sábado, 4 de abril de 2020
Quer sua vagina com cheiro e sabor naturalmente delicioso?
Quer sua vagina com cheiro e sabor naturalmente delicioso? Leia
Ok meninas, vamos falar sobre o sabor e o aroma da vagina. As
mulheres têm impressões digitais bacterianas vaginais únicas, que dão um
gosto distinto. Pergunte a qualquer homem que gosto tem uma vagina e
você obteria toda uma gama de respostas que vão de salgado a amargo,
sexy até leite doce.
O aroma e o sabor são uma combinação de fatores; o cheiro natural do
seu corpo, a comida que você come, o cheiro de qualquer sabão que você
usa e os sucos da sua vagina. Beber bastante água é essencial para
melhorar o odor, fato. Então, você não preferiria ser aquela garota com
cheiro e um gosto delicioso na buceta?
Lave a PPK!
O primeiro passo óbvio para ter fragrâncias particulares, deliciosas e
perfumadas seria lavar-se pelo menos duas vezes por dia. Use um
sabonete suave e sem perfume ou, melhor ainda, faça uma lavagem íntima
especial com sabonete de valor Ph neutro.
Ar na bichinha!
Bactérias prosperam em lugares úmidos, então mantenha a área seca e
use calcinhas de algodão em vez de tecidos sintéticos menos
respiráveis. Calcinha de biquíni de algodão pode ser sexy também. Guarde
seu fio dental e rendas para ocasiões especiais. Também é uma boa idéia
lavar suas roupas com detergentes que não contenham corantes ou
fragrâncias que irão colidir com o cheiro natural do seu corpo.
Não jogue perfume!
Embora possamos intuitivamente pensar que o perfume é uma maneira
certa de fazer as coisas cheirarem bem, evite perfumes ao redor da área
da vagina. Álcool e fragrâncias sintéticas do perfume podem piorar o
odor vaginal e perturbar o equilíbrio do PH. Sim, pode mascarar o
cheiro, mas isso é apenas temporário e definitivamente não vai fazer
você se sentir melhor a longo prazo.
Depila isso!
O suor causa odores e pêlos pubianos retêm o suor. Ao se depilar, a
chance de odor causado pelo suor é significativamente reduzida e, na
minha opinião, uma vagina depilada é visualmente mais limpa e atraente.
Higienize bebê!
Usar lenços umedecidos de bebê depois de cada ida ao banheiro. Eles
podem reduzir o trato urinário / infecções vaginais e são projetados
para serem suaves para a pele. Então mantenha alguns lenços umedecidos à
mão.
Coma!
Você sabia que os vegetarianos têm provado ter secreções de sabor
melhor do que comedores de carne?! É verdade que o que você come afeta o
sabor e o cheiro de lá. Experimente uma mistura de iogurte, amêndoas e
mel no café da manhã e você terá gosto de sobremesa. Também é bom ter
frutas ou legumes ricos em açúcares naturais; abacaxis, aipo, uvas
vermelhas, suco de cranberry, melancia e muita água deixarão suas
secreções com sabor doce e fresco. Geralmente, esses alimentos
funcionarão dentro de algumas horas de consumo, mas sugiro incluí-los
um dia antes ou, melhor ainda, torná-lo parte de sua dieta básica! Dizem
que comer doce também adoça a vagina.
Não coma!
Qualquer alimento que o deixe com peidos malcheirosos, mau hálito ou
xixi fedorento deve ser evitado, já que não é nada óbvio que alimentos
fedorentos e picantes façam com que você tenha um gosto bom
ali. Cerveja, café, comida picante e álcool tendem a azedar a vagina,
enquanto os aspargos, alho e cebola crua farão com que cheire
mal. Evite-os se você quiser fazer amor hoje.
Trate-se!
A infecção por fungos é uma causa de mau cheiro. Você precisará
tratar antes de começar a provar e cheirar bem lá embaixo. Um creme como
o Vagisil, que pode ser comprado em farmácias, pode eliminar o odor e a
coceira. Se é um problema persistente e você acha que é uma infecção
grave, é aconselhável consultar o seu médico.
Mergulhe!
Um antigo remédio para ter as vaginas saudáveis é molhar um
absorvente limpo em iogurte puro sem açúcar e depois inseri-lo na vagina
por uma hora. Combatendo os insalubres, as bactérias saudáveis do
iogurte ajudam a eliminar qualquer odor de peixe e
desagradável. Lembre-se de lavar bem a vagina depois de retirar o
tampão. Uma nota importante para lembrar – iogurte aromatizado ou
aqueles que contêm açúcar não deve ser usado com o risco de infecção por
fungos. Lavagem com vinagre de maçã usando o In-m, uma ducha descartável, também é um santo remédio.
Dedicado a você que adora chupar uma bem docinha…
Vagina cheirosa, lisa, limpa… e saudável?
Higiene íntima
Vagina cheirosa, lisa, limpa… e saudável?
“Tem cheiro de bacalhau”, “Fede a peixe podre”, “É nojenta”: quantas
vezes já não ouvimos essas frases a respeito da vagina? A relação das
mulheres com o próprio corpo nunca foi das melhores. Muitas mulheres se
incomodam com o odor e o corrimento e usam cada vez mais produtos para
disfarçá-los ou eliminá-los.
A maioria dos produtos de higiene íntima é voltada para o público
feminino. Existe um apelo para que a vagina se mantenha sempre cheirosa,
limpa e lisa. Em nome da “higiene”, as mulheres passaram a se preocupar
cada vez em deixar tudo sempre esterilizado. Para isso, elas utilizam
uma porção de produtos, que variam entre absorventes pequenos fora do
período menstrual, lenços umedecidos, sabonetes e cremes perfumados,
ducha portátil e até a depilação total da vagina (o nome que usamos é
virilha, mas há muito tempo não depilamos apenas a virilha). No entanto,
o uso de inúmeros desses produtos, ao contrário do que muitos pensam, é
prejudicial.
Primeiro é preciso explicar que o corrimento branco e diário é
normal. Ele é formado por secreções vaginais, suor e sebo, substâncias
produzidas na região genital que, aliadas aos micro-organismos naturais à
região, ajudam a protegê-la.
O excesso de limpeza altera o pH e a flora natural do órgão sexual,
deixando a mulher mais vulnerável a doenças. O uso de absorventes
diários prejudica a circulação de ar e abafa o ambiente, tornando-o
propício para a proliferação de fungos e bactérias. Outro problema é que
os sabonetes e produtos perfumados possuem muitos produtos químicos.
Além deles, a utilização de lenços agride a mucosa vaginal.
Algumas mulheres sofreram com o paradoxo: estar limpa e cheirosa X
enfrentar problemas. A estudante Beatriz conta que usou sabonete íntimo e
teve vários problemas de irritação. “Ele resseca muito a vagina e tira
suas secreções naturais. Aliado a isso, o combo sabonete íntimo +
alimentação ruim + calça jeans o dia inteiro + não se secar direito =
fungos e candidíase na certa”, conta. A estudante Amanda já usou
produtos de diversas marcas e todos aumentaram o corrimento.
Por que só mulheres?
