sexta-feira, 1 de março de 2013

LEI DO PISO PISO NACIONAL DOS PROFESSORES

STF decide que a lei do piso nacional dos professores é válida desde 2011 MÁRCIO FALCÃO BRENO COSTA DE BRASÍLIA O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta-feira que a lei que criou o piso nacional dos professores passou a ter validade a partir de abril de 2011, quando o tribunal reconheceu sua constitucionalidade. Na prática, a decisão estabelece que os Estados que não cumprem a lei terão que fazer o pagamento retroativo a 27 de abril de 2011. Em 2008, a lei foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas, em seguida, foi questionada no STF por governadores que alegaram dificuldades financeiras para cumpri-la. Em reposta aos Estados, em decisão provisória, o próprio STF suspendeu o piso. A corte, no entanto, só analisou o caso de forma definitiva em 2011, validando a lei. Ficou estabelecido que o piso é a remuneração básica, sem acréscimos de forma diversa pelos Estados. A norma estabelece que nenhum professor pode receber menos que o piso nacional para a carga horária de até 40 horas semanais. Atualmente, o piso é de R$1.567. Hoje, o STF analisou recursos de governadores (MS, PR, SC, RS e CE ) que questionaram o julgamento. A maioria dos ministros acolheu em parte o pedido dos Estados e tornou válida a lei a partir de 2011. Os Estados alegavam que não tinham condições orçamentárias para pagar o passivo de 2008 a 2011. O governo do Rio Grande do Sul, por exemplo, argumentou que o passivo de um ano somava R$ 3 bilhões, mais do que a verba para a segurança pública. No debate, os ministros Teori Zavascki e Gilmar Mendes defenderam que era preciso dar uma folga aos caixas dos Estados diante da incerteza que havia em torno da matéria pelo questionamento do piso. "As informações que se têm é que os gastos são elevados em alguns Estados comprometendo seriamente a previsão orçamentária e atendimento de outras necessidades", disse Zavascki. Mendes reforçou o discurso. "Isso tem implicações no mundo das finanças, do mundo do orçamento". "Foi a partir do julgamento que as fazendas públicas puderam se programar efetivamente no que tange aos desembolsos necessários face a essa decisão do STF", disse o ministro Ricardo Lewandowski. A dilatação do prazo de validade do piso teve o apoio ainda de Rosa Weber, Cármen Lúcia, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello. Relator do caso, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, foi o único que votou pela rejeição do recurso. Ele apontou que a lei estabelecia um prazo de 18 meses para os Estados se adequarem a medida. Barbosa indicou que os governadores adotam medidas jurídicas protelatórias para não colocar em prática o piso. "Os Estados não querem cumprir", disse. Caso os Estados não cumpram a decisão do STF, podem ser alvo de um pedido de Intervenção Federal para "prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial". Esse pedido seria avaliado pelo próprio Supremo. Os Estados ainda podem ser alvo de um mandado de segurança na Justiça Comum para forçar o cumprimento do piso. Isso pode ser feito, por exemplo, por associações de professores.
STF decide que a lei do piso nacional dos professores é válida desde 2011 MÁRCIO FALCÃO BRENO COSTA DE BRASÍLIA O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta-feira que a lei que criou o piso nacional dos professores passou a ter validade a partir de abril de 2011, quando o tribunal reconheceu sua constitucionalidade. Na prática, a decisão estabelece que os Estados que não cumprem a lei terão que fazer o pagamento retroativo a 27 de abril de 2011. Em 2008, a lei foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas, em seguida, foi questionada no STF por governadores que alegaram dificuldades financeiras para cumpri-la. Em reposta aos Estados, em decisão provisória, o próprio STF suspendeu o piso. A corte, no entanto, só analisou o caso de forma definitiva em 2011, validando a lei. Ficou estabelecido que o piso é a remuneração básica, sem acréscimos de forma diversa pelos Estados. A norma estabelece que nenhum professor pode receber menos que o piso nacional para a carga horária de até 40 horas semanais. Atualmente, o piso é de R$1.567. Hoje, o STF analisou recursos de governadores (MS, PR, SC, RS e CE ) que questionaram o julgamento. A maioria dos ministros acolheu em parte o pedido dos Estados e tornou válida a lei a partir de 2011. Os Estados alegavam que não tinham condições orçamentárias para pagar o passivo de 2008 a 2011. O governo do Rio Grande do Sul, por exemplo, argumentou que o passivo de um ano somava R$ 3 bilhões, mais do que a verba para a segurança pública. No debate, os ministros Teori Zavascki e Gilmar Mendes defenderam que era preciso dar uma folga aos caixas dos Estados diante da incerteza que havia em torno da matéria pelo questionamento do piso. "As informações que se têm é que os gastos são elevados em alguns Estados comprometendo seriamente a previsão orçamentária e atendimento de outras necessidades", disse Zavascki. Mendes reforçou o discurso. "Isso tem implicações no mundo das finanças, do mundo do orçamento". "Foi a partir do julgamento que as fazendas públicas puderam se programar efetivamente no que tange aos desembolsos necessários face a essa decisão do STF", disse o ministro Ricardo Lewandowski. A dilatação do prazo de validade do piso teve o apoio ainda de Rosa Weber, Cármen Lúcia, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello. Relator do caso, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, foi o único que votou pela rejeição do recurso. Ele apontou que a lei estabelecia um prazo de 18 meses para os Estados se adequarem a medida. Barbosa indicou que os governadores adotam medidas jurídicas protelatórias para não colocar em prática o piso. "Os Estados não querem cumprir", disse. Caso os Estados não cumpram a decisão do STF, podem ser alvo de um pedido de Intervenção Federal para "prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial". Esse pedido seria avaliado pelo próprio Supremo. Os Estados ainda podem ser alvo de um mandado de segurança na Justiça Comum para forçar o cumprimento do piso. Isso pode ser feito, por exemplo, por associações de professores.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

