sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Quando você morre, sua mente continua funcionando, e você sabe que morreu


A atriz Ellen Page durante cena de Além de Morte, onde interpreta personagem que ressuscita (Foto: Reprodução)

A atriz Ellen Page durante cena de Além de Morte, onde interpreta personagem que ressuscita (Foto: Reprodução)

Você está deitado em uma cama de hospital e ouve o médico anunciar: “Horário da morte: 15h.” Segundo cientistas do departamento de Cuidados Intensivos e Ressuscitação da Langone School of Medicine, a cena é totalmente possível.

Um estudo conduzido por Sam Parnia, diretor do departamento, afirma que as pessoas sabem que estão mortas porque a sua consciência continua a funcionar mesmo depois que o corpo não mostra sinais de vida.

Parnia e seu time analisaram o comportamento de pacientes que sofreram ataque do coração, morreram tecnicamente, mas mais tarde foram reanimados. Esse é o estudo mais completo já feito sobre o assunto, que já rendeu até filme em Hollywood (Linha Mortal, de 1990, e a refilmagem Além da Morte, de 2017).

Alguns dos pacientes estudados afirmaram que, mesmo depois de ouvir o anúncio de sua morte, continuaram a escutar conversas e ver coisas que estavam acontecendo a sua volta. Mais tarde, os depoimentos foram comparados com a versão dos médicos e enfermeiras presentes, e todos os dados batiam.

A morte é definida como o ponto em que o coração não bate mais, e o fluxo de sangue para o coração é interrompido. “Tecnicamente, é como você obtém o horário da morte. Tudo é baseado no momento em que o coração para”, disse Parnia ao The Independent. “Assim que isso acontece, o sangue não circula mais no cérebro, o que significa que as funções cerebrais são interrompidas quase instantaneamente, e você perde todos os seus reflexos.”

Mas há evidências de que, quando a pessoa morre, acontece uma descarga de energia no cérebro. Em 2013, pesquisadores da Universidade de Michigan observaram atividades elétricas nos cérebros de ratos que haviam sofrido um ataque do coração induzido, mesmo depois de sua morte clínica.

“Da mesma maneira que um grupo de pesquisadores pode estudar a natureza do amor, estamos tentando entender as características exatas do que as pessoas experimentam quando experimentam a morte. Entendemos que esse estudo vai refletir a experiência universal que todos nós vamos ter quando morrermos.”

Amor Sem Limite

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Pilares do ateísmo: Immanuel Kant


Pilares do ateísmo: Immanuel Kant

Poucos filósofos na história foram tão ilegíveis e secos quanto Immanuel Kant. No entanto, poucos tiveram um impacto mais devastador no pensamento humano.

O dedicado servo de Kant, Lampe, disse ter lido fielmente cada coisa que seu mestre publicou, mas quando Kant publicou seu trabalho mais importante, “A crítica da tazão pura”, Lampe começou, mas não terminou porque, ele disse, se fosse terminá-lo, teria que estar em um hospital psiquiátrico. Muitos estudantes desde então têm ecoado seus sentimentos.

No entanto, este professor abstrato, escrevendo em estilo abstrato sobre questões abstratas é, creio eu, a principal fonte da ideia atual que põe a fé (e, portanto, as almas) em risco mais do que qualquer outra; A idéia de que a verdade é subjetiva.

Os cidadãos simples de sua nativa Königsberg, na Alemanha, onde morava e escreveu na segunda metade do século 18, entenderam isso melhor do que os estudiosos profissionais, pois apelidaram Kant “o Destruidor” e deram o nome dele a seus cães.

Ele era um homem de bom humor, doce e piedoso, tão pontual que seus vizinhos acertavam seus relógios por sua caminhada diária. A intenção básica de sua filosofia era nobre: ​​restaurar a dignidade humana em meio a um mundo cético que adora a ciência.

Esta intenção torna-se clara através de uma única anedota. Kant estava participando de uma palestra de um astrônomo materialista sobre o tema do lugar do homem no universo. O astrônomo concluiu sua palestra com: “Então você vê que astronomicamente falando, o homem é totalmente insignificante”. Kant respondeu: “Professor, você esqueceu o mais importante, o homem é o astrônomo”.

Kant, mais do que qualquer outro pensador, deu um ímpeto à mudança tipicamente moderna do objetivo para o subjetivo. Isso pode soar bem até percebermos que significava para ele a redefinição da própria verdade como subjetiva. E as consequências desta ideia foram catastróficas.

Se alguma vez conversamos sobre nossa fé com os incrédulos, sabemos por experiência própria que o obstáculo mais comum à fé de hoje não é qualquer dificuldade intelectual honesta, como o problema do mal ou o dogma da trindade, mas a suposição de que a religião não pode tratar com fatos e verdade objetiva; Que qualquer tentativa de convencer a outra pessoa de que sua fé é verdadeira – objetivamente verdadeira, verdadeira para todos – é uma arrogância impensável.

O negócio da religião, de acordo com essa mentalidade, é prática e não teoria; Valores, não fatos; Algo subjetivo e privado, não objetivo e público. Dogma é um “extra”, e um mau extra nisso, pois o dogma promove o dogmatismo. A religião, em suma, é igual à ética. E uma vez que a ética cristã é muito semelhante à ética da maioria das outras religiões principais, não importa se você é cristão ou não; Tudo o que importa é se você é uma “boa pessoa”. (As pessoas que acreditam nisso também geralmente acreditam que quase todos, exceto Adolf Hitler e Charles Manson, são uma “boa pessoa”.)

Kant é o principal responsável por essa maneira de pensar. Ele ajudou a enterrar a síntese medieval da fé e da razão. Ele descreveu sua filosofia como “eliminando as pretensões da razão para abrir espaço para a fé” – como se a fé e a razão fossem inimigas e não aliadas. Em Kant, o divórcio de Lutero entre fé e razão torna-se finalizado.

Kant pensou que a religião nunca poderia ser uma questão de razão, evidência ou argumento, ou mesmo uma questão de conhecimento, mas uma questão de sentimento, motivação e atitude. Esta suposição influenciou profundamente as mentes da maioria dos educadores religiosos (por exemplo, escritores de catecismo e departamentos de teologia) hoje, que desviaram sua atenção dos simples “ossos nus” da fé, os fatos objetivos narrados nas Escrituras e resumidos nos credos dos Apóstolos. Eles se divorciaram da fé do motivo e se casaram com a psicologia do pop, porque eles compraram a filosofia de Kant.

“Duas coisas me enchem de admiração”, Kant confessou: “o céu estrelado acima e a lei moral dentro de mim”. O que um homem pergunta sobre o que preenche seu coração e dirige seu pensamento. Note que Kant se pergunta apenas duas coisas: não Deus, nem Cristo, nem Criação, Encarnação, Ressurreição e Juízo, mas “o céu estrelado acima e a lei moral dentro de mim”. “O céu estrelado acima” é o universo físico conhecido pelas ciências modernas. Kant relega tudo para a subjetividade. A lei moral não está “fora” mas “dentro de mim”, não objetiva mas subjetiva, não uma Lei Natural de direitos e erros objetivos que vem de Deus, mas uma lei artificial feita pela qual decidimos nos unir. (Mas se nos ligarmos, estamos realmente vinculados?) A moralidade é apenas uma questão de intenção subjetiva.

Se a lei moral veio de Deus e não do homem, argumenta Kant, então o homem não seria livre no sentido de ser autônomo. Isso é verdade, Kant então prossegue argumentando que o homem deve ser autônomo e, portanto, a lei moral não vem de Deus, mas do homem. A Igreja argumenta a partir da mesma premissa de que a lei moral, de fato, vem de Deus e, portanto, o homem não é autônomo. Ele é livre para escolher obedecer ou desobedecer a lei moral, mas ele não é livre para criar a própria lei.

Embora Kant pensasse em si mesmo como um cristão, ele negou explicitamente que possamos saber que existe realmente (1) Deus, (2) livre arbítrio e (3) imoralidade. Ele disse que devemos viver como se essas três idéias fossem verdadeiras porque, se acreditarmos, levaremos a moral a sério, e se não o fizermos, não vamos. É essa justificativa de crença por razões puramente práticas que é um erro terrível. Kant acredita em Deus não porque é verdade, mas porque é útil. Por que não acreditar em Papai Noel então? Se eu fosse Deus, eu preferiria um ateu honesto sobre um teólogo desonesto, e Kant é para mim um teólogo desonesto, porque há apenas uma razão honesta para acreditar em qualquer coisa: porque é verdade.

Aqueles que tentam vender a fé cristã no sentido kantiano, como um “sistema de valores” e não como a verdade, estão falhando por gerações. Com tantos “sistemas de valores” concorrentes no mercado, por que alguém deveria preferir a variação cristã a pessoas mais simples com menos bagagem teológica e mais fáceis com menos exigências morais inconvenientes?

Kant desistiu da batalha, de fato, recuando do campo de batalha de fato. Ele acreditava no grande mito do “Iluminismo” do século XVIII: que a ciência newtoniana estava aqui para ficar e que o cristianismo, para sobreviver, teve que encontrar um novo lugar na nova paisagem mental esboçada pela nova ciência. O único lugar restante era a subjetividade.