A relação de homens e mulheres com seus órgãos sexuais é paradoxal.
Enquanto os homens se orgulham e têm muita intimidade com o pênis, as
mulheres seguem com vergonha.
Você já viu lencinhos umedecidos para pênis? Ou produtos de higiene
peniana nas prateleiras das farmácias? É reservada às mulheres a função
de estar sempre limpa, cheirosa e delicada.
Existe uma série de motivos que explicam essa “exigência”. Um deles é a má relação da mulher com o próprio corpo. A mulher não é ensinada a encarar seu corpo e seus odores como naturais. Essa
Existe uma série de motivos que explicam essa “exigência”. Um deles é a má relação da mulher com o próprio corpo. A mulher não é ensinada a encarar seu corpo e seus odores como naturais. Essa
falta de intimidade, alinhada a uma falta de conhecimento sobre as
secreções naturais, leva a mulher a enxergar odores e secreções como
problemas a serem resolvidos.
Em 2009, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) lançou um guia prático de conduta para a higiene genital feminina. Apesar de necessária por indicar os produtos corretos para a higiene e falar de algo muitas vezes deixado de lado na educação feminina, o documento reafirma o estereótipo de incômodo causado pelo cheiro do órgão. Em sua introdução, ele afirma: “A mulher, via de regra, sente-se insegura quanto à possibilidade de apresentar odores desagradáveis e fluxos genitais que, além de impregnar o ambiente, podem manchar
as vestes íntimas e as externas”. O texto demonstra a naturalização que essa preocupação feminina tem na sociedade.
Em 2009, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) lançou um guia prático de conduta para a higiene genital feminina. Apesar de necessária por indicar os produtos corretos para a higiene e falar de algo muitas vezes deixado de lado na educação feminina, o documento reafirma o estereótipo de incômodo causado pelo cheiro do órgão. Em sua introdução, ele afirma: “A mulher, via de regra, sente-se insegura quanto à possibilidade de apresentar odores desagradáveis e fluxos genitais que, além de impregnar o ambiente, podem manchar
as vestes íntimas e as externas”. O texto demonstra a naturalização que essa preocupação feminina tem na sociedade.
A educação sexual repressiva também é um dos motivos da
má-informação. É socialmente convencionado que a função sexual da mulher
é agradar o parceiro e ponto. Daí surge a preocupação com a
desaprovação do homem. A ideia de que a vagina é um órgão sujo e fedido,
e de que isso pode afastar os homens, acaba fazendo com que muitas
mulheres se preocupem excessivamente com isso.
Uma pesquisa da empresa SexWipes, realizada em São Paulo, revelou que
apenas 56% dos homens fazem sexo oral na parceira e, desses, 35% têm
nojo da vagina. E apenas alguns homens conversam sobe isso com suas
parceiras. “Nenhum homem reclamou diretamente, acho que eles têm
vergonha de falar sobre isso abertamente com as mulheres. Alguns fazem
através de piadas e comentários em rodas de amigos”, conta Amanda. Ela
diz começou a usar produtos de higiene íntima desde cedo. “Sempre quis
usar os produtos que saiam na propaganda pra TV, além de me incomodar
com o meu próprio cheiro”.
Outro motivo para esse uso é a correria. A mulher ganhou mais
parceiros sexuais. Além disso, ela também ganhou uma longa jornada de
trabalho fora de casa. Nessa rotina, para aguentar o dia todo
“cheirosinha”, ela utiliza lenços, absorventes, sabonetes e tudo que
garanta a higiene. É em nome da higiene que se reprime. Alguns desses
produtos prometem prevenir doenças sexuais e melhorar o sexo. É balela. A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) os classifica apenas
como higienizadores.
Saúde
A vagina é um ambiente quente e úmido e, por isso, propício a
infecções. O uso de produtos para higiene íntima é muito bem vindo
quando ajuda a mulher a evitar essas doenças. Segundo ginecologistas, o
uso do lenço uma vez ao dia não é prejudicial. E o sabonete ideal é o
neutro, que mantém o pH entre 3,5 e 4,5 considerado o ideal. É
importante lembrar que a limpeza não deve ser feita internamente.
Existe sim a secreção não natural e prejudicial à saúde da mulher,
mas ela é bem diferente da que temos diariamente. Os sintomas que
indicam problemas e infecções são os seguintes: corrimento amarelo,
coceira, ardência e odor forte. Quando esses sintomas aparecem, não
devemos disfarçar o cheiro para não desagradar às pessoas. Eles são
sintomas de que há algo errado e é preciso procurar um médico e um
tratamento.
Por isso, o autoconhecimento é necessário. Quando as mulheres
conhecem o cheiro e as secreções naturais da vagina, elas saberão quando
algo estiver errado.
Por Thaís Matos – Lado M
Como Preparar o Café da Manhã com a Sua Vagina
Como Preparar o Café da Manhã com a Sua Vagina
Iogurte feito com secreções vaginais se parece muito com o popular iogurte caseiro, como esse da foto.
A
ideia surgiu quando uma amiga e eu conversávamos sobre as propriedades
probióticas da vagina. "Por que existe um livro cheio de receitas feitas
com porra e NADINHA no Google sobre cultivar líquido vaginal?",
ela escreveu em uma mensagem para mim e algumas outras amigas.
Logo, sob o olhar reprovador do espírito de Julia Child, ela pegou uma colher, uma panela, um termômetro para doces e deu início a jornada para fazer iogurte a partir da sua vagina – o que há de mais radical em termos de culinária local.
Cecilia
Westbrook além de ser amiga pessoal minha, é médica/estudante de PhD da
Universidade do Wisconsin. Já tínhamos feito piadas sobre a
possibilidade de fazer iogurte a partir de secreções vaginais – piadas
previsíveis sobre os benefícios dietéticos de se comer buceta, sobre
chamar o produto de 'Queefer' [queef' é como os americanos chamam o barulho feito pelo ar ao sair da vagina]
– mas então foi feita uma rápida busca no Google e: nada. Nem mesmo na
literatura médica. A curiosidade bateu forte, e Westbrook se dedicou a
pesquisar a coisa seriamente. Que escolha ela teria se não experimentar
consigo mesma?
Toda vagina é lar de centenas de diferentes tipos de bactéria e organismos. Estes organismos – conhecidos como comunidade vaginal – produzem ácido lático, peróxido de hidrogênio e demais substâncias que mantém a vagina saudável. A bactéria dominante chama-se lactobacilo, que por acaso é a mesma utilizada na fabricação de leite, queijo e iogurte.
Mas Westbrook não fez seu próprio iogurte só pra poder fazer piadas incríveis. E certamente não foi porque ela estava com fome. Ela conhecia o bastante a química vaginal para saber que comer um tanto de iogurte feito a partir de seus sucos-de-mulher lhe faria bem. Sério.
"Você
pode consumir probióticos oralmente e estas bactérias podem parar na
sua vagina", disse Larry Forney, microbiólogo da Universidade de Idaho.
"Assim sendo, a ideia toda de comer iogurte para tratar da vagina te faz
pensar 'Espera, tem alguma coisa errada com o encanamento aqui?', mas
de alguma forma a coisa funciona."