J. Rubens!...

(evangelista da silva) Se foi!... um amigo, quando amigo já não se há!... eis que chega ela, a infame e sacana desonra!... a morte... esta inimiga inseparável tragou o meu único e terno amigo... e ele sumiu no vão do infinito sem ao menos dizer-me adeus!... inexplicavelmente não houve tempo... soube depois... e neste vazio que se nos separa à vida ele sumiu eternamente... e como o éter diluiu-se no ar!... que desgraça é a morte!... sabe de uma coisa?... sinto sede de ser ateu... mas como se me explicar tudo, - Deus!... se ao menos sei lá quem sou?... é morrer no esquecimento dos meus desenganos!... Ah, morrer... é a pior das sinfonias... ouço Beethoven a 9ª e ela se me desperta para a Valsa do Adeus!... e no barco da morte viajo no tempo perdido nesta triste agonia... é Zé... Santo Antônio de Jesus não há mais... você partiu daqui à senda do infinito... que irônica é a vida... sem tempo de se nos despedir!... quem sabe, um dia, talvez encontrar-nos-emos para sorver quem sabe... a última cerveja!... meu amigo... Adeus!...

O DECÁLOGO DE LENIN

Em 1913, Lênin escreveu o "Decálogo" que apresentava ações táticas para a tomada do Poder. Qualquer semelhança com os dias de hoje, não é mera coincidência. Tendo a História se encarregado de pôr fim à questão ideológica, a meditação dos ideais, então preconizada, poderá revelar assombrosas semelhanças nos dias de hoje, senão vejamos: O Decálogo de Lenin 1.. Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual; 2.. Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação de massa; 3.. Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais; 4.. Destrua a confiança do povo em seus líderes; 5.. Fale sempre sobre Democracia e em Estado de Direito, mas, tão logo haja oportunidade, assuma o Poder sem nenhum escrúpulo; 6.. Colabore para o esbanjamento do dinheiro público; coloque em descrédito a imagem do País, especialmente no exterior e provoque o pânico e o desassossego na população por meio da inflação; 7.. Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País; 8.. Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam; 9.. Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes. Nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não-comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa socialista; 10.. Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa Indiferente da ideologia, esse Decalogo demonstra muito bem o que vemos acontecendo em nosso pais. Na época de Lenin a implantação de um estado socialista era o principio. Nos dias de hoje, o que vemos por aqui é o aparelhamento do Estado e distribuição dos ministerios e empresas estatais aos partidos politicos para atender a uma minoria e desviar dinheiro publico para enriquecimento ilicito em detrimento às necessidades da população. Nos tratam e agem como se fossemos debeis mentais. As eleições municipais estão aí! Elas formam a base do poder e canalizam os votos para posterior eleição do Presidente da Republica, detentor do poder nesse nosso pais grande e bobo. Pense bem ao votar nos seus vereadores e prefeitos. Escolha um partido que ainda tenha um mínimo de ética e interesse pelo bem publico. Escolha candidatos ficha limpa e eleja aqueles que realmente possam mudar esta situação de bandidagem que assola o país.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Estudante de 17 anos aprovado em seis cursos de medicina

Estudante de 17 anos aprovado em seis cursos de medicina 24 FEV 2013 - 21:05h Um estudante do Ensino Médio na cidade São José do Rio Preto (SP) foi aprovado em seis faculdades de medicina e não pode cursar porque ainda não terminou o segundo grau. Para tentar remover o obstáculo, a família entrou com uma ação na Justiça. Com apenas 17 anos, o estudante Leandro Bertolo prestou e foi aprovado em duas universidades estaduais e quatro federais: UFSCar, em São Carlos, no interior paulista; Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Unifesp, Escola Paulista de Medicina e Universidade Federal de Santa Catarina. O estudante ainda prestou como treineiro na Unicamp e USP, com aprovação em ambas. “Eu prestei para ver como era, todo mundo dizia que era difícil. Até achei que tinha ido mal, mas fiquei surpreso com os resultados”, comentou Bertolo. Ao site G1, a mãe, Eny Bertolo, contou que desde pequeno ele sempre tirava notas acima de 9. "Ele sempre foi disciplinado para estudar, sempre quis prestar medicina, sabia que era difícil e se dedicou”, disse Eny. A família acionou a Justiça para que o estudante tenha direito a cursa a faculdade na Unifesp.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Noam Chomsky: se queremos mudar o mundo, vamos entendê-lo

