e 3,5 metros na região da entrada do Canal do Porto de Santos, e superiores a 2 metros na Ilha das Palmas.

Ressaca também atingiu praia de Peruíbe (Foto: Edilson Almeida/Arquivo Pessoal)

A Prefeitura de Santos já distribuiu cerca de mil panfletos em bairros da Zona Noroeste e orla. Além disso, a administração municipal está enviando SMSs com alertas para mais de 44,3 mil moradores previamente cadastrados dessas regiões.

Peruíbe A ressaca também atingiu outras cidades da região no início da tarde desta sexta-feira. Em Peruíbe, a maré subiu na Praia do Centro e no Guaraú, causando também elevação no nível do Rio Preto, que corta vários bairros da cidade. Até o momento, porém, não há registros de alagamentos.


O litoral de Santa Catarina sentiu nesta sexta-feira os primeiros efeitos de um ciclone no mar do Rio Grande do Sul. Desde a manhã, os ventos provocaram ressaca e fizeram subir a maré, alagando cidades costeiras como Laguna e Florianópolis

Avenida Beira-Rio, em Itajaí, foi tomada pela água. Foto: Luiz Carlos Souza / RBS TV / RBS TV

Imagens feitas por João Baiuka, surfista e morador de Laguna, mostram as ondas avançando sobre os galpões de pescadores, que correm para conter os estragos. Algumas das estruturas foram danificadas. Baiuka considerou a maior ressaca dos últimos 11 anos no local.
— A maré está muito forte, acabou atingindo vários galpões — disse o morador, que circula pela praia desde o fim da manhã.
Em Florianópolis, ocorreram alagamentos no norte e sul da Ilha. Na, SC-405, principal via de acesso às praias do sul, a água invadiu a pista e prejudicou o trânsito, também no acesso ao aeroporto Hercílio Luz. Já nos Ingleses, no norte, o mar invadiu residências e causou danos. No começo da tarde, a Avenida da Saudade, que dá acesso à Avenida Beira-Mar Norte, ficou inundada e deixou o trânsito lento nos dois sentidos e o parque de Coqueiros ficou completamente alagado.

Maré alta com grandes ondas na Praia dos Ingleses, na ilha de Florianópolis invadiram casas e danificaram as praias.

No Bar do Arante, tradicional estabelecimento do Pântano do Sul, a onda derrubou parte de uma parede. Na Beira-Mar Continental, no Estreito, a água tomou a pista nos pontos mais baixos.

Os alagamentos ocorreram principalmente pela contribuição da maré alta, que às 14h13min teve seu pico também em Palhoça, Itajaí e Itapema. Em Itajaí, a água invadiu a Avenida Beira-Mar e ruas próximas. No Norte do Estado, em Joinville, ocorreu alagamento no centro.

Transtornos também no continente O parque de Coqueiros ficou completamente alagado com a maré. As quadras e equipamentos de exercícios ficaram todos embaixo d’água. Moradores que foram aproveitar o parque ficaram com uma faixa de grama muito pequena para se sentar.

Mais à frente, na Rua Desembargador Pedro Silva, as ondas batiam na calçada e avançavam pela via. Carros estacionados ficaram molhados. O restaurante Fedoca e os ranchos também ficaram alagados. Os pescadores estavam desolados por ter que passar pelo transtorno a segunda vez em dois meses. Eles aguardavam na parte seca a maré baixar para poder limpar os ranchos.

Parque de Coqueiros: morador se arrisca na água com o cachorro Foto: Marcus Bruno / Agência RBS

No Sul do Estado, as cidades litorâneas também sofreram com a ressaca do mar. No Balneário Rincão, as ondas começaram a avançar na Avenida Beira-Mar e nas quadras próximas à orla no final da manhã. Do mar até a avenida, são pelo menos 100 metros, e por isso o avanço das ondas chamou a atenção de moradores. 
Na plataforma de pesca da Praia do Rincão, na zona norte, as ondas cobriram a base de todos os pilares e chegaram até o estacionamento. Já na plataforma Entremares, que fica no extremo sul do município, o mar isolou o acesso até o local. A plataforma já estava interditada desde o ano passado por danos estruturais. 
O engenheiro civil da prefeitura, Marcelo Santa Helena, esteve no local mas não observou nenhum novo dano aparente por causa da ressaca. Na segunda-feira, a equipe técnica retorna ao local para fazer novas medições e reavaliar as condições da plataforma.
{Nota de Thoth: Ao longo dos anos que o Blog existe passamos a receber correspondência de todo o país e que tem aumentado, consideravelmente, com a quantidade de relatos de pessoas que estão VENDO EM SONHOS, às vezes em noites seguidas, a destruição, por grandes ONDAS (TSUNAMIS) das seguintes cidades do litoral do BRASIL: Belém, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Aracaju, Salvador, Rio de Janeiro, Santos, Florianópolis ... ISSO VAI ACONTECER ATÉ ABRIL DE 2018}

Na plataforma de pesca da Praia do Rincão, na zona norte, as ondas cobriram a base de todos os pilares e chegaram até o estacionamento. Já na plataforma Entremares, que fica no extremo sul do município, o mar isolou o acesso até o local.
A ressaca também avançou sobre as ruas em Ilhas, comunidade de Araranguá; Balneário Arroio do Silva; praia do Camacho, em Jaguaruna; e no Farol de Santa Marta, em Laguna.
Segundo a técnica em meteorologia da RBS SC, Bianca Souza, a ressaca ocorre pela influência do vento do ciclone na região. A previsão indica ondas de dois a três metros na praia e cinco metros no alto-mar. Por isso não se recomenda navegação até o fim de semana.
De acordo com Bianca, a ressaca deve atingir todo o litoral catarinense, com maior força nas áreas mais baixas. Em setembro, a ressaca causou muitos estragos na região, mas naquele dia havia interferência da lua cheia, que ajudou a aumentar a proporção de estragos.
“Haverá muitas mudanças dramáticas no clima do planeta, muitas mudanças nas condições meteorológicas na medida em que o tempo da GRANDE COLHEITA se aproxima RAPIDAMENTE ao longo dos próximos anos. Você vai ver a velocidade do vento em tempestades ultrapassando 300 milhas (480 quilômetros) por hora, às vezes. Deverão acontecer fortes tsunamis e devastação generalizada NAS REGIÕES COSTEIRAS, e emissão de energia solar (CME-Ejeção de Massa Coronal do Sol) que fará importante fusão e derretimento das calotas de gelo nos polos, e subseqüente aumento drástico no nível do mar, deixando muitas áreas metropolitanas submersas em todo o planeta“ http://thoth3126.com.br/illuminati-revelacoes-de-um-membro-no-topo-da-elite-explosivo/


“DESPERTA, TU QUE DORMES, e levanta-te dentre os MORTOS (INCONSCIENTES), e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, não como NÉSCIOS, mas como SÁBIOS” – Efésios 5:14,15
Saiba mais sobre mudanças climáticas em:

Permitida a reprodução, desde que mantido no formato original e mencione as fontes.


