Pior do coronavírus 'está por vir' em países em guerra, diz secretário-geral da ONU
03/04/2020 13h07
Nações
Unidas, Estados Unidos, 3 Abr 2020 (AFP) - Nos países em conflito, "o
pior ainda está por vir" na crise do coronavírus, alertou o
secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta sexta-feira (3).
"Existe
uma oportunidade para a paz, mas ainda está longe. A necessidade é
urgente. A tempestade da COVID-19 agora atinge todos os cenários de
conflito", disse o diplomata, apresentando um relatório sobre os avanços
realizados desde 23 de março, quando pediu cessar-fogo nos países em
guerra.
"O vírus mostrou até que ponto pode atravessar
fronteiras rapidamente, devastar países e transformar vidas. O pior
ainda está por vir", disse Guterres.
Segundo ele, "um grande
número de envolvidos em conflitos" se mostrou disposto a interromper os
combates nos "Camarões, na República Centro-Africana, na Colômbia, na
Líbia, em Mianmar, nas Filipinas, no Sudão do Sul, no Sudão, na Síria,
na Ucrânia e no Iêmen".
"Mas
há uma enorme diferença entre as declarações e as ações - transformar
as palavras em paz no terreno e na vida das pessoas", declarou,
lamentando situações "em que os conflitos se intensificaram".
Guterres
comemorou o fato de que cerca de 70 países, assim como ONGs,
representantes da sociedade civil e líderes religiosos apoiaram seu
apelo, embora tenha considerado que ainda são necessários esforços
diplomáticos.
"Para silenciar as armas, precisamos elevar nossas
vozes pela paz", disse ele, sem mencionar o Conselho de Segurança da
ONU, que permanece imobilizado pelas divisões entre Estados Unidos e
China, segundo diplomatas.
Desde o início da crise, o Conselho não realizou reunião sobre a COVID-19 e não fez nenhuma declaração conjunta.
A
Assembleia Geral da ONU foi o primeiro órgão das Nações Unidas a romper
o silêncio em torno do coronavírus na quinta-feira, adotando por
consenso uma resolução que pede "cooperação internacional" para combater
a pandemia.
"Em circunstâncias muito difíceis, faço um apelo
especial a todos os países com influência sobre as partes em guerra para
que façam todo o possível para transformar o cessar-fogo em realidade",
acrescentou Guterres.
O secretário-geral não citou nenhum país em
particular, mas vários Estados se enfrentam remotamente em terceiros
países, como Síria, Líbia, ou Iêmen.
Dr. Mateus Dornelles Severo
CREMERS 30.576
Médico Endocrinologista
Mestre em Endocrinologia/UFGRS
Hábitos
alimentares inapropriados aliados ao sedentarismo acabam por acarretar
aumento de peso com o passar do tempo. Este, por sua vez, associa-se com
problemas de saúde, tais como pressão alta, diabetes mellitus, aumento
dos níveis de colesterol e todas suas consequências.
Entre
as doenças associadas ao excesso de peso e à obesidade, vem ganhando
destaque a doença hepática gordurosa não alcoólica (o tipo mais comum de
esteatose hepática), ou seja, acúmulo de gordura no fígado.
Estudos demonstram que cerca de 30% da
população ocidental possui esteatose hepática. Quando são considerados
apenas indivíduos diabéticos, a proporção sobe para 80%, sendo mais
comum nas pessoas de origem hispânica.
A grande maioria destes pacientes não
sente nada e descobre o problema em exames de imagem ou de sangue.
Contudo sintomas como desconforto abdominal, cansaço e mal estar podem
estar presentes.
Antes de tudo, os pacientes com
esteatose hepática devem ser avaliados quanto à presença de outras
doenças do fígado e perguntados sobre uso de medicamentos e substâncias
(álcool, por exemplo) que também podem causar acúmulo de gordura. Depois
de excluídas todas as possíveis causas, confirma-se o diagnóstico de
doença hepática gordurosa não alcoólica. Caso permaneçam dúvidas, uma
biópsia do fígado pode ser solicitada.
Mas por que a doença hepática gordurosa
não alcoólica preocupa? O simples fato de o paciente ter gordura
depositada no fígado aumenta o risco de doenças cardíacas e vasculares
em quase 2 vezes. Além do mais, a gordura pode levar a inflação do
fígado causando uma hepatite, a esteato hepatite não alcoólica. Esta
pode, dentro de alguns anos, evoluir para cirrose com suas consequências
como câncer de fígado e transplante hepático.
O tratamento da doença gordurosa
hepática não alcoólica e da esteato hepatite consiste em modificar os
hábitos de vida pra perder peso, além de tratar os níveis elevados de
açúcar e colesterol quando presentes. Infelizmente, tratamentos
específicos com remédios ainda deixam muito a desejar.
Não está indicado o rastreamento da
doença, a menos que o paciente tenha sintomas ou pertença a grupos de
alto risco (diabéticos). A prevenção consiste em manter hábitos
saudáveis e o peso o mais próximo possível do ideal.