Isso significava ignorar ou interpretar como mito as reivindicações sobrenaturais e milagrosas do cristianismo tradicional. A estratégia de Kant era essencialmente a mesma de Rudolf Bultmann, o pai da “desmistificação” e o homem que pode ser responsável por mais estudantes universitários católicos que perdem a fé do que qualquer outra pessoa. Muitos professores de teologia seguem suas teorias de críticas que reduzem as afirmações bíblicas de descrição de milagres de testemunhas oculares para mitos, “valores” e “interpretações piedosas”.

Bultmann disse isso sobre o suposto conflito entre fé e ciência: “A imagem do mundo científico está aqui para ficar e irá afirmar seu direito contra qualquer teologia, por mais imponente, que esteja em conflito com ela”. Ironicamente, essa “imagem de mundo científico” da física newtoniana que Kant e Bultmann aceitaram como absoluta e imutável foi hoje quase universalmente rejeitada pelos próprios cientistas!

A questão básica de Kant era: como podemos conhecer a verdade? No início de sua vida, ele aceitou a resposta do racionalismo, que conhecemos a verdade pelo intelecto, não pelos sentidos, e que o intelecto possui suas próprias “idéias inatas”. Então ele leu o empirista David Hume que, Kant disse, “me despertou do meu sono dogmático”. Como outros empiristas, Hume acreditava que só podíamos conhecer a verdade através dos sentidos e que não tínhamos “idéias inatas”. Mas as ideias de Hume levaram-no à conclusão do ceticismo, a negação de que podemos conhecer a verdade com certeza. Kant viu o “dogmatismo” do racionalismo e o ceticismo do empirismo como inaceitável e procurou uma terceira via.

Havia uma terceira teoria disponível, desde Aristóteles. Era a filosofia de senso comum do Realismo. De acordo com o Realismo, podemos conhecer a verdade através do intelecto e dos sentidos se eles apenas funcionassem corretamente e em paralelo, como duas lâminas de tesoura. Em vez de retornar ao realismo tradicional, Kant inventou uma nova teoria do conhecimento, geralmente chamada de idealismo. Ele chamou isso de sua “revolução copernicana na filosofia”. O termo mais simples para isso é o subjetivismo. Isso equivale a redefinir a própria verdade como subjetiva, não objetiva.

Todos os filósofos anteriores haviam assumido que a verdade era objetiva. Isso é simplesmente o que nós, sensivelmente, significamos pela “verdade”: saber o que realmente é, conformando a mente à realidade objetiva. Alguns filósofos (os racionalistas) pensaram que poderíamos atingir esse objetivo apenas com a razão. Os primeiros empiristas (como Locke) pensaram que poderíamos alcançá-lo através da sensação. O empiricista Hume pensou que não poderíamos alcançá-lo com certeza. Kant negou a suposição comum a todas as três filosofias concorrentes, a saber, que devemos alcançá-la, que a verdade significa conformidade com a realidade objetiva.
A “revolução copernicana” de Kant redefine a própria verdade como realidade conforme as idéias. “Até então, assumiu-se que todo nosso conhecimento deve estar em conformidade com os objetos …

Kant afirmou que todo nosso conhecimento é subjetivo. Bem, esse conhecimento é subjetivo? Se assim for, o conhecimento desse fato também é subjetivo, e assim, somos reduzidos a um infinito corredor de espelhos. A filosofia de Kant é uma filosofia perfeita para o inferno. Talvez os condenados coletivamente acreditam que eles não estão realmente no inferno, está tudo apenas em sua mente. E talvez seja; Talvez seja isso o que é.

Fonte: http://www.peterkreeft.com/topics-more/pillars_kant.htm
Tradução: Emerson de Oliveira acordo com essa mentalidade, é prática e não teoria; Valores, não fatos; Algo subjetivo e privado, não objetivo e público. Dogma é um “extra”, e um mau extra nisso, pois o dogma promove o dogmatismo. A religião, em suma, é igual à ética. E uma vez que a ética cristã é muito semelhante à ética da maioria das outras religiões principais, não importa se você é cristão ou não; Tudo o que importa é se você é uma “boa pessoa”. (As pessoas que acreditam nisso também geralmente acreditam que quase todos, exceto Adolf Hitler e Charles Manson, são uma “boa pessoa”.)

Kant é o principal responsável por essa maneira de pensar. Ele ajudou a enterrar a síntese medieval da fé e da razão. Ele descreveu sua filosofia como “eliminando as pretensões da razão para abrir espaço para a fé” – como se a fé e a razão fossem inimigas e não aliadas. Em Kant, o divórcio de Lutero entre fé e razão torna-se finalizado.

Kant pensou que a religião nunca poderia ser uma questão de razão, evidência ou argumento, ou mesmo uma questão de conhecimento, mas uma questão de sentimento, motivação e atitude. Esta suposição influenciou profundamente as mentes da maioria dos educadores religiosos (por exemplo, escritores de catecismo e departamentos de teologia) hoje, que desviaram sua atenção dos simples “ossos nus” da fé, os fatos objetivos narrados nas Escrituras e resumidos nos credos dos Apóstolos. Eles se divorciaram da fé do motivo e se casaram com a psicologia do pop, porque eles compraram a filosofia de Kant.

“Duas coisas me enchem de admiração”, Kant confessou: “o céu estrelado acima e a lei moral dentro de mim”. O que um homem pergunta sobre o que preenche seu coração e dirige seu pensamento. Note que Kant se pergunta apenas duas coisas: não Deus, nem Cristo, nem Criação, Encarnação, Ressurreição e Juízo, mas “o céu estrelado acima e a lei moral dentro de mim”. “O céu estrelado acima” é o universo físico conhecido pelas ciências modernas. Kant relega tudo para a subjetividade. A lei moral não está “fora” mas “dentro de mim”, não objetiva mas subjetiva, não uma Lei Natural de direitos e erros objetivos que vem de Deus, mas uma lei artificial feita pela qual decidimos nos unir. (Mas se nos ligarmos, estamos realmente vinculados?) A moralidade é apenas uma questão de intenção subjetiva.

Se a lei moral veio de Deus e não do homem, argumenta Kant, então o homem não seria livre no sentido de ser autônomo. Isso é verdade, Kant então prossegue argumentando que o homem deve ser autônomo e, portanto, a lei moral não vem de Deus, mas do homem. A Igreja argumenta a partir da mesma premissa de que a lei moral, de fato, vem de Deus e, portanto, o homem não é autônomo. Ele é livre para escolher obedecer ou desobedecer a lei moral, mas ele não é livre para criar a própria lei.

Embora Kant pensasse em si mesmo como um cristão, ele negou explicitamente que possamos saber que existe realmente (1) Deus, (2) livre arbítrio e (3) imoralidade. Ele disse que devemos viver como se essas três idéias fossem verdadeiras porque, se acreditarmos, levaremos a moral a sério, e se não o fizermos, não vamos. É essa justificativa de crença por razões puramente práticas que é um erro terrível. Kant acredita em Deus não porque é verdade, mas porque é útil. Por que não acreditar em Papai Noel então? Se eu fosse Deus, eu preferiria um ateu honesto sobre um teólogo desonesto, e Kant é para mim um teólogo desonesto, porque há apenas uma razão honesta para acreditar em qualquer coisa: porque é verdade.

Aqueles que tentam vender a fé cristã no sentido kantiano, como um “sistema de valores” e não como a verdade, estão falhando por gerações. Com tantos “sistemas de valores” concorrentes no mercado, por que alguém deveria preferir a variação cristã a pessoas mais simples com menos bagagem teológica e mais fáceis com menos exigências morais inconvenientes?

Kant desistiu da batalha, de fato, recuando do campo de batalha de fato. Ele acreditava no grande mito do “Iluminismo” do século XVIII: que a ciência newtoniana estava aqui para ficar e que o cristianismo, para sobreviver, teve que encontrar um novo lugar na nova paisagem mental esboçada pela nova ciência. O único lugar restante era a subjetividade.

Isso significava ignorar ou interpretar como mito as reivindicações sobrenaturais e milagrosas do cristianismo tradicional. A estratégia de Kant era essencialmente a mesma de Rudolf Bultmann, o pai da “desmistificação” e o homem que pode ser responsável por mais estudantes universitários católicos que perdem a fé do que qualquer outra pessoa. Muitos professores de teologia seguem suas teorias de críticas que reduzem as afirmações bíblicas de descrição de milagres de testemunhas oculares para mitos, “valores” e “interpretações piedosas”.

Bultmann disse isso sobre o suposto conflito entre fé e ciência: “A imagem do mundo científico está aqui para ficar e irá afirmar seu direito contra qualquer teologia, por mais imponente, que esteja em conflito com ela”. Ironicamente, essa “imagem de mundo científico” da física newtoniana que Kant e Bultmann aceitaram como absoluta e imutável foi hoje quase universalmente rejeitada pelos próprios cientistas!

A questão básica de Kant era: como podemos conhecer a verdade? No início de sua vida, ele aceitou a resposta do racionalismo, que conhecemos a verdade pelo intelecto, não pelos sentidos, e que o intelecto possui suas próprias “idéias inatas”. Então ele leu o empirista David Hume que, Kant disse, “me despertou do meu sono dogmático”. Como outros empiristas, Hume acreditava que só podíamos conhecer a verdade através dos sentidos e que não tínhamos “idéias inatas”. Mas as ideias de Hume levaram-no à conclusão do ceticismo, a negação de que podemos conhecer a verdade com certeza. Kant viu o “dogmatismo” do racionalismo e o ceticismo do empirismo como inaceitável e procurou uma terceira via.

