UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE CLÍNICA MÉDICA
DISCIPLINA DE INICIAÇÃO AO EXAME CLÍNICO PROFESSOR ROBERTO HENRIQUE HEINISCH
PROPEDÊUTICA
CARDIOVASCULAR
Módulo I : .
DOR TORÁCICA e PALPITAÇÕES
A dor é uma sensação desagradável, e portanto consciente e afetivamente
negativa, resultante de lesão dos tecidos por agressões físicas, químicas ou
biológicas em qualquer parte do organismo, ou partindo das zonas de
conscientização, através de influência psicógena.
"Dor é uma desagradável experiência sensorial e emocional associada a uma
lesão tecidual já existente ou potencial, ou relatada como se uma lesão
existisse. (Associação Internacional para o Estudo da Dor, 1974)
A maneira de sentir dor e o modo de expressá-la variam de indivíduo para
indivíduo, de um povo para outro, conforme a época e as circunstâncias; varia,
também, em função das condições psicológicas e ambientais existentes em dado
momento. As circunstâncias em que ocorre o episódio capaz de provocar dor são
importantes. Em um campo de batalha, no fragor da luta, no desenrolar de um jogo
ou em um momento de pânico, o indivíduo pode tornar-se totalmente insensível,
não sentindo qualquer dor, mesmo quando sofre as mais graves lesões. A maneira
de expressar a sensação dolorosa varia amplamente. Alguns pacientes, às vezes,
nem usam a palavra "dor"; dizem "desconforto", "ruindade", "mal-estar" ou
expressões semelhantes. Outros sempre acompanham a informação com superlativos e
adjetivos, tais como: "dor forte demais", "dor de matar". Há os que fazem
acompanhar a queixa dolorosa de grande encenação. Mas, em contrapartida, existem
certas pessoas que, nas situações mais dramáticas, sofrendo as dores mais
intensas, expressas na própria fisionomia, restringem-se a um relato que mal
permite ao médico saber da existência de sensação dolorosa.
ANÁLISE SISTEMÁTICA DA DOR
Na análise da dor, as seguintes perguntas deveriam ser respondidas :
1. LOCALIZAÇÃO ? IRRADIAÇÃO ? DOR REFERIDA
2. INTENSIDADE
3. QUALIDADE
4. DURAÇÃO
5. FREQÜÊNCIA
6. ÉPOCA ESPECIAL DE OCORRÊNCIA
7. FATORES DE ALÍVIO
8. FATORES DE AGRAVO
9. SINAIS OU SINTOMAS ASSOCIADOS
DOR TORÁCICA
As causas de dor torácica podem estar na própria parede do tórax, nas
pleuras, nos pulmões, no coração, no pericárdio, no vasos, no mediastino, no
esôfago, no diafragma e em outros órgãos. A dor precordial ou retroesternal pode
ter origem no coração ou na pleura, esôfago, aorta, mediastino, estômago e na
própria parede torácica. A dor relacionada ao coração e à aorta compreende a dor
da isquemia miocárdica, a dor pericárdica e a dor aórtica. Os brônquios
intrapulmonares, o parênquima dos pulmões e as pleuras viscerais são insensíveis
à dor.
A localização torácica de dois órgãos vitais - o coração e os pulmões -
capazes de produzir dor é a razão de tanta preocupação com a dores torácicas. No
coração se originam dores isquêmicas (a angina do peito e a dor do infarto) e
nos pulmões se sediam doenças temidas: a [tuberculose]e o [câncer brônquico],
que para o leigo enganosamente sempre produziriam dores torácicas.