Veja na íntegra o histórico discurso de Martin Luther King
Há 50 anos o pastor e ativista
Martin Luther King fazia seu discurso histórico, “Eu tenho um sonho”,
contra a segregação racial nos Estados Unidos
Por Amanda Previdelli
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12 set 2013, 16h43
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Martin Luther King: líder da luta pelos direitos civis proferiu um dos discursos mais famosos dos EUA
(Getty Images/)
São Paulo – Em 28 de agosto de 1963, o pastor e líder do movimento contra a segregação racial nos Estados Unidos Martin Luther King discursou sobre seu sonho de uma América (e um mundo) com igualdade entre negros e brancos.
O discurso foi proferido em Washington, durante uma marcha que reuniu cerca de 250 mil pessoas contra as políticas racistas e pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.
Suas palavras ecoaram em um contexto de divisão e segregação racial no
país que se colocava como moderno e como liderança mundial. Enquanto os
norte-americanos possuíam as mais avançadas tecnologias e armas, negros
eram impedidos de dividir espaços com brancos, o casamento entre negros e
brancos era proibido e jovens afrodescendentes tinham acesso limitado à
educação. Na Guerra Fria, os Estados Unidos faziam a propaganda de que
aquele era o regime e o país onde todos gostariam de viver – exceto os
negros, que tinham de se limitar aos assentos reservados nos ônibus.
Desde que o pastor proferiu seu discurso há 50 anos, muitas leis
segregacionistas foram derrubadas no país e muitos direitos foram
garantidos aos negros. Ainda assim, as palavras do homem que virou
símbolo da luta por vias não-violentas ainda têm a mesma força e
urgência das décadas passadas.
Confira abaixo o vídeo do evento e o discurso na íntegra. A tradução é de Clara Allain.
//www.youtube.com/embed/HRIF4_WzU1w?rel=0
“Estou feliz em me unir a vocês hoje naquela que ficará para a história
como a maior manifestação pela liberdade na história de nossa nação.
Cem anos atrás um grande americano, em cuja sombra simbólica nos
encontramos hoje, assinou a proclamação da emancipação [dos escravos].
Este decreto momentoso chegou como grande farol de esperança para
milhões de escravos negros queimados nas chamas da injustiça abrasadora.
Chegou como o raiar de um dia de alegria, pondo fim à longa noite de
cativeiro.
Mas, cem anos mais tarde, o negro ainda não está livre. Cem anos mais
tarde, a vida do negro ainda é duramente tolhida pelas algemas da
segregação e os grilhões da discriminação. Cem anos mais tarde, o negro
habita uma ilha solitária de pobreza, em meio ao vasto oceano de
prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro continua a mofar nos
cantos da sociedade americana, como exilado em sua própria terra. Então
viemos aqui hoje para dramatizar uma situação hedionda.
Em certo sentido, viemos à capital de nossa nação para sacar um cheque.
Quando os arquitetos de nossa república redigiram as magníficas
palavras da Constituição e da Declaração de Independência, assinaram uma
nota promissória de que todo americano seria herdeiro. Essa nota era a
promessa de que todos os homens, negros ou brancos, teriam garantidos os
direitos inalienáveis à vida, à liberdade e à busca pela felicidade.
É evidente hoje que a América não pagou esta nota promissória no que
diz respeito a seus cidadãos de cor. Em lugar de honrar essa obrigação
sagrada, a América deu ao povo negro um cheque que voltou marcado “sem
fundos”.
Mas nós nos recusamos a acreditar que o Banco da Justiça esteja falido.
Nos recusamos a acreditar que não haja fundos suficientes nos grandes
depósitos de oportunidade desta nação. Por isso voltamos aqui para
cobrar este cheque –um cheque que nos garantirá, a pedido, as riquezas
da liberdade e a segurança da justiça.
Também viemos para este lugar santificado para lembrar à América da
urgência ferrenha do agora. Não é hora de dar-se ao luxo de esfriar os
ânimos ou tomar a droga tranquilizante do gradualismo. Agora é a hora de
fazermos promessas reais de democracia. Agora é a hora de sairmos do
vale escuro e desolado da segregação para o caminho ensolarado da
justiça racial. É hora de arrancar nossa nação da areia movediça da
injustiça racial e levá-la para a rocha sólida da fraternidade. Agora é a
hora de fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.
Seria fatal para a nação passar por cima da urgência do momento e
subestimar a determinação do negro. Este verão sufocante da insatisfação
legítima do negro não passará enquanto não chegar um outono revigorante
de liberdade e igualdade.Mil novecentos e sessenta e três não é um fim,
mas um começo.
Os que esperam que o negro precisasse apenas extravasar e agora ficará
contente terão um despertar rude se a nação voltar à normalidade de
sempre. Não haverá descanso nem tranquilidade na América até que o negro
receba seus direitos de cidadania. Os turbilhões da revolta continuarão
a abalar as fundações de nossa nação até raiar o dia iluminado da
justiça.
Mas há algo que preciso dizer a meu povo posicionado no morno liminar
que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso lugar
de direito, não devemos ser culpados de atos errados. Não tentemos
saciar nossa sede de liberdade bebendo do cálice da amargura e do ódio.
Temos de conduzir nossa luta para sempre no alto plano da dignidade e
da disciplina. Não devemos deixar nosso protesto criativo degenerar em
violência física. Precisamos nos erguer sempre e mais uma vez à altura
majestosa de combater a força física com a força da alma.
A nova e maravilhosa militância que tomou conta da comunidade negra não
deve nos levar a suspeitar de todas as pessoas brancas, pois muitos de
nossos irmãos, conforme evidenciado por sua presença aqui hoje, acabaram
por entender que seu destino está vinculado ao nosso destino e que a
liberdade deles está vinculada indissociavelmente à nossa liberdade.