Teoricamente, ao menos. E o que poderia ser mais saudável do que retirar bactérias saudáveis da sua vagina, pensou Westbrook, e cultivar mais para ingerir posteriormente?
O "método de retirada" destas bactérias foi feito com uma colher de madeira. Ela determinou um controle positivo (feito com iogurte comprado mesmo como a cultura inicial) e um controle negativo (leite comum sem nenhum aditivo), e combinou seu ingrediente caseiro na terceira fornada de iogurte. Da noite para o dia, a mágica por trás da biologia rendeu uma tigela de responsa.
Sua primeira fornada de iogurte tinha um gosto azedo, pungente, e que quase formigava na língua. Ela o comparou a iogurte indiano, e comeu-o com alguns mirtilos.
Acabou que, no fim das contas, essa não é a melhor das ideias.
De acordo com Forney, "quando você pega secreções vaginais, não coleta só os lactobacilos. Você está pegando tudo". E é possível que, de um dia para o outro, ou de mulher para mulher, "o que você está usando no seu iogurte não seja mais dominado pelos lactobacilos e sim outra bactéria, as quais poderiam ser patogênicas", explicou.
Por
vezes este desequilíbrio pode causar infecções fúngicas e outras
coisinhas desagradáveis. Você não vai querer estes organismos no seu
café da manhã. Até mesmo uma vagina saudável abriga organismos que podem
ser problemáticos.
"É uma péssima ideia em linhas gerais", disse Forney. "Mas há um elemento aí que contem algum apelo: ela está usando bactérias da sua própria vagina."
Já que cada mulher tem um equilíbrio diferente entre bactérias e lactobacilos, os probióticos vaginais podem ter uma utilidade questionável. Agora se uma empresa ou universidade desenvolvessem probióticos personalizados para a flora microbial de cada vagina, seria bem mais eficaz do que o que encontramos no supermercado hoje, explicou Forney.
Os benefícios a saúde de ingerir seus próprios probióticos talvez não tenham sido tão diretos quanto Westbrook esperava, mas ao menos seu plano teve algum mérito. "Gosto do que ela faz em termos de princípios, mas é arriscado porque ela não sabe bem o que está fazendo e poderia acabar com um produto ruim", disse Forney.
O órgão responsável por alimentos e medicamentos dos EUA, a FDA, concorda. De acordo com Theresa Eisenman, assessora de imprensa do Centro de Segurança Alimentar e Nutrição Aplicada da FDA, "secreções vaginais não são consideradas 'alimento' e podem transmitir doenças humanas, um produto alimentício que contem secreções vaginais ou demais fluidos corporais é tido como adulterado".
Em
outras palavras, assim como leite cru e alguns queijos fedorentos, você
não encontrará o "Iogurte grego da Ceci" à venda logo.
Westbrook já tinha feito sua segunda fornada de iogurte ao saber que ninguém deveria usar coisas da sua vagina para fazer iogurte. Mas apesar da desaprovação de todos, de Forney à FDA, ela está bem. E não fará mais isso.
"De certa forma, é tão óbvio. Tipo, claro que você pode fazer iogurte com base na sua flora natural. Mas quem faria isso?", disse Westbrook. "É claro que a feminista dentro de mim quer falar algo sobre como há beleza no ato de ligar seu corpo ao que você come e explorar os poderes que a vagina tem. Parte disso é um lance meio hippie místico e tal, mas também tem a ver com se sentir à vontade com seu próprio corpo, especialmente em uma cultura que parece tão desconfortável com o corpo feminino."
Independente disso, Westbrook disse que sua segunda fornada estava ainda mais azeda, semelhante ao gosto de leite quase estragado – prova de que, infelizmente, comer iogurte feito com secreções vaginais não é o mesmo que comer buceta de verdade.
Tradução: Thiago "Índio" Silva
Logo, sob o olhar reprovador do espírito de Julia Child, ela pegou uma colher, uma panela, um termômetro para doces e deu início a jornada para fazer iogurte a partir da sua vagina – o que há de mais radical em termos de culinária local.
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Toda vagina é lar de centenas de diferentes tipos de bactéria e organismos. Estes organismos – conhecidos como comunidade vaginal – produzem ácido lático, peróxido de hidrogênio e demais substâncias que mantém a vagina saudável. A bactéria dominante chama-se lactobacilo, que por acaso é a mesma utilizada na fabricação de leite, queijo e iogurte.
Mas Westbrook não fez seu próprio iogurte só pra poder fazer piadas incríveis. E certamente não foi porque ela estava com fome. Ela conhecia o bastante a química vaginal para saber que comer um tanto de iogurte feito a partir de seus sucos-de-mulher lhe faria bem. Sério.
Sua primeira fornada de
iogurte tinha um gosto azedo, pungente, e que quase formigava na língua.
Ela o comparou a iogurte indiano, e comeu-o com alguns mirtilos.
A
razão eram bactérias probióticas que, quando ingeridas, podem ajudar a
manter nossos intestinos saudáveis. Você com certeza já viu anúncios de
iogurtes que supostamente fazem bem para sua digestão. Mas existem
probióticos específicos para a vagina à venda também, que afirmam
mantê-la saudável ao certificar que existam mais das "boas" bactérias do
que das ruins lá embaixo.Teoricamente, ao menos. E o que poderia ser mais saudável do que retirar bactérias saudáveis da sua vagina, pensou Westbrook, e cultivar mais para ingerir posteriormente?
O "método de retirada" destas bactérias foi feito com uma colher de madeira. Ela determinou um controle positivo (feito com iogurte comprado mesmo como a cultura inicial) e um controle negativo (leite comum sem nenhum aditivo), e combinou seu ingrediente caseiro na terceira fornada de iogurte. Da noite para o dia, a mágica por trás da biologia rendeu uma tigela de responsa.
Sua primeira fornada de iogurte tinha um gosto azedo, pungente, e que quase formigava na língua. Ela o comparou a iogurte indiano, e comeu-o com alguns mirtilos.
Acabou que, no fim das contas, essa não é a melhor das ideias.
De acordo com Forney, "quando você pega secreções vaginais, não coleta só os lactobacilos. Você está pegando tudo". E é possível que, de um dia para o outro, ou de mulher para mulher, "o que você está usando no seu iogurte não seja mais dominado pelos lactobacilos e sim outra bactéria, as quais poderiam ser patogênicas", explicou.
"É uma péssima ideia em linhas gerais", disse Forney. "Mas há um elemento aí que contem algum apelo: ela está usando bactérias da sua própria vagina."
Já que cada mulher tem um equilíbrio diferente entre bactérias e lactobacilos, os probióticos vaginais podem ter uma utilidade questionável. Agora se uma empresa ou universidade desenvolvessem probióticos personalizados para a flora microbial de cada vagina, seria bem mais eficaz do que o que encontramos no supermercado hoje, explicou Forney.
Os benefícios a saúde de ingerir seus próprios probióticos talvez não tenham sido tão diretos quanto Westbrook esperava, mas ao menos seu plano teve algum mérito. "Gosto do que ela faz em termos de princípios, mas é arriscado porque ela não sabe bem o que está fazendo e poderia acabar com um produto ruim", disse Forney.