[Noam Chomsky - La Jornada] O aspecto mais digno de entusiasmo do movimento Ocupa Wall Street é a construção de vínculos que estão se formando em toda parte. Karl Marx disse: a tarefa não é somente entender o mundo, mas transformá-lo. Uma variante que convém ter em conta é que, se queremos com mais força mudar o mundo, vamos entendê-lo. Isso não significa escutar uma palestra ou ler um livro, embora essas coisas às vezes ajudem. Aprende-se a participar. Aprende-se com os demais. Aprende-se com as pessoas com quem se quer organizar. O artigo é de Noam Chomsky. Dar uma conferência Howard Zinn é uma experiência agridoce para mim. Lamento que ele não esteja aqui para tomar parte e revigorar um movimento que foi o sonho de sua vida. Com efeito, ele pôs boa parte de seus ensinamentos nisso. Se os laços e associações que se estão estabelecendo nesses acontecimentos notáveis puderem se sustentar durante o longo e difícil período que os espera – a vitória nunca chega logo -, os protestos do Ocupar Wall Street poderão representar um momento significativo na história estadunidense. Nunca tinha se visto nada como o movimento Ocupa Wall Street, nem em tamanho nem em caráter. Nem aqui nem em parte alguma do mundo. As vanguardas do movimento estão tratando de criar comunidades cooperativas que bem poderiam ser a base de organizações permanentes, de que se necessita para superar os obstáculos vindouros e a reação contra o que já está se produzindo. Que o movimento Ocupem não tenha precedentes é algo que parece apropriado, pois esta é uma era sem precedentes, não só nestes momentos, mas desde os anos 70. Os anos 70 foram uma época decisiva para os Estados Unidos. Desde a sua origem este país teve uma sociedade em desenvolvimento, não sempre no melhor sentido, mas com um avanço geral em direção da industrialização e da riqueza. Mesmo em períodos mais sombrios, a expectativa era que o progresso teria de continuar. Eu tenho idade o suficiente para recordar da Grande Depressão. De meados dos anos 30, quando a situação objetivamente era muito mais dura que hoje, e o espírito bastante diferente. Estava-se organizando um movimento de trabalhadores militantes – com o Congresso de Organizações Industriais (CIO) e outros – e os trabalhadores organizavam greves e operações padrão a ponto de quase tomarem as fábricas e as comandarem por si mesmos. Devido às pressões populares foi aprovada a legislação do New Deal. A sensação que prevalecia era que sairíamos daqueles tempos difíceis. Agora há uma sensação de desesperança e às vezes desespero. Isto é algo bastante novo em nossa história. Nos anos 30, os trabalhadores poderiam prever que os empregos iriam voltar. Agora, os trabalhadores da indústria, com um desemprego praticamente no mesmo nível que durante a Grande Depressão, sabem que, se as políticas atuais persistirem, esses empregos terão desaparecido para sempre. Essa mudança na perspectiva estadunidense evoluiu a partir dos anos 70. Numa mudança de direção, vários séculos de industrialização converteram-se numa desindustrialização. Claro, a manufatura seguiu, mas no exterior; algo muito lucrativo para as empresas mas nocivo para a força de trabalho. A economia centrou-se nas finanças. As instituições financeiras se expandiram enormemente. Acelerou-se o círculo vicioso entre finanças e política. A riqueza passou a se concentrar cada vez mais no setor financeiro. Os políticos, confrontados com os altos custos das campanhas eleitorais, afundaram profundamente nos bolsos de quem os apoia com dinheiro. E, por sua vez, os políticos os favoreciam, com políticas favoráveis a Wall Street: desregulação, transferências fiscais, relaxamento das regras da administração corporativas, o que intensificou o círculo vicioso. O colapso era inevitável. Em 2008, o governo mais uma vez resgatou as empresas de Wall Street que eram supostamente grande demais para quebrarem, com dirigentes grandes demais para serem encarcerados. Agora, para 10% de 1% da população que mais se beneficiou das políticas recentes ao longo de todos esses anos de cobiça e enganação, tudo vai muito bem. Em 2005, o Citigroup – que certamente foi objeto em ocasiões repetidas de resgates do governo – viu o luxo como uma oportunidade de crescimento. O banco distribuiu um folheto para investidores no qual os convidava a investirem seu dinheiro em algo chamado de índice de plutonomia, que identificava as ações das companhias que atendessem ao mercado de luxo. Líderes religiosos, principalmente da comunidade de negros, cruzaram a ponte do Brooklyn no último domingo com lonas e tendas para entregá-las aos membros do movimento Ocupar Wall Street que estão acampados no coração econômico da cidade de Nova York. O mundo está dividido em dois blocos: a plutocracia e o resto, resumiu. Estados Unidos, Grã Bretanha e Canadá são as plutocracias-chave: as economias impulsionadas pelo luxo. Quanto aos não ricos, às vezes se lhe chamam de precariado: o proletariado que leva uma existência precária na periferia da sociedade. Essa periferia, no entanto, converteu-se numa proporção substancial da população dos Estados Unidos e de outros países. Assim, temos a plutocracia e o precariado: o 1% e os 99%, como se vê no movimento Ocupem. Não são cifras literais mas sim, é a imagem exata. A mudança história na confiança popular no futuro é um reflexo de tendências que poderão ser irreversíveis. Os protestos do movimento Ocupem são a primeira reação popular importante que poderão mudar essa dinâmica. Eu me detive nos assuntos internos. Mas há dois acontecimentos perigosos na arena internacional que ofuscam todos os demais. Pela primeira vez na história há ameaças reais à sobrevivência da espécie humana. Desde 1945 temos armas nucleares e parece um milagre que tenhamos sobrevivido. Mas as políticas do governo Barack Obama estão fomentando uma escalada. A outra ameaça, claro, é a catástrofe ambiental. Por fim, praticamente todos os países do mundo estão tomando medidas para fazer algo a respeito. Mas os Estados Unidos estão regredindo. Um sistema de propaganda reconhecido abertamente pela comunidade empresarial declara que a mudança climática é um engano dos setores liberais. Por que teríamos de dar atenção a esses cientistas? Se essa intransigência no país mais rico do mundo continuar, não poderemos evitar a catástrofe. Deve fazer-se algo, de uma maneira disciplinada e sustentável. E logo. Não será fácil avançar. É inevitável que haja dificuldades e fracassos. Mas a menos que o processo estão ocorrendo aqui e em outras partes do país e de todo o mundo continue crescendo e se converta numa força importante da sociedade e da política, as possibilidades de um futuro decente são exíguas. Não se pode lançar iniciativas significativas sem uma ampla e ativa base popular. É necessário sair por todo o país e fazer as pessoas entenderem do que se trata o movimento Ocupar Wall Street, o que cada um pode fazer e que consequências teria não fazer nada. Organizar uma base assim implica educação e ativismo. Educar as pessoas não significa dizer em que acreditar; significa aprender dela e com ela. Karl Marx disse: a tarefa não é somente entender o mundo, mas transformá-lo. Uma variante que convém ter em conta é que, se queremos com mais força mudar o mundo, vamos entendê-lo. Isso não significa escutar uma palestra ou ler um livro, embora essas coisas às vezes ajudem. Aprende-se a participar. Aprende-se com os demais. Aprende-se com as pessoas com quem se quer organizar. Todos temos de alcançar conhecimentos e experiências para formular e implementar ideias. O aspecto mais digno de entusiasmo do movimento Ocupar Wall Street é a construção de vínculos que estão se formando em toda parte. Esses laços podem se manter e expandir, e o movimento poderá dedicar-se a campanhas destinadas a porem a sociedade numa trajetória mais humana. Fonte: Carta Maior (*) Este artigo é uma adaptação de uma fala de Noam Chomsky no acampamento Occupy Boston, na praça Dewey, em 22 de outubro. Ele falou numa atividade de uma série de Conferências em Memória de Howard Zinn, celebrada pela Universidade Livre do Ocupar Boston. Zinn foi historiador, ativista e autor de A People’s History of the United States.) Noam Chomsky é professor emérito de Linguística e Filosofia do Instituto Tecnológico de Massachusetts, em Cambridge, Massachusetts. É o maior linguista do século e um dos últimos anarquistas sérios do planeta. Tradução: Katarina Peixoto