Não podemos caminhar sozinhos.
E, enquanto caminhamos, precisamos fazer a promessa de que caminharemos
para frente. Não podemos retroceder. Há quem esteja perguntando aos
devotos dos direitos civis ‘quando vocês ficarão satisfeitos?’. Jamais
estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos desprezíveis
horrores da brutalidade policial.
Jamais estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados da fadiga
de viagem, não puderem hospedar-se nos hotéis de beira de estrada e nos
hotéis das cidades. Não estaremos satisfeitos enquanto a mobilidade
básica do negro for apenas de um gueto menor para um maior. Jamais
estaremos satisfeitos enquanto nossas crianças tiverem suas
individualidades e dignidades roubadas por cartazes que dizem ‘exclusivo
para brancos’.
Jamais estaremos satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não puder
votar e um negro em Nova York acreditar que não tem nada em que votar.
Não, não estamos satisfeitos e só ficaremos satisfeitos quando a
justiça rolar como água e a retidão correr como um rio poderoso.
Sei que alguns de vocês aqui estão, vindos de grandes provações e
atribulações. Alguns vieram diretamente de celas estreitas. Alguns
vieram de áreas onde sua busca pela liberdade os deixou feridos pelas
tempestades da perseguição e marcados pelos ventos da brutalidade
policial. Vocês têm sido os veteranos do sofrimento criativo. Continuem a
trabalhar com a fé de que o sofrimento imerecido é redentor.
Voltem ao Mississippi, voltem ao Alabama, voltem à Carolina do Sul,
voltem a Geórgia, voltem a Louisiana, voltem aos guetos e favelas de
nossas cidades do norte, cientes de que de alguma maneira a situação
pode ser mudada e o será. Não nos deixemos atolar no vale do desespero.
Digo a vocês hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades de hoje e de amanhã, ainda tenho um sonho.
É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e corresponderá em
realidade o verdadeiro significado de seu credo: ‘Consideramos essas
verdades manifestas: que todos os homens são criados iguais’.
Tenho um sonho de que um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os
filhos de ex-escravos e os filhos de ex-donos de escravos poderão
sentar-se juntos à mesa da irmandade.
Tenho um sonho de que um dia até o Estado do Mississippi, um Estado
desértico que sufoca no calor da injustiça e da opressão, será
transformado em um oásis de liberdade e de justiça.
Tenho um sonho de que meus quatro filhos viverão um dia em uma nação
onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo teor de seu
caráter.
Tenho um sonho hoje.
Tenho um sonho de que um dia o Estado do Alabama, cujo governador hoje
tem os lábios pingando palavras de rejeição e anulação, será
transformado numa situação em que meninos negros e meninas negras
poderão dar as mãos a meninos brancos e meninas brancas e caminharem
juntos, como irmãs e irmãos.
Tenho um sonho hoje.
Tenho um sonho de que um dia cada vale será elevado, cada colina e
montanha será nivelada, os lugares acidentados serão aplainados, os
lugares tortos serão endireitados, a glória do Senhor será revelada e
todos os seres a enxergarão juntos.
Essa é nossa esperança. Essa é a fé com a qual retorno ao Sul. Com esta
fé poderemos talhar da montanha do desespero uma pedra de esperança.
Com esta fé poderemos transformar os acordes dissonantes de nossa nação
numa bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé podemos trabalhar
juntos, orar juntos, lutar juntos, ir à cadeia juntos, defender a
liberdade juntos, conscientes de que seremos livres um dia.
Esse será o dia em que todos os filhos de Deus poderão cantar com novo
significado: “Meu país, é de ti, doce terra da liberdade, é de ti que
canto. Terra em que morreram meus pais, terra do orgulho do peregrino,
que a liberdade ressoe de cada encosta de montanha”.
E, se quisermos que a América seja uma grande nação, isso precisa se tornar realidade.
Então que a liberdade ressoe dos prodigiosos picos de New Hampshire.
Que a liberdade ecoe das majestosas montanhas de Nova York!
Que a liberdade ecoe dos elevados Alleghenies da Pensilvânia!
Que a liberdade ecoe das nevadas Rochosas do Colorado!
Que a liberdade ecoe das suaves encostas da Califórnia!
Mas não só isso –que a liberdade ecoe da Montanha de Pedra da Geórgia!
Que a liberdade ecoe da Montanha Sentinela do Tennessee!”
Que a liberdade ecoe de cada monte e montículo do Mississippi. De cada encosta de montanha, que a liberdade ecoe.
E quando isso acontecer, quando deixarmos a liberdade ecoar, quando a
deixarmos ressoar em cada vila e vilarejo, em cada Estado e cada cidade,
poderemos trazer para mais perto o dia que todos os filhos de Deus,
negros e brancos, judeus e gentios, protestante e católicos, poderão se
dar as mãos e cantar, nas palavras da velha canção negra, “livres,
enfim! Livres, enfim! Louvado seja Deus Todo-Poderoso. Estamos livres,
enfim!”