O órgão responsável por alimentos e medicamentos dos EUA, a FDA, concorda. De acordo com Theresa Eisenman, assessora de imprensa do Centro de Segurança Alimentar e Nutrição Aplicada da FDA, "secreções vaginais não são consideradas 'alimento' e podem transmitir doenças humanas, um produto alimentício que contem secreções vaginais ou demais fluidos corporais é tido como adulterado".
Westbrook já tinha feito sua segunda fornada de iogurte ao saber que ninguém deveria usar coisas da sua vagina para fazer iogurte. Mas apesar da desaprovação de todos, de Forney à FDA, ela está bem. E não fará mais isso.
"De certa forma, é tão óbvio. Tipo, claro que você pode fazer iogurte com base na sua flora natural. Mas quem faria isso?", disse Westbrook. "É claro que a feminista dentro de mim quer falar algo sobre como há beleza no ato de ligar seu corpo ao que você come e explorar os poderes que a vagina tem. Parte disso é um lance meio hippie místico e tal, mas também tem a ver com se sentir à vontade com seu próprio corpo, especialmente em uma cultura que parece tão desconfortável com o corpo feminino."
Independente disso, Westbrook disse que sua segunda fornada estava ainda mais azeda, semelhante ao gosto de leite quase estragado – prova de que, infelizmente, comer iogurte feito com secreções vaginais não é o mesmo que comer buceta de verdade.
Tradução: Thiago "Índio" Silva
A PESTE E O MEDO DO FIM (evangelhista da silva)
(evangelhista da silva)
Hoje é sábado e sabidamente poderia ser qualquer dia.
Menos um dia de domingo alegre e de alegrias cheio.
Um dia cheio de doces lembranças ainda que cinzentas.
E que a saudade, bisonha, amarga e triste fosse...
Amanhecera como que todos mortos estivessem
Apesar de que muitos aguardam na fila da incerteza.
Hoje estamos às portas do grande hospital Brasil
Observando o maior delírio deste Manicômio.
Um vento virótico disseminou a terra inteira!
Mudando hábitos e provocando assustadoras mortes.
Os doutos nada podem fazer para conter a ira
De um terrível minúsculo e multiplicador veneno.
E em um triste e tenebroso adeus os corpos tombam.
Desta vez não através de guerras, e bombas, e tiros.
Os covardes tremem de medo e cinicamente 'oram'.
Não por serem bons mas por serem vencidos em seu ódio.
É a patologia da ira sobre as grandes nações imperialistas.
É a Lei de causas e efeitos resplandecendo em cores e luz.
Fazendo ver aos residentes temporários que tudo passa.
E assim, impotentes, em pânico se desesperam e morrem.
Santo Antônio de Jesus, 04/04/2020, às 11 h 05 min
sexta-feira, 3 de abril de 2020
O poço e os presídios
O poço e os presídios
- Artigos Crime, Arte e Literatura
- Maria Carolina de Jesus Ramos
- 3 de abril de 2020
O poço e os presídios
O terror espanhol “O poço”,
disponível no serviço de streaming Netflix, chamou a atenção de público e
crítica, com muitas teorias e possíveis interpretações.
A estória se passa em um presídio
vertical, chamado de “O poço”. Nesse bizarro experimento social, dois
prisioneiros dividem cada andar. Não há qualquer conforto nas celas.
Cada prisioneiro pode escolher levar um objeto. O protagonista escolhe o
clássico espanhol “Dom Quixote”, uma metáfora das atitudes do
personagem ao longo da estória.
A comida começa a ser servida em uma
bandeja que transita pelos andares em um elevador. A refeição começa no
primeiro andar com um fausto banquete, com vinhos, muitos pratos e
sobremesa. À medida que a bandeja vai descendo os andares, cada um é
obrigado pela fome a se servir dos restos dos outros. Nos últimos
andares, pouco ou nada resta, levando os prisioneiros ao assassinato e
ao canibalismo. Corpos apodrecem à vista de todos.
Embora a interpretação mais correta
seja de que o filme é uma representação da sociedade moderna, a
realidade abordada não fica longe dos presídios ao redor do mundo. A
falência do sistema prisional
moderno tem suas particularidades em cada país. No Brasil, eventos como
o massacre de Carandiru e a tragédia de Pedrinhas mostram que o terror é
cotidiano nos presídios brasileiros:
Eu fecho os olhos e a imagem que me vem na cabeça é a de vários corpos estendidos no chão, alguns abertos, outro sem cabeça. A gente suporta ver porque não tem jeito mesmo, mas foi um negócio feio. Raimundo Nonato Pires, 56, foi preso por tráfico de drogas em 2013, mesmo ano em que o Complexo Penitenciário São Luís, conhecido como Pedrinhas, chegou ao seu auge de violência com rebeliões e 64 mortos. (Disponível aqui).
Embora seja signatário de muitos tratados internacionais de Direitos Humanos, o país não se esforça para trazê-los à prática:
O Brasil é sujeito ativo de muitas violações de direitos humanos, ou seja, é autor de muitos ilícitos internacionais humanitários (…). Seja em razão da violência dos seus próprios agentes, seja por força de sua omissão, certo é que o Estado brasileiro já começou a responder por esses ilícitos. As primeiras ‘denúncias’ junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (em Washington) (casos do presídio Urso Branco em Rondônia, assassinatos de crianças e adolescentes no Rio de Janeiro, Febem de São Paulo etc.) bem revelam o quanto a tutela interna dos direitos humanos está defasada. (BIANCHINI, GOMES, MOLINA, 2007, pg. 316).
O caso Urso Branco não fica nada a dever a filmes de terror:
O escrito de 7 de abril de 2004 e seus anexos, mediante o qual os peticionários das medidas apresentaram suas observações ao quinto relatório do Estado (supra visto 11). O escrito de 20 de abril de 2004 e seus anexos, mediante os quais a Comissão informou que “tem recrudescido a situação de extrema gravidade na Penitenciária Urso Branco”. A Comissão apresentou como anexo um escrito dos peticionários, e indicou que “segundo informado por referida comunicação, nos últimos dias vários internos da Penitenciária Urso Branco tem sido assassinados, alguns deles publicamente; foram produzidos esquartejamentos de cadáveres, e pedaços destes foram lançados contra autoridades e pessoas presentes no lugar; e aparentemente há mais de 170 pessoas como reféns em referida penitenciária, tudo isso relacionado a um motim que se teria produzido no local”. Em razão do anterior, a Comissão solicitou à Corte que “adote todas as medidas urgentes que considere adequadas para impulsionar o cumprimento das medidas provisórias […]”. Ademais, no escrito dos peticionários aportado como anexo pela Comissão, está indicado que no domingo 18 de abril de 2004 se deu um amotinamento na penitenciária, dia no qual se realizava as visitas aos reclusos e que estes “não permitiram que os familiares saíssem após o horário de visitas. ( In RESOLUÇÃO DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS DE 7 DE JULHO DE 2004; MEDIDAS PROVISÓRIAS A RESPEITO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL; CASO DA PENITENCIÁRIA URSO BRANCO).