Havia uma terceira teoria disponível, desde Aristóteles. Era a filosofia de senso comum do Realismo. De acordo com o Realismo, podemos conhecer a verdade através do intelecto e dos sentidos se eles apenas funcionassem corretamente e em paralelo, como duas lâminas de tesoura. Em vez de retornar ao realismo tradicional, Kant inventou uma nova teoria do conhecimento, geralmente chamada de idealismo. Ele chamou isso de sua “revolução copernicana na filosofia”. O termo mais simples para isso é o subjetivismo. Isso equivale a redefinir a própria verdade como subjetiva, não objetiva

Todos os filósofos anteriores haviam assumido que a verdade era objetiva. Isso é simplesmente o que nós, sensivelmente, significamos pela “verdade”: saber o que realmente é, conformando a mente à realidade objetiva. Alguns filósofos (os racionalistas) pensaram que poderíamos atingir esse objetivo apenas com a razão. Os primeiros empiristas (como Locke) pensaram que poderíamos alcançá-lo através da sensação. O empiricista Hume pensou que não poderíamos alcançá-lo com certeza. Kant negou a suposição comum a todas as três filosofias concorrentes, a saber, que devemos alcançá-la, que a verdade significa conformidade com a realidade objetiva.
A “revolução copernicana” de Kant redefine a própria verdade como realidade conforme as idéias. “Até então, assumiu-se que todo nosso conhecimento deve estar em conformidade com os objetos …

Kant afirmou que todo nosso conhecimento é subjetivo. Bem, esse conhecimento é subjetivo? Se assim for, o conhecimento desse fato também é subjetivo, e assim, somos reduzidos a um infinito corredor de espelhos. A filosofia de Kant é uma filosofia perfeita para o inferno. Talvez os condenados coletivamente acreditam que eles não estão realmente no inferno, está tudo apenas em sua mente. E talvez seja; Talvez seja isso o que é.

Fonte: http://www.peterkreeft.com/topics-more/pillars_kant.htm
Tradução: Emerson de Oliveira

sábado, 21 de novembro de 2020

Ninguém ama a mesma puta por duas vezes




[evangelhista da silva]

 

Sinto saudades de abraçar o mar e ela

amar o mar e a puta que ainda quero

não, e não é desespero nem desrespeito ao mar 

amar uma puta e se apaixonar por aquilo que é abjeto

mais que reverso é banhar-se ao mar com ela

que por longas noites ainda espero trepar

faz muito tempo sim, e muito tempo, e mais

eu vi o mar quando ela vivia em mim embriagando-se de sexo

respirando sacanagens no sofá ou na cama ou no inferno

e juntos abraçávamos o mar a nos abraçar apaixonadamente

e, hoje, ainda que tomemos banho no mesmo mar

por mais de duas ou centenas de vezes outras

                           .                 Heráclito de Éfeso está estupidamente certo:                                          

ninguém ama a mesma puta por duas vezes

em mar ou rio algum deste planeta azul.

 

 Santo Antônio de jesus, 21 de novembro de 2020, às 13h 01min

 

 




COVID-19 está longe de ser a última pandemia do planeta


COVID-19 está longe de ser a última pandemia do planeta

Publicação: 8 de outubro de 2020

Será que a nossa experiência com o COVID-19 já mostrou como lidar com futuras pandemias

COVID-19 não será a última pandemia que a humanidade vai enfrentar, mas ainda não há como saber quando e de onde virá a próxima, nem qual será o agente causador (vírus, bactéria ou outro micro-organismo)

Os cientistas vêm alertando sobre uma pandemia zoonótica há décadas. E muitos alertam que haverá mais deles. Mas, afinal, por que elas são inevitáveis?

O professor do Centro de Segurança Sanitária da Universidade Johns Hopkins, Dr. Amesh Adalja, especialista em doenças infecciosas emergentes, preparação para pandemia e biossegurança, explica que o mundo está repleto de microorganismos e é um fato biológico simples que as doenças infecciosas continuarão a nos impactar. “Algumas dessas infecções poderão se espalhar amplamente devido aos padrões e tempos de viagens, ao surgimento das megacidades e às interações com animais – essas forças favorecem a ocorrência de pandemias”, enfatiza.

O professor titular do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), Dr. Fernando Aith, concorda e acrescenta que as pandemias são inevitáveis em decorrência do fato de que o mundo é interligado. Na medida em que cresce não só a relação ambiental do Globo, também cresce a inter-relação entre as pessoas. “Um vírus da China chega ao Brasil em pouco tempo, e assim novos riscos sanitários globais se espalharão com cada vez mais rapidez e abrangência. Se os riscos forem letais, pior ainda”, destaca.

Virologista do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT USP), a Dra. Camila Malta Romano é categórica ao dizer que está longe dessa ser a última pandemia e afirma que é apenas uma questão de “quando” e não de “se” – outra pandemia vai acontecer. “Pandemias (nível global), embora menos comum do que epidemias (nível local) ocorrem de vez em quando e temos exemplos passados de situações esporádicas como a peste bubônica, mais de uma de influenza (gripe espanhola, asiática, suína etc. Entretanto, parece que ultimamente a emergência de agentes potencialmente pandêmicos tem sido mais frequente. Por exemplo, as pandemias de influenza: 1918 – gripe espanhola; 1958- H2N2; 1968 -H3N2; 2009 -H1N1. SARS, causado por um virus bastante similar ao atual SARS-COV-2, provocou a primeira epidemia do século 21 (2003) e já naquele momento, sabíamos que não seria a última. Portanto a pandemia do SARS-COV-2 certamente não será a última”, justifica.

Outro fator relevante é que ultimamente a emergência de agentes potencialmente pandêmicos tem sido mais freqüente. O Dr. Aith esclarece que isso ocorre porque estamos vivendo a Era do Antropoceno, o Planeta Terra deixou de ser o que era antes e passou a ter suas características ambientais permanentemente alteradas pela ação humana (atmosfera, solo, mar). Essa mudança implica por força da natureza em ajustes ambientais para os quais não estamos necessariamente preparados, como tem sido cada vez mais frequente.

No entendimento da médica veterinária, pesquisadora e professora do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), Dra. Alessandra Nava, o que se pode afirmar é que o mundo ainda enfrentará surtos de doenças zoonóticas emergentes. Algumas poderão ter potencial pandêmico, o que dependeria do potencial de infectividade do agente etiológico. “Porém, os surtos zoonóticos emergentes serão mais frequentes devido ao aumento sistêmico dos gatilhos para essas emergências como desmatamento, fragmentação florestal e conversão de florestas em pastos, áreas de mineração”, assinala.

Trópicos mais suscetíveis a uma próxima pandemia?

Alguns especialistas apontam que a América do Sul, sobretudo o Brasil, e a África Central são as regiões mais suscetíveis de produzirem as próximas epidemias. A Dra. Romano reconhece que os desequilíbrios ecológico, econômico e populacional são gatilhos para a introdução de agentes infecciosos na população humana, mas não há como assumir que a nova pandemia ocorrerá em países subdesenvolvidos.

O Dr. Adalja acredita que os Trópicos sejam mais suscetíveis à próxima pandemia, uma vez que as áreas tropicais têm mais interação humano-animal, espécies animais mais diversas e viajantes frequentes. “Isso pode levar a um risco relativamente maior nessas áreas, mas pandemias podem surgir em qualquer lugar (como o H1N1 surgiu no México em 2009)”, observa.

Para a Dra. Nava, a alta biodiversidade, e a alta pressão antrópica são fatores que aumentam a suscetibilidade dos Trópicos, aliado a grandes mudanças na paisagem como fragmentação florestal e desmatamento. Ela adverte que está havendo no Pantanal e Amazônia é muito grave e são situações que predispões ao surgimento de doenças zoonóticas infecciosas emergentes.

Fato é que a receita de uma nova crise sanitária está diante de nossos olhos: desmatamento, destruição de habitats, expansão de práticas intensivas agrícolas, de criação animal, caça e exploração predatória da vida selvagem, as quais aproximam pessoas de vírus e de outros patógenos novos e antigos, permitindo que, eventualmente, saltem para hospedeiros humanos. Aliado a isso, a urbanização desordenada, a mobilidade frenética e as viagens internacionais facilitam sua disseminação. E não podemos esquecer as mudanças climáticas, que também alteram profundamente o comportamento e dispersão de pessoas, plantas, animais e das próprias doenças.

Prevenir próxima pandemia

Enquanto a pandemia de COVID-19 segue deixando um rastro de milhões de vítimas e trilhões em prejuízos na economia mundo afora, fica o alerta para a necessidade de prevenir outra tragédia. Perigo que cresce com o desequilíbrio ambiental provocado pela própria ação humana. O Dr. Aith reconhece que o próprio homem cria riscos, invadindo habitats e levando o mundo a um desequilíbrio. “A ação do ser humano sobre o planeta está alterando o equilíbrio ambiental de tal maneira que novos riscos à vida do Homem na Terra certamente virão, seja da natureza (vírus, terremotos, mudança climática), seja do engenho humano (medicamentos, terapias, superbactérias, clonagens, Brumadinho), seja das novas relações sociais e de trabalho que se instalam (teletrabalho, redes sociais, etc.)”, atenta.