A dor precordial de origem coronariana ou pericárdica se processa pela
estimulação dos nervos (vasa-nervorum) justa-capilares na circulação coronariana
com a inflamação química de corrente do transtorno metabólico da fibras
cardíacas, ou por inflamação do pericárdio, e o comprometimento dos respectivos
nervos que correspondem à C2,C3,C4,C5,C6, e à T2 até T6. As dores, não
viscerais, do tegumento por fibrosite local, ou por irradiação das dores
cérvico-braquiais ou de "peso"ou "mal-estar"ou "pontadas" precordiais, todas de
extensão reduzida de uma ou duas polpas digitais, são dores superficiais, bem
localizadas, e pioram com a compressão local ou com os movimentos da nuca, dos
ombros, ou dos membros superiores. Tão freqüentes quanto essas dores não
viscerais, são as dores em peso ou mal-estar precordial, geralmente acompanhadas
de palpitações e que caracterizam, ao lado da ansiedade e da "crise de
angústia", a sua origem exclusivamente psicógena.
A. A dor de origem isquêmica é devido à hipóxia celular. Toda vez que há
desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio, ocorre estimulação das
terminações nervosas da adventícia das artérias e do próprio miocárdio por
substâncias químicas liberadas durante a contração. A causa mais comum de
isquemia miocárdica é a aterosclerose coronária e suas complicações,
principalmente espasmo e trombose, assumindo características clínicas especiais
na angina do peito e no[infarto do miocárdio]. Outra causa importante é a
[estenose aórtica]. i. A localização típica da dor da isquemia miocárdica é a
retroesternal, podendo situar-se à esquerda ou mais raramente à direita da linha
esternal. Em certo número de pacientes a localização é atípica : epigástrio,
dorso, mandíbula, pescoço. A irradiação da dor guarda estreita relação com sua
intensidade. A dor isquêmica pode ter diversas irradiações: para os pavilhões
auriculares, maxilar inferior, nuca, região cervical, membros superiores,
ombros, região epigástrica e região interescapulovertebral. Contudo, a
irradiação mais típica é para a face interna do braço esquerdo. ii. A
intensidade da dor varia de acordo com muitos fatores, entre eles o grau de
comprometimento miocárdico, podendo ser classificada em leve, moderada e
intensa. Lembrar-se de que a sensibilidade do paciente tem influência
preponderante. Na graduação da dor pode-se usar o seguinte critério: Dor leve
quando o paciente a sente mas não se fixa nela, relatando-a como uma sensação de
peso ou desconforto, relativamente bem tolerada. Dor moderada quando o paciente
a sente bastante incomodado, agravando mais ainda com os exercícios físicos. Dor
intensa é aquela que aflige grande sofrimento, obrigando-o a ficar o mais quieto
possível, porque ele descobre que a dor piora com quaisquer movimentos ou
pequenos esforços. Nestes casos acompanha-se de sudorese, palidez, angústia e
sensação de morte iminente. iii. O caráter ou qualidade da dor da isquemia
miocárdica quase sempre é constritiva, dando ao paciente a sensação de que
alguma coisa aperta ou comprime a região retroesternal. Alguns pacientes relatam
uma sensação de aperto na garganta, como se estivessem sendo estrangulados. Tal
sensação pode ser percebida nas áreas de irradiação da dor, como, por exemplo,
impressão de aperto, como o de um bracelete muito justo no braço. Mais
raramente, a dor isquêmica pode adquirir o caráter de queimação, ardência,
formigamento ou facada. Nestes casos também se fala em dor atípica, cuja análise
precisa ser mais rigorosa para não se incorrer em erro. iv. A duração da dor é
importante para sua avaliação clínica : na angina do peito clássica a dor tem
duração curta, em geral de 2 a 3 minutos, raramente ultrapassando 10 minutos. Na
angina instável a dor é mais prolongada, chegando a durar 20 minutos e no
[Infarto Agudo do Miocárdio], em função do aparecimento de alterações
necróticas, a dor dura mais de 20 minutos, podendo perdurar várias horas. v.
