sábado, 2 de julho de 2022

PRIMAVERA


PRIMAVERA


[evangelhista da silva]



Ei!



vem ver a minha rua

está brilhando de amor

o sol está feliz a conversar comigo

ele canta, e dança, e ri a me abraçar.



E estou imensamente feliz e saudoso então.



Ei!




vem cá, vem...

o dia de hoje está sem palavras

cheio de poesia e canção de saudades

certeza tenho de que outros dias assim virão.



Virão com as primaveras do amanhã.



Ei!




menina bonita dos encantos meus

vem ver a minha rua em festa

vem danada sorrir comigo

vem doce amada.



A noite certamente virá e estaremos felizes.




Ei!




mulher danada de bonita

tu és para mim o sol da minha vida

esculpida em luz, e versos, e misticidade

vem danada que a noite o sol continuará em festa.



Santo Antônio de Jesus, 22 de setembro de 2021, Às 11h51min 


Reforma regulamentar da 'OCDE' pode inviabilizar função da 'OAB'

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico publicou o relatório “Regulatory Reform in Brazil”, no qual estabelece melhorias e conformações necessárias a diversos setores de bens e serviços da economia brasileira.

                                                                      

Notícias Jurídicas

Renovadas diariamente de segunda a sexta

Reforma regulamentar da OCDE pode inviabilizar função da OAB

Na última semana, a OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico publicou o relatório “Regulatory Reform in Brazil”, no qual estabelece melhorias e conformações necessárias a diversos setores de bens e serviços da economia brasileira.

Em texto publicado nesta semana, Gabriel Rodrigues Teixeira, autor da coluna Migalhas para Estudantes, ressaltou a urgência de se debater as medidas apresentadas pela OCDE como necessárias à desburocratização regulamentar do Brasil, pois o cumprimento à risca das medidas hoje apontadas como necessárias significaria a completa transformação da OAB e da advocacia como hoje é praticada.

“Se as sugestões apresentadas no relatório se concretizarem em demandas obrigatórias para a entrada do Brasil na OCDE, não é difícil imaginar mudanças profundas na advocacia e na atuação da OAB no âmbito federal.”

Entenda a seguir lendo a coluna na íntegra:

Em janeiro deste ano, passada quase meia década desde a primeira manifestação oficial favorável por parte de autoridades brasileiras, o conselho de ministros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aprovou que negociações formais visando a entrada do Brasil no grupo fossem realizadas.

Fundada em 1961, a OCDE é composta pelas maiores economias do mundo – entre os atuais dez países de maiores PIBs, apenas Brasil, Índia e China não são membros – e, com o passar dos anos, tornou-se espaço relevante nas discussões econômicas internacionais. Dessa forma, o ingresso do Brasil no grupo é considerado por muitos um passo fundamental para a formação de vantajosos acordos comerciais com países desenvolvidos e a atração de investimentos externos.

A parte da negociação formal trata-se, pois, de uma etapa fundamental do processo de admissão: os países postulantes à OCDE devem se adequar a padrões estabelecidos pela organização – denominados por ela “melhores práticas internacionais” – referentes a aspectos de ordem econômica, social, legal e política.

No último 21 de junho a OCDE publicou o relatório “Regulatory Reform in Brazil”, no qual estabelece melhorias e conformações necessárias a diversos setores de bens e serviços da economia brasileira. As medidas sugeridas neste relatório provavelmente serão os futuros postulados administrativos aos quais o Brasil deverá se submeter para sacramentar sua tão desejada entrada no famoso “Clube dos Países Ricos”.

É urgente debater as medidas apresentadas pela OCDE como necessárias à desburocratização regulamentar do Brasil, pois o cumprimento à risca das medidas hoje apontadas como necessárias significaria a completa transformação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da advocacia como hoje é praticada.

O debate é urgente e relevante porque se estima em 2 a 5 anos para que o Brasil implemente, ou não, as mudanças sugeridas.