Mudar essa pavorosa realidade é
responsabilidade conjunta do Judiciário e Executivo, independentemente
de ideologia política. Do contrário, o Brasil continuará colecionando
condenações na Corte Interamericana de Direitos Humanos.
REFERÊNCIAS
GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal,
vol. 01: Introdução e Princípios Fundamentais/Luiz Flávio Gomes; Antônio
García-Pablos de Molina; Alice Bianchini. São Paulo – Editora Revista
dos Tribunais, 2007.
PITOMBO, João Pedro. Anos após
decapitações, Pedrinhas tem estrutura melhor, mas continua lotado.
Reportagem publicada na Folha de São Paulo em 19/08/2019. Disponível aqui.
quinta-feira, 2 de abril de 2020
terça-feira, 31 de março de 2020
segunda-feira, 30 de março de 2020
Camus nos tempos do Coronavírus
Por Alain de Botton
(escritor e filósofo)
THE NEW YORK TIMES -19 de março de 2020
"Camus nos tempos do Coronavírus"
Camus nos lembra que o sofrimento é aleatório, o que é a coisa mais gentil que se pode dizer sobre isso.
Autor nos toca, em nossos tempos atuais, não porque é um vidente, mas porque avalia corretamente a natureza humana.
Para ele a peste está dentro de todos e ninguém é imune.
Em janeiro de 1941, Albert Camus começou a escrever uma história sobre
um vírus que se propaga incontrolavelmente de animais para humanos e
acaba destruindo metade da população de “uma cidade comum” chamada Orã,
na costa argelina. “A Peste”, publicado em 1947, é descrito
frequentemente como o maior romance europeu do pós-Guerra.
Um
clima de normalidade estranha paira no ar quando o livro começa. Os
habitantes da cidade levam vidas ocupadas, voltadas ao dinheiro e
distantes da natureza. E então o horror tem início, no ritmo de um livro
de suspense. O narrador, doutor Rieux, se depara com um rato morto.
Depois outro e mais outro. Em pouco tempo a epidemia toma conta de Orã. A
doença é transmitida de cidadão para cidadão, espalhando o pânico em
todas as ruas.
Para escrever o livro, Camus mergulhou fundo na
história das pestes. Ele leu sobre a Peste Negra, que dizimou estimados
50 milhões de pessoas na Europa no século 14, sobre a peste italiana de
1630, que fez 280 mil mortos nas planícies da Lombardia e do Vêneto,
sobre a grande praga de Londres, em 1665, e sobre as pestes que
devastaram cidades do litoral da China nos séculos 18 e 19.
Camus
não escreveu sobre uma peste em particular, e seu livro tampouco foi
apenas, como já foi sugerido, uma história metafórica sobre a ocupação
nazista da França. Ele se interessou pelo tema porque pensava que os
incidentes históricos reais aos quais chamamos pestes não passam de
concentrações de uma precondição universal, instâncias dramáticas de uma
regra perpétua —que todos os seres humanos correm o risco de ser
exterminados aleatoriamente a qualquer momento, por um vírus, um
acidente ou as ações de nosso próximo.
Os moradores de Orã se
negam a aceitar a situação. Mesmo quando um quarto da cidade está
morrendo, eles não param de imaginar razões por que isso não vai
acontecer com eles. São pessoas modernas, com telefones, aviões e
jornais. Com certeza não vão morrer como os miseráveis de Londres no
século 17 ou
Cantão no século 18.
“É impossível que seja a peste
—todos sabem que ela desapareceu do Ocidente”, fala um personagem.
“Sim, todos sabiam disso”, acrescenta Camus, “exceto os mortos”.
Segundo Camus, quando se trata de morrer, não existe progresso na
história, não há como escaparmos de nossa fragilidade. Estar vivos
sempre foi e sempre será uma emergência; é uma “condição subjacente”
verdadeiramente inescapável. Com ou sem peste, a peste sempre está
presente, se o que queremos dizer com isso é a suscetibilidade à morte
súbita, um evento que pode tornar nossas vidas instantaneamente sem
sentido.
Foi isso que Camus quis dizer quando falou do “absurdo”
da vida. Reconhecer esse absurdo não deve nos levar ao desespero, mas à
redenção tragicômica, um abrandamento do coração, um afastar-se do
julgamento e da moralização, aproximando-nos da alegria e gratidão.
“A Peste” não quer nos incutir pânico, porque o pânico sugere uma
condição perigosa, mas de curto prazo, da qual poderemos com o tempo nos
safar, voltando à segurança. Mas nunca pode haver segurança — e é por
isso que, para Camus, devemos amar os outros seres humanos, condenados
como nós, e trabalhar, sem esperança e sem desespero, pelo alívio do
sofrimento. A vida é uma unidade de cuidados paliativos, nunca um
hospital.
No auge do contágio, quando 500 pessoas por semana
estão morrendo, um padre católico chamado Paneloux faz um sermão que
explica a peste como sendo o castigo enviado por Deus pela depravação
humana. Mas Rieux, o médico, acompanhou uma criança morrendo e sabe que a
verdade é outra —o sofrimento é distribuído aleatoriamente, ele não faz
sentido, é simplesmente absurdo, e essa é a coisa mais gentil que se
pode dizer sobre ele.
O médico trabalha incansavelmente para
reduzir o sofrimento daqueles que o cercam. Mas ele não é herói. “Isto
tudo não diz respeito a heroísmo”, fala Rieux. “Pode parecer uma ideia
ridícula, mas a única maneira de combater a peste é com decência.” Outro
personagem pergunta o que é decência. “Fazer meu trabalho”, responde o
médico.
Finalmente, depois de mais de um ano, a peste perde
força. Os habitantes da cidade festejam. O sofrimento acabou. As coisas
podem voltar ao normal. Mas Rieux “sabia que esta crônica não podia ser
uma história de vitória definitiva”, escreve Camus. “Só podia ser um
registro do que precisava ser feito e do que, sem dúvida, teria de ser
feito novamente contra esse terror.” A peste, ele prossegue, “não morre
nem desaparece nunca”; ela “aguarda com paciência nos quartos, nas
adegas, nas malas, nos lenços e nos papéis” pelo dia em que novamente
“acordará seus ratos para mandá-los morrer em alguma cidade feliz”.
Camus nos toca, em nossos tempos atuais, não porque é um vidente mágico
capaz de apreender o que os melhores epidemiologistas não podem, mas
porque avalia corretamente a natureza humana. Ele sabe, como nós não
sabemos, que “cada um de nós tem essa praga dentro de si, porque ninguém
no mundo está imune, ninguém”.
Tradução de Clara Allain
sexta-feira, 27 de março de 2020
Pesquisadores de Oxford projetam 478 mil mortes por covid-19 no Brasil
Pesquisadores de Oxford projetam 478 mil mortes por covid-19 no Brasil
O título acima pode ser uma
novidade para você e para a quase totalidade dos brasileiros, para os
quais ainda é difícil entender a pandemia de covid-19 e
sua dinâmica de disseminação. Não é para a comunidade científica. A
previsão consta de um estudo preliminar, publicado por pesquisadores da
Universidade de Oxford, na Inglaterra, no dia 14 de março.
