[evangelhista da silva]
É Natal
A vida é uma roda gigante
Que nunca sai do mesmo lugar.
O certo é que sempre retornamos
Para reparar danos a nós mesmos causados.
É um pedido de perdão
De joelhos prostrados em prantos.
É dor e sofrimento insuportáveis
Nós que sempre fomos perfeitos em tudo.
Imaginem só que nunca erramos.
E sempre ao ofender o outro gargalhamos.
E com frenesi agitamos a bandeira da infâmia e covardia
Se nos jactando da desgraça que fizemos.
E nestes momentos de retorno das artes que pintamos
Escorrem lágrimas de sangue em nosso corpo tanta dor.
Assim podemos refletir que nada fomos além de covardes
Embrutecidos na vaidade de eternos vencedores.
Nós, maestros e maestrinas das nossas próprias orquestras
Fomos regentes das mais tristes sinfonias desarmonizadas.
A batuta em nossas mãos foram armas biológicas pandêmicas
Que assinalavam infinitos milhões de mortes por todo a Terra.
E nestes momentos de retorno das artes que pintamos
Esquecemos as nossas psicopatias de uma alma arteira.
E todas as luzes se apagam no teatro das nossas vidas
Só se nos restando trevas e eterna solidão de cemitérios.
É Natal.
Santo Antônio de Jesus, 23 de dezembro de 2020, às 11h 43 min.
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