A partir da página 25 do relatório são citadas as seguintes medidas que se referem às profissões liberais e especificamente à advocacia no Brasil:

Fonte: Migalhas



sexta-feira, 24 de junho de 2022

Estatinas e Teorias na Cardiologia - Dr. Eduardo Almeida - PhD em Medicina. OS CARDIOLOGISTAS EM COMUNHÃO COM A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NOS MATA O CORAÇAO.


 

Ingenuidade


Ingenuidade



(evangelhista da silva)



                                                      Quero uma mulher que me procure                                                         se  dispa e me escute
caia na cama, no chão, na lama, na grama
e não se cale, grite! grite! grite!



Fale insistidamente que é minha propriedade
que me quer e logo se vá e tão logo se volte
eternamente virgem, sempre que a saudade reclamar
no desvario de me consumir.



E, quando estiver ao meu lado,
esqueça o passado e entregue-se-me
à fúria apaixonada fingindo que me quer.



E nestes momentos de puro sexo
cheiroso, ardente, lento e abrupto
                                                     só nós dois interpretaremos a vida                                                    
para cair no delírio eterno de gozar.



Lauro de Freitas, 06 de abril de 1999.








terça-feira, 21 de junho de 2022

Sinos Mudos Soaram À Meia Noite


Grande velho e histórico famoso sino da igreja Zygmunt em Cracóvia, Polônia


Sinos Mudos Soaram À Meia Noite





*Raymundo Evangelhista________________________________________________




Caros leitores, imaginar que perpassa em vossa mente neste instante, é algo, talvez, inusitado. Apesar de que tudo de muito ainda mais absurdo acontecia em terras de Tupinambás e Negros remanescentes. Santo Antônio de Jesus, como era conhecida aquela maloca, era um repositório de tudo o que não presta. Já se nos bastava a presença de estrangeiros que por lá chegavam para saquear e sacanear com os nativos, - a nossa gente. Ouçam atentamente o triste fim de um povo: - Era noite de inverno. Chovia copiosamente como que a prenunciar um dilúvio. Os filhos daquelas plagas que ainda estão vivos podem contar a história. Assim narrou-me o fato, Frederico Costa, meu amigo mais velho. Foi uma coisa do outro mundo, Seu moço, os sinos da Igreja da Praça dos Tupinambás não mais dobravam. Estavam em silêncio há mais de trinta anos. Um certo padre, muito escroto, depois de retirar o sineiro, (aquele que esticava as cordas para fazer os sinos soarem ao longo do infinito), transformou os sinos em um relógio eletrônico que ficou quebrado para sempre. Os sinos, Seu moço, foram vendidos para o ferro velho a troco de banana. Pois bem, Seu moço, eu durmo com as galinhas. Você sabe muito bem disso. Eu tenho lhe falado. Bem, mais tarde eu acostumo acordar para beber água. Naquela noite mística e chuvosa, os galos não cantavam; e os cachorros não latiam. Era um silêncio profundo. Só me restava naquele momento ouvir a poesia cantada pela chuva ao cair no telhado da nossa choupana. De repente, Seu moço, uma badalada, duas, três, e eu arrepiado como um gato assombrado... quatro, cinco, seis, sete, e eu se me perguntava que estava acontecendo meu Deus... Eram os sinos da igreja... e continuava. Não parava não. Oito, nove, dez, onze, doze. Doze badaladas. Os sinos, Seu moço, anunciavam que era meia noite. Peguei do meu relógio de bolso e conferi. Abri a porta e pude ver Tolentino, D. Helena, Zé Pilingocha, e outras pessoas assombradas. Isso sem falar nas crianças que não entendiam nada, visto que dormiam profundamente. Imaginava eu que era o fim do mundo. Lá, no centro da cidade, o tumulto era generalizado. Com os meus aprendizados espíritas absorvidos por meu amigo, irmão e camarada, Estêvão, que você conheceu aqui em nossa casinha, me tornara destemido. Eu fui ver. E