Apesar de tudo, ainda é possível mitigar os efeitos e o número de mortes que uma próxima pandemia pode causar. Para o Dr. Adalja, atividades de preparação para pandemia, como vigilância, testes diagnósticos, preparação hospitalar e contramedidas médicas são essenciais. “E a pandemia de COVID-19 nos ensinou que é crucial agir com rapidez e tomar as medidas corretas no início, antes que um surto saia de controle. Além disso, é importante impedir que políticas, campanhas de desinformação e ataques a especialistas atrapalhem a resposta”, salienta.

O Dr. Aith acrescenta que é fundamental fortalecer os sistemas de saúde dos Estados e criar um sistema de governança global mais eficiente, dando mais poderes à Organização Mundial da Saúde (OMS) para que atue no controle das futuras pandemias de forma mais contundente e resolutiva, inclusive intervindo em Estados que não observam as diretrizes da Organização no combate à epidemia.

Todos são unânimes que além de evitar é preciso que o mundo esteja melhor preparado para conter o próximo agente biológico. A Dra. Romano relembra que falem da questão científica, têm as questões econômicas e políticas de cada país. “Países que melhor controlaram a pandemia foram os que tomaram atitudes drásticas desde o início e não precisaram ser muitas: fechamento de fronteiras e testagem em massa. Conter uma pandemia é possível, mas não é uma tarefa simples. E é nossa obrigação ter aprendido alguma coisa com essa”, frisa.

Ainda de acordo com a Dra. Romano, evitar a próxima pandemia deve ser uma ação global. “Como já sabemos que as chances dela também se originar de animais e do seu contato próximo com humanos, é preciso evitar o desmatamento, o trafico ilegal de animais silvestres, o consumo de carne desses animais”, complementa. Do lado científico, é preciso estudar a diversidade microbiana presente nos animais (sabe-se que cerca de 2/3 de todas as doenças infecciosas de humanos tiveram origem zoonótica). A virologista lembra ainda que coronavirus, influenzas, arenavirus, paramixovirus (como o Nipah, que tem potencial pandêmico) estão ai, infectando uma imensa diversidade de animais, e com potencial zoonótico. Vale lembrar que cientistas, incluindo brasileiros, já identificaram mais de 30 mil diferentes coronavírus em animais, que podem, virtualmente, saltar em algum momento para humanos. A especialista também chama atenção para os hábitos culturais humanos, como por exemplo, o consumo de carne de animais exóticos, mas não somente morcegos e macacos, aves e qualquer outro animal podem ser virtualmente, a fonte do próximo agente pandêmico.

Para a Dra. Nava, é preciso investir em ações de efeitos sinérgicos voltadas a frear gatilhos ambientais para o surgimento dessas doenças e monitoramento ativo. “Em relação aos gatilhos ambientais: parar o desmatamento, coibir o tráfico e caça de animais silvestres e sua comercialização e os mercados que propiciam a convivência e proximidade de diferentes espécies animais e domésticas, situações que predispõem a surtos de doenças infecciosas zoonóticas”, cita. Ainda segundo a pesquisadora, o monitoramento ativo envolve o levantamento dos patógenos que estão circulando na população silvestre e o contínuo contato com a população vizinha à floresta, nos locais de maior crescimento populacional e nos sítios mais preservados para entendimento das dinâmicas que envolvem os diferentes atores que estão presentes nessas interfaces.

A próxima pandemia será mais ou menos mortal?

De acordo com a Dra. Romano, é difícil prever se ela será mais ou menos mortal do que a atual. E que isso vai depender das características do agente biológico presente (vírus, fungo ou bactéria), letalidade e transmissibilidade. A pandemia do SARS em 2003, por exemplo, se espalhou rapidamente e tinha uma mortalidade muito maior do que o COVID-19.

De acordo com o Dr. Aith, pandemias da dimensão da atual não ocorrem com frequência. Para ele, a próxima será menos mortal, mas considera que esses fenômenos devem acontecer com mais frequência, até que apareça uma mais mortal que essa em algum momento futuro.

Na opinião da Dra. Nava, o que o sabemos e aprendemos com as epidemias de origem zoonótica é que a ruptura do equilíbrio natural do ecossistema que envolve os hospedeiros, vetores e reservatórios competentes e o contínuo contato com espécies que naturalmente não se encontrariam, proporciona os aparecimentos e adaptações de agentes etiológicos a outros hospedeiros. “A redução da biodiversidade é uma forma de ocorrência dessa ruptura devido à alteração da transmissão de patógenos e parasitas. Similarmente o que se supõe que tenha sido a causa da emergência do COVID-19”, argumenta.

Por fim, a pesquisadora sublinha que a floresta em pé nos oferece inúmeros serviços ecossistêmicos, dentre eles a manutenção da ecologia natural de algumas doenças. O agente etiológico pode estar presente na população silvestre, porém fica diluído entre seus hospedeiros menos competentes e seus reservatórios amplificadores, só chegando à população humana quando há ruptura desses ciclos naturais. “Portanto, se quisermos evitar novas emergências devemos parar o desmatamento, reflorestar, e frear o aquecimento global, onde teremos emergência de doenças vetoriais e de origem em reservatórios silvestres, principalmente roedores”, encerra a Dra. Nava.

Saiba mais:

Q&A with Dr. Bernstein on the connections between COVID-19, climate change, and the environment

Solutions for preventing the next pandemic, a new article by Dr. Bernstein in Science

Opinion: Anticipating the Next Pandemic

Mandeep Dhaliwal: We need a green recovery to prevent the next pandemic

Preventing the next pandemic: How $30 billion can prevent the next COVID-19

As COVID-19 continues, experts warn of next pandemic likely to come from animals

The next virus pandemic is not far away

Mais de um milhão de vírus podem causar a próxima pandemia global

 

Mais de um milhão de vírus podem causar a próxima pandemia global

Especialistas estimam que pode haver mais de um milhão de vírus com capacidade de infectar humanos. Mas poucos estão catalogados

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está preparando um grupo rumo à China para encontrar a origem do novo coronavírus. Os primeiros casos datam de um mercado em Wuhan, mas a origem ainda é incerta — há resquícios da covid-19 em outros lugares antes dos primeiros casos, de Barcelona ao esgoto de Florianópolis.

Seja como for, o objetivo é descobrir não só a região onde a pandemia começou, mas a origem epidemiológica do vírus e como ele foi passado de animais ou outros ambientes para humanos.

Há um porquê: isso pode acontecer novamente. Especialistas estimam que pode haver mais de 1 milhão de vírus com potencial para infectar humanos, segundo reportagem do jornal South China Morning Post, de Hong Kong, que conversou com especialistas envolvidos na missão da OMS. O problema é que só uma pequena fração deles está catalogada e um percentual ainda menor já foi estudado pela ciência.

Os motivos são muitos, e uma parte é por falta de tecnologia apropriada. Mas há também pouco investimento em pesquisa, falta de coordenação internacional e, até mesmo, falta de vontade política dos governantes mundo afora que levem à decisão de financiar esse tipo de pesquisa.

Nos últimos 20 anos, por exemplo, os estudos sobre coronavírus receberam 550 milhões de dólares, menos do que a metade dos 1,2 bilhões de dólares (1,1% dos gastos globais) investidos em pesquisas sobre o ebola, segundo uma análise feita por pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido.

Assim, tal qual o novo coronavírus apareceu “do nada” e levou a mais de 22 milhões de infectados no mundo, o mesmo pode acontecer com outros patógenos que estão à solta no planeta.

A Sars, síndrome respiratória causada pelo SARS-CoV, que também é um tipo de coronavírus, foi relacionada a morcegos após pesquisas na época. A epidemia da Sars surgiu em 2002, mas nenhuma transmissão ocorre desde 2004.

O novo coronavírus, um “primo” da Sars e causador da doença covid-19, é chamado de Sars-CoV-2. A suspeita é que ele também tenha sido transmitido por morcegos, mas a hipótese ainda não é totalmente confirmada.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Não há direito real de habitação sobre imóvel comprado pelo falecido em copropriedade com terceiro

Poder Judiciário

Não há direito real de habitação sobre imóvel comprado pelo falecido em copropriedade com terceiro

Da Redação com informações do STJ. - quinta, 19 de novembro de 2020
 

A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de uma viúva que pretendia ver reconhecido o direito real de habitação sobre o imóvel em que morava, comprado pelo seu falecido marido em copropriedade com um filho dele, antes do casamento.

A decisão foi proferida em embargos de divergência opostos pela viúva contra acórdão da Terceira Turma, segundo o qual, na hipótese de copropriedade anterior ao óbito – que difere daquela adquirida com a morte do proprietário –, não se pode falar em direito real de habitação do cônjuge sobrevivente.

Nos embargos, alegando divergência de entendimentos sobre a matéria entre órgãos julgadores do STJ, a viúva sustentou que o direito real de habitação limita o direito à propriedade dos herdeiros, a fim de que o cônjuge sobrevivente tenha garantido o seu direito à moradia.

Exceção legislativa
A relatora, ministra Isabel Gallotti, afirmou que o direito real de habitação tem a finalidade de garantir moradia ao cônjuge ou companheiro sobrevivente, preservando o imóvel que servia de residência para a família, independentemente do regime de bens, como estabelece o artigo 1.831 do Código Civil.

"Trata-se de instituto intrinsecamente ligado à sucessão, razão pela qual os direitos de propriedade originados da transmissão da herança sofrem mitigação temporária em prol da manutenção da posse exercida pelos membros do casal", declarou.