Fatores que agravam e aliviam. A dor da angina do peito típica ocorre na maioria
dos casos após esforço físico, mas pode ser desencadeada por todas as condições
que aumentam o trabalho cardíaco, tais como emoções, taquicardia, frio, refeição
copiosa. No [infarto do miocárdio], contudo, a dor se inicia habitualmente
quando o paciente está em repouso. O alívio da dor pela interrupção do esforço é
uma das características fundamentais da angina do peito clássica. O efeito dos
vasodilatadores coronários precisa ser corretamente analisado, sendo importante
avaliar o tempo gasto para desaparecimento da dor pelo uso de nitrato por via
sublingual, pois na angina do peito a dor desaparece 3 ou 4 minutos após; se
levar mais tempo (5 ou 10 minutos), provavelmente não se trata de angina
clássica, podendo ser a forma instável da angina. A dor do infarto persiste ou
melhora muito pouco com os nitratos. vi. Sintomas concomitantes: Alguns
pacientes com dor epigástrica ou retroesternal decorrente de enfermidades
esofagianas, gastrintestinais, ou com ansiedade, encontram certo alívio após
eructação ou eliminação de gases. Precordialgia intensa, acompanhada de náuseas,
vômitos e sudorese, sugere infarto do miocárdio. Dor precordial durante crise de
palpitações pode decorrer de taquiarritmia que provo uma isquemia miocárdica
relativa. Dor que se agrava com a tosse pode ser provocada por pericardite,
pleurite, ou compressão de raiz nervosa. Dor torácica que surge com as mudanças
de decúbito ou movimentos do pescoço e do tórax e que se origina na coluna
cervical ou dorsal.
B. A dor de origem pericárdica : O mecanismo provável da dor da [pericardite]
é o atrito entre os folhetos do pericárdio com estimulação das terminações
nervosas ou uma grande e rápida distensão do saco pericádico por líquido. É
provável que a irritação das estruturas vizinhas --- pleura mediastinal, por
exemplo --- também participe do mecanismo da dor pericárdica. i) tem localização
retroesternal, podendo apresentar referência para as regiões supraclavicular,
cervical bilateral e ombro, especialmente à esquerda. ii) é dolente. iii) A
inspiração profunda, a tosse e, muito caracteristicamente, a rotação do tronco e
a deglutição precipitam a dor de origem pericárdica, a qual tipicamente é
aliviada pela inclinação anterior do tronco, na assim chamada posição de prece
maometana. A inalteração dessa dor pelo exercício é um dado negativo de
significação diagnóstica.
C. A dor de origem aórtica : Os [aneurismas da aorta]geralmente não provocam
dor, mas o [aneurisma dissecante]é a separação brusca das camadas da parede
arterial, particularmente da adventícia, com súbita distensão das terminações
nervosas aí situadas, que estimula intensamente as fibras do plexo aórtico)
determina quadro doloroso importante. i. localização retroesternal ou face
anterior do tórax, com irradiação para o pescoço, região interescapular e
ombros; ii. com início súbito e grande intensidade; iii. tipo lancinante; iv.
durante a crise dolorosa o paciente fica inquieto --- deita-se, levanta-se,
revira na cama, adota posturas estranhas, comprime o tórax contra a cama ou a
parede, tentando obter alívio.
D. A dor de origem psicogênica : A dor de origem psicogênica aparece em
indivíduos com ansiedade e/ou depressão, podendo fazer parte da síndrome da
astenia neurocirculatória. i) A dor limita-se à região mamilar, ao nível do
ictus cordis, costuma ser surda, persiste por horas ou semanas e acentua-se
quando o paciente tem contrariedades ou emoções desagradáveis. ii) Não está
relacionada aos exercícios e pode ser acompanhada de hiperestesia do precórdio.
Além da dor, o paciente se queixa de palpitações, dispnéia suspirosa,
dormências, astenia, instabilidade emocional e depressão. A dor pode desaparecer
com o exercício físico, analgésicos, tranqüilizantes e placebos. Em alguns casos
torna-se difícil diferenciar a dor precordial isquêmica da dor psicogênica. O
conhecimento de lesão cardíaca ou o simples medo de doença do coração pode
desencadear profundas alterações na mente de qualquer um de nós, pois, mais do
que o comprometimento anatômico do órgão central da circulação, o que nossa
mente passa a alimentar é o receio, mais em nível inconsciente, de
comprometimento da fonte de nossa vida afetiva. O médico que sabe levar em conta
estes aspectos psicológicos e culturais compreende melhor seus pacientes e pode
exercer uma medicina de melhor qualidade.