Vários portais científicos o
reproduziram. Para preservar a necessária autenticidade, em prejuízo da
estética e em nome da absoluta transparência, segue o link onde ele foi publicado pela primeira vez na internet (em inglês): https://osf.io/fd4rh/?view_only=c2f00dfe3677493faa421fc2ea38e295
Embora
tenha caráter preliminar, o trabalho vem de um importante centro de
pesquisas, o Centro de Ciência Demográfica Leverhulme, ligado a uma
universidade de grande prestígio. Leva a assinatura de oito cientistas:
Jennifer Beam Dowd, Valentina Rotondi, Liliana Andriano, David M.
Brazel, Per Block, Xuejie Ding, Yan Liu e Melinda C. Mills.
Leia mais
O nome da primeira
delas, Jennifer Beam Dowd, mais a palavra "coronavirus", sem acento
conforme exige a grafia inglesa, gerava no Google, às 15h desta quinta-feira (26), 687 mil resultados
O número de resultados cresce a cada dia, sinal de que talvez seja
uma tese digna de atenção. Ainda mais quando vem de uma universidade,
diga lá Wikipédia... não, não precisa entrar. Tá no Google o total de
prêmios Nobel e de primeiros-ministros britânicos que saíram de lá.
O estudo também foi citado em português, de modo discreto e inteligente, em esclarecedora reportagem da Piauí (dá um pulinho lá depois pra conferir). Se você ainda estiver aí, a gente segue porque agora começa a parte mais interessante.
O Congresso em Foco teve acesso ao estudo na mesma data em que foi publicado. Ou seja, dois dias depois de a nossa equipe entrar em regime de auto-quarentena.
Optou por não publicar para não causar pânico. A decisão derivou do
aprendizado internacional. Em situações de pandemia, o que se espera de
um veículo de comunicação com o mínimo de responsabilidade social é
colaborar com as autoridades de saúde em nome do bem comum. Não se trata
de autocensura. Mas de evitar a disseminação da doença em escala global
(que é o que define uma pandemia) e todas as consequências possíveis:
internações hospitalares, óbitos, quebra de empresas, desemprego,
desespero, fome, saques, revolta. Pandemia é coisa feia. Uma pesquisa
banal em fontes públicas é suficiente para fazer você perder uma noite
de sono.
Deixamos a íntegra disponível em nosso ambiente e
repassamos o documento ao Ministério da Saúde, na esperança de obter
explicações tranquilizadoras e de informações que nos ajudassem a
conhecer melhor o assunto e cobrir os efeitos da pandemia no país
informando ao máximo, com o menor prejuízo possível a quem mais importa
nessa hora, a galera da linha de frente da batalha: médicos, outros
profissionais de saúde e os gestores da crise nos diferentes órgãos
públicos envolvidos, com papel preponderante do Ministério da Saúde.
Constrangido várias vezes de público pelo presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta,
era naquele momento um pêndulo importante da estabilidade
político-institucional. Recebeu apoio dos presidentes da Câmara, do
Senado e do Supremo Tribunal Federal para adotar as medidas técnicas
necessárias, deixando de lado Bolsonaro, que perdeu a interlocução com os governadores,
o Congresso, os principais grupos de comunicação e é, de modo
crescente, questionado dentro de um território onde até aqui ainda reina
com segurança, a Procuradoria-Geral da República, à qual cabe propor investigação contra a autoridade máxima da nação.
A ordem, nos gabinetes mais
influentes do Legislativo, era grudar em Mandetta com o objetivo de
protegê-lo de Bolsonaro e evitar o pior. Para não ser acusado de omisso,
o Congresso em Foco usou o seu boletim de análise de cenários destinado a assinantes pagos, o Farol Político, para publicar informação de forma discreta, poucos dias antes da Piauí.
Aqui congelamos a cena. Se você
tiver um pouquinho de paciência, contamos a parte mais árida da história
- o estudo técnico - e voltamos para fechar com Mandetta e a decisão de
publicar o estudo.
No texto de Oxford (íntegra em inglês), que anexamos integralmente ao Farol Político da semana passada e enviamos a outras autoridades federais em busca de respostas, a contabilidade que fizeram Justus, o dono do Madero e o herdeiro do Giraffas ganhou outra dimensão: 478.629 mortes.
O estudo sustenta, como tantos outros, que o crescimento e o impacto da pandemia de covid-19 estão
relacionados com a composição etária da população. Mais velhos, mais
riscos. Essa é uma das razões para a Itália, um país rico, ter tido
muito mais óbitos do que a China. E mergulha na análise do que tem
acontecido até agora, na expansão da pandemia em cada país, enfatizando "a necessidade de compreender a dinâmica de interação de cada população com a pandemia agora e no futuro".
Ao fazer as projeções de expansão do
vírus, considerando as características de diferentes países, o estudo
trouxe preocupações específicas em relação ao Brasil. Após analisar as
taxas de disseminação e mortalidade do covid-19 em
várias nações, encontrou, no caso brasileiro, dois problemas: um
percentual relativamente alto de idosos e, ao contrário de China e
Europa, serviços de saúde precários.
Literalmente, afirma o estudo, numa tradução com alguma liberdade para adaptar:
"No Brasil, que tem 2,0% da
população com idade de 80 anos ou mais, o cenário estimulado conduz
dramaticamente a mais mortes (478.629), comparado a Nigéria (137.489),
onde a mesma fração etária é somente 0,2%."
O estudo também alertou para problemas nos registros de casos de covid-19:
"Neste momento, poucos países
estão divulgando rotineiramente dados de covid-19 com informação
demográfica chave, como idade, sexo e comorbidades".
Comorbidade ocorre quando duas ou
mais doenças estão correlacionadas entre si. No caso da presente
pandemia, é fundamental tratar de forma diferenciada os diabéticos,
hipertensos e portadores de doenças respiratórias (COPD em inglês, DPOC
em português). Ter esses dados poderia, sugerem os pesquisadores,
refinar muito o controle preventivo do covid-19.
Insiste o trabalho, por fim, que "a
concentração do risco de mortalidade nas faixas etárias mais velhas
permanece como um dos melhores instrumentos para prever o fardo de casos
críticos e assim o planejamento e a disponibilidade de leitos, pessoal
especializado e outros recursos".
Um dos gráficos do trabalho inclui o
Reino Unido e os Estados Unidos, para os quais os prognósticos são
também bastante preocupantes, e aponta na mesma direção: países com
população mais idosa deverão ter um total de mortes maior que países com
população mais jovem. O número total de mortes esperadas por grupo
etário baseou-se na expectativa de que 40% da população de cada país
seja infectada. No caso do Brasil, isso corresponderia a... se segura,
amiga e amigo, que a coisa é pesada... 83,6 milhões.
Outro ponto levantado, igualmente em
desfavor do Brasil: costumes familiares de muita proximidade física
propiciam o espalhamento da doença. Segundo os autores, esse é o caso da
Itália, onde existe contato físico direto e diário entre crianças,
pais, avós e vizinhos. E aqui acrescento eu, para sua melhor
compreensão: imagine então no caso da população brasileira, que em boa
parte vive em favelas e em aglomerações muito povoadas - sem falar dos
presídios e da nossa vocação para abraçar, beijar, pegar na mão.