Segundo a ministra, como o direito real de habitação já é uma exceção criada pelo legislador, não pode haver interpretação extensiva para incluir no mesmo tratamento situações não previstas em lei – por exemplo, a hipótese em que o imóvel seja objeto de copropriedade anterior com terceiros.

Condomínio preexistente
Em seu voto, a relatora destacou entendimento do ministro Luis Felipe Salomão, que, em caso semelhante ao analisado, ressaltou que "o direito real à habitação limita os direitos de propriedade, porém, quem deve suportar tal limitação são os herdeiros do de cujus, e não quem já era proprietário do imóvel antes do óbito".

Para a ministra, entendimento diverso possibilitaria, inclusive, a instituição de direito real de habitação sobre imóvel de propriedade de terceiros estranhos à sucessão, o que seria contrário à finalidade da lei.

"No caso em debate, entendo que tal direito não subsiste em face do coproprietário embargado, cujo condomínio sobre a propriedade é preexistente à abertura da sucessão do falecido (2008), visto que objeto de compra e venda registrada em 1978, antes mesmo do início do relacionamento com a embargante (2002)" – concluiu Isabel Gallotti.

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Strauss II - Waltzes, Polkas & Operettas | Classical Music Collection

5G indica que a Terceira Guerra Mundial começou, mas é econômica — e não atômica

 

5G indica que a Terceira Guerra Mundial começou, mas é econômica — e não atômica

A guerra da tecnologia 5G escancara a batalha entre os Estados Unidos e a China pela hegemonia global. O Brasil está no meio da pendenga e pode sair ganhando

“Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus”, disse o físico alemão Albert Einstein, certamente o mais famoso da história.

Einstein disse isto porque, com uma guerra nuclear, dependendo de sua extensão, a destruição seria imensa. Então, os homens que sobrassem — poucos, e talvez doentes — teriam de lutar, na Quarta Guerra Mundial, “com pedras e paus”. A humanidade regrediria.

O fato é que a bomba atômica, com sua ampla possibilidade de destruição em massa — como aconteceu em Hiroshima e Nagazaki, no Japão, em 1945 —, no lugar de produzir a Terceira Guerra Mundial, praticamente pacificou o mundo. Estados Unidos e União Soviética, os primeiros a terem a bomba atômica (os soviéticos furtaram a pesquisa americana), no lugar de uma “guerra quente”, optaram pela Guerra Fria. Quer dizer, pela política. Entre as décadas de 1940 e 1980, os dois países brigaram pelo controle do mundo, com ameaças variadas, mas nenhum teve a audácia de dar o primeiro passo. Pode-se dizer, portanto, que a energia nuclear salvou o mundo e consolidou a paz — claro que se está falando de batalhas mundiais, porque guerras localizadas, sobretudo no Oriente Médio, continuaram acontecendo.

Xi Jinping, presidente da China, e Jair Bolsonaro, presidente do Brasil: entre tapas e beijos? | Foto: Alan Santos/PR

Entretanto, se não há uma batalha global com armas nucleares, talvez seja possível falar numa Terceira Guerra Mundial econômica. A Rússia, apesar de seu arsenal nuclear e dos rompantes de Vladimir Putin — uma espécie de czar híbrido, filho tanto do czarismo quanto do stalinismo —, foi superada pela China. Hoje, os chineses são a principal ameaça econômica à hegemonia dos Estados Unidos.

A China se tornou uma potência de primeira grandeza rapidamente. Os comunistas chineses descobriram o que não funcionava no socialismo — o mercado engessado pelo Estado — e adotaram um sistema híbrido, com o Estado forte, mas um mercado relativamente livre. O resultado é uma economia sólida e altamente competitiva. A China conseguiu fazer aquilo que Mikhail Gorbachev quis mas não conseguiu: abrir a economia, mas mantendo o controle comunista.

A China chegou pra ficar

As pessoas que viajam pelo mundo, se forem minimamente observadoras, certamente perceberão que a China inundou quase todos os países de tudo quanto é tipo de bugigangas. Fica-se com a impressão de que o mundo, que já foi inglês (o chá é o símbolo) e é americano (a Coca-Cola e o cinema são símbolos), se tornou ou está se tornando também chinês. Reclama-se que as bugigangas são de baixa qualidade e, por isso, duram pouco. Na verdade, os produtos, quase todos e de todo o mundo, se tornaram ou estão se tornando descartáveis — uns mais, outros menos. O celular de ponta de determinada empresa funciona bem por um determinado período, mas, depois de várias atualizações, “precisa” ser trocado. Às vezes, nem é tão necessário trocá-lo, mas o lançamento de outro celular mais avançado, com adornos que chamam a atenção e ampliam as conexões, praticamente cobra que o consumidor o compre, deixando o anterior de lado. Em termos tecnológicos, o novo deixa de ser novo ao nascer. Já nasce velho. Os olhos do consumidor brilham não para o que já existe, e sim para o que o mercado tecnológico está prometendo. Afinal, tudo que é novo desmancha no ar. É líquido, diria Zygmunt Bauman.

Jair Bolsonaro e Donald Trump: aliados ideológicos, mas negócios são outra coisa | Foto: Reprodução

As bugigangas chinesas “escondem” um fato crucial: foram e são úteis para o processamento do que, na falta de melhores palavras, se pode chamar de “acumulação primitiva” de capital. Os produtos de má ou de qualidade razoável ajudaram, no médio ou longo prazo, a China a modernizar seu parque tecnológico-industrial. Então, se antes fazia produtos ruins, com os recursos financeiros absorvidos de todo o mundo, passou a ter capital para investir em tecnologia refinada. O país fabrica computadores, chips, automóveis, trens de ferro (seus metrôs são avançadíssimos), celulares e muitos outros produtos. A qualidade está cada vez melhor — o que aumenta sua competitividade. Acrescente-se que, com mão de obra barata — baratíssima, ao contrário do custo dos trabalhadores americanos e alemães — e a produção em alta escala, os preços dos produtos chineses são imbatíveis. O resultado é que o país tem o segundo maior PIB do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e à frente de gigantes como Japão, Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Índia, Brasil e Rússia.

A China chegou pra ficar — é o novo Império. Não só. Seu objetivo, a médio prazo, é se tornar a potência econômica dominante — superando os Estados Unidos, o Império Romano dos tempos atuais. Vai conseguir? A economia americana é dinâmica, ancorada no que há de melhor em termos de tecnologia — em variados campos —, e a qualidade de vida de seu povo é muito superior à do povo chinês. Mas será muito difícil manter a China atrás por muito tempo. Há economistas — que deveriam ser chamados de “profetólogos” — que chegaram a sugerir que, em 50 anos, a China se tornaria a potência hegemônica. Hoje, dado o avanço dos chineses — a América Latina e a África começaram a ser “absorvidas” pelo gigante asiático —, a possibilidade de hegemonia não é nada remota. Está chegando mais cedo do que se pensava.

A tecnologia 5G é, no momento, o motivo de uma guerra brutal — em termos econômicos e de pressões políticas — entre Estados Unidos e a China. Não se fala em guerra ideológica ou em disputa entre comunismo e capitalismo. A China não está interessada neste debate, que é pueril e infrutífero. Para conquistar mercado para sua tecnologia — na verdade, uma cabeça de ponte para outros produtos —, a China está jogando pesado, oferecendo recursos financeiros para vários países. Os Estados Unidos estão fazendo o mesmo, embora sem tanta volúpia. Mas, como gigante político que é, os Estados Unidos estão dando “broncas” nos outros países — o que, em termos de economia, não funciona. Com a pandemia do novo coronavírus, que está quebrando várias economias nacionais, os gigantes econômicos, como Estados Unidos e China, terão papel crucial nas suas recuperações. Com a vantagem de que os países poderão escolher: inglês ou mandarim?

Donald Trump e Joe Biden

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às vezes é visto pela imprensa como “causa” das posições geopolíticas e econômicas do país mais rico do mundo. Talvez seja menos inapropriado sugerir que o descabelado dirigente é mais consequência do que causa. Ele não está inventando um Estados Unidos isolacionista (de fato, é menos intervencionista, em assuntos de outros países, inclusive em termos de guerras armadas, do que alguns ex-presidentes democratas, como Bill Clinton e Barack Obama). Na verdade, os Estados Unidos isolacionistas, com o objetivo de combater o avanço dos chineses — que tratam como “novos bárbaros” (leia poema de Caváfis abaixo) —, “inventaram” Trump para proteger os interesses americanos.

Ocorre que o isolacionismo dos Estados Unidos — os americanos para os americanos — não funciona mais num mundo globalizado, que é sinônimo de integração. Se os Estados Unidos querem reforçar a economia interna, para fortalecê-la contra a fúria econômica do Dragão da Ásia, a China está oferecendo parceria — capital e assistência tecnológica (financiada com custo quase “zero”) —, a vários países. A possível volta dos democratas ao poder, nos EUA, têm a ver com o desgaste político de Trump, é certo, mas também com a possibilidade de que os homens do poder econômico do país de Henry James e William Faulkner estejam percebendo que é preciso mudar a política do país em relação ao mundo. Talvez o isolacionismo de Trump não sirva mais. Um Império tem de ser mais aberto aos súditos, aos quase-súditos e aos não-súditos. O pragmatismo americano sabe que salvar o Império americano — e os impérios às vezes tombam quando estão no auge — talvez signifique sacrificar Trump. Joe Biden não é o que há de melhor, mas, teoricamente (na prática, os democratas sempre foram mais protecionistas do que os republicanos), pode, como presidente, retomar o diálogo americano com o mundo, fortalecendo seus negócios, para além das discussões ideológicas (que só interessam mesmo àqueles que vivem o sonho de que o paraíso é palpável e passam ao largo da vida real dos cidadãos comuns que levantam-se às 6 horas da manhã, pegam ônibus lotado, ganham salário mínimo e voltam para a casa para ver um jogo de futebol, uma novela, um filme ou uma série e tomar uma cerveja).