AVC: diagnóstico rápido e preciso são fundamentais no controle da doença

AVC: diagnóstico rápido e preciso são fundamentais no controle da doença Publicado em 26/11/2012 O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é responsável por uma média anual de 340 mil casos e 100 mil mortes, tornando-se a doença que mais mata no Brasil, segundo estatísticas do Datasus. Somente na Bahia, em 2009, atingiu fatalmente mais de 6.300 pessoas. Hoje, aproximadamente 1 milhão e 900 mil brasileiros vivem com sequelas da doença, sendo que 70% não retornam ao trabalho e de 30 a 50% ficam dependentes. Conhecido popularmente como derrame, o AVC acontece devido a uma interrupção súbita de sangue para uma área do cérebro e se caracteriza por sinais e sintomas muitas vezes devastadores. O paciente pode apresentar fraqueza em um dos lados do corpo, dificuldade para andar ou falar, boca torta, visão dupla e dor de cabeça intensa acompanhada de vômitos. Nos casos graves, o indivíduo pode perder a consciência e entrar em estado de coma de imediato. O surgimento desses sintomas exige que o paciente procure um serviço médico de emergência, pois o atendimento deve ser o mais rápido possível, visto que as primeiras horas são cruciais para o correto tratamento. De acordo com o neurologista Pedro Antonio Pereira, apesar do AVC ser uma doença devastadora, existe prevenção e tratamento na fase aguda. “Atitudes como não fumar e controlar a pressão arterial, o diabetes melitus e os níveis de colesterol estão entre as medidas que podem ser tomadas para evitar o AVC. Quanto ao tratamento, há medicações que tornam possível a desobstrução do vaso ocluído, restabelecendo o fluxo sanguíneo normal do paciente com AVC isquêmico, evitando morte e sequelas”, afirmou. Para melhor atender aos pacientes vítimas de problemas neurológicos, o Hospital Santa Izabel possui uma Unidade de Terapia Intensiva Neurológica (Utin) com equipamentos de monitorização e profissionais neurointensivistas especializados. “É um marco em Salvador, pois possuímos profissionais de alto gabarito e neurologistas de plantão 24 horas”, disse Jamary Oliveira Filho, chefe da Utin. Segundo ele, esse diferencial garante o reconhecimento precoce da lesão neurológica, permitindo ao profissional atuar no tratamento antes de se estabelecer a sequela definitiva e reduzir a mortalidade.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

(Letra de Bob Dylan na voz de Pete Seeger)

José Manuel Cruz Cebola Jovem Para Sempre Que Deus te abençoe e te acompanhe sempre, Que seus desejos se tornem realidade, Que você sempre faça para os outros E deixe que os outros façam por você. Que você construa uma escada para as estrelas E suba cada degrau, Que você fique jovem para sempre, Jovem para sempre, jovem para sempre, Que você fique jovem para sempre. Que você cresça para ser justo, Que você cresça para ser verdadeiro, Que você sempre saiba a verdade E veja as luzes ao seu redor. Que você seja sempre corajoso, Fique em pé e seja forte, Que você fique jovem para sempre, Jovem para sempre, jovem para sempre, Que você fique jovem para sempre. Que suas mãos estejam sempre ocupadas Que seus pés sejam sempre rápidos Que você tenha uma base forte Quando os ventos das mudanças voltarem. Que o seu coração seja sempre feliz, Que sua canção seja sempre cantada, Que você fique jovem para sempre, Jovem para sempre, jovem para sempre, Que você fique jovem para sempre. (Letra de Bob Dylan na voz de Pete Seeger)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

SAUDAÇÕES AOS ORIXÁS E ENTIDADES

SAUDAÇÕES AOS ORIXÁS E ENTIDADES Oxalá - Epa epa Babá! (yorubá) Epa epa(exclamação de surpresa, grande admiração pela honrosa presença); Babá (pai) Omulu/Obaluaie - Atoto! (yorubá) Atoto (Silêncio) – Silêncio! Ele está entre nós! Oxóssi - Okê arô! (yorubá) Okê (monte); arô (título honroso dado aos caçadores) – Salve o grande Caçador! Oxum - Ora iê iê ô ! (yorubá) Salve a Senhora da bondade! Ogum - Patakori Ogun! (yorubá) ou ainda, Ogunhê! (brado que representa o força de Ogun) pàtàki (principal); ori (cabeça) – Muita honra em ter o mais importante dignitário do Ser Supremo em minha cabeça! Yemanjá - Odô-fe-iaba! (yorubá) ou ainda, Odô iá! Odô (rio); fe (amada); iyàagba (senhora) – Amada Senhora do Rio (das águas) ! Xangô - Kawô Kabiecile! (yorubá) Ká (permita-nos); wô (olhar para); Ka biyê si (Sua Alteza Real); le (complemento de cumprimento a um chefe) – Permita-nos olhar para Vossa Alteza Real! Iansã - Eparrê Oiá! (yorubá) Eparrê (saudação a um dos raios do Orixá da decisão); Oyá (nome por que é conhecida Iansã) – Saudação aos majestosos ventos de Oyá! Ibêji - Oni Beijada! (yorubá) ou ainda, Beji, Beijada! Ele é dois! Nanã - Saluba Nanã! (yorubá) Salve a Senhora Mãe de todas as Mães Ossaim - Euê-ô! Euê-ô! Euê-ô! (yorubá) Ewe (folhas); O (sufixo para cumprimentos (salve) – “Salve as folhas!” ,ou melhor “Salve o Senhor das folhas!” Preto Velho - Adorei as Almas! Caboclo - Okê, Caboclo! “Salve o Grande Caboclo” Boiadeiro - Xetro marrumbaxetro! Xetruá! Significação desconhecida. Figuração onomatopéica. Exú - Laroyê exú! (yorubá) ou ainda, Exú é mojubá! “Saudação amiga à Exú” ; móju (viver à noite) bá (armar emboscada) - “Exú gosta de viver a noite, sempre capaz de armar emboscadas”. Crianças - Oni, beijada! “Ele é dois!” , saudação igual a dos orixás Ibeji. Ciganos - Arriba! Malandros - Salve a Malandragem ! ou ainda, Acosta! Malandro! A.D.