Martin Luther King: a trajetória do homem que mudou os EUA para sempre
Há 50 anos era
assassinado o pastor americano que fez da palavra sua arma contra o
racismo e emocionou o mundo com seus discursos
Por Julia Braun -
Atualizado em 4 abr 2018, 11h34 - Publicado em 4 abr 2018, 07h59
1/24
Laurie Pritchett, chefe de polícia, é visto de frente com Martin Luther
King Jr. enquanto prendia manifestantes durante um ato contra a
segregação racial - 12/1961 (Donald Uhrbrock/The LIFE Images Collection/Getty Images)
2/24
Após uma ciriurgia de 3 horas para remover uma faca do peito de Martin
Luther King Jr., o Dr. Emil A. Naclerio fica ao seu lado no leito do
hospital Harlem - 20/09/1958 (Bettmann/Getty Images)
3/24
Rev. Martin Luther King Jr., diretor do boicote de ônibus segregado, é
visto com o número "7089" no peito após sua prisão por agitação -
24/02/1956 (Don Cravens/The LIFE Images Collection/Getty Images)
4/24 Motim causado pela morte de Martin Luther King Jr. (Reprodução/.)
5/24 Caixão de Martin Luther King Jr. sendo carregado em passeata memorial em Atlanta, Georgia - 09/04/1968 (Bettmann/Divulgação)
6/24 Motim causado pela morte de Martin Luther King Jr. (Reprodução/.)
7/24 Retrato falado do possível assassino do Rev. Martin Luther King (Reprodução/.)
8/24 Caixão de Martin Luther King Jr. sendo carregado em passeata memorial em Atlanta, Georgia - 09/04/1968 (Bettmann/CORBIS/.)
9/24 Lápide do tumulo do Rev. Martin Luther King Jr. (Reprodução/.)
10/24 James Earl Ray, atirador que assassinou o Rev. Martin Lurther King Jr. (Reprodução/.)
11/24 Guardas durante motim causado pela morte de Martin Luther King Jr. (Reprodução/.)
12/24 Marcha em Memphis realizada em protesto a morte do Rev. Martin Luther King Jr. (Reprodução/.)
13/24
Rev. Martin Luther King Jr. junto de outros líderes de direitos civis
na varanda do Hotel Lorraine, um dia antes de ser assassinado no mesmo
local - 02/04/1968 (//AP)
14/24 Ativista dos direitos civis Martin Luther King Jr. morto em Memphis durante uma missão - 08/04/1968 (Keystone/Getty Images)
15/24
Rev. Martin Luther King participa de uma peregrinação de oração pela
liberdade de direitos civis, em Washington D.C, Estados Unidos -
17/05/1957 (National Archive/Newsmakers/Getty Images)
16/24
Martin Luther King, líder dos direitos civis americanos, e seu amigo
Ralph Abernathy, são vistos durante uma marcha no estado norte-americano
do Alabama - 03/1965 (William Lovelace/Express/Getty Images)
17/24
Andrew Young, Bernard Lee e Reverendo Ralph Abernathy, colegas do líder
estadunidense dos direitos civis prestam homenagens durante o velório
de Martin Luther King, em Menphis, no Texas - 04/08/1968 (Keystone/Getty Images)
18/24
O Rev. Martin Luther King e outros líderes dos direitos civis posam
para uma foto em uma manifestação pelos direitos civis em Washington,
nos Estados Unidos - 28/08/1963 (National Archive/Newsmakers/Getty Images)
19/24
Martin Luther King, líder dos direitos civis dos EUA recebe o Prêmio
Nobel da Paz de Gunnar Jahn, presidente do Comitê do Prêmio Nobel, em
Oslo, na Noruega - 10/12/1964 (Keystone/Getty Images)
20/24
O militante dos direitos civis americano Martin Luther King e sua
esposa, Coretta Scott King, lideram uma marcha negra dos direitos de
voto de Selma, no Alabama, para a capital do estado em Montgomery -
30/03/1965 (William Lovelace/Express/Getty Images)
21/24
Martin Luther King Jr. faz um discurso para uma multidão de cerca de
7.000 pessoas em 17 de maio de 1967 no Sproul Plaza, na Universidade da
Califórnia em Berkeley (Michael Ochs Archives/Getty Images)
22/24
O Presidente Lyndon B. Johnson discute a Lei dos Direitos de Voto com o
ativista de direitos civis Martin Luther King Jr. O ato, parte do
programa "Great Society", do presidente Johnson, triplicou o número de
eleitores negros no sul, que antes haviam sido prejudicados por leis de
inspiração racial, em 1965 (Hulton Archive/Getty Images)
23/24
Martin Luther King, Jr., assistido pelo Dr. Charles Bousenquet, assina o
curso de graduação na Universidade de Newcastle depois de receber um
título honorário de Doutor em Direito Civil, na Inglaterra - 14/11/1967 (//Getty Images)
24/24
O Secretário do Trabalho James P. Mitchell (à direita) aperta a mão do
Rev. Martin Luther King, enquanto o Vice-Presidente Richard Nixon
observa - 08/08/1957 (National Archive/Newsmakers/Getty Images)
Um dos maiores nomes da história da luta contra a discriminação racial nosEstados Unidos e ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1964, Martin Luther King foi assassinado há exatamente 50 anos.
Sua morte ainda é cercada por muitas dúvidas. A família de King e muitos americanos acreditam que o assassinato em 4 de abril de 1968 foi parte de uma conspiração entre o governo americano, a máfia e a polícia.