Barack Obama e Joe Biden: democratas são mais protecionistas, mas serão menos isolacionistas? | Foto: Reprodução

Com Joe Biden, os Estados Unidos poderão dizer ao mundo: “O problema não são os EUA, e sim Trump; portanto, estamos removendo-o”. Dará certo? Talvez sim. Talvez não. Porque, como se disse acima, a China não está para brincadeira e tende a superar, a médio ou a longo prazo, os Estados Unidos.

A Terceira Guerra Mundial está no ar, efetiva, e é profundamente tecnológica (o 5G), portanto econômica. E não deixa de ser política. Vencerá o mais realista, e não o mais ideológico.

Bolsonaro e os democratas

A imprensa patropi sugere que, se Joe Biden, do Partido Democrata, ganhar a eleição para presidente, em novembro, as coisas vão ficar gris para o Brasil. O presidente Jair Bolsonaro é considerado um peão do jogo de xadrez de Donald Trump. Por apoiá-lo, poderia prejudicar o país na relação com os Estados Unidos? Sim, pode mesmo. Mas, se a China está com duas presas firmes e os EUA continuam com duas presas, mas uma bamba, na prática, um presidente como Joe Biden poderia levar a ferro e fogo uma retaliação contra o país de Machado de Assis, Guimarães Rosa, Antônio José de Moura e Gabriel Nascente? Talvez não.

A China já é o maior parceiro comercial do Brasil. Não porque ame a música de Noel Rosa, Elis Regina, João Gilberto, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Luiz Melodia, Chico Buarque de Holanda, Gal Costa, Maria Bethânia, Fernanda Takai, Marina de la Riva, Marcelo Barra e Maria Eugênia. Nada disso. A China precisa dos minérios — ferro e aço são fundamentais para sua tecnologia —, da soja e da carne brasileiros. Mais: a China necessita de um mercado de 210 milhões de pessoas, com uma classe média relativamente consolidada, para colocar seus produtos (na área de ferrovias, o gigante asiático avança a passos largos). Quem conquistar o Brasil, lançando bases sólidas em seu território, tende a conquistar a América do Sul e, possivelmente, toda a América Latina.

Portanto, amando ou odiando Bolsonaro, os Estados Unidos terão de recolher os dentes (lembre-se, leitor: uma presa está bamba) e, como Trump ou Joe Biden, aderir, mais uma vez, ao soft power. Os americanos querem e vão lutar pela parceira com um país que tem 8,5 milhões de quilômetros quadrados — o que significa commodities em grandes volumes —, independentemente se o país estará sob o comando da direita, do centro ou da esquerda (o direitista George Walker Bush se dava muito bem com o esquerdista Lula da Silva). Os Estados Unidos, que têm estrategistas de primeira linha, não vão “entregar” a terra de Bernardo Élis, Edival Lourenço, Afonso Félix de Souza, Maria José Silveira e Miguel Jorge de mão-beijada aos chineses.

Observe-se, por fim, o pragmatismo chinês em ação. Alegando problemas decorrentes da pandemia do novo coronavírus, a China parou de comprar carne de seis frigoríficos brasileiros — entre eles a JBS e a BRF. A causa é mesmo esta? De fato, em alguns frigoríficos, dezenas de funcionários testaram positivo e estão ou estiveram com a Covid-19. Trata-se, claro, de um problema sério. Mas a China não estaria usando isto para tentar impor sua tecnologia 5G ao Brasil? E provável. Num momento de crise, e mesmo sem a crise, o Brasil se tornou “dependente” do mercado chinês para manter sua economia forte e crescendo. Se a China reduz as compras, o crescimento econômico será ainda menor do que o previsto. Aderindo ao 5G da China — da Huawei —, deixando os americanos de lado, o Brasil logo perceberá que o boicote chinês cederá. É, como estamos dizendo, a Terceira Guerra Mundial em ação. A arma não é mais a bomba atômica. A mais letal e precisa tem outro nome: c-a-p-i-t-a-l. Leia de novo: capital — bufunfa, pila, grana, capim, gaita, tutu, dinheiro.

O Brasil, com Trump ou Joe Biden, pode acabar ganhando… Basta, quem sabe, Bolsonaro distensionar um pouco mais sua política exterior — jogando mais do que aderindo… O que se espera do presidente patropi é mais pragmatismo e menos ideologia…

À espera dos bárbaros

Konstantinos Kaváfis

— Que esperamos reunidos na ágora?

 

É que hoje os bárbaros chegam.

 

— Por que tanta abulia no Senado?

Por que assentam os senadores? Por que não ditam normas?

 

Porque os bárbaros chegam hoje.

Que normas vão editar os senadores?

Quando chegarem, os bárbaros ditarão as normas.

 

— Por que o Autocrátor levantou-se tão cedo

e está sentado frente à Porta Nobre da cidade

posto em seu trono, portanto insígnias e coroa?

 

Porque os bárbaros chegam hoje.

E o Autocrátor espera receber

o seu chefe. Mais do que isto, predispôs

para ele o dom de um pergaminho. Ali

fez inscrever profusos títulos e nomes sonoros.

 

— Por que nossos dois cônsules e os pretores saíram

esta manhã com togas rubras, com finos bordados de agulha?

Por que essas braçadeiras que portam, pesadas de ametistas,

e os anéis dactílicos lampejando reflexos de esmeralda?

Por que ostentam hoje os cetros preciosos,

esplêndido lavor de cinzel, amálgama de ouro e prata?

 

Porque os bárbaros chegam hoje,

e toda essa parafernália deslumbra os bárbaros.

 

— Por que nossos bravos tributos não acodem

como sempre, a blasonar seu verbo, a perorar seus temas?

 

Porque os bárbaros chegam hoje,

e eles desprezam a oratória e a logorreia.

 

— Por que de repente essa angústia,

esse atropelo? (Todos os rostos de súbito sérios!)

Por que rápidas se esvaziam ruas e praças

e os antes reunidos retornam atônitos às casas?

 

Porque a noite chegou e os bárbaros não vieram.

E pessoas recém-vindas da zona fronteiriça

murmuram que não há mais bárbaros.

 

E nós, como vamos passar sem os bárbaros?

Essa gente não rimava conosco, mas já era uma solução.

[Tradução de Haroldo de Campos]

Como Boulos usou as mídias sociais para suavizar sua imagem

 

Como Boulos usou as mídias sociais para suavizar sua imagem

Inovadora na esquerda, campanha do candidato do PSOL chega ao segundo turno ao mudar a impressão sisuda de ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto e buscar novos espaços para se comunicar com os jovens.

Boulos votando em São Paulo, cercado de apoiadores

Boulos votando em São Paulo, cercado de apoiadores

Guilherme Boulos, candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, passou ao segundo turno com 20,2% dos votos válidos e vai disputar o comando da cidade mais rica da América do Sul contra o atual prefeito Bruno Covas, do PSDB, que teve 32,9% dos votos válidos.

Filiado a uma legenda pequena, com quatro deputados federais e pouca verba do fundo eleitoral, e contando com 17 segundos nos blocos de propaganda eleitoral em rádio e TV, o desempenho de Boulos se explica em parte pelo seu bom uso das mídias sociais e da internet.

Para chegar aos eleitores e se apresentar como candidato viável, ele calibrou o tom da comunicação em suas redes para soar autêntico, suavizou a imagem sisuda de ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto e buscou novos espaços para se comunicar com os jovens.

Esse caminho incluiu fazer um reality show com o candidato, transmitindo um dia inteiro de sua campanha ao vivo pelo YouTube, participar de uma partida do jogo de internet "Among Us" enquanto respondia a perguntas de seus oponentes, aderir ao TikTok e brincar com a semelhança da sonoridade de seu sobrenome com a palavra bolos.

Líder em popularidade digital

A estratégia deu resultado. Segundo o ranking de popularidade digital dos candidatos a prefeito da capital paulista, elaborado pela consultoria Quaest para o jornal Folha de S.Paulo, Boulos liderou essa métrica desde o início da campanha. O índice considera variáveis como número de seguidores, comentários, curtidas e compartilhamentos, reações positivas e negativas, presença nas redes sociais e volume de buscas.

Paulo Ferracioli, pesquisador do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Política e Tecnologia, vinculado à Universidade Federal do Paraná, afirma que a forma de o candidato do PSOL usar as redes sociais se mostrou "efetiva" e colaborou para ele obter mais votos, especialmente entre o eleitor jovem que não o conhecia.

Ferracioli cita como exemplo a participação de Boulos no podcast Flow, que atrai muitos aficionados em videogames. "Não é um público muito ligado à esquerda. E o podcast viralizou no Twitter, com pessoas dizendo que não imaginavam que ele seria capaz de conversar com esse público", diz. Neste domingo (16/11), o vídeo da participação do candidato no podcast registrava mais de um milhão de visualizações no YouTube.

Já a decisão da campanha do candidato de criar e compartilhar memes brincando com o seu nome e a palavra bolos foi uma maneira de mostrá-lo como uma pessoa "acessível, engraçada, que fazia piada com o próprio nome", diz Ferracioli.

