sexta-feira, 14 de setembro de 2012


Transtornos Depressivos e Suicídio


 Flora Fernandes Lima 



Os transtornos depressivos tem como característica imprescindível, segundo os sistemas classificatórios DSM-IV e CID-10, humor deprimido e perda de interesse. O DSM adiciona agitação ou retardo psicomotor e o CID aponta como possíveis presentes auto-estima e auto-confiança reduzidas (KAY e TASMAN, 2002)
Outros sintomas passíveis de estarem presentes são perda de apetite, mudanças no padrão de sono, redução da capacidade de concentração, fatigabilidade, ideação ou planejamento suicida bem como idéias de culpa e inutilidade.
Apesar de serem reconhecidos e sujeitos a classificações desde à Antiguidade, os Transtornos Depressivos ainda não possuem etiologia claramente estabelecida. Teorias mais aceitas relacionam-nos à fatores biológicos, hereditários e ambientais. (TENG e DEMETRIOS, 2006). A divisão, entretanto, vem a ser arbitrária já que na prática esses fatores mesclam-se continuamente. (KAPLAN e SADOCK, 1997)
O Transtorno Depressivo Maior, um dos desdobramentos do Transtorno depressivo, envolve alterações do humor vivenciadas como uma situação de tristeza, irritabilidade, melancolia, desespero, perda de interesse ou de prazer. Possui como mais expressivo risco a possibilidade de suicídio, requerendo nesse caso tratamento imediato ou mesmo hospitalização. (KAY e TASMAN, 2002)
Constituem fatores de risco para suicídio: história familiar para transtorno depressivo, histórico de tentativas de suicídio, período puerperal, doença clínica comorbida, ausência de suporte social, eventos de vida estressantes ou negativos, abuso ativo de álcool ou outras substâncias.
Em caso de transtornos depressivos a avaliação de risco de suicídio deve sempre ser realizada com a busca por presença ou não de ideações suicidas em relação ao episódio atual, bem como tentativas de suicídio anteriores. Nos casos onde existe a ideação a ocorrência de eventos estressores significativos para o paciente pode vir a precipitar algum episódio. O uso de drogas também pode vir a aumentar o risco (KAPLAN e SADOCK, 1997).
No caso de tentativas de suicídio anteriores ou mesmo presença de tentativas no histórico familiar há que se ter cuidado com a melhora constatada após certo tempo de uso dos anti-depressivos, são grandes os índices de novas tentativas nesse período. Família e amigos devem ser prevenidos e alertados.
A abordagem farmacológica é feita por meio do emprego de antidepressivos e varia de acordo com os sintomas que vem a ser apresentados de forma a conseguir atingir a fase de remissão dos sintomas durante o que se chama fase aguda e prevenir a recorrência dos mesmos. Os antidepressivos mais utilizados são os ADT’s (anti-depressivos tricíclicos) (TENG e DEMETRIOS, 2006)
O trabalho terapêutico deve estar sempre aliado ao tratamento medicamentoso e apoio de familiares e amigos. A rede de segurança social é de fundamental importância no processo de recuperação e fortalecimento desses pacientes e deve ser trabalhada conjuntamente com o sujeito durante o processo psicoterapêutico


Fonte: Transtornos Depressivos e Suicídio - Transtornos Psíquicos - Psicopatologia - Psicologado Artigos http://artigos.psicologado.com/psicopatologia/transtornos-psiquicos/transtornos-depressivos-e-suicidio#ixzz26Sq5RsPi

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