Porém, o fugitivo da Penitenciária Estadual do Missouri e supremacista
branco James Earl Ray foi condenado pelo crime e morreu na prisão
em 1998, aos 70 anos de idade.
Martin Luther King tinha 39 anos ao ser morto na sacada de seu quarto
no Lorraine Motel, em Memphis, no estado americano do Tennessee, com um
tiro disparado de fora do prédio. O assassinato provocou protestos em
mais de 100 cidades dos Estados Unidos, incluindo na capital,
Washington. A violência dos conflitos entre manifestantes e policiais
resultou em mais de 40 mortes, além de extensos danos à propriedade.
Vida e ativismo
Martin Luther King Jr. nasceu em Atlanta em 15 de janeiro de 1929.
Tanto seu avô como seu pai eram pastores da igreja batista e King
resolveu seguir seus passos na vida religiosa.
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Formou-se em sociologia na Morehouse College em 1948 e no Seminário
Teológico Crozer em 1951. Posteriormente, fez doutorado na Universidade
de Boston, onde conheceu sua esposa, Coretta Scott King, com quem teve quatro filhos.
Viveu durante sua infância e adolescência o segregacionismo racial
que imperava no Estado da Geórgia. Já no início de sua carreira, King
começou a militar como ativista que lutava pela igualdade civil entre negros e brancos.
Conhecido por táticas de não-violência e desobediência civil e pela
sua maravilhosa oratória, ele baseava seu ativismo também em suas
crenças cristãs.
“Martin Luther King forçava os Estados Unidos a viver de acordo com
as promessas feitas nos documentos que fundaram nossa nação, na
Constituição e na Declaração de Independência”, afirma Vincent Southerland, diretor executivo do Centro para Raça, Desigualdade e Lei da Universidade de Nova York.
“Ele ajudou a acordar o país e a despertar a consciência americana
quanto ao racismo. E ele o fez de uma maneira revolucionária.”
Como pastor, serviu em uma igreja em Montgomery, no estado de
Alabama, onde também se engajou na luta pela igualdade racial. Foi um
dos líderes, em 1955, do boicote aos ônibus de Montgomery.
Os protestos começaram após a prisão de Rosa Parks,
mulher negra que se negou a ceder seu lugar a uma mulher branca no
ônibus. O boicote durou 382 dias e causou déficits financeiros elevados
no sistema de transporte público da cidade, em função do grande número
de pessoas que deixaram de usar os ônibus.
O boicote só acabou quando a Suprema Corte decidiu
tornar ilegal a discriminação racial em transportes públicos. Durante o
período, King foi preso, sofreu diversos atentados e sua casa foi
bombardeada.
Em 1957, King foi eleito presidente da Southern Christian Leadership Conference (SCLC),
uma das principais organizações do movimento pelos direitos civis. Ele
ocupou o cargo até ser assassinado em 1968 e, durante esse período,
emergiu como o líder mais importante do movimento moderno pelos direitos
civis nos Estados Unidos.
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Carta de uma prisão em Birmingham
Em 1963, liderou uma coalizão de numerosos grupos de direitos civis
em uma campanha não violenta em Birmingham, Alabama, que na época era
descrita como a cidade mais racista do país. A brutalidade da polícia
local, ilustrada por imagens transmitidas pela televisão de jovens
negros sendo agredidos por cachorros e mangueiras de água, despertaram a
indignação nacional.
Durante a campanha, King foi preso junto com outros ativistas por
protestar sem permissão. Durante seu confinamento, escreveu uma carta em
resposta a outros clérigos, que aconselhavam os negros americanos a
lutarem por igualdade a partir dos tribunais e não por meio de
manifestações. Transformada em livro, a obra defende a a estratégia da
resistência não-violenta ao racismo e é uma das mais importantes de
Luther King.
‘I have a dream’
Durante a Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade,
uma manifestação política de grandes proporções ocorrida na cidade na
capital americana em 28 de agosto de 1963, King fez seu mais famoso
discurso, com a frase que entraria para a história da oratória: “Eu
tenho um sonho!” (I Have a Dream!)”.
Em frente a uma plateia de mais de 200.000 pessoas, na escadaria do
Lincoln Memorial, King defendeu o fim da marginalização dos negros, a
liberdade e a igualdade.
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A Marcha de Washington colocou mais pressão sobre a administração do então presidente John F. Kennedy para que as questões de direitos civis fossem levadas ao Congresso. Mas foi seu sucessor, Lyndon B. Johnson, quem conseguiu fazer com que o Ato de Direitos Civis de 1964 e o Ato de Direitos do Voto de 1965
fossem aprovados. As duas legislações são grandes marcos da luta contra
racismo no país, pois proibiram práticas eleitorais discriminatórias e
os sistemas estaduais de segregação racial.
Após seu discurso, King foi nomeado o Homem do Ano de 1963 pela revista Time. E mais tarde, aos 35 anos, se tornou a pessoa mais nova até então a receber um Prêmio Nobel da Paz.
Controvérsia e legado
Após 1965, o ativista mudou seu foco para a luta pela justiça
econômica e a paz internacional, que defendeu ao se manifestar
fortemente contra a Guerra do Vietnã.
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King acabou se tornando uma figura considerada radical e polarizadora
à época, sendo um oponente ferrenho da política externa americana da
década de 1960. Seu posicionamento contrário à guerra do Vietnã
foi visto por muitos como extremado, em um momento em que o apoio ao
conflito ainda era relativamente elevado entre os americanos.