Lindo de se ver!


sábado, 24 de junho de 2017

Santo Antônio de Jesus - Bahia

                                                                     A imagem pode conter: uma ou mais pessoas



(evangeista da silva)

Que em mim mais doi ......
É retornar aquelas plagas onde nasci
E ter que olhar para todos os lados
E não reconhecer ninguém...
Hoje sinto em mim um vazio...
Perdi pai, mãe, avós...
E poucos e raros Amigos...
Só me falta deixar esta porra desta vida.
Para que, em definitivo, esqueçam que existi...
Assim, só me resta a morte e ser esquecido
Cônscio de que nada fiz para "Deus"...
Nada construí para a vida...

Bahia, 17 de junho de 2014

DOENÇAS CARDÍACAS - Fatores de Risco


DOENÇAS CARDÍACAS - Fatores de Risco


O que é?

São condições que predispõem uma pessoa a maior risco de desenvolver doenças do coração e dos vasos.
Existem diversos fatores de risco para doenças cardiovasculares, os quais podem ser divididos em imutáveis e mutáveis.
Fatores imutáveis
São fatores imutáveis aqueles que não podemos mudar e por isso não podemos tratá-los. São eles :
Hereditários:
Os filhos de pessoas com doenças cardiovasculares tem uma maior propensão para desenvolverem doenças desse grupo. Pessoas de pele negra são mais propensos a hipertensão arterial e neles ela costuma ter um curso mais severo.
Idade:
Quatro entre cincos pessoas acometidas de doenças cardiovasculares estão acima dos 65 anos. Entre as mulheres idosas, aquelas que tiverem um ataque cardíaco terão uma chance dupla de morrer em poucas semanas.
Sexo:
Os homens tem maiores chances de ter um ataque cardíaco e os seus ataques ocorrem numa faixa etária menor. Mesmo depois da menopausa, quando a taxa das mulheres aumenta, ela nunca é tão elevada como a dos homens.
Fatores mutáveis
São os fatores sobre os quais podemos influir, mudando, prevenindo ou tratando.
Fumo:
O risco de um ataque cardíaco num fumante é duas vezes maior do que num não fumante. O fumante de cigarros tem uma chance duas a quatro vezes maior de morrer subitamente do que um não fumante. Os fumantes passivos também tem o risco de um ataque cardíaco aumentado.
Colesterol elevado:
Os riscos de doença do coração aumentam na medida que os níveis de colesterol estão mais elevados no sangue. Junto a outros fatores de risco como pressão arterial elevada e fumo esse risco é ainda maior. Esse fator de risco é agravado pela idade, sexo e dieta.
Pressão arterial elevada:
Para manter a pressão elevada, o coração realiza um trabalho maior, com isso vai hipertrofiando o músculo cardíaco, que se dilata e fica mais fraco com o tempo, aumentando os riscos de um ataque. A elevação da pressão também aumenta o risco de um acidente vascular cerebral, de lesão nos rins e de insuficiência cardíaca. O risco de um ataque num hipertenso aumenta várias vezes, junto com o cigarro, o diabete, a obesidade e o colesterol elevado.
Vida sedentária:
A falta de atividade física é outro fator de risco para doença das coronárias. Exercícios físicos regulares, moderados a vigorosos tem um importante papel em evitar doenças cardiovasculares. Mesmo os exercícios moderados, desde que feitos com regularidade são benéficos, contudo os mais intensos são mais indicados. A atividade física também previne a obesidade, a hipertensão, o diabete e abaixa o colesterol.
Obesidade:
O excesso de peso tem uma maior probabilidade de provocar um acidente vascular cerebral ou doença cardíaca, mesmo na ausência de outros fatores de risco. A obesidade exige um maior esforço do coração além de estar relacionada com doença das coronárias, pressão arterial, colesterol elevado e diabete. Diminuir de 5 a 10 quilos no peso já reduz o risco de doença cardiovascular.
Diabete melito:
O diabete é um sério fator de risco para doença cardiovascular. Mesmo se o açúcar no sangue estiver sob controle, o diabete aumenta significativamente o risco de doença cardiovascular e cerebral. Dois terços das pessoas com diabete morrem das complicações cardíacas ou cerebrais provocadas. Na presença do diabete, os outros fatores de risco se tornam mais significativos e ameaçadores.
Anticoncepcionais orais:
Os atuais ACOs têm pequenas doses de hormônios e os riscos de doenças cardiovasculares são praticamente nulos para a maioria das mulheres. Fumantes, hipertensas ou diabéticas não devem usar anticoncepcionais orais por aumentar em muito o risco de doenças cardiovasculares.
Existem outros fatores que são citados como podendo influenciar negativamente os fatores já citados. Por exemplo, estar constantemente sob tensão emocional (estresse) pode fazer com que uma pessoa coma mais, fume mais e tenha a sua pressão elevada. Certos medicamentos podem ter efeitos semelhantes, por exemplo, a cortisona, os antiinflamatórios e os hormônios sexuais masculinos e seus derivados.


Leia Mais: Fatores de Risco Para Doenças Cardíacas | ABC da Saúde http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?196#ixzz30yY4GrBA(c) Copyright 2001-2014 - ABC da Saúde Informações Médicas Ltda
Follow us: @abcdasaude on Twitter | ABCdaSaude on Facebook

Mulher

Mulher

(evangelista da silva)

Doce Menina!...
Olhar puro e sereno de criança...
Espírito que aos fariseus encanta,
Amo-te criança, - filha de Deus!...

Uma alma Santa!...
Espírito e carne unem-se.
E unidos se revelam um Templo Sagrado,
O Templo do Espírito Santo de Deus!...

Este rosto sereno em plena harmonia...
Transborda carinho e amor...
E na felicidade da contemplação,
Fazes-me ver e sentir teu doce encanto...

De um lindo canto
Que embevece os dias meus,
Oh Amada filha de Deus!...
Abraces-me!... Sorrias!...

É hora de cantares...
Dançares...
Sorrires e sonhares
Aos braços meus...

Tu és para mim
A sinfonia do amor,
Que denota
Pura Santidade.

Tu és encanto, carícia e sedução...
Não, e tu não te esposes ao fetiche,
A imundície...
Do sexo à maldição.

Tu és do sol o amanhecer...
A brisa que cobre as flores,
Doce olhar de Menina!...
És uma Rosa em botão!...

Logo, estarei caindo em teus braços
Assim como os regatos se lhes entregam
A imensidão dos Oceanos...
Oh doce menina dos olhos meus!...

Jamais entregues o teu lindo corpo
Para servir aos porcos,
Visto seres tu o templo sagrado
Do Espírito Santo de Deus!...