Transcrevemos tudo o que recebemos do Ministério da Saúde sobre o estudo, no último dia 17:
"Com base na evolução dos casos
de coronavírus no Brasil, até o momento, estima-se que, sem a adoção das
medidas propostas pela pasta para prevenção, o número de casos da
doença dobre a cada três dias. O Ministério da Saúde trabalha com essa
projeção. A evolução dos casos e mortes depende de uma série de fatores.
As capitais Rio de Janeiro e São
Paulo já registram caso de transmissão comunitária, quando não é
identificada a origem da contaminação. Com isso, o país entra em uma
nova fase da estratégia brasileira, a de criar condições para diminuir
os danos que o vírus pode causar à população. Em videoconferência com
profissionais das Secretarias Estaduais de Saúde de todo o país, o
Ministério da Saúde anunciou, na última sexta-feira (13), recomendações
para evitar a disseminação da doença. As orientações deverão ser
adaptadas pelos gestores estaduais e municipais, de acordo com a
realidade local.
Atitudes adotadas no dia a dia,
como lavar as mãos e evitar aglomerações, reduzem o contágio pelo
coronavírus. O Ministério da Saúde recomenda a redução do contato social
o que, consequentemente, reduzirá as chances de transmissão do vírus,
que é alta se comparado a outros coronavírus do passado.
Não há uma regra única para todo o
país. Cada região deve avaliar com as autoridades locais o que se deve
fazer caso a caso. Neste momento, nós não temos o Brasil inteiro na
mesma situação, por isso é importante analisar o cenário de casos e
possíveis riscos.
As medidas gerais válidas, a
partir desta sexta-feira (13), a todos os estados brasileiros, incluem o
reforço da prevenção individual com a etiqueta respiratória (como
cobrir a boca com o antebraço ou lenço descartável ao tossir e
espirrar), o isolamento domiciliar ou hospitalar de pessoas com sintomas
da doença por até 14 dias, além da recomendação para que pacientes com
casos leves procurem os postos de saúde. As unidades de saúde, públicas e
privadas, deverão iniciar, a partir da próxima semana, a triagem rápida
para reduzir o tempo de espera no atendimento e consequentemente a
possibilidade de transmissão dentro das unidades de saúde.”
É muito pouco. Não perca tempo com
debates científicos sobre “isolamento horizontal” (isto é, fica todo
mundo em casa) ou “isolamento vertical” (confinamento apenas de
populações vulneráveis). Só existe uma receita tecnicamente segura
contra o covid-19:
ficar em casa. Claro que trabalhadores de atividades essenciais
precisam manter em funcionamento os serviços de saúde, a segurança
pública, o abastecimento de atividades essenciais, mas isso precisa
respeitar protocolos que, de modo geral, o Ministério da Saúde tem sido
incapaz de divulgar e coordenar.
A
desinformação prevalece e as pessoas recebem orientações
desencontradas: o governador fala uma coisa, o prefeito outra e o
presidente é objeto de notícia-crime, pelo“histórico das reiteradas e irresponsáveis declarações” sobre o tema.
A pessoa, principalmente a mais
simples, fica sem saber o que fazer. E Bolsonaro tenta convencê-la de
que a culpa é dos governadores, que prejudicam a economia e fabricam o
caos. Mestre das narrativas, ainda convence muita gente.
A ciência não está do lado dele,
contudo. Os governadores (nem todos, porque alguns vão muito mal) estão,
de modo geral, aplicando o que se sabe para reduzir os danos das falas
presidenciais, da descoordenação do Ministério da Saúde e de problemas
que muitos estados e cidades enfrentam na ponta: faltam testes, leitos,
pessoal e, sobretudo, informação.
Alerta – no caso de diabéticos,
hipertensos, portadores de doenças respiratórias e idosos de 80 anos ou
mais, é insuficiente fazer quarentena. Essa permite uma eventual – mas
rara – saída controlada, mantendo distância mínima de um metro em
relação a outra pessoa, evitando qualquer contato da mão com objetos
compartilhados e adotando outras providências.
Para os grupos mais vulneráveis, o
recomendável é isolamento total: desinfectar toda casa com álcool 70
(chão, paredes, móveis), não sair para nada e adotar outras medidas que,
num modelo bem mais rígido que o prescrito pelo Ministério da Saúde, o Congresso em Foco descreveu aqui.
Muito há a descobrir sobre a
pandemia, muito mais poderíamos falar sobre essa parte mais técnica, mas
precisamos voltar a Mandetta.
De
modo breve: Mandetta capitulou. Apoiado pelo Supremo e por praticamente
todo o Congresso (esquerda, direita e centro), encampou o discurso de
Bolsonaro, que resolveu subir no tom contra os governadores e a mídia e
mandar as crianças brasileiras para escolas infectadas.
Infelizmente, ainda há muita coisa a
contar. Deixamos para o próximo capítulo as razões que nos levaram à
decisão de publicar no título acima uma informação pública que o Congresso em Foco jamais gostaria de ver nesta página.
Enquanto isso, em Brasília por
exemplo, o transporte público continua a funcionar, os casos se avolumam
e se ouve o barulho do relógio...
TIC TAC TIC TAC TIC TAC TIC TAC
Quais são as doenças transmissíveis no sexo entre duas mulheres?
Quais são as doenças transmissíveis no sexo entre duas mulheres?
Spoiler: todas. Depois que a nossa repórter, lésbica, ouviu de uma médica que não precisava de alguns exames ginecológicos porque não havia feito sexo com homens, ela resolveu investigar. E encontrou um mar de informações erradas.
Por Steph Minucci e Beatriz Novaes
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29 maio 2018, 12h02 - Publicado em 22 maio 2018, 16h25
Tudo começou quando eu fui fazer um exame chamado colposcopia,
indicado para detectar câncer de colo de útero e alterações causadas
pelo HPV. Quem pediu o procedimento foi a minha ginecologista, que sabe
que eu nunca transei com homens, e que queria garantir que eu não
estivesse com alguma infecção não diagnosticada. Até aí, tudo certo. Na
hora de fazer o exame, porém, a médica que ia realizar a colposcopia me
perguntou se eu já havia tido relações sexuais. Eu respondi que sim – e
recebi um olhar de desconfiança em troca. “Hm, mas com quem?”, ela
perguntou. “Só com mulheres”, disse.
Ela não fez o exame. Disse que o procedimento era só pra
quem “tinha feito sexo” e que “HPV é uma doença que pega no sexo”.
Fiquei sem saber o que dizer. Eu fazia sexo, ué. Vi que ela não sabia
absolutamente nada sobre relações entre mulheres – e desconfiei de sua
resposta: já havia lido que o HPV é muito comum entre lésbicas, por
exemplo. Saí do consultório perplexa e cheia de perguntas.