Ele lembra o caso de uma jovem que fez uma postagem em rede social perguntando se Boulos iria um dia à casa dela para comer bolo. A equipe do candidato leu a mensagem, entrou em contato com ela e o candidato foi à casa dela comer bolo, com as imagens depois compartilhadas em suas redes.

"Isso serviu para tentar descolá-lo da imagem do PSOL como um partido de esquerda agressivo. Preferiu suavizar, defender as pautas de uma maneira mais leve", diz.

Para Ferracioli, a decisão de Boulos focar o primeiro turno em "conversar com os jovens" também se explica pelo fato da vice na chapa, Erundina, prefeita de São Paulo de 1989 a 1993, já ser melhor conhecida pela população mais velha.

Inspiração para a esquerda

A habilidade no uso de redes sociais para contornar a falta de tempo de TV também foi uma característica da vitória de Jair Bolsonaro na campanha presidencial 2018, e uma fórmula usada por outros candidatos de extrema direita e de direita, como Arthur do Val, o Mamãe Falei, do Patriotas, que terminou em quinto lugar na eleição paulistana com 9,8% dos votos válidos.

A performance de Boulos nesse quesito é uma novidade na esquerda e aponta que esse campo político também pode ser capaz de usar as mídias sociais com sucesso, diz a cientista política Camila Mont'Alverne, especialista em comunicação política e pesquisadora do Reuters Institute, vinculado à Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Ela lembra que o PT, nos anos em que comandou o governo federal, contava com uma rede ativa e relevante de apoiadores em blogs considerados progressistas, mas que não conseguiram migrar para as redes sociais, enquanto influenciadores digitais de direita tiveram melhores resultados ocupando esse espaço.

"A campanha de Boulos entendeu que cada mídia social requer uma linguagem própria. Ele conseguiu manter um equilíbrio entre usar uma linguagem mais descontraída, mas sem se tornar um personagem falso. A atuação dele parecia mais natural, algo que tanto Covas como [Jilmar] Tatto [candidato pelo PT] não conseguiram", afirma.

Mont'Alverne menciona como exemplo vídeos curtos da campanha de Boulos, editados em cortes rápidos e com efeitos visuais, que mostravam o candidato em seu carro, ouvindo o que outras pessoas falavam dele, e depois indo conversar com elas de forma calma, tentando desconstruir a imagem pré-concebida que tinham dele.

Ela diz que essa estratégia foi importante para moderar a imagem do candidato do PSOL, que iniciou sua militância política como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, ocupando imóveis abandonados.

"O perfil dele nas redes sociais não é o de um militante do movimento dos sem-teto. Isso faz parte da história dele, mas o perfil é de alguém tentando ocupar o cargo da prefeitura mais importante do país. Eles fizeram a transição de um militante de um grupo específico para um candidato”, diz.

Segundo turno

Boulos não poderá mais alegar que tem pouco tempo de rádio e TV. No segundo turno, os blocos de propaganda eleitoral são divididos igualmente entre os dois candidatos.

Mas como a produção de programas de TV exige muitos recursos financeiros, Ferracioli projeta que o PSOL continuará a priorizar as plataformas digitais. "As redes sociais são mais econômicas, produzem mais resultados com menos recursos”, diz.

Ele acredita que Boulos tentará se apresentar como a antítese de um PSDB que governa o estado de São Paulo há muito tempo e que já ocupou a prefeitura por diversas vezes. Já a oposição a Bolsonaro não deve ocupar tanto espaço, pois Covas também tem feito críticas ao presidente e declarou que não buscará o seu apoio no segundo turno.

Um desafio à frente do candidato do PSOL, diz, é como conquistar o voto da população das periferias e dos mais pobres —  nas pesquisas, ele registra melhor desempenho nas regiões centrais e entre os mais escolarizados.

Para chegar a esse grupo, Ferracioli afirma que a campanha Boulos talvez precise reorientar seus esforços para outras redes, como o Facebook e WhatsApp, que são usados de forma mais ampla pela população.

Segundo Mont'Alverne, se o candidato do PSOL não fizer ajustes no segundo turno para tentar se conectar com o público que ainda não conseguiu conquistar, correrá o risco de acabar como Marcelo Freixo na campanha a prefeito do Rio de Janeiro em 2016, que perdeu no segundo turno para Marcelo Crivella, do PRB.

"A campanha de Freixo foi uma campanha linda para os apoiadores, mas tinha um problema quase de identificação cultural, não tinha jeito de uma campanha a uma candidatura majoritária”, diz.

A Rosa de Sant'Ana


                                                           

(evangelhista da silva)



O sábado amanhecera em flores e cores e amar
 indo à Feira merquei as flores, vivi o amor e colhi rosas
                                     enquanto eu esperava a Princesa do Sertão em carne e flor                                       imaginava esse encontro em eterna paixão
e não via a hora de atravessar o mar da seca
para mergulhar em seu corpo doce de mulher.

Como sempre,
desde há muito tempo
a spero contente e tenso a sua presença em braços meus
a soluçar um desejo inesgotável de eterna paixão.

Ai Ana santa, minha linda Rosa de Sant'Ana
sacana é quem te faz sofrer neste mundo de meu Deus.

Vem Amor meu
vem!

Aqui a espero em meus braços
entre soluços, gemidos, e gritos!

E no silêncio da noite
sentirão o nosso prazer de amar
e despertaremos desejos ofuscados
àqueles casais infelizes.

Por certo irão copiar o nosso gesto dengoso
mas nunca nos alcançarão
em desejo, amor e tesão
visto que o nosso amor é desejo infinito de gozar.

 

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Assistente de acusação - breve resumo e atual entendimento jurisprudencial


 Publicado por Flávia Advogada 

 
O titular e, portanto, autor da ação penal pública, é o Ministério Público (art. 129, I, CF/88). Contudo, o ofendido (vítima) do crime poderá pedir para intervir no processo penal a fim de auxiliar o Ministério Público. A essa figura, dá-se o nome de “assistente da acusação”. O assistente também é chamado de “parte contingente”, “adesiva”, ou “adjunta”. O assistente é considerado a única parte desnecessária e eventual do processo. OBS: Somente existe assistente da acusação no caso de ação penal pública. Qual é o fundamento que justifica a existência do assistente da acusação? Segundo a corrente majoritária (STF e STJ, bem como doutrina majoritária), o ofendido (ou seus sucessores) podem intervir como assistente da acusação não apenas para obter um título executivo (sentença condenatória). O assistente da acusação tem interesse em que a justiça seja feita. Desse modo, o interesse não é meramente econômico. O assistente da acusação poderá recorrer tanto nos casos em que o réu for absolvido, como na hipótese em que desejar apenas o aumento da pena imposta (o interesse não é apenas no título, mas sim na justiça). O instituto da assistência da acusação é compatível com a CF/88. Existe corrente minoritária afirmando que a figura do assistente do Ministério Público seria incompatível com a Constituição Federal. No entanto, tanto a doutrina majoritária como a jurisprudência do STF reputam que não há nada de inconstitucional no referido instituto. Quem pode ser assistente da acusação? Segundo o art. 268 do CPP, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido (pessoalmente ou por meio de seu representante legal, caso seja incapaz). Caso a vítima tenha morrido, poderá intervir como assistente:  O cônjuge; O companheiro; O ascendente; O descendente ou O irmão do ofendido. O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público (art. 270 do CPP). Ex.: Pedro e Tiago foram denunciados por lesões corporais recíprocas. Pedro não pode ser aceito como assistente de acusação do MP porque é corréu no processo. Momento em que pode ocorrer a intervenção como assistente da acusação A intervenção como assistente da acusação poderá ocorrer em qualquer momento da ação penal, desde que ainda não tenha havido o trânsito em julgado, conforme artigo 269 do CPP (O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no estado em que se achar). Não cabe assistente da acusação no inquérito policial. Não cabe assistente da acusação no processo de execução penal. Como ocorre a habilitação do ofendido (ou de seus sucessores) como assistente: 1) O ofendido (ou seus sucessores) deverá, por meio de um advogado dotado de procuração com poderes específicos, formular pedido ao juiz para intervir no processo como assistente da acusação; 2) O juiz manda ouvir o MP; 3) O MP somente pode se manifestar contrariamente à intervenção do ofendido como assistente da acusação se houver algum aspecto formal que não esteja sendo obedecido (exs.: o sucessor pediu para intervir, mas o ofendido ainda está vivo; o advogado não possui procuração com poderes expressos). O MP não pode recusar o assistente com base em questões relacionadas com a oportunidade e conveniência da intervenção. Preenchidos os requisitos legais, a intervenção do ofendido como assistente é tida como um direito subjetivo; 4) O juiz decide sobre a intervenção, ressaltando mais uma vez que esta somente poderá ser negada se não atender aos requisitos da lei; 5) Da decisão que admitir ou não o assistente não caberá recurso (art. 273 do CPP). No entanto, é possível que seja impetrado mandado de segurança. Por fim, recentemente o STJ entendeu ser possível a intervenção dos pais como assistentes da acusação na hipótese em que o seu filho tenha sido morto, mas, em razão do reconhecimento de legítima defesa, a denúncia tenha imputado ao réu apenas o crime de porte ilegal de arma de fogo. Portanto, os familiares da vítima poderão intervir no processo de porte de arma de fogo mesmo tendo havido arquivamento quanto à imputação de homicídio. Neste sentido entendeu o STJ. 5ª Turma. RMS 43.227-PE, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 3/11/2015 (Info 574).  
 