vi. Homens, sob a chuva, de camisola e calcinha que pediam socorro desesperadamente. Tudo aquilo não passava de um comportamento histérico. Era um terror infundado sem motivo. Bastava ter um pouco de calma para entender a fenomenologia do fato inusitado. Eu parecia um pinto molhado. Não tinha medo. Eu queria tão somente encontrar meios para explicar o porquê do soar dos sinos em doze badaladas à meia noite. Não havia um cientista sequer desses nossos dias, aqui na cidade, que tagarela de tudo que pudesse explicar. Isso me faz lembrar o escritor José de Alencar em seu livro Senhora quando enaltece a personagem principal Aurélia: "Não havia porém em Aurélia sequer o ridículo pedantismo de certas moças que, tendo colhido em leituras superficiais algumas noções vagas, se intrometem a tagarelar de tudo." Seu moço, é muito bonita esta  descrição feita pelo autor a personagem. Sim, como eu ia falando. Na verdade eu não queria àquela hora incomodar o meu amigo Estêvão. Estêvão sim, só Estêvão levar-me-ia a entender tal fenômeno. Em meio a tanto conflito, se não bastasse, o centro da maloca encheu de políciais, corpo de bombeiros e ambulâncias como se estivessemos em um estado de guerra. Eu percorri dezenas de buracos a observar o comportamento das pessoas. O pavor era tanto que muitos não resistiram a inexplicação do fenômeno e morreram do coração. Infartaram. Outros enloqueceram. Logo logo surgiram Chefes Políticos de Religiões dando palpites: o padre falara que foram os anjos anunciando boas novas para o nosso povo; o pastor disse que era satanás, o diabo, amedrontando as ovelhas perdidas;  o pai de santo, todo de branco, disse que jogou os búzios  e falou em maus agouros; o espírita comedido arguiu que poderia ter sido um irmão obsessor anunciando o desabamento da Igreja de Roma; o chefe de polícia, de pronto, saiu a procura de algum larápio que por ventura poderia ter tentado furtar o cofre de ouro que fica no subsolo da igreja. E assim, por volta das 02h da madrugada, daquela sexta feira, enquanto os bachareis, mestres, doutores, pós-doutores e demais figuras folclóricas, em suas teses filosóficas, levantavam a sua argumentação... Eis que uma bola de fogo do tamanho do Planeta Azul desce dos céus. Só me restou sair correndo e cansando até chegar a casa. O pânico generalizou. Era o fim do mundo mesmo. Eu corria e olhava para o universo. A bola de fogo descia lentamente. Peguei meus filhos e fui parar de carona, em cima de um caminhão de bananas, na Ilha de Itaparica. Por lá chegando às 4h30min da madrugada. Soube que de Santo Antônio de Jesus só houvera sobrado o Bairro da Joeirana. Tão somente aquele lugar. Lá onde houve uma explosão de fogos, em 11 de dezembro de 1998, matando 64 seres humanos: homens, mulheres, jovens e crianças pretas.


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*Raimundo José Evangelista da Silva nasceu em Santo Antônio de Jeus. É poeta, escritor, professor e bel. em direito. Graduou-se em Letras e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade Católica do Salvador em 1989, logo especializando-se em Linguística Textual pela UFBA e Instituto Anísio Teixeira em 1993. Bacharel em Direito pela FABAC - Faculdade Baiana de Ciências - Lauro de Freitas/BA em 2011. Especializou-se em Advocacia Criminal pela Faculdade Verbo Jurídico/RS em 2018. Tem 5 livros de poemas publicados. Crônicas, contos e poemas publicados em seu Blogger/Raymundo Evangelhista, Recanto das Letras, Pensador, Jornal A Tarde, Jornal da Bahia, Tribuna da Bahia, Facebook, Instagram e Twitter.




sábado, 18 de junho de 2022

José (por ele mesmo) - Carlos Drummond de Andrade

                     



E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

(Carlos Drummond de Andrade) 




quinta-feira, 16 de junho de 2022

Eu Amo!