Referências bibliográficas:
Porto, Celmo Celeno. Exame Clínico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992.
Páginas 51-56,75 e 76. Harvey. Diagnóstico diferencial - interpretação da
evidência clínica. Rio de Janeiro: Interamericana, 3a. edição. páginas
83-91.
Ramos Jr, José. Semiotécnica da observação clínica. São Paulo: Sarvier, 1980.
páginas 14-16.
Porto, Nelson. Dor torácica. In: Silva, LCC. Compêndio de pneumologia. São
Paulo: Fundo Editorial BYK, 1991. capítulo 13, páginas 134 - 139.
II. PALPITAÇÕES
Palpitações podem ser definidas como a percepção incômoda dos batimentos
cardíacos. São relatadas como "disparos", "batimentos mais fortes", "falhas",
"arrancos", "paradas", "tremor no coração", "o coração deixa de bater", "o
coração pula", além de outras expressões. As palpitações devem ser analisadas
quanto à freqüência, ritmo, horário de aparecimento, modo de instalação e
desaparecimento, isto é, se têm início e término súbitos. Convém indagar,
também, quanto ao uso de chá, coca-cola, café, bebida alcoólica, cigarros e
medicamentos. Há três tipos principais de palpitações - as palpitações de
esforço, as que traduzem alterações do ritmo cardíaco e as que acompanham os
distúrbios emocionais. As palpitações de esforço surgem durante a execução de
esforços físicos e desaparecem com o repouso. Nos pacientes com cardiopatia têm
o mesmo significado da dispnéia de esforço, sendo comum ocorrerem
simultaneamente. As palpitações decorrentes de alterações no ritmo cardíaco são
descritas pelos pacientes com expressões ou comparações que permitem ao médico
presumir até o tipo de [arritmia]. Assim, o relato de "falhas" e "arrancos"
indica quase sempre a ocorrência de [extra-sístoles]. É provável que o paciente
perceba mais os batimentos pós-extra-sistólicos do que as contrações prematuras.
De outro modo, a sensação de que o coração "deixa de bater" corresponde mais às
pausa compensadoras. Quando as palpitações têm início e fim súbitos, costumam
ser indicativas de taquicardia paroxística, enquanto as que têm início súbito e
fim gradual sugerem taquicardia sinusal ou estado de [ansiedade]. O relato de
taquicardia com batimentos irregulares pode levantar a suspeita de [fibrilação
atrial]. As palpitações constituem queixa comum dos pacientes com transtornos
emocionais, podendo fazer parte, de síndromes psíquicas, cuja origem reside nas
agressões emocionais sofridas nos primeiros anos de vida (castigo, medo,
ameaças) ou nas dificuldades e desajustes ocorridos na vida adulta, incluindo
carência afetiva, desajuste conjugal, problemas econômicos, insatisfação sexual.
Cumpre ressaltar que as palpitações de causa emocional costumam ser
desencadeadas por agressões emocionais e, muitas vezes, acompanha-se de
sudorese, dormências, além de outros distúrbios neurovegetativos.
Quadro : Principais causas de Palpitações
_______________________________________________ Taquicardia [Arritmia]
extra-sistólica [Fibrilação atrial] [Hipertensão arterial] [Miocardites]
[Cardiomiopatias crônicas] [Insuficiência cardíaca] [Hipertireoidismo] [Anemias]
Emoções Esforço físico Cafeísmo (café, chá-mate, coca-cola) Medicamentos
(anoxerígenos, simpaticomiméticos, vasodilatadores, uso de drogas ilícitas)
Síndrome do pânico Depressão [Ansiedade]
________________________________________________
Roteiro da Entrevista para o paciente com palpitações
1.Quais os sintomas associados com as palpitações ? Dor torácica ? Dispnéia ?