Bahia, 26/12/2013. 1 h 29 min

O Banditismo Político Brasileiro

 Tudo aquilo que vem à baila quanto a BANDIDAGEM que assalta o BRASIL, representa um CRIME jamais praticado em todo o PLANETA TERRA.                                                                   Esta farra do ANTIPATRIOTISMO subsiste porque aqueles que criam às leis, são os mesmos agentes do SAQUE AO ERÁRIO. Nós, brasileiros, entorpecidos pelo VOTO, pensamos que VOTAR é a solução para coibir ATOS DELITUOSOS desta NATUREZA, praticados contra a Nação e Pátria.  Se o LEGISLADOR BRASILEIRO não cria uma LEI ESPECIAL PENAL(Lei Penal do Inimigo), Inimigo do Estado Brasileiro, ele, o legislador delinquente continuará na prática de tais crimes infinitamente. Enquanto isso, não haverá tribunais que julguem com equidade, o fim desta FARRA CRIMINOSA praticada por milhões de políticos brasileiros que COMANDAM O ESQUADRÃO DA FOME E MISÉRIA e MORTE DE UMA CLASSE DOMINADA DESTRUÍDA E SÓ. Os ditos Pobres e Assalariados. Desta forma, OS POLÍTICOS BRASILEIROS, associados aos Capitalistas e empresários brasileiros de todos o matizes, formam uma ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA INTERMINÁVEL. Até mesmo Órgãos e instituições internacionais estão envolvidas no Aparelho Ideológico Criminoso perpetrado pela BANDIDAGEM POLÍTICA e ADMINISTRATIVA do nosso querido Brasil. Vejamos que preconiza JAKOBS:
"Para Jakobs deve haver dois tipos de direito. Um que é dirigido ao cidadão, que, mesmo violando uma norma recebe a oportunidade de “reestabelecer” a vigência desta norma através de uma pena - mas ainda assim, mesmo sendo punido, é punido como um cidadão – mantendo, pelo Estado, o seu status de pessoa e o papel de cidadão reconhecido pelo Direito".
Há porém um outro tipo de Direito, o Direito Penal do Inimigo, que é reservado àqueles indivíduos que pelo seu comportamento, ocupação ou práticas, segundo Jakobs, “se tem afastado, de maneira duradoura, ao menos de modo decidido, do Direito, isto é, que não proporciona a garantia cognitiva mínima necessária a um tratamento como pessoa, devendo ser tratados como inimigos.
Jakobs faz distinção entre o que é uma pessoa e o que é um indivíduo. Para ele, pessoa é aquele que está envolvido com a sociedade, sendo um sujeito de direitos e obrigações frente aos outros membros da sociedade da qual participa. Indivíduo, é um ser sensorial, pertencente à ordem natural, movendo-se inteligentemente, por suas satisfações e insatisfações de acordo com suas preferências e interesses, descuidando-se, ignorando o mundo em que os outros homens participam.
Em cometendo um delito, o cidadão participa de um processo legal que observa suas garantias fundamentais, recebendo uma pena como coação pelo ato ilícito cometido. O inimigo é um perigo que deve ser combatido, devendo o Direito antever ao efetivo cometimento de um crime, considerando desde início sua periculosidade. Nas palavras de Jakobs, o Direito Penal do Inimigo é daqueles que o constituem contra o inimigo: frente ao inimigo é só coação física, até chegar à guerra.
Para Jakobs a periculosidade do agente serve à caracterização do inimigo, que contrapõe-se ao cidadão (cujo ato, apesar de contra o direito, tem uma personalidade voltada ao ordenamento jurídico devendo ser punido segundo sua culpabilidade), enquanto que o inimigo deve ser combatido segundo sua periculosidade. Não há vistas há uma conduta realizada, ou tentada, mas pressupõe-se o âmbito interno do indivíduo, o perigo de dano futuro à vigência da norma.
É este o DIREITO PENAL A SER APLICADO ÀQUELES QUE LESAM A PÁTRIA. Ou o Legislador cria este Instituto Penal, ou a Nação brasileira abster-se-á do "Direito de Votar", o que se tornou uma OBRIGAÇÃO para que nos entreguemos ao BANDIDO LEGISLADOR, - políticos e afins, comandantes do Crime Organizado no Brasil.

13/06/2016.