EXCLUSIVO:Como Brasília perdeu uma prostituta !!!

SEGUNDA-FEIRA, 11 DE FEVEREIRO DE 2013 ESPAÇO DO LEITOR Vierinha.......por email A educadora Dagmar Garroux preparou uma de suas alunas para ser prostituta. Mas não qualquer prostituta - seria treinada para circular pelos bastidores de Brasília. Além de etiqueta, aprenderia a falar bem português e se viraria no inglês ou espanhol. Com aulas de artes, história e atualidades, ela conseguiria manter uma conversa em recepções. “O treino funcionou”, orgulha-se Dagmar. Funcionou tão bem que Brasília perdeu uma prostituta. A menina, estimulada com a chance de ser prostituta em Brasília, morava na favela do Parque Santo Antônio, localizada no chamado “triângulo da morte”, na zona sul da cidade de São Paulo. No “triângulo” existe o cemitério São Luiz, que, conta-se, é o lugar onde estariam enterrados mais adolescentes por metro quadrado no mundo. Dagmar criou, ali, um centro educacional batizado de Casa do Zezinho - o nome é inspirado na poesia “E agora, José?”, de Carlos Drummond de Andrade. Uma das freqüentadoras da casa era a menina, que começou a vender o corpo, na fronteira da adolescência, agenciada por um rapaz mais velho da escola pública em que estudava. Dividiam pela metade o valor de cada programa (R$ 10). A garota não gostou da intromissão da educadora. “Não se mete, não. - Você nunca pensou em se vender para ganhar dinheiro?”, perguntou, agressiva. Ela era conhecida pela violência, metia-se em brigas. Quase sempre andava com uma faca. Dagmar suspeitou de que corria o risco de perder a aluna, desfeito o já frágil laço afetivo. Decidiu entrar no jogo. Disse que nunca quis vender o corpo. Mas, se quisesse, não iria aceitar mixaria. “Eu iria cobrar no mínimo R$ 1.000. Isso no começo, depois aumentaria o preço.” A aluna arregalou os olhos e ouviu a improvável proposta: “Por que você não se prepara para ser puta em Brasília? Você ganha dinheiro e se aposenta”. Com aquele corpo e a bagagem intelectual, acrescentou, certamente iria surgir um marido rico. No dia seguinte, a garota voltou, animada com a proposta. “Topo”, disse. Dagmar ponderou que ela deveria, então, se preparar. Para começo de conversa, deveria se cuidar para que aumentasse a disputa dos clientes. Precisaria, assim, parar imediatamente de estragar seu corpo com os homens da favela. “- Você quer chegar a Brasília com a mercadoria velha?” Dagmar convenceu-a de que, além do corpo atraente, precisaria mostrar cultura e saber falar. Um tanto a contragosto, mas de olho nas recompensas futuras, aceitou as aulas. Com as aulas, vieram reflexões sobre autonomia e responsabilidade; a auto-estima era trabalhada em projetos de arte e comunicação. Certo dia, ela fez um comentário sobre os dentes de Dagmar. “Parece que você tem uma boca de cavalo.” E brincou: “Se eu fosse dentista, eu consertaria a sua boca”. O apoio explicou por que, embora sem intenção, a menina apresentasse melhor desempenho escolar. A trajetória teve momentos de crise: como já não faturava com a prostituição, a garota passou tambem a vender drogas. Dagmar voltou a argumentar que, se fosse mesmo vender drogas, deveria se tornar chefe e, aí, precisaria continuar os estudos para entender contabilidade. O inglês seria útil para transações internacionais. Como era inteligente, a menina prosperava cada vez mais rapidamente na escola. À medida que ficava mais velha, prestava mais atenção no que acontecia em sua comunidade com quem se envolvia com as drogas e a prostituição - bem ao seu lado estava o pedagógico cemitério São Luiz. Ela chegou a concluir o ensino médio e suspeitou que talvez pudesse prosseguir. Por motivos óbvios, não posso revelar o nome da aluna: “Ainda sinto muita vergonha”, justifica. Fez um cursinho pré-vestibular gratuito e entrou na USP. Formou-se em odontologia - e agora vive consertando bocas. PS: A ex-futura-prostituta de Brasília é um dos casos que passaram pela Casa do Zezinho, uma experiência relatada agora pelo educador Celso Antunes no livro “A Pedagogia do Cuidado”, a ser lançado neste mês. Ele detalha o que existe de teorias pedagógicas por trás dos exemplos. Se os gestores municipais agora eleitos quiserem fazer cidades melhores, terão de aprender as magias que podem ser feitas quando existirem bons educadores, mesmo num “triângulo da morte”. É mais uma ilustração do que sempre digo: educar é ensinar o encanto da possibilidade. Um dos seus projetos é transformar aquele simbólico cemitério São Luiz, com o recorde de covas de adolescentes, numa galeria de arte, com os muros externos pintados - as obras, claro, serão feitas por adolescentes. Por esse tipo de experiência, Dagmar vai dar aula, na próxima semana, num curso de gestão da Fundação Vanzolini, da Poli.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O MOMO EM SALVADOR A FESTA SEXUAL