Eu Amo!



[evangelhista da silva]



Amo a vida
e amo o ente encantado
espiritualizado e cheio de amor
amo insistidamente
o uni(verso), o mar, as estrelas
o sol quando nasce e dorme.



Eu Amo!



A lua ao despontar no infinito
amo o desconhecido
e tudo que eu não posso ver.



Eu Amo!



A força do amor está em mim
posso ver o belo:
as flores, os amores, as crianças,
a vida.



Eu Amo!

  

                          A imortalidade, a criação e vida                          
a poesia, e todas as marias,
nas manhãs, e noites, e tardes chuvosas
em noites enluaradas e sol a brilhar.



Eu Amo!



As manhãs, tardes e noites de amar
a arte de sonhar está em mim
sonho e realizo
amo da música a sinfonia
a alegria, o sentimento de ver a vida.



Eu Amo!



A vida é bela
sou feliz, - existo!
existo e sou feliz
eu tenho um irmão amado - Jesus
aquele que é amor, paz e justiça.



Eu Amo!



O cantar dos pássaros, o marulhar das ondas
a linda canção enamorada
com frequência infinita de existir.



Eu Amo!



Fortemente os desejos imaginados
apoio-me no amor e confesso:
jamais amei tanto quanto agora
descobri em mim uma explosão adormecido.



Eu Amo!



Em mim o amor que sempre vive
chegou-me de volta com uma força explosiva
e explodem amor e vida.



Eu Amo!



E neste instante eu sou o uni(verso) a sorrir
todo este encantamento irradia o meu ser
assim de agora em diante sinto que a vida
é felicidade infinita
e o uni(verso) é sinfonia
e graça de mulher
a cantar.



Santo Antônio de Jesus, 21/06/2017, às 14h16min.

quarta-feira, 15 de junho de 2022

O Assassínio do Amor


        O Assassínio do Amor




[evangelhista da silva]


Um infarto agudo do miocárdio
manifestamente provocado
pelo assassínio do amor
mortificado pela mulher.


Poderosa e Santificada
no altar das deusas
perpetuada.


Vitimou o poeta.


Assim se vai
assim se foi
a última e derradeira
ave libertina
do adeus.


Desta forma
morri.


Morreu.




Bahia, 20/06/2017, às 15h20min.


Os Roedores

 


Os Roedores



[evangelhista da Silva]



Os roedores roeram a poesia.


Os ratos sócio-ambientais
sacanas e morimbundos
roeram a minha poética
lascaram as páginas
dos meus versos
em reversos.


Santo Antônio de Jesus, 04/01/2017. às 21h28min

É sábado


 

É Sábado




[evangelhista da silva]



O mundo explode lá fora, e eu aqui tão só e vazio
abandonado pela saudade, tristeza e solidão
certamente aguardando à morte aportar.


E todos se foram, e eu aqui
aqui, no mesmo lugar de outrora
visto ter perdido o trem da morte.

Os raros amigos que tive, o trem levou
hoje é sábado e não vou à feira
sorver a cerveja com xebeu e embriagar-me.


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Que saudades de Julieta!
uma explosão de amor e entrega
que eu não soube viajar.


Filho, aos 17 criado com avó era uma criança
não sabia matar a ânsia de amar Julieta
saciando a sua fúria de amor e sexo.


Hoje, neste sábado frustrado de lembranças,
saudades, amor e recordações, não mais vou à feira
fixo-me na estação aguardando o trem da morte.


E nesta espera de merda e desespero
aguardo que todos desembarquem
para a vida recomeçar.



Santo Antônio de Jesus, 09/01/2016, (12 h 46 min)