domingo, 13 de janeiro de 2013

Largo da Palma

(evangelista da silva) Tarde de sábado... O silêncio mistura-se ao passado Que ainda vive na simplicidade dos casarios A mais pura e doce harmonia... A preguiça das ladeiras... O acanhamento das calçadas... Tudo são marcas de outrora... Por essas ladeiras negros subiram e desceram como burros maltratados... No vai-e-vem de sofrer e cansaço, pisando nessas pedras em pés descalços, Brotaram calos e mais calos - nos pés e alma. Doce injustiça... Observe em sua volta. E observe com carinho... De um lado, Roma ergue-se envergonhada; D'outro, o Instituto de Letras caindo aos pedaços - entrega-se a velhice em desespero... Além, lá no alto, lá em baixo, puteiros desmoronam-se em prantos... É a antítese da vida: humanos abandonados; desamor, luxúrias, encantos, injustiça e desencantos... Aqui, no barzinho da esquina, tudo se confunde: Samba, cachaça, Roma, bichas, capitalistas, senhoras e Putas...

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