Da Cruz Roque Assunção Domingo às 22:58 O MOMO EM SALVADOR A FESTA SEXUAL Sexo, futebol e paixão inspiram carnaval 2013 de Daniela Mercury. O carnaval é uma festa sensual, sexual também', diz sobre novidades. Música de trabalho da cantora este ano é 'Couchê'. Na capital do Salvador, no Estado da Bahia, há uma variação do carnaval, só que esse se passa na rua, e os passistas entram em êxtase sambando, enchendo a cara e tendo relações sexuais até a morte. Essa varição do carnaval começa no dia primeiro de janeiro e termina no dia trinta de dezembro. Durante o dia trinta e um os baianos terminam a festa e vão trabalhar. O Carnaval em Salvador começa, extra-oficialmente, na próxima quinta-feira, embora a cidade já viva “dias de Momo” desde o começo do Verão. Qualquer pessoa que queira participar desta variante do Carnaval provalvelmente terá que se desfazer de todos os seus bens para adqurir um Abadá. E aqueles dos de que não se desfizer, vão perder nos assaltos e arrastões mesmo. O carnaval foi criado na Bahia, um baiano chegou para a baiana e falou "te cutuco", ela "num cutuca", "te cutuco", "num cutuca". E assim surgiu o ritmo sexual do carnaval em Salvador, no Estado da Bahia. Na imagem da cidade do carnaval é determinante a sintaxe da obscenidade, da orgia, da perversão simbólica. O carnaval além de ser uma festa que contamina toda uma cidade, é uma forma de apropriação urbana que altera sensivelmente a imagem, a ordem e os valores que regem e fazem o estilo de vida dos outros dias do ano, fazendo da cidade o lugar de uma orgia coletiva. Se a cidade é o centro das operações mercadológicas do capitalismo, durante o ritual carnavalesco, ela é reorganizada, por um urbanismo perverso, para permitir a comercialização, consumismo e o desperdício do erótico, da libido, da violência, materialismo, supérfluo, luxúria e vaidade. A cidade é percorrida pelo lúdico, pela sedução e até pela apelação direta ao sexo livre, como registra as campanhas dos preservativos. Uma estranha cidade portátil é construída dentro da antiga, tendo as barracas de bebidas alcoólicas como principal serviço urbano. Uma multidão consumidora e espetacular e um território fantasmagórico se erguem, subvertendo momentaneamente a aparente racionalidade urbana. Neste audacioso ritual de libertinagem, patrocinado pelo poder e pelo "bom senso" de uma sociedade indiscretamente moralista, a cidade é o palco da sedução e de total entrega, sem pudor, aos prazeres da carne. Em suma, é um ato de total entrega, de transe e êxtase, de liberação de todas as tensões reprimidas e da envolvência absoluta entre o real e o fantástico. Nas luzes dos refletores e câmaras de TVs são focados os corpos desnudos das mulheres. Dedada em pleno carnaval de Salvador. Pelo fato de muitas pessoas terem represadas em seu íntimo, inúmeras fantasias, ansiedades e desejos das mais diversificadas ordens (devido às imposições legais, religiosas, cristãs, morais, dos bons costumes, éticas, tabus, dogmas, etc), essas vontades incontidas, costumam ser exteriorizadas em momentos de maior permissividade, ou mediante o uso de máscaras para não serem reconhecidos, pois o indivíduo não se permite mostrar intimamente em função do medo/receio do julgamento alheio ou mesmo por conta do cerceamento promovido pela legislação humana em tempos ditos normais ou civilizados. Dessa forma, é usual o abuso de bebidas alcoólicas (até como um agente "encorajador"), a atividade sexual infrene e irresponsável, assim como o uso de diversas substâncias estupefacientes, o que transforma esse período num "vencedor" disparado, em matéria de estatística do terror e do morticínio brutal: acidentes automobilísticos, assassinatos, suicídios, estupros e outros fatos lamentáveis comportam-se em um crescente nessas ocasiões. E essas estatísticas não costumam considerar outros infortúnios ocultos aos olhos da mídia em geral, tais como: a iniciação homossexual, o defloramento de adolescentes imaturas, as gravidezes indesejadas desaguando freqüentemente em abortos provocados, a disseminação das doenças sexualmente transmissíveis (inclusive a AIDS) e as ulcerações morais marcando profundamente certas almas desavisadas e imprevidentes. O fato é que se torna corriqueira a associação do desregramento sexual ao alcoolismo e outros tipos de toxicomania e destes com as desgraças mais mediatas ou mais tardias. A dança sempre foi um acessório cultual, entre os índios, nas religiões afro, no antigo Egito e em inúmeros cultos antigos. Mircea Eliade, historiador das religiões, afirma que a dança e a música de tambores eram parte indispensável dos cultos antigos.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Filme Guerra dos Sexos

Mortos que Voltaram para Contar! A Ciência Confirma O Inferno é real? EQ...

BBC - Friedrich Nietzsche - Humano, Demasiado Humano

Confira entrevista com o teólogo e escritor Leonardo Boff

Leonardo Boff fala de Jung e Espiritualidade Parte 3

Leonardo Boff fala de Jung e Espiritualidade Parte 2

A Aguia e a Galinha - Leonardo Boff

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Elevador Lacerda/Salvador-Bahia

Beautiful...

Pelourinho/Salvador-Bahia

Salvador/Bahia

Secret Garden - Adagio

Oswaldo Montenegro - Intuição

Al Bano & Romina Power - Felicita ( New Version )

Eddie Vedder - Society - Traduzida - Into The Wild

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O Direito, a Liberdade e a Missão do Advogado