A MORTE NA VISÃO FILOSÓFICA

A MORTE NA VISÃO FILOSÓFICA

 02/08/2014

A morte humana é um dos problemas da existência bastante examinado pelos filósofos devido às questões inerentes a tema tão polêmico. A finitude ou a infinitude humana reelabora conceitos, comportamentos, valores e culturas. O homem como ser dotado de consciência é que é capaz de inferir seus questionamentos, e até abandonar o problema existencial da morte quando lhe for propício. Não há na minha análise julgamentos, mas a necessidade de estudar o tema mais verticalmente para que a vida hoje seja revisionada também.
A morte humana assim como a própria vida é um dos temas mais polêmicos da existência, pois a morte é a própria dialética do atemporal com o temporal, o próprio ser da temporalidade, das mitologias, retomando e realocando sociedades e culturas.
Segundo Batista Mondin algumas questões relativas à morte são de cunho universalista como:
- o fato incontestável de que o homem morre biologicamente.
- que esse é um acontecimento que diz respeito a um ser dotado de autoconsciência, auto transcendência, espiritualidade, substância na ordem do espírito e responsabilidade.
- que, não obstante, mas falte uma experiência da morte quando dela falamos, ela não foge completamente ao nosso conhecimento. Da morte de fato temos uma dupla consciência indireta: a primeira, a visão dos outros que morre; a segunda é a consciência de que a vida é uma progressiva sujeição à morte.
Na linguagem da biologia molecular a morte é definida como a dissolução da estruturação molecular necessária para o fenômeno da vida. Filosoficamente, as visões dos variados filósofos, as singularidades de cada filosofia, refletem bem as leituras distintas para o mesmo fenômeno.
A morte é perda, mas também ganho, a morte como a vida e na vida resignifica a própria vida. A morte está viva quando é sentida, quando solicitada pelas consciências que muitas vezes se mortificam nos seus mergulhos de angústia na existência sem definições objetivas. O subjetivismo se torna permissivo quando se emprega ao fenômeno o fim da vida para que os ainda estão na atividade do viver. Montaigne tem um pensamento bastante peculiar sobre o fenômeno da morte:
“ninguém morre antes da hora. O tempo que perdeis não vos pertence mais do que procedeu o vosso nascimento, e não vos interessa: considerai com verdade que os séculos inumeráveis, já tornados, sóis para vós como se não tivessem sido. Qualquer que seja a duração de sua vida, ela é completa. Sua utilidade não reside na duração e sim no emprego que lhe dais. Há quem vive muito e não viveu e meditai sobre isso enquanto o podes fazer, pois depende de vós, e não do número de anos, todos vividos bastante imagináveis então nunca chegardes ao ponto para o qual vos dirigíeis? Haverá caminho que não tenha fim.”
O fenômeno da morte penetrou em diversos segmentos do conhecimento. As religiões criaram formas diversificadas de leituras e com as suas formas fecharam ciclos e abriram outros, dogmatizaram, pois assim seria mais apropriado para uma aceitação mais generalizada. Diante das sistemáticas que cada religião estruturou seus mitos e ritos, a morte recebe sempre um caráter de responsabilidade perante a vida e seus atos, concomitante às promessas da além-vida.
Certo é que o homem quando se rejeita é a morte numa de suas figurações, adere ao não viver por uma série de ideias internalizadas de que o melhor é negar a vida para ter algum prêmio a posteriori. Os sentimentos de ansiedade, de angústia quando tomam o indivíduo simbolizam em cada ser a própria morte personificada. As insatisfações de conviver com sua finitude leva o homem a buscar esferas outras para amenizar tal condição, assim muitos adentram nas religiões, nas filosofias e até na psicanálise.
O apego às elaborações religiosas, filosóficas e outras, permitem ao ator social a busca pela infinitude, explicações metafísicas, transcendentais, sobrenaturais, experimentações do sagrado elencam perspectivas da continuidade, trazendo alento para muitos.
A morte desafia a própria epistemologia, pois é ininteligível, alicerça-se em montanhas tão altas para os pequenos ainda alcances da inteligência humana. Restam-nos elucubrações e mais elucubrações nas tentativas de explicar fenômeno tal significativo para a raça humana.
O conhecimento adequado para o exame da morte nas histórias do povo nos mostra que a forma de relação de determinada sociedade com essa questão baseia-se na estruturação dos valores presentes na própria vida, ou seja, a forma de enfrentamento a esta realidade refere-se à forma de que se vive. Entendemos assim se há culto, por exemplo, aos ancestrais em vida, a forma de encarar a morte tem total ligação com tal episódio.
Até certo ponto morte e vida são complementares, é a dialética existencial. A vida uma realidade que vamos decifrando diante de várias outras realidades existentes em moldes culturais diferenciados e a morte, como realidade particular da vida, e ao mesmo tempo com realidade própria, pois tem vida própria. A impossibilidade de desvendamento da morte faz da morte uma realidade singular. Sendo assim não existe vida sem morte e morte sem vida: conjunção par e ímpar.
Reinholdo Aloysio Ullmann nos informa que o homem primitivo já possuía uma mentalidade metafísica própria, a qual era, como hoje o é cômoda, constantemente pela necessidade de sobrevivência, pela natureza circundante, com suas manifestações de raios através das tempestades, mudanças estacionais e de forma especial, pelos mistérios fincados na vida e na morte de semelhante. Em suma a inquietude metafísica nasceu com o homem mormente em face da morte. O não-estar-mais aí, no entanto, é encarado como um modo positivo de ser; o morto ainda pertence ao círculo de sua vida, apenas vive em condições modificadas, em outro lugar. Devemos ressalvar, no entanto, a vastidão interpretativa desta outra realidade nas sociedades ágrafas e a complexidade inerente em todos os seus contextos. O lidar com a morte de forma natural não o exime de sentimentos, de reflexões.
Elucubrar sobre a morte é entrar sim num complexo confronto com nós mesmos. Primeiro o enfrentamento dos nossos próprios temores e cônscios de que a morte é um grande tabu. Os filósofos como têm uma grande preocupação em desvendar os mistérios da vida, analisam a questão no decorrer da própria história da filosofia. Atenta-se o fato de que os filósofos colidem e divergem nas suas posições sobre a morte, o que apenas confirma a polêmica temática proposta de estudo.
A morte humana tornou-se um problema equivalente à própria vida; um filósofo deve ou não aceitar a finitude da existência? Ele que precisamente necessita de objetividade, clareza e dar luz ao mundo como fica diante de um fenômeno obscuro? Seria mais sensato pôr o problema na transcendência? Ainda há a opção de abandonar o problema, o que podia levar à banalização da existência e a morte como realidade singular mesmo assim continuaria existindo, quer se queira ou não. Quem não reflete sobre a morte possivelmente não reflete sobre a vida.
Heidegger, filósofo alemão autor do clássico Ser e Tempo, diz que esquecer do problema é típico do homem inautêntico, o homem autêntico viveria com a busca de concretização dos seus projetos e com a consciência de morte.
A problemática não é fácil de solucionar, pois sabemos que muitas vezes o querer esquecer de nossa temporalidade e de como vamos se manifestar na vida cônscios de tal situação, levam-nos logicamente a um problema ético. Se aceitarmos a morte como continuidade da vida, muitas vezes para nos sentirmos amparados na nossa infinitude, teria sentido claro a ética no nosso viver. Entretanto, se aceitarmos a visão de cunho materialista, que diz que tudo acaba com a morte, muitos padrões éticos poderiam ser abortados. O discurso seria: pra que tantas normas? O caráter normativo ficaria numa corda bamba. A vida caberia na superficialidade, no hedonismo ofuscante de práticas mais humanísticas.
Mesmo assim o problema não se finda quando há a aceitação da continuidade da vida após a morte, pois será que o indivíduo concretamente estaria apto a morrer? Como abandonar a certeza da vida concreta por uma certeza abstrata?
Em alguns momentos da existência, com todos os problemas contidos na mesma, alguns até podem sentir vontade de abandonar a vida, seria mesmo o querer da morte em definitivo? Acredito até que por alguns instantes esse querer possa ser real, mas não duradouro. Geralmente os apegos e as relações traçadas pelo próprio indivíduo o leva a repensar tal atitude, somando ainda o temor do desconhecido, o que abriria a possibilidade de ser melhor ou pior, o que o faz declinar de tal ensejo. É difícil querer morrer verdadeiramente e definitivamente, sendo que estamos apegados as nossas criações e construções humanas, mesmo que elas não sejam as mais satisfatórias e completas, ainda assim são concretas.
As interpretações filosóficas a respeito da morte, visando elucidar o sentido do fenômeno, estiveram presentes de Platão a Kant. Platão, filósofo grego discípulo de outro grego Sócrates, em suas obras obras Fédon e Fedro, argumentou a favor da imortalidade da alma, o seu conhecido mundo das ideias eternas. A alma sentiria necessidade e se alimentava das idéias.
Santo Agostinho, São Tomás de Aquino e outros pensadores cristãos, agregando o conhecimento intelectivo ao da espiritualidade deles tiraram argumento a favor da imortalidade da alma.
Já Freud, pai da psicanálise, considera a morte como instinto de todo ser vivo, a vida tenderia para a morte.
O alemão Nietzsche, que tem papel relevante na filosofia, propõe a morte como a suprema possibilidade da liberdade humana; na morte, o homem se mostraria vivo no seu alto grau. Para o filósofo a morte possui a imagem da embriaguez dionisíaca.
Já Heidegger percebia na morte a possibilidade para que a vida fosse examinada e sendo assim vivida de forma autêntica.
Sartre, filósofo francês contemporâneo vê na morte a absurdidade da vida humana, a vida seria uma paixão inútil.
O conviver com a consciência da morte poderia nos levar aos rompimentos de várias atitudes medíocres e menores, nos retendo num seguimento de nossas metas de vida, visando ter respeito por tudo que seja construtivo e por todos nas suas diferenças, sem ônus ao coletivo, certo de que o fim estaria a nos esperar.
O homem com certeza não quer falar da morte, ele a detesta, porém até então ele é o único ente capaz de elaborações, a morte é algo vivido consciente ou inconscientemente, um forte elo que o acompanha na sua temporalidade, ele pode aceitá-la, pode suportá-la, pode fazer dela o ato mais importante da sua vida ou o mais insignificante, ele sozinho sabe o que perde com a morte.
É fato que neste mundo já temos algum referencial e tememos perdê-lo, se admitimos a possibilidade transcendente de ser uma passagem , não deixa de ser uma possibilidade desconhecida, o que já não é confortável. A morte retira a autonomia do ser que contribuiria para construção e desconstrução das diversas modalidades de a decodificar enquanto ser existente ao nível material. A questão é taxativa: a morte é real, mesmo que saibamos criar e questionar esta realidade.
No nosso século, quase todos os estudiosos que se defrontaram com o problema filosófico da morte concluíram que há uma impossibilidade de através de provas científicas comprovar a existência da alma, continuando a ser um problema para o âmbito da metafísica. Alguns religiosos discordam da imortalidade da alma e na sua interpretação bíblica argumentam tal fato não ser possível.
É certo que morte é uma situação limite e acaba mesmo que temporariamente, a depender de argumentos, dogmas e crenças de cada um, com as possibilidades de criação e realização