Quando foi assassinado, King já estava havia décadas sob a constante
vigilância do FBI, que o classificava como “perigoso para o país”. Sua
defesa da não-violência como forma de promover mudanças também estava
sendo desafiada por uma nova geração de ativistas negros mais impacientes.
Ainda assim, a herança de Martin Luther King para o movimento dos
direitos civis e negros é inegável. Seus livros fazem parte de muitas
leituras obrigatórias de universidades e escolas dos Estados Unidos e do
mundo. Sua luta e sua coragem são celebradas anualmente nos Estados
Unidos na terceira segunda-feira de janeiro em um feriado que leva seu
nome. O Dia de Martin Luther King é feriado no país e conclama os
cidadãos a prestarem serviços voluntários em suas comunidades.
“Seu legado está refletido na forma como lidamos atualmente com
a educação, no que fazemos em nosso ambiente de trabalho, nas políticas
anti-discriminação que os Estados Unidos aplicam”, diz Alejandra Y.
Castillo, CEO da YWCA USA,
organização que luta contra o racismo e o machismo no país. “O trabalho
dele nos colocou no caminho certo, mas é importante lembrar que ainda
há um longo caminho pela frente.”
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A herança de King também aparece no movimento “Black Lives Matter” contra a violência policial —
outros movimentos, como o que convocou recentemente a Marcha por Nossas
Vidas, em que milhões de jovens foram às ruas para exigir leis mais
duras para o uso de armas, também se inspiram nos ideais do ativista.
Um dos participantes dessa marcha foi a neta de King, Yolanda Renee,
de 9 anos, que lembrou as palavras mais famosas de seu avô à multidão.
“Tenho um sonho de que já basta”, declarou a pequena Yolanda. “E de que
este deve ser um mundo livre de armas, ponto”.
Martin Luther King (1929-1968) foi
um ativista norte-americano, lutou contra a discriminação racial e
tornou-se um dos mais importantes líderes dos movimentos pelos direitos
civis dos negros nos Estados Unidos. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em
1964.
Martin Luther King nasceu em Atlanta, Geórgia, Estados Unidos, no dia
15 de janeiro de 1929. Filho e neto de pastores da Igreja Batista
resolveu seguir pelo mesmo caminho.
Em 1951, formou-se em Teologia na Universidade de Boston. Convertido
em pastor, em 1954, Martin Luther King assumiu a função de pastor em uma
igreja na cidade de Montgomery, no Alabama.
Luta pelos direitos dos negros
Desde jovem, Martin Luther King tomou consciência da situação
de segregação social e racial em que viviam os negros de seu país, em
especial nos estados do Sul.
Em 1955, começou sua luta pelo reconhecimento dos direitos civis dos
negros norte-americanos, com métodos pacíficos, inspirado na figura de
Mahatma Gandhi e na teoria da desobediência civil de Henry David
Thoreau, as mesmas fontes que inspiraram a luta de Nelson Mandela contra
a Apartheid, na África do Sul.
Martin Luther King dedicou a sua vida a luta contra a discriminação racial
No dia 1 de dezembro de 1955, a costureira negra, Rosa Parks, foi
detida e multada por ocupar um assento reservado para as pessoas
brancas, pois nos ônibus de Montgomery o motorista tinha que ser branco e
os negros só podiam ocupar os últimos lugares.
O protesto silencioso de Rosa Parks propagou-se rapidamente. O
Conselho Político Feminino organizou um boicote aos ônibus urbanos, como
medida de protesto.
Martin Luther King apoiou a ação e, pouco a pouco, milhares de negros
passaram a caminhar quilômetros a caminho do trabalho, causando
prejuízo às empresas de transporte. O protesto durou 382 dias, terminou
em 13 de novembro de 1956, quando a Suprema Corte norte-americana aboliu
a segregação racial nos ônibus de Montgomery.
Foi o primeiro movimento vitorioso do gênero registrado no solo
americano. No dia 21 de dezembro de 1956, Martin Luther King e Glen
Smiley, sacerdote branco, entraram juntos e ocuparam lugares na primeira
fila do ônibus.
Martin Luther King e Glen Smiley sentados lado a lado no mesmo banco do ônibus
Os movimentos contra a segregação dos negros provocaram a ira das
autoridades e de grupos racistas como o Ku Klux Klan, que atacavam com
violências os participantes, o próprio Luther King e os grupos ativistas
Panteras Negras e o muçulmano Malcolm X.
Em 1957, Martin Luther King fundou a Conferência da Liderança Cristã
do Sul, sendo o seu primeiro presidente. Passou a organizar campanhas
pelos direitos civis dos negros. Em 1960, conseguiu liberar o acesso dos
negros em parques públicos, bibliotecas e lanchonetes.
Discurso I Have a dream (Eu Tenho um Sonho)
Em 1963, sua luta alcançou um dos momentos culminantes, ao liderar a
Marcha sobre Washington, que reuniu 250 mil pessoas, quando fez seu
importante discurso intitulado I Have a dream (em português, Eu tenho um sonho), onde descreve uma sociedade, onde negros e brancos possam viver harmoniosamente.