*Mauro Santayana Foi a descoberta grega da idéia da liberdade que abriu o tempo para a construção do Ocidente. Com essa fulgurante epifania mental, os pensadores partiram para a especulação sobre a realidade física, a natureza peculiar do homem e a vida social. É assim, como decorrência natural de que a vida deve ser livre, para ser digna, que nasceram, sob o rótulo comum de filosofia prática, as idéias da lógica, da ética, da economia e (como instrumento de busca e realização da liberdade) a política. O artigo que publicou o advogado Márcio Thomaz Bastos ? nestes dias que, sendo de festas, devem ser de meditação ? sobre os deveres dos advogados, é documento grave e sério. Ele deve ser entendido em sua seriedade e gravidade. Estamos perdendo, como se os neurônios se dissolvessem sob o calor dos ódios e preconceitos, a capacidade de pensar. A lucidez passou a ser uma espécie de excepcionalidade, como se tratasse de um fenômeno de parapsicologia. Mais do que isso: como aponta o ex-presidente da OAB, que se destacou na luta contra o regime militar, a sociedade está imbuída da sanha persecutória, conduzida pelo lema de vigiar e punir. Mais terrível do que a tirania do Estado, quando ele se encontra ocupado pelos insanos, é a tirania das sociedades, conduzidas por demagogos enfurecidos e suas contrafeitas idéias. Idéia, como sabemos, é a forma que construímos em nossa mente, para identificar as coisas e os fenômenos. Se perdemos essa capacidade de relacionar, com lógica, os acontecimentos naturais e o sentimento humano ? laço que nos une aos de nossa mesma espécie ? não há mais civilização, deserta-nos a razão, evapora-se a inteligência. E se a sociedade perde o equilíbrio, o Estado pode perecer, com o fim de todas as liberdades. O dever absoluto da justiça é a proteção da liberdade, como condição inerente e irrecusável do ato de viver. Quando a justiça pune ? qualquer tenha sido o crime ? pune quem violou a liberdade de outro, seja no exemplo radical do homicídio, seja em delitos menores. Em razão disso, qualquer pessoa que seja levada diante de um juiz necessita de advogado, que seja capaz de orientá-lo e defendê-lo, a partir das leis e do direito consuetudinário. Desde que os homens criaram os tribunais, sempre houve advogados e, não precisa ser dito, por mais tenebroso possa parecer um crime, o direito de defesa é sagrado. Como expôs com clareza, em sua aula de filosofia do Direito, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, por mais evidente possa parecer a culpa de um suspeito, até que se conclua plenamente o seu julgamento, a presunção é de inocência. Por uma proposição lógica, cabe a quem o acusa fornecer as provas insofismáveis da culpa. Não se pode inverter o enunciado dessa razão, e exigir do acusado que desfaça uma prova que ele mesmo desconhece. Os juízes não devem decidir sobre provas secretas. Tivemos, na ditadura, o absurdo ridículo de sermos obrigados a obedecer a decretos sigilosos, mas o juiz está livre desses ucasses. É corajosa a advertência do conhecido advogado. Ele é apontado como um profissional que aceita causas já tidas como perdidas, em razão do clamor popular contra os acusados, da mesma forma que é elogiado por ter defendido os perseguidos pelo regime autoritário, quando as idéias da liberdade se encontravam sufocadas pelos juristas e juízes da Ditadura. Mas, qualquer a opinião que dele se tenha, cumpre o seu dever de defender os que o procuram ? contra os clamores da ira, espontânea ou conduzida , de parcelas da sociedade ? até que todos os ritos processuais se cumpram, na absolvição ou condenação do réu. Por tudo isso, o seu texto deve ser analisado cuidadosamente por todos os cidadãos, especialmente pelos que, no exercício do mandato político, têm a responsabilidade de governar o Estado em nome da sociedade.

SPC/SERASA - QUE FAZER

Inclusão Indevida Ao contrário do que muitos “manuais milagrosos” que circulam pela internet afirmam, excluir o nome do SPC e SERASA não é uma tarefa fácil, rápida ou barata. Esse é um trabalho que requer tempo, conhecimento, experiência, e muita paciência, para chegar a um bom termo.A seguir, elaboramos um breve roteiro de como proceder em casos da espécie. As exigências e características podem variar, mas o esquema inicial é praticamente o mesmo. Nesse primeiro bloco, os procedimentos preliminares quando o devedor descobre que teve seu nome registrado nas entidades de proteção ao crédito: 1. Ao receber a comunicação de que teve o nome registrado no SPC ou na SERASA, o interessado deve dirigir-se a uma dessas duas entidades, munido de documento pessoal, e solicitar a emissão de um extrato de negativação, também é possivel consultar seu nome em sites como: www.nacionalconsultas.com.br, Nele constará quantas vezes foi inserido, e quais os credores que o fizeram. De posse dessa informação, conferir nos comprovantes de pagamento, em casa ou no escritório, se a dívida foi paga, ou não. 2. Relevante, também, é a verificação para saber se a dívida é sua. Parece um aconselhamento óbvio, mas sempre procure confirmar antes se você teve relação comercial com quem lhe está cobrando. Muitas empresas desonestas, confiando na característica do brasileiro em não guardar comprovantes de pagamento, incluem terceiros nos serviços de proteção ao crédito justamente para, lastreados nessa desorganização pessoal, obter vantagens. 3. Outro fator importantíssimo e fundamental: você foi comunicado pelo credor de que teria seu nome registrado nos serviços de proteção ao crédito? Se não houve essa comunicação, você pode interpor ação judicial requerendo, inclusive, indenização por dano moral. Lembre-se que, nesse caso, o ônus da prova é de quem inscreve. Então, preliminarmente, temos que se houve inclusão indevida no SPC ou SERASA, ou se a inclusão foi devida mas sem a prévia comunicação ao devedor, o cliente pode tomar medidas judiciais cabíveis, inclusive requerendo indenizações por mau-procedimento daquelas entidades (credor, SPC/SERASA). Agora, analisaremos o que fazer quando o interessado teve seu nome anotado no SPC/SERASA, licitamente, e quer desfazer o registro (a chamada “reabilitação de crédito”). Normalmente, a exclusão se dará da seguinte forma: Se a dívida for paga: Vale, nesses casos, uma das seguintes hipóteses: > Se o pagamento for à vista, mediante apresentação do recibo de quitação; > Se for feito acordo com pagamento a prazo, mediante apresentação da quitação da primeira parcela. Se o consumidor discutir a dívida na Justiça: nos casos em que a dívida já foi quitada; ou a dívida não foi feita pelo consumidor; ou quando da discussão de cláusulas abusivas (juros, p.ex.); ou ainda por qualquer outro motivo que recomende a representação judicial (p.ex.: não comunicação formal de inscrição no SPC/SERASA). Nesses casos, pode haver necessidade de o consumidor depositar judicialmente os valores que entender ser os devidos”; Se a dívida estiver prescrita: A prescrição ocorre em 5 anos, a partir do vencimento da dívida sem pagamento. Qualquer outra data utilizada como início da contagem de tempo é ilegal. Havendo mais de uma inscrição, os prazos são contados separada e individualmente (cada dívida conta 5 anos). Estando a dívida prescrita e o nome do devedor continuar no SPC/SERASA, ele pode interpor ação liminar solicitando a exclusão do seu nome, sem prejuízo de requerer indenização por dano moral. Detalhe: As dívidas são mais comuns do que imaginamos. Mais da metade da população brasileira deve alguma coisa. E, diferentemente daquilo que se imagina, o credor é o maior interessado em receber seus haveres. Uma negociação bem conduzida pode ser determinante para que o devedor consiga pagar um débito em condições confortáveis. E para isso nem é preciso recorrer a um advogado: basta um profissional com experiência em negociação, e rapidamente é formalizado um acordo. Portanto, não se precipite em tentar resolver esse tipo de problema sozinho, se você não tem experiência. Você pode fechar um acordo em condições piores do que aquelas que um profissional conseguiria.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A Cultura Não é Vossa Amiga - , Terence Mckenna