O niilismo em Nietzsche

O niilismo em Nietzsche: decadência como um processo

De importância máxima na trajetória nietzschiana, o conceito de niilismo é mais que uma mera apropriação dos pensadores da época, mas é uma inovação.
Da série Friedrich Nietzsche.
Niilismo em Nietzsche
Nietzsche, que reinventou o conceito de niilismo.
O niilismo em Nietzsche é um conceito chave que precisa ser discutido. Não é algo misterioso, mas também se diferencia daquilo que entende-se comumente pelo termo. Quando se fala deniilismo, é comum entender que se trata da negação de quaisquer valores. Nietzsche leva o termo para um caminho diferente, se referindo a ele como uma negação da vida.1
O que é a vida? A vida é dominação, violência, afirmação de si, é exercício da força, é se desligar do rebanho e se individualizar, é enfrentar o mundo de peito aberto e não se enganar com falsas crenças, é amar o mundo do jeito que ele é. O niilista, desta forma, é aquele que acredita em valores que não se confirmam na realidade, é quem deixa de viver o agora em favor de uma suposta vida futura (num paraíso cristão ou numa sociedade ideal anarquista).
Camisa Nietzsche

O niilismo em Nietzsche não é uma escolha, mas é um processo. É uma situação em que nos encontramos não porque escolhemos individualmente, mas porque fazemos parte de um processo que atravessa a história. Segundo Giacoia Junior, o niilismo pode ser visto de duas maneiras nas obras de Nietzsche: como resultante da interpretação moral-cristã ou como resultante da crença nas categorias da razão.

Niilismo, Nietzsche e a interpretação moral cristã

Nietzsche entende que o fundamento niilista da nossa civilização ocidental não nasce com o cristianismo, mas tem bases anteriores, no entanto o cristianismo precisa ser interpretado como “potência civilizatória do mundo moderno, que sistematiza e universaliza as condições de conservação e reprodução do ascetismo platônico”. Ou seja, o que importa no cristianismo é sua estrutura religiosa – é sua forma de iludir e fazer crer naquilo que não é vida, no nada (é promover a vontade de nada) e sua força em promover este processo civilizatório anti-natural.
No texto “Niilismo europeu”, o autor realiza uma pequena reflexão sobre a interpretação moral-cristã:
Quais são as vantagens que oferece a hipótese moral cristã?
1. ela conferia ao homem um valor absoluto, em oposição à sua pequenez e à sua natureza fortuita no fluxo do devir e do desaparecer;
2. ela servia aos advogados de Deus, na medida em que franqueava ao mundo, apesar do sofrimento e do mal, um caráter de perfeição, — aí incluída esta “liberdade” — o mal parecia pleno de sentido;
3. ela coloca no homem um saber que assenta em valores absolutos e lhe traz assim um conhecimento adequado sobre o que, precisamente, é o mais importante, ela impedia que o homem se desprezasse enquanto homem, que ele tomasse partido contra a vida, que ele desistisse do conhecimento: ela era um meio de sobrevivência: — no todo: a moral era o grande remédio contra o niilismo prático e teórico.
A interpretação moral-cristã estabelece um lugar para o homem dentro do devir e retira toda sua pequenez, sua fragilidade. Seu corpo decrépito é trocado por uma alma imortal. Esse objetivo precisa de uma noção que dê valor de verdade para sua trajetória, então o autor alemão continua:
“Mas, dentre as forças que a moral desenvolveu, estava a veracidade: esta se volta finalmente contra a moral, descobre a sua teleologia, a sua perspectiva interessada — e eis que a visão desta tendência inveterada para a mentira, da qual se desiste de se livrar, age justamente como um estimulante. Para o niilismo. Constatamos agora a presença em nós de necessidades implantadas pela longa interpretação moral, e que nos aparecem também como necessidades do não-verdadeiro: por outro lado, é a elas que parece estar liga­do o valor graças ao qual suportamos viver. Este antagonismo — não avaliar o que conhecemos, não mais ter o direito de avaliar as mentiras nas quais gostamos de nos embalar — desencadeia um processo de dissolução.”
A mentira se transforma no estimulante que nos faz agir. Em nossa força de viver. Vale dizer que o caminho da superação do cristianismo está justamente neste ponto: a crença na verdade nos obriga a evitar a mentira, nos colocando de frente com a crença religiosa. A “veracidade” que Nietzsche se utiliza acima é o “imperativo pela verdade” – esta força é, em seu fim, a auto-supressão da estrutura religiosa. A exigência daquilo que a estrutura religiosa possibilitou exigir mas que não pode atender.

Niilismo e as categorias da razão

Para Nietzsche, a crença nas categorias da razão nos faz acreditar num mundo que precisa ser visto por meio de falsas referências. Segundo Giacoia Junior, “Nietzsche tematiza três formas do niilismo,considerado como “estado psicológico”, ou seja, como conteúdo da consciência reflexiva. Em cada um deles, trata-se sempre de uma categoria da razão, que dá apoio a uma interpretação do vir-a-ser e do valor da existência humana na corrente do devir”.
Segundo o comentarista (Giacoia Junior), “O primeiro desses estados de autoconsciência do niilismo é analisado por Nietzsche na perspectiva da categoria do “sentido”, ou finalidade. Para suportar a existência, o homem tem necessidade de interpretar o vir-a-ser como dotado de um sentido […] O niilismo ocorre, então, nessa primeira forma, com a descoberta de que não existe nenhum alvo no e para o devir, que o acontecer do mundo e da história não são processos que se desenvolvem em vista de um fim a ser alcançado, ao qual estaria ligado o seu sentido e valor. Desse modo, o desalento sobre a pretensa finalidade é causa do niilismo, enquanto sentimento de vazio, de um frustrador ‘foi tudo em vão'”.
Ele continua, “A segunda forma do niilismo como estado psicológico é presidida pela categoria de “totalidade” – enquanto suporte de uma interpretação global do vir-a-ser. A representação de uma unidade, de uma organização e sistematização globais conectaria a multiplicidade caótica dos seres individuais, contingentes e efêmeros, a uma totalidade integrada e orgânica – a um todo racional, de infinito valor (panteísmo, monismo, etc.), promovendo a reconciliação entre a finitude aleatória e o infinito necessário”.
Já a terceira forma surge a partir das duas primeiras, como uma situação de negação de sua validade por não compreenderem o mundo “verdadeiro”. “com isso, a terceira forma do niilismo surge como consciência da mendacidade do mundo metafísico, e como descrença na categoria de verdade – com a descoberta de que o vir-a-ser é a única realidade – uma realidade, contudo, que não conseguimos suportar. Balanço final: desprezamos o resultado que alcançamos pelo conhecimento, ao mesmo tempo que não nos é mais lícito valorizar aquilo em que gostaríamos de continuar a crer”, revela o comentarista.
Essas três formas de niilismo em Nietzsche (quando tomando as categorias da razão como referência) representam a impossibilidade de continuar com as interpretações baseadas nas categorias de sentido, totalidade e ser. Acredita-se que há um sentido, quando não há; acredita-se que há uma totalidade, quando não há; e acredita-se que, por nada ser de fato uma verdade (ou seja, por não haver sentido e nem totalidade), não há mais como viver a vida senão a partir de um movimento autodestrutivo de niilismo passivo, de aceitar o mundo sem valores e viver de forma covarde, ou seja, sem criar, somente aceitando. Sabemos que o “ser” não pode ser acreditado, mas não sabemos como viver sem a presença do “ser”, precisamos, então, entender que a única saída é criar.