Sudorese ? Tontura ? Síncope ?
2.Quais as características das palpitações ? Regulares ? Irregulares ?
Rápidas ? Lentas ? No pescoço ? Pancada intermitente no pescoço ? Solicitar ao
paciente que coloque a mão sobre o precórdio, ou sobre a mesa e reproduza com os
movimentos da mão e dos dedos a cadência das palpitações.
3. O que inicia as palpitações ? Períodos de isolamento social, de solidão ?
O esforço físico ? Em repouso ? Substâncias ? Fator precipitante não
identificado?
4. O paciente tem distúrbio psiquiátrico ?
5. Qual a freqüência dos episódios ? Raros ? Freqüentes ?
Weitz HH, Weinstock PJ. Approach to the patient with palpitations. Med Clin N
Am 1995; 79: 449-56.
Celmo Celeno Porto : Exame Clínico. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro,
1992.Pág. 77
Exercícios para o módulo I 1. Citar as características da dor que devem ser
procuradas na história clínica. 2. Como graduar a intensidade de uma dor ? 3.
Descreva o sinal de Levine. 4. Citar fatores que agravam a angina do peito. 5.
De que modo a duração da dor distingue angina do peito, angina instável e
infarto agudo do miocárdio. 6. Descreva um fator de alívio de uma dor de origem
pericárdica. 7. Cite duas causas de dor de origem aórtica. 8. Cite três
características que devem ser questionadas a um paciente com palpitações. 9.
Descreva dois tipos de palpitações por alteração do ritmo cardíaco. 10. Citar
cinco causas de palpitações.
[.............] Glossário médico: Anemia : é uma síndrome clínica que se
caracteriza pela redução, em relação aos valores normais, de forma isolada ou em
conjunto, do número de hemácias, hemoglobina ou hematócrito. Aneurisma de aorta
: dilatação da artéria aorta. Angina do peito: é um desconforto no tórax e/ ou
área adjacente associado com isquemia miocárdica, sem necrose miocárdica
Ansiedade : quando patológica, é uma reação de medo irracional, extremamente
dolorosa, que não tem proporcionalidade lógica entre causa e efeito,
fundamentando-se em sua totalidade na expectativa vaga de um perigo imaginário
para o próprio indivíduo e/ ou sua própria espécie. Arritmia : é a alteração do
ritmo cardíaco. Câncer brônquico : é uma neoplasia pulmonar primária que se
desenvolve sobre as vias aéreas. Cardiomiopatias : Cardiomiopatias são definidas
como doenças do miocárdio associadas com disfunção cardíaca. Cólica biliar : dor
abdominal, tipo cólica, decorrente de doença nas vias biliares (mais
freqüentemente: litíase). Cólica renal (cólica renoureteral): dor abdominal,
tipo cólica, decorrente de doença no sistema urinário ( mais freqüentemente:
litíase). Dissecção da aorta (Aneurisma dissecante): separação brusca dos
folhetos da artéria aorta, geralmente a íntima da média, por sangue, oriundo da
luz arterial, através de uma lesão na camada íntima. Estenose aórtica : é a
obstrução do fluxo sangüíneo ao nível da via de saída do ventrículo esquerdo,
por estreitamento da valva aórtica ou por alterações supra e infravalvares.
Extra-sístoles : batimento cardíaco anormal, originado em foco ectópico,
geralmente prematuro e com pausa pós sistólica. Fibrilação atrial : distúrbio do
ritmo cardíaco, originado em vários focos no tecido atrial, gerando um ritmo
cardíaco irregular. Hipertensão arterial: aumento dos valores da pressão
arterial. Hipertireoidismo : é a formação e excreção aumentada do hormônio
tireoideano, da glândula tireóide. Infarto agudo do miocárdio (infarto do
miocárdio, ataque cardíaco, infarto): forma clínica da insuficiência coronariana
aonde se observa necrose irreversível do músculo cardíaco em decorrência da
interrupção do suprimento sanguíneo. O miocárdio é vascularizado pelas artérias
coronárias. No infarto do miocárdio as artérias coronárias estão obstruídas por
um trombo intraluminal. Insuficiência cardíaca : condição na qual o coração não
fornece suprimento sangüíneo adequado que atenda as necessidades metabólicas do
organismo. Miocardites : é uma doença inflamatória do miocárdio e é
diagnosticada por critérios histológicos, imunológicos e imunohistoquímicos.