 
 
 
 Flávia Advogada Advogada, formada em Direito pela Centro Universitário (FAG), na cidade de Cascavel - Paraná; inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional do Paraná - sob o n. 75.923; Pós-Graduada pela Faculdade Damásio, com título de especialista em Direito Penal ("Lato sensu"). Atua prestando serviços de assessoria e consultoria jurídica a pessoas físicas e jurídicas, nacionais e estrangeiras, dos mais variados setores de atividades; jurista no Jusbrasil e possui uma página no facebook (facebook.com/draflaviatortega).

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

AVEH - Acidente Vascular Encefálico Hemorrágio e AVEI - Acidente Vascular Encefálico Isquêmico.

Pode ser definido como o comprometimento súbito da função cerebral, devido à interrupção do fornecimento de oxigênio e nutrientes ao tecido cerebral, ocasionado por uma obstrução ou ruptura do vaso sanguíneo responsável por este aporte. As Aves podem ser classificadas em duas grandes categorias, de acordo com suas definições: a) AVE isquêmico (AVEI) – resulta da oclusão de uma artéria, privando determinada área do cérebro de nutrientes essenciais e oxigenação. Esta oclusão é provocada pela presença de coágulos, que se desenvolvem dentro da própria artéria (trombose arterial) ou que migraram de outro ponto do organismo (embolia cerebral). Corresponde a 75% dos casos e ainda pode ser classificado segundo sua localização anatômica, como se segue; a.1) AVEI da circulação anterior (ou do território carotídeo) – envolve a região suprida pela artéria carótida; a.2) AVEI da circulação posterior 9ou do território vértebro-basilar) – afeta o território suprido pelo sistema vértebro-basilar e compromete o tronco encefálico e o cerebelo. b) AVE Hemorrágico (AVEH) – é ocasionado pela ruptura de um vaso sanguíneos, com consequente sangramento para dentro do parênquima encefálico (hemorragia intraparenquimatosa - HIP) ou para a superfície do encéfalo (hemorragia subaracnóide- HSA). HAS é a principal causa de hemorragia intraparenquimatosa, porém a angiopatia amilóide também pode constituir-se em importante causa de sangramentos, enquanto que a principal causa de hemorragia subaracnóide é a ruptura de aneurismas. Deve-se suspeitar de AVE quando houver relato de aparecimento súbito de alteração no nível de consciência, com sinal neurológico localizador (hemiparesias, paresias de face e parestesias), tonteira, disfasia, disfagia, disfonia, cefaléia (de intensidade superior e diferente das cefaléias anteriormente sentidas), alterações visuais, alteração da coordenação, etc.; de acordo com o local afetado pela hemorragia, o exame físico deve revelar algum (alguns) dos seguintes sinais e sintomas: a) Comprometimento da circulação carotídea: - Paresia unilateral – fraqueza ou sensação de peso em um hemicorpo, podendo ocorrer assimetria facial. O lado acometido é oposto ao da artéria comprometida; - Parestesia – perda da sensibilidade, formigamento ou sensação anormal em um lado do corpo, que costuma ocorrer simultaneamente e do mesmo lado da fraqueza. Lembrando que o lado acometido é oposto ao da artéria comprometida; - Distúrbios da linguagem – dificuldade em selecionar corretamente as palavras, linguagem incompreensível, dificuldade de compreensão, escrita ou de leitura (disfasia); articulação anormal das palavras (disartria); - Distúrbios visuais – visão borrada em um lado do campo visual e ambos os olhos. O campo visual comprometido é oposto ao da artéria comprometida; - Cegueira monocular – perda visual unilateral e indolor. O olho acometido é do mesmo lado da artéria envolvida. b) Comprometimento da circulação vértebro-basilar: - Vertigem – sensação de estar girando que persiste no repouso e pode ser acompanhada de nistagmo; - Distúrbio da visão – visão borrada em um ou ambos os campos visuais. Acomete ambos os olhos, simultaneamente; - Diplopia (visão de duas imagens); - Paresia ocular – incapacidade de mover os olhos para um determinado lado; - Paresia – fraqueza que envolve um lado do corpo ou os quatro membros. A face pode estar acometida de um lado e os membros, do outro; - Parestesia – perda da sensibilidade, podendo acometer um lado do corpo ou os quatro membros. Costuma ocorrer simultaneamente com os sintomas motores; - Disartria – fala empastada, dificuldade de articulação; - Ataxia – desequilíbrio marcha instável, falta de coordenação em um lado do corpo; - “Drop attack” – consiste em paralisia súbita dos quatro membros, sem perda da consciência, resultando em queda. O exame físico costuma apresentar dados semelhantes nos dois tipos de AVE (isquêmico e hemorrágico). Entretanto, a cefaléia intensa, a rápida deterioração do nível de consciência, a presença de vômitos e a síndrome meníngea sugerem a presença de hemorragia, e o diagnóstico de certeza deverá ser feito com base nos exames complementares, que são: a) Avaliação laboratorial – hemograma completo, com contagem de plaquetas; sódio, potássio, magnésio, uréia e creatinina séricos; glicemia; tempo de tromboplastina parcial ativada; fibrinogênio; b) Tomografia computadorizada cerebral (TCC) – exame inicial, realizado geralmente no atendimento emergencial. Possui alta sensibilidade para o diagnóstico de hemorragia intraparenquimatosa, porém pode não evidenciar pequenas hemorragias subaracnóides ou lesões isquêmicas nas primeiras 48h e hemorragias situadas na fossa posterior; c) Ressonância magnética cerebral – exame mais dispendioso e não disponível em todos os centros de atendimento, porém é o mais sensível para detecção precoce de lesões isquêmicas (sequências de difusão e perfusão) e das lesões da fossa posterior. Requer imobilidade do paciente, o que pode constituir-se num fator limitante principalmente na fase aguda, devido à agitação psicomotora; d) Radiografia de tórax (sempre) e de coluna cervical (nos casos de trauma); e) Eletrocardiograma – utilizado para verificação de arritmias; f) Ultra-sonografia de carótidas – exame não-invasivo, útil para avaliação de estenoses; g) Exame do líquido cefalorraquidiano – quando houver suspeita clínica de HSA, com TC cerebral normal; h) Angiografia digital encefálica – para fazer um estudo detalhado da circulação cerebral, nos casos de suspeita de malformações vasculares, como aneurismas e angiomas; i) Doppler transcraniano – estudo sonográfico bastante prático para controle da reperfusão nos AVEI e de vasoespasmo na HSA. É um exame não invasivo, realizado à beira do leito e pode ser repetido quantas vezes for necessário; j) Ecocardiograma transtorácico – usado na avaliação de lesões estruturais cardíacas e presença de trombos intracavitários. Deve ser considerado caso não se consiga evidenciar as causas de AVEI pelos métodos citados anteriormente; k) Eletroencefalograma – utilizado nos casos de crises convulsivas concomitantes com o AVE e nas monitorações dos pacientes em coma (inclusive o induzido). Com relação ao tratamento, existem algumas medidas gerais, que devem ser aplicadas em qualquer tipo de AVE, como: controle da PA; controle da pressão intracraniana; controle das crises convulsivas; controle da glicemia; controle da temperatura corporal. Entretanto, para cada tipo de AVE existem também medidas específicas: a) AVEI – uso de antiagregante plaquetário, terapia fibrinolítica venosa, procedimentos endovasculares (terapia fibrinolítica intra-arterial, angioplastias); b) AVEH – drenagem de hematomas intraparenquimatosos, correção de malformações vasculares, seja por técnicas cirúrgicas ou por procedimentos endovasculares. É importante lembrar que os AVEs causam de 15 a 30% de incapacidade total e dentre as alterações causadas pela incapacidade motora e funcional, destacam-se as relacionadas ao sistema gastrointestinal: a) Disfagia total ou parcial – na disfagia parcial, há dificuldade de deglutição de alimentos com consistência líquida e/ou sólida. Para a alimentação via oral, os alimentos deverão ser oferecidos na consistência semilíquida (cremes, sopas, purês) ou líquida espessada, com o auxílio de espessantes, de forma a facilitar a diversificação da dieta. b) Paresia de face – A dificuldade para mastigação pode ocorrer, podendo ser mantida a alimentação via oral, desde que a consistência da dieta seja líquida, semilíquida ou pastosa. c) Gastroparesia – a dieta deverá ser administrada por via duodenal ou jejunal, caso a utilização de pró-cinéticos não seja capaz de contornar o problema. d) Diminuição da motilidade intestinal – a constipação intestinal pode estar presente, sendo recomendada a utilização de módulos de fibras e aumento da ingestão hídrica (em média 1ml/Kcal), quando não houver nenhuma co-morbidade (ex: ICC ou insuficiência renal) que limite o volume de líquidos. Caso a hipomotilidade seja severa, o uso de medicamentos laxativos será necessário. Colunista Portal - Educação por Colunista Portal - Educação O Portal Educação possui uma equipe focada no trabalho de curadoria de conteúdo. Artigos em diversas áreas do conhecimento são produzidos e disponibilizados para profissionais, acadêmicos e interessados em adquirir conhecimento qualificado. O departamento de Conteúdo e Comunicação leva ao leitor informações de alto nível, recebidas e publicadas de colunistas externos e internos.