As quatro formas de niilismo propostas por Deleuze

Gilles Deleuze (1925-1995), que trabalhou com o conceito de niilismo proposto por Nietzsche em sua obra.
Gilles Deleuze (1925-1995), que trabalhou de maneira criativa com o conceito de niilismo proposto por Nietzsche.
Para além das três formas de niilismo observadas por Giacoia Junior, Deleuze classificou o conceito de niilismo de Nietzsche em quatro tipos:
  1. Niilismo Negativo, que é a negação do mundo real por um mundo superior extramundano. É clara a relação deste tipo de niilismo com as religiões. O sujeito religioso é castrado da realidade porque deixa de vivê-la e segue regras para ter o privilégio de viver aquilo que seria a realidade verdadeira, o paraíso, o outro mundo. O niilismo negativo tem esse nome porque nega, não porque tem sinal invertido em relação a um niilismo positivo, inclusive a segunda etapa do niilismo não se relaciona com uma afirmação do mundo (essa sim, o contrário da negação), mas com uma reação;
  2. Niilismo reativo, que é a reação em relação ao mundo imperfeito. O mundo não é ideal, não é como deveria ser, por isso, deve ser outra forma, para ser de outra forma, eu vivo a vida como se outra realidade fosse possível no agora, embora o agora me mostre constantemente que a realidade atual é a única possível. A reação envolve a morte de deus: a ausência da vida extramundana obriga o homem a observar um novo mundo no futuro, não fora do mundo. As novas regras que irão definir como se viver o presente serão regras vindas de um mundo que não é o do agora, mas é imaginado como possível numa situação ideal.
  3. Niilismo Passivo, que envolve a morte de deus e do sentido do mundo, ou seja, a impossibilidade de um futuro ideal. O mundo é visto como sendo somente o presente, a lógica que rege a vida cotidiana é a lógica presente, envolve o indivíduo agindo sobre o mundo, mas este mundo não tem nenhum sentido. O niilismo passivo é como um convite ao suicídio, um aceno para a morte, ele impede qualquer tipo de vida empolgada ou empolgante, qualquer forma de ação sobre a vida, de criação de valores, de criação artística, de geração de energia.
  4. Niilismo Ativo, aqui, a depressão do mundo sem sentido é superada pela força da criação de valores, da ação sobre o mundo, da afirmação de si, da arte, da música, da dança que só os deuses podem dançar. O mundo finalmente é visto como um palco para a vida se expandir, para ser criada a cada instante e se tornar permanentemente uma tela renovada pelo branco neutro pronto para ser banhado pela paleta de valores que cada indivíduo passa a ser responsável.

Referências

SOBRINHO, N. C. de M. Comum – Rio de Janeiro – v. 8 – nº 21 – p. 5 a 23 – julho / dezembro 2003. Disponível em: <https://ateus.net/artigos/filosofia/o-niilismo-europeu/> Acesso em: 20 set. 2016.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Reflexões sobre a Colonialidade Epistêmica e o Sexismo Acadêmico Presentes nas Universidades Brasileiras nos Cursos de Direito

Reflexões sobre a Colonialidade Epistêmica e o Sexismo Acadêmico Presentes nas Universidades Brasileiras nos Cursos de Direito