Nesse mesmo ano, Martin Luther King e outros representantes de
organizações antirracistas foram recebidos pelo presidente John
Fitzgerald Kennedy, que se comprometeu agilizar sua política contra a
segregação nas escolas e a questão do desemprego que afetava de modo
especial toda a comunidade negra. No dia 22 de novembro de 1963, o
presidente foi assassinado.
Em 1964, foi criada a Lei dos Direitos Civis, que garantia a tão
esperada igualdade entre negros e brancos. Nesse mesmo ano, Martin
Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Segue um trecho do discurso:
Digo-lhes, hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e
frustrações do momento, ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente
enraizado no sonho americano.
Tenho um sonho que um dia esta nação levantar-se-á e viverá o
verdadeiro significado da sua crença: Consideramos estas verdades como
evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais.
Tenho um sonho que um dia nas montanhas rubras da Geórgia os filhos
de antigos escravos e os filhos de antigos proprietários de escravos
poderão sentar-se à mesa da fraternidade.
Tenho um sonho que um dia o estado do Mississipi, um estado deserto,
sufocado pelo calor da injustiça e da opressão, será transformado num
oásis de liberdade e justiça.
Tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos viverão um dia numa
nação onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade
do seu caráter.
Tenho um sonho, hoje.
Esta é nossa esperança. Esta é a fé com a qual regresso ao Sul. Com
esta fé seremos capazes de retirar da montanha do desespero uma pedra de
esperança. Com esta fé poderemos transformar as dissonantes discórdias
de nossa nação numa bonita e harmoniosa sinfonia de fraternidade. Com
esta fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ir para a
prisão juntos, ficarmos juntos em posição de sentido pela liberdade,
sabendo que um dia seremos livres.
Esse será o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um
novo significado: "O meu país é teu, doce terra de liberdade, de ti eu
canto. Terra onde morreram os meus pais, terra do orgulho dos
peregrinos, que de cada localidade ressoe a liberdade.
Assista o célebre discurso de Martin Luther King na íntegra:
Morte de Martin Luther King
A luta continuou. Em 1965, Martin Luther King encabeçou uma
manifestação de milhares de defensores dos direitos civis desde Selma
até Montgomery. Mas sua luta teve um fim trágico, quando sua vida foi
interrompida por um tiro enquanto descansava na sacada de um hotel em
Memphis, onde apoiava um movimento grevista dos lixeiros.
Martin Luther King foi assassinado com um tiro em 1965
Martin Luther King faleceu em Memphis, Tennessee, Estados Unidos, no dia 4 de abril de 1968.
Em 1977, em homenagem póstuma, representado por sua esposa Coretta
Scott King, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade. Em 2004,
recebeu a Medalha de Ouro do Congresso Americano, pelos 50 anos da
promulgação da histórica Lei dos Direitos Civis.
Dia de Martin Luther King
Nos Estados Unidos, em 1983, Ronald Regan instaurou um feriado nacional chamado de Dia de Martin Luther King (Martin Luther King Day).
A partir de então, todos os dias 20 de janeiro são dedicados a
celebrar a vida desse homem tão importante para a história do combate ao
racismo. Conheça outras trajetórias de homens e mulheres que fizeram a diferença lendo o artigo A biografia de 21 personalidades negras muito importantes da história.
Última atualização: 14/06/2019
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Possui
bacharelado em Biblioteconomia pela UFPE e é professora do ensino
fundamental. Desde 2008 trabalha na redação e revisão de conteúdos
educativos para a web.
A cada geração que nasce percebe-se que a elevação moral do bicho homem
degrada-se. A tendência lógica seria o ser humano elevar-se. Mas tudo
leva a crer que, urgentemente, é necessário fazer-se uma mudança no
Planeta Azul. Logo, é preciso que a vida humana seja dizimada para zerar
o processo de atraso moral por que vive a humanidade. Em assim sendo,
resta-nos aguardar uma hecatombe onde faltando oxigênio, seja o ideal
para que tudo que se move se renove.
Mais de meio século dedicado ao estudo da química da vida
“A medicina para mim não foi bem uma escolha. Foi algo natural,
uma espécie de herança. De certa forma, fui influenciado pelo meu pai
Elsior Coutinho, que era médico, farmacêutico e professor de
farmacologia. Ele ensinava como extrair remédios das plantas, coisa que
meu avô fazia, apesar de não ser formado. Meu avô era um prático da
medicina e meu pai, com certeza, inspirou-se nele.”
Dr. Elsimar Coutinho
Apresentação
Dr.
Elsimar Metzker Coutinho é, indiscutivelmente, um homem que nasceu para
fazer história. Há mais de 50 anos, suas pesquisas e descobertas nos
campos da saúde e da reprodução humana vêm quebrando paradigmas e
derrubando conceitos milenares. Por sua imensa contribuição à saúde e ao
bem-estar do ser humano, é reconhecido mundialmente como um ícone da
medicina. Mas o que faz desse brasileiro, nascido em Pojuca - Bahia, um
profissional singular e à frente de seu tempo não são apenas as centenas
de trabalhos publicados nos quatro cantos do planeta. Dr. Elsimar M.
Coutinho é, acima de tudo, um apaixonado pela medicina. Uma paixão que,
segundo ele, foi herdada.