Fomos investigar e descobrimos como é difícil encontrar informação
sobre o assunto. Por isso, eis aqui 5 perguntas práticas para entender o
sexo entre mulheres – para ninguém mais passar perrengue na hora H e
ter muito prazer, com segurança e sem estresse.
1 – Mas afinal, sexo entre mulheres é sexo?
Claro que é. São duas pessoas tendo
prazer juntas, independente da orientação sexual de cada uma (lésbica,
bissexual ou qualquer outro tipo de classificação com o qual se
identifique). E esse prazer pode vir de várias formas, seja no oral, na
penetração digital (com os dedos), no tribadismo (vagina com vagina, a
famosa “tesourinha”), usando brinquedos sexuais… As possibilidades são
muitas. Basta sentir vontade, ter consentimento e fazer.
2 – Quais são as ISTs que podem ser transmitidas durante o sexo entre duas mulheres?
O sexo entre duas mulheres não difere
de nenhum outro nesse quesito: qualquer IST pode ser transmitida durante
uma relação sexual se você não estiver se protegendo. Estamos falando
de: herpes, sífilis, gonorreia, clamídia, HIV e – ao contrário do que me
disse a médica – HPV.
3 – Por que agora as DSTs são chamadas de ISTs?
As ISTs (Infecções Sexualmente
Transmissíveis) são infecções transmitidas principalmente pelo contato
sexual sem o uso de um método preventivo. São causadas majoritariamente
por bactérias, vírus ou fungos que podem se instalar na vagina, ânus ou
boca. A transmissão ocorre no contato de mucosas com esses
microorganismos (que podem estar no sangue, na pele, nas mucosa dos
genitais, nas secreções vaginais etc). A mudança na nomenclatura foi
feita porque o termo “doença” pressupõe sintomas e sinais visíveis no
corpo, enquanto “infecções” é mais adequado já que várias dessas
disfunções podem não apresentar sintomas.
4 – Como me proteger no sexo com mulheres?
A verdade é que não há um método
ideal, que funcione 100% e que seja prático de usar. Todas as opções não
passam de um quebra-galho. Na hora de compartilhar acessório ou fazer a
penetração digital dá pra usar a camisinha masculina (envolto no
acessório/dedo) ou feminina (dentro da vagina), porque isso evita o
contato com as secreções vaginais.
Mas a grande dificuldade mesmo está no
sexo oral – também é preciso usar uma barreira para se proteger. Uma
opção é pegar uma camisinha (masculina ou feminina) e recortar, tirando
aquele anel e fazendo um pequeno lençol. Dá para fazer o mesmo com uma
luva descartável – você corta os dedos, abre e faz um lençol também.
Outra alternativa pouco conhecida é o dental dam,
que é um pequeno lençol de borracha tradicionalmente utilizado por
dentistas, e que serve como uma barreira protetora. É difícil, porém,
encontrá-lo.
Mas aí vem o verdadeiro problema.
Todas essas opções não são práticas ou ~sensuais~: na hora do oral a
menina teria que segurar o lençol enquanto faz o sexo – e isso restringe
a posição, além de ficar escapando. “A verdade é que essa é uma prevenção muito difícil”, comenta a ginecologista e obstetra Márcia Borrelli. Algumas mulheres usam papel filme, mas não existem estudos científicos que comprovem a sua eficiência. “O
grande motivo de não se usar nenhuma dessas alternativas é esse
desconforto, é tudo pouco atrativo. É preciso pensar seriamente sobre
alguma forma mais atrativa que possibilite sexo oral entre mulheres”,
inclui o médico e especialista em saúde pública Valdir Monteiro Pinto.
Mesmo na posição “tesourinha” não existe nada que proteja. “Quando
se trata de proteção, tudo pras mulheres que fazem sexo com mulheres é
meio adaptado, infelizmente não existe nada feito especificamente pra
elas, é meio nisso de ‘o que temos pra hoje’.”, completa Valdir.
5 – Existe alguma ligação entre período menstrual e transmissão de ISTs?
Sim. O fluido menstrual é um meio de cultura para o crescimento de bactérias – ou seja, está cheio delas. Os
métodos de prevenção, porém, são os mesmos, independente de a menina
estar menstruada ou não. Outra coisa para se ter em mente é sobre a
escovação de dentes. Existe o mito de que limpar os dentes antes de
fazer sexo oral pode evitar doenças – mas o efeito pode ser exatamente o
oposto. “Escovar os dentes, pode machucar a gengiva e causar alguma ferida. Então o ideal para fazer sexo oral é esperar um tempo depois da escovação, e não fazer logo em seguida”, explica a ginecologista Márcia Borrelli.
PEQUENO GUIA PRÁTICO DE ISTs ENTRE MULHERES
Não dá para confiar apenas nos sintomas para saber se você está
com alguma infecção ou não. Os tempos de incubação de cada doença variam
muito, por isso é importante sempre fazer os exames médicos.
Infecções causadas por bactérias:
- Causam corrimento:
- Gonorréia e clamídia: infecções que acometem principalmente o colo do útero, causam secreção e dor no pé da barriga durante a relação sexual.
- Vaginose bacteriana: a vaginose é um desequilíbrio da flora vaginal que causa um corrimento mais acinzentado com mau cheiro, que se acentua perto da menstruação. Não é considerada uma IST.
- Causam ferida
- Sífilis: causada por uma bactéria, a infecção começa com o cancro duro (uma feridinha que aparece onde a bactéria entrou – boca, vagina, ânus) e em grande parte das vezes a mulher não percebe sua existência porque essa ferida não coça, não sangra, não dói e desaparece com ou sem tratamento, mas não significa cura.
Infecções causadas por vírus:
- Herpes: é uma das infecções mais comuns, visto que 90% da população já entrou em contato com o vírus segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, podendo ou não desenvolver a doença. São pequenas bolhas que se juntam e rompem formando uma ferida que, diferentemente da sífilis, dói bastante e coça. A transmissão do vírus só ocorre enquanto há lesão (lembrando que ela pode não ser aparente).
- HPV: existem diversas variações deste vírus, algumas que podem causar verrugas genitais e outras que podem levar a alguns tipos de câncer. Por ser uma infecção que usualmente não causa nenhum sintoma aparente, sua prevenção é de extrema importância, e deve ser feita por meio de vacinas e do exame Papanicolau (que mede a alteração das células do colo do útero). Inclusive por lésbicas, sim.
- HIV: não possui sintomas até que a infecção evolua ao longo do tempo debilitando a imunidade do portador, abrindo a porta para doenças oportunistas – que é o que chamamos de AIDS.
Infecções causadas por fungos:
- Cândida albicans: causa a candidíase vaginal. Se manifesta através de coceira, vermelhidão, inchaço, corrimento esbranquiçado (parecida com leite talhado) e dor ou queimação ao urinar. A candidíase não é considerada uma IST.
Infecções causadas por protozoários:
- Trichomonas: causador da tricomoníase, que pode causar ardência e/ou um corrimento verde bolhoso.
Fontes para a reportagem: Valdir
Monteiro Pinto, interlocutor de DSTs da Secretaria de Estado da Saúde
de São Paulo e do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal
de Saúde de São Paulo; Márcia Borrelli, médica, ginecologista e obstetra.
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