– Por Maria Lúcia Barbosa

Por Maria Lúcia Barbosa – 20/06/2017
Universidades são centros de produção e reprodução de saberes científicos, espaços destinados à critica e autocrítica constantes. Surgem com a missão de promover o desenvolvimento das pessoas e construir conhecimentos e competências que contribuam para a sociedade, por meio do tripé do ensino, da pesquisa e da extensão universitárias.
No Brasil, as universidades surgem para garantir a formação dos filhos da elite colonial, que antes deveriam se deslocar para a Europa. Em geral, migravam para Coimbra para cursar direito. O ensino jurídico possuía um caráter aristocrático, masculino, branco e comprometido com a colonialidade.
Em 1808, com fuga da família real portuguesa para o Brasil, foram criadas escolas médicas na Bahia e no Rio de Janeiro. Todavia, a universidade brasileira não nasce com a perspectiva de descolonizar o conhecimento através da construção um pensamento científico nacional voltado para a resolução dos nossos problemas. Pelo contrário, tinha o objetivo de formar a elite branca e masculina para perpetuar-se ocupando os espaços de poder políticos e econômicos. A universidade representava uma estrutura pensada para a manutenção do status quo.
A constituição das universidades se deu em um contexto de comprometimento com a colonialidade. A colonialidade do saber “[…] no sólo estableció el eurocentrismo como perspectiva única de conocimiento, sino que al mismo tiempo descartó por completo la producción intelectual indígena y afro como ‘conocimiento’ y, consecuentemente, su capacidad intelectual.” (WALSH, 2007).
A invasão europeia no continente Americano, pelo fenômeno que tradicionalmente se denominou “colonização”, representou a exclusão social de sujeitos históricos ainda hoje oprimidos como: mulheres, negros e indígenas. Esses mesmos sujeitos até hoje são minorias no corpo docente e na administração universitária das instituições destinadas à produção de saberes científicos, já que as universidades continuam reproduzindo essa lógica colonial no meio acadêmico e universitário.
Os “descartes” dos conhecimentos indígenas, afrodescendentes e femininos representam as dimensões da colonialidade do poder, do saber, de gênero que se relacionam e correspondem às discriminações transversais. Os conhecimentos/saberes negligenciados são correspondentes aos sujeitos marginalizados e invisibilizados pelos elementos de suas culturas, gênero e da sua cosmologia e relação com o meio.
As universidades se constituíram no espaço de poder colonial e os conhecimentos por elas produzidos constituem justificação das supostas superioridade e racionalidade eurocêntricas. Deste ponto de vista, o direito e as demais ciências sociais não efetuaram uma ruptura epistemológica com o pensamento colonial. “A colonialidade do poder e a colonialidade do saber se localizadas numa mesma matriz genética” (CASTRO-GÓMEZ; 2005).
As faculdades de direito igualmente reproduzem uma perspectiva colonial de formação jurídica e mantêm os padrões de privilégios nos espaços acadêmicos o que se revela na composição do seu corpo docente de maioria branca e masculina; na forma de produção do conhecimento, reproduzindo sempre os mesmos marcos eurocêntricos, sem a preocupação de introduzir autores e autoras que reflitam a nossa realidade étnica, social e de gênero; nas bancas de mestrado e doutorado, que igualmente estão repletas de homens brancos, e nos eventos acadêmicos de direito. O curso do direito ainda é conservador, elitista e formado, primordialmente, por homens bancos. Mesmo dentro da teoria crítica e nas instituições mais progressistas há uma reprodução dessas estruturas de que somente há um locus de quem pode falar (e ser ouvido) e pessoas que devem ouvir. A colonialidade do poder e do saber determinam os sujeitos que devem “ensinar” e quem deve e o que devem aprender
Na América do Sul e no Caribe, sabemos, os privilégios do homem branco são fundamentados na história e nas memórias de pessoas de ascendência européia que levaram com eles o peso de certas formas de gestão política, econômica e de educação. Esse privilégio, se não estiver acabado, está sendo revelado. O caminho para o futuro é e continuará a ser, a linha epistêmica, ou seja, a oferta do pensamento descolonial como a opção dada pelas comunidades que foram privadas de suas “almas” e que revelam ao seu modo de pensar e de saber. (MIGNOLO; 2008)
O ambiente acadêmico das faculdades de direito, em geral, é muito hostil às mulheres, negros e indígenas que ainda hoje são injustamente excluídas dos espaços de gestão e administração universitárias. Esse deficit de representatividade feminina, negra e indígena demonstra o caráter transversal da discriminação no espaço acadêmico.
Em 1940, segundo dados do IBGE, apenas 34% das mulheres do Brasil sabiam ler e escrever. Alfabetizar-se e ingressar na universidade era tarefa para poucas mulheres brancas. A advogada Esther de Figueiredo Ferraz foi a primeira professora da Universidade de São Paulo, ocupando o cargo na década de 1950. Na faculdade de Direito do Recife, Maria Bernadete Neves Pedrosa foi a primeira mulher a ser admitida em 1965, embora o curso de direito já existisse desde 11 de agosto de 1827.
Nas universidades federais, o processo de inclusão de mulheres no quadro de docência e a administração são lentos. A universidade Federal do Maranhão (UFMA), criada em 1966, teve sua primeira mulher reitora apenas em 2015, com a posse da enfermeira Nair Portela Silva Coutinho. Nilma Lino, foi a primeira reitora mulher negra da Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab), no Ceará, apenas em 2013. A Universidade Federal de Pernambuco nos seus 70 anos não teve nenhuma mulher no cargo de reitora e a Faculdade de Direito do Recife teve uma diretora apenas na sua história de 190 anos, a professora Luciana Grassano, em 2005.
Reitores de universidades, chefes de departamentos e coordenadores de linhas de pesquisa ainda são, em sua maioria, homens. Alguns dados são sintomáticos em termos de divisão de papéis nos espaços universitários e acadêmicos. As mulheres correspondem a aproximadamente 60% dos estudantes universitários brasileiros[1], entre os mestres, são 53,57%; entre os doutores, são 51,25%, de acordo com dados obtidos no período de 1996 a 2014[2]. O censo de 2010 demonstra que foram cadastrados na base de dados do CNPQ cerca de 128,6 mil pesquisadores, dos quais a metade são mulheres[3]. Já as pesquisadoras 1A do CNPq são cerca de 23%.
O Conselho deliberativo do CNPQ, cujas competências são: formular propostas para o desenvolvimento científico e tecnológico do País; apreciar a programação orçamentária e definir critérios orientadores das ações da entidade; aprovar as normas de funcionamento dos colegiados, a composição dos comitês de assessoramento e o relatório anual de atividades, tem como membros natos quatro homens e uma mulher. Dos treze membros designados apenas três são mulheres[4]. Algo revelador sobre os espaços que a mulher ocupa na administração do ensino superior.
Algo que deve nos inquietar é o fato de as mulheres brancas dominarem os espaços da educação infantil[5], são 97% da força de trabalho na educação infantil e 81,5% no magistério da Educação Básica, e serem minoria docente no ambiente das pós-graduações em direito, da administração universitária e do ensino jurídico superior. É importante registrar ainda a discriminação transversal que cria obstáculos ao acesso de negras e indígenas ao magistério infantil. Qual a dinâmica que impede as mulheres de ascender na vida acadêmica? Falta de ambição ou expectativas? Divisão social do trabalho? Filhos? ou a concentração dos espaços de poder na mão dos homens brancos de maneira naturalizada?.
Isso evidencia que ainda não superamos a colonialidade pautada no padrão de ocupação dos espaços de poder pelo homem branco, sem que haja igualdade de oportunidades no exercício de funções entre homens e mulheres sejam elas negras, brancas ou indígenas. Se as mulheres são a maioria no ensino infantil, porque não ocupam os cargos de professoras universitárias? Seriam elas menos capazes que os homens de passar em concursos de magistério superior? E por que elas passam predominantemente nos concursos de magistério infantil? Porque o magistério infantil cabe à mulher que tem o “natural” instinto materno, mas “fazer ciência” parece não ser o espaço que deva ser ocupado pelas mulheres, nem pelos negros (as), nem pelos (as) indígenas.
O processo de feminização do magistério infantil no Brasil é apontado a partir do fenômeno de desvalorização da carreira docente, de modo que tal compreensão demonstra uma constante desvalorização e desmotivação com a carreira. Outro dado relevante é que o magistério infantil é pior remunerado que o magistério superior, de modo que podemos afirmar que cabe às mulheres as piores remunerações do magistério.
É isso que os estudiosos de gênero chamam de “teto de vidro”, que corresponde a um bloqueio invisível que as mulheres não conseguem quebrar para chegar ao topo das carreiras laborais. As mulheres que estão na base do magistério desaparecem ao longo da carreira e somem quase que completamente dos cargos que definem políticas públicas para o magistério e a ciência, já que não ocupam cargos de ministras da educação ou da ciência e tecnologia. Esse não é um fenômeno natural, embora seja naturalizado.
A literatura utilizada nos cursos de direito é igualmente masculina, branca e eurocêntrica. Autores como Kelsen, Luhmman, Habermas, Marx, Burdeau, Foucalt, Schmitt, Bobbio, dentre tantos outros são de leitura obrigatória e quase não se vê indicações de leituras femininas. Autoras como: Rosa de Luxemburdo, Hannah Arendt, Simone de Beauvoir, Angela Davis, Catherine Wash, Lélia Gonzalez, Rita Segato, Sueli Carneiro, dentre tantas outras são pouco referenciadas. Os filósofos do direito, os civilistas e os constitucionalistas brasileiros são em sua maioria homens e a bibliografia utilizada nas faculdades de direito é majoritariamente masculina. Às mulheres cabem escrever sobre temas mais sensíveis como direitos humanos e criminologia.
Não raro, os exemplos dados em sala de aula nas disciplinas do curso de direito são discriminatórias e colocam mulheres, negros e indígenas em condição de inferioridade. Tive um professor na Faculdade de Direito do Recife que dizia que “mulheres são seres de cabelos longos e ideias curtas”. Temas como racismo e genocídio indígena são negligenciados. Alguns professores não têm o menor constrangimento de se posicionarem contrários à politica de cotas por motivações preconceituosas, constrangendo alunos beneficiados por essa ação afirmativa.
Nos eventos acadêmicos de direito, nos congressos, nas bancas de mestrado e doutorado, os homens brancos também são maioria, basta um simples olhar às convocatórias de todos esses eventos. A Academia Brasileira de Direito Constitucional[6] chegou a promover o XII Simpósio Nacional de Direito Constitucional e anunciou a sua programação, de três longos dias, sem a participação de mulheres, nem negros, nem indígenas. As mulheres (brancas) são minoria em todos os espaços deliberativos da instituição, tanto dentre os membros fundadores, como honorários ou catedráticos.
Isso não significa que não existam outros indivíduos além do homem branco produzindo e publicando no direito, significa que esses sujeitos têm menos visibilidade e são menos convidados a participarem de eventos acadêmicos.
Se os homens brancos representam a maioria nas universidades e ocupam cargos de direção, administração e chefias de departamentos igualmente compõem as bancas de concursos e seleções para ingresso nas universidades públicas e privadas e, em geral, tendem, mesmo que inconscientemente, selecionar os sujeitos com os quais se identificam, de modo que o privilégio masculino branco também se estende aos concursos e provas de ingresso no magistério superior. É urgente discutir o privilégio masculino branco porque ele é a barreira invisível, o “teto de vidro”, sem nenhuma forma de controle, com o qual as mulheres, negros e indígenas se deparam sempre que buscam trabalho nas instituições de ensino públicas e privadas. Por tal razão é sintomático que hajam menos mulheres, negros e indígenas ocupando esses cargos e empregos.
A contradição reside no fato de que não dá para democratizar o ensino superior e enfrentar o problema da exclusão e da colonialidade do saber apenas na teoria. A construção de espaços democráticos depende sobretudo da existência de diferentes saberes, diferentes olhares e, sobretudo, diferentes visões da realidade. A exclusão de mulheres, negros e indígenas sendo uma realidade constante no ambiente universitário e acadêmico no curso de direito inviabiliza a superação de desigualdades históricas e perpetua a colonialidade do poder e o sexismo acadêmico.
O obstáculo ainda pouco enfrentado de acesso das mulheres, negros e indígenas ao ambiente acadêmico e à administração universitária necessita ser tratado do ponto de vista da diagnose do problema e do enfrentamento sério dos obstáculos que impedem esses sujeitos de fazerem parte da construção dos debates e do conhecimento acadêmico. O que se esconde por trás desse fenômeno é uma relação de dominação, na qual os homens brancos continuam monopolizando os espaços de poder e impondo suas visões de mundo, suas temáticas de estudo e seus mesmos referenciais acadêmicos que são um espelho de si mesmos.
De esto se deriva, por ejemplo, el hecho de que los primeros, que piensan desde universidades, son productores o atravesadores-distribuidores de los modelos teóricos que adoptamos y constructores-dueños del gran compendio de conocimiento sobre el mundo. Debido a que la imaginación interviene inevitablemente en los procesos del pensar, y porque las ideas son, efectivamente, «percibidas», el sujeto del saber, del conocimiento, de la autoridad científica, no deja de presentarse incorporado, y lo hace con una figura plasmada por la estructura de la subjetividad colonizada: la del hombre blanco, europeoen aspecto. Esta imagen insospechadamente racializada, por ser la de un sujeto blanco, del sujetodestinado a «saber», tiene un carácter muy próximoa la creencia, y toda creencia lo es por su capacidadde validar comportamientos sin pasar por verificación. (SEGATO; 2012)
Os desafios, dentre tantos, são de tornar as faculdades de direito mais plurais em sua composição e de estimular o pensamento crítico dos estudantes a partir da compreensão do direito como instrumento de poder que encobre parcela significativa dos nossos saberes e vivências e diferenças. Dialogar com a sociologia, com a antropologia, com a história são fundamentais para a construção do pensamento crítico sobre o direito e sobre a própria estrutura de manutenção de poder que é a universidade.
E é mais do que urgente que dentro dessas esferas de poder (que é o conhecimento e os meios para difusão dele) seja reconhecido que as escolhas não são apenas com base no mérito. Muitas pessoas estão em determinados eventos pelo simples fato de serem homens, de terem sobrenomes importantes, de serem amigos de outros homens, de serem brancos, de serem heterossexuais (ou pelo menos aparentar), e de serem cisgênero.
As universidades são espaços de poder, pois são centros de onde partem decisões importantes sobre agenda política e sobre políticas públicas. Das faculdades de direito saem boa parte dos parlamentares que compõem hoje o Congresso Nacional[7] e o próprio presidente ilegítimo, que articulou o golpe midiático/político/jurídico de 2016, é doutor em direito e autor de livro de direito constitucional[8]. Eis mais uma das grandes contradições que afetam a vida político/jurídica do Brasil hoje. Descolonizar a universidade representa democratizar os espaços de decisões políticas importantes no âmbito nacional.
La propia universidad es ese corredor y, si la democratizamos, democratizamos el camino hacia los espacios de la república en que son tomadas todas las decisiones importantes relativas a la vida nacional, interviniendo también en el propio ámbito de la reproducción de las elites. (SEGATO; 2012)
A colonialidade do saber e o sexismo epistêmico evidenciam os espaços e os sujeitos que monopolizam a produção do conhecimento. A continuidade de padrões patriarcais, nos quais os homens ainda ocupam posições de mando e de superioridade intelectual, determinam os titulares do saber supremo de pensar. No Brasil há uma reprodução dessa estrutura, tanto nessa perspectiva externa de reprodução de referências e marcos teóricos, como numa perspectiva interna em que o mais próximo desses marcos são os que monopolizam a produção do conhecimento.
A superação da colonialidade passa pela paridade de gênero e pela ocupação dos espaços de fala por sujeitos negros e indígenas historicamente excluídos da universidade, sejam como discentes e ainda mais como docentes. É necessário mantermos esse debate e essa pauta sempre como prioridade. Por isso, sinto-me feliz de fazer parte desse grupo com paridade de gênero e com a preocupação de desconstruir a colonialidade do poder e do saber. Sou grata axs companheirxs da coluna Empório Descolonial que também são companheirxs de luta por uma universidade mais democrática e plural!