Pericardite : forma clínica de doença do pericárdio acometido por processo
inflamatório. Tuberculose : doença infecciosa, causada por bactéria do gênero
Micobacterium, com alterações patológicas em vários órgãos, mas mais
freqüentemente no pulmão. TABELA I :
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE DOR TORÁCICA
EPISÓDICA
Diagnóstico, Duração, Qualidade, Fator de agravo, Fator de
alívio, Localização, Comentário
Angina de esforço 5-15 min visceral, pressão esforço, emoção
repouso, nitrato subesternal primeiro episódio nítido
Angina de repouso 5-15 min visceral, pressão espontânea nitrato
subesternal frequentemente noturna
Prolapso valva mitral min a horas superficial espontânea tempo
anterior esq. caráter variável
Refluxo esofageano 10 min a 1 h visceral postura pós alimentar
alimento, antiácido subesternal raramente irradia
Espasmo esofageano 5-60 min visceral líquidos gelados, exercício
nitrato subesternal mimetiza angina
Úlcera péptica horas visceral, queimação Jejum, alimentos ácidos
alimento, antiácido epigástrica
Doença biliar horas visceral, cólica espontânea, alimentos
tempo, analgésico epigástrica tipo cólica
Hérnia de disco cervical variável superficial movimento da
cabeça tempo, analgesia braço, pescoço não alivia com o repouso
Hiperventilação 2-3 min visceral emoção, taquipnéia retirada do
estímulo subesternal parestesia facial
Musculoesquelética variável superficial movimento, palpação
tempo, analgesia múltipla sensibilidade aumentada
Pulmonar 30 min visceral, pressão espontânea repouso, tempo
subesternal dispnêico
Reproduzido de Braunwald, E. The history. In: Braunwald, E Heart
Disease. Philadelphia: WB Saunders Company, 1997. Chapter 1, p. 1-14.
TABELA I : DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE DOR TORÁCICA
EPISÓDICA
Diagnóstico, Duração, Qualidade, Fator de agravo, Fator de
alívio ,Localização, Comentário
Angina de esforço 5-15 min visceral, pressão esforço, emoção
repouso, nitrato subesternal primeiro episódio nítido
Angina de repouso 5-15 min visceral, pressão espontânea nitrato
subesternal frequentemente noturna
Prolapso valva mitral min a horas superficial espontânea tempo
anterior esq. caráter variável
Refluxo esofageano 10 min a 1 h visceral postura pós alimentar
alimento, antiácido subesternal raramente irradia
Espasmo esofageano 5-60 min visceral líquidos gelados, exercício
nitrato subesternal mimetiza angina
Úlcera péptica horas visceral, queimação Jejum, alimentos ácidos
alimento, antiácido epigástrica
Doença biliar horas visceral, cólica espontânea, alimentos
tempo, analgésico epigástrica tipo cólica
Hérnia de disco cervical variável superficial movimento da
cabeça tempo, analgesia braço, pescoço não alivia com o repouso
Hiperventilação 2-3 min visceral emoção, taquipnéia retirada do
estímulo subesternal parestesia facial
Musculoesquelética variável superficial movimento, palpação
tempo, analgesia múltipla sensibilidade aumentada
Pulmonar 30 min visceral, pressão espontânea repouso, tempo
subesternal dispnêico
Reproduzido de Braunwald, E. The history. In: Braunwald, E Heart
Disease. Philadelphia: WB Saunders Company, 1997. Chapter 1, p. 1-14.