"A medicina para mim não foi
bem uma escolha. Foi algo natural, uma espécie de herança. De certa
forma, fui influenciado pelo meu pai Elsior Coutinho, que era médico,
farmacêutico e professor de farmacologia. Ele ensinava como extrair
remédios das plantas, coisa que meu avô fazia, apesar de não ser
formado. Meu avô era um prático da medicina e meu pai, com certeza,
inspirou-se nele."
Dr. Elsimar M. Coutinho
Formado em farmácia e depois em medicina
pela Universidade Federal da Bahia, Dr. Elsimar M. Coutinho fez
pós-graduação em endocrinologia na Universidade de Sorbonne, em Paris,
França, e no Instituto Rockfeller, em Nova York, EUA. No início desse
processo de qualificação, conheceu algo que nortearia toda sua
trajetória profissional.
"Quando comecei a estudar,
fiquei fascinado pela química da vida. Na época, acabava de ser
descoberta a relação dos hormônios com a reprodução humana. E a
reprodução é a parte mais dinâmica da vida."
Dr. Elsimar M. Coutinho
Como professor e pesquisador da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, Dr. Elsimar M.
Coutinho fez suas descobertas mais notáveis. Nos anos 60, após observar
pela primeira vez os benefícios da supressão da menstruação, Dr. Elsimar
fez à humanidade uma extraordinária revelação: o primeiro
anticoncepcional injetável de uso prolongado. A divulgação do mais novo
invento gerou uma grande polêmica que persiste até os dias atuais. Logo
em seguida, Dr. Elsimar M. Coutinho lançou outros importantes métodos
contraceptivos, entre os quais se destacam os injetáveis, as pílulas
para uso oral e vaginal e os implantes hormonais subcutâneos. Esses
avançados medicamentos permitiram a inédita liberação contínua e
personalizada de hormônios no tratamento da supressão da menstruação e
da contracepção.
Na década de 70, Dr. Elsimar gerou outra
significativa polêmica, após apresentar, no Congresso Mundial de
População em Bucareste, Romênia, o anticoncepcional masculino. Em 1996,
com a publicação do quinto livro de sua autoria "Menstruação, a sangria
inútil", Dr. Elsimar Coutinho divulgou ao mundo o que considera sua
maior contribuição à humanidade: a tese de que o fenômeno da menstruação
é nocivo e supérfluo. Ele percebeu que a supressão da menstruação
poderia contribuir para assegurar a preservação da saúde e a auto-estima
das mulheres. Quatro décadas depois, veio o reconhecimento: a
eliminação da menstruação foi considerada um dos 10 maiores avanços da
Medicina em todos os tempos.
"Minha maior contribuição à
humanidade foi ter me dado conta de que a menstruação era desnecessária,
era um fenômeno descartável. As mulheres podem reproduzir sem
menstruar, menstruação não é uma pré-condição para a gravidez.
'Menstruar não é preciso, ovular é preciso'. Menstruação é opcional, não
é obrigatório. Obrigatório para engravidar é ovular, e a mulher só
precisa ovular quando quer engravidar." Dr. Elsimar M. Coutinho
Dr. Elsimar M. Coutinho também
desenvolveu uma série de outros medicamentos, como drogas facilitadoras
da gravidez, drogas que impedem o parto prematuro e aborto espontâneo,
drogas que evitam a concepção e drogas para o tratamento de reposição
hormonal em ambos os sexos. O êxito alcançado no campo da Medicina não
impediu Dr. Elsimar M. Coutinho de exercer, de forma exemplar, sua
responsabilidade social. Ele foi um dos maiores defensores mundiais do
controle da natalidade por meio do planejamento familiar.
"Um filho desejado é
garantia de felicidade para toda a família. No entanto, uma gravidez
indesejada e desassistida acarretará problemas para a mãe, pai,
familiares, à própria criança e principalmente à sociedade." Dr. Elsimar M. Coutinho
Dr. Elsimar Coutinho foi convidado pelos
governos de países com as mais diferentes ideologias, culturas e
religiões, para colaborar em projetos de controle de natalidade. Foi o
pioneiro no Brasil a defender e implementar o Planejamento Familiar,
saga que continua até hoje na cidade de Salvador, capital da Bahia, com o
Centro de Pesquisa e Assistência de Reprodução Humana (CEPARH),
instituição de renome internacional da qual é presidente.
"Maior que a dor do parto é a
dor da criança abandonada. Assumir a paternidade e criar os filhos com
dignidade, dando bons exemplos. Esse é o caminho da cidadania."
Dr. Elsimar M. Coutinho
Hoje, com 87 anos, Dr. Elsimar M.
Coutinho considera-se plenamente realizado por ter contribuído para que o
ser humano possa concretizar seus sonhos e viver melhor. Ainda assim,
acredita que sua missão não chegou ao fim.
"Fracasso é a pessoa não
usar o que aprendeu. Continuar a ser útil, é uma grande virtude. Sou
formado há mais de 50 anos, são décadas de atividade intensa, atendendo
mais de 20 pacientes por dia. Não deixo de me atualizar para continuar a
cumprir a minha missão cada vez melhor."
Dr. Elsimar M. Coutinho
Atualmente, além de clinicar em diversas
cidades, Dr. Elsimar M. Coutinho dirige o Centro de Pesquisa e
Assistência de Reprodução Humana (CEPARH) em Salvador, é membro de mais
de 20 entidades de pesquisas médicas no Brasil e no exterior e
conselheiro da Organização Mundial da Saúde.