Notas e Referências:
[1] http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/212-educacao-superior-1690610854/21140-maioria-e-feminina-em-ingresso-e-conclusao-nas-universidades
[2] https://www.cgee.org.br/web/rhcti/mestres-e-doutores-2015
[3] http://cnpq.br/web/guest/noticiasviews/-/journal_content/56_INSTANCE_a6MO/10157/905313
[4] http://www.cnpq.br/web/guest/conselho-deliberativo/
[5] http://www.andes.org.br/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=4475
[6] http://abdconst.com.br/novo/
[8] http://www2.planalto.gov.br/acompanhe-planalto
CASTRO-GÓMEZ, Santiago. Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da “invenção do outro”. En libro: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Edgardo Lander (org). Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. setembro 2005. pp.169-186.
MIGNOLO, Walter D.; Traduzido por: Norte, Ângela Lopes Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política in Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, nº 34, p. 287-324, 2008
SEGATO, Rita Laura. Brechas descoloniales para una universidad nuestroamericana in Revista Casa de las Américas No. 266 enero-marzo/2012 pp. 43-60.
WALSH, Catherine. ¿Son posibles unas ciencias sociales/ culturales otras? Reflexiones en torno a las epistemologías decoloniales Nómadas (Col), núm. 26, 2007, pp. 102-113 Universidad Central Bogotá, Colombia

maria-lucia-barbosa.
Maria Lúcia Barbosa é Mestre e Doutora em Direito pela UFPE com Período Sanduíche pela Universidade de Valencia na Espanha. É professora da Faculdade de Direito do Recife/UFPE e da Faculdade Boa Viagem – Devry.
.
.

Imagem Ilustrativa do Post: DIA 3 • Conferência: Meios de comunicação, regulação e democracia • 28/05/2017 // Foto de: FNDC Democratização da Comunicação // Sem alterações

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.