"O que é a civilização são 6 mil milhões de pessoas a tentarem ser felizes ao trepar para os ombros dos outros e a pontapear os dentes dos outros para dentro. Não é uma situação agradável e no entanto podemos dar um passo atrás e olhar para este planeta e ver que temos o dinheiro, o poder, os conhecimentos médicos, o conhecimento científico, o amor e a comunidade, para produzir uma espécie de paraíso humano. Mas somos liderados pelos menores entre nós. Os menos inteligentes, os menos nobres, os menos visionários, somos liderados pelos menores entre nós. E nós não lutamos contra os valores desumanizantes que nos são entregues como ícones de controlo. Isto é algo que... não quero realmente entrar por aí, pois é uma palestra em si. Mas... a cultura não é vossa amiga! A cultura é para a conveniência de outras pessoas e para a conveniência de várias instituições, igrejas, empresas, esquemas de recolha de impostos, e por aí fora. Não é vossa amiga, insulta-vos, incapacita-vos, usa e abusa de vós. Nenhum de nós somos bem tratados pela cultura e no entanto glorificamo-nos com o potencial criativo do indivíduo, os direitos do indivíduo, nós compreendemos a presença sentida da experiência como sendo o mais importante. Mas a cultura é uma perversão. Fetichiza objectos, cria histeria de consumo, prega infindáveis fontes de falsa felicidade, infindáveis formas de falsa compreensão na forma de religiões mesquinhas e cultos ridículos. Convida as pessoas a diminuírem-se a si próprias e a desumanizarem-se ao comportarem-se como máquinas: processadores de memes que vos foram passados de Madison Avenue e Hollywood e por aí fora. Como lutamos contra isso? É uma pergunta que merece resposta. Eu penso que pela criação de arte! Arte! O ser humano não foi colocado neste planeta para labutar na lama. Ou o deus que nos pôs aqui para labutar na lama é um deus com o qual eu não quero ter alguma coisa a ver é uma espécie de demónio gnóstico. É uma espécie de demiurgo canibal que devia ser fortemente renunciado e rejeitado! Ao pôr o pé na tábua da criação artística nós maximizamos a nossa humanidade e tornamo-nos muito mais necessários e incompreensíveis para as máquinas." ~Terence Mckenna, Seattle 1999 (a sua última aparição pública antes de adoecer súbitamente e falecer em Abril de 2000)

Carlos Drummond de Andrade

Casa Arrumada Casa arrumada é assim: Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz. Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela. Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas... Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida... Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar. Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha. Sofá sem mancha? Tapete sem fio puxado? Mesa sem marca de copo? Tá na cara que é casa sem festa. E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança. Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde. Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto... Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda. A que está sempre pronta pros amigos, filhos... Netos, pros vizinhos... E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia. Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente. Arrume a sua casa todos os dias... Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela... E reconhecer nela o seu lugar.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O Sonho Americano por George Carlin

Há uma razão para isto, há uma razão para a educação não prestar, e é a mesma razão pela qual nunca será consertada. Nunca vai ficar melhor. Não esperem por isso. Fiquem felizes com o que têm... porque os donos deste país não querem isso. Estou a falar dos verdadeiros donos agora... os reais proprietários. Os grandes e opulentos interesses de negócios que controlam as coisas e tomam todas as decisões importantes. Esqueçam os políticos. Os políticos são postos no poleiro apenas para vos dar a ideia de que têm liberdade de escolha. Vocês não têm. Não têm escolha. Vocês têm donos. Eles são donos de vocês. São donos de tudo. São donos de todos os terrenos importantes. São donos e controlam as grandes empresas. Já há muito que eles compraram o parlamento, as repartições públicas e as câmaras. Eles têm os juízes nos seus bolsos e possuem todas as grandes empresas de comunicação social, portanto controlam todas as notícias e informação que vos chegam. Eles têm-vos pelos tomates! Eles gastam milhares de milhões de dólares a fazer lóbbies. Lóbbies para conseguirem o que querem. Bem, nós sabemos o que é que eles querem. Querem mais para eles e menos para todos os outros. Mas vou dizer-vos o que é que eles não querem. Não querem uma população capaz de pensamento crítico. Não querem pessoas bem informadas, bem educadas capazes de pensamento crítico. Não estão interessados nisso, Isso não os ajuda. Isso vai contra os seus interesses. É verdade sim senhor. Eles não querem que as pessoas sejam espertas o suficiente para se sentarem à volta de uma mesa e entenderem o quanto foram brutalmente abusadas por um sistema que as atirou borda fora há uns 30 anos atrás. Eles não querem isso. Sabem o que é que eles querem? Querem trabalhadores obedientes. Trabalhadores obedientes, pessoas que são apenas espertas o suficiente para manter as máquinas a funcionar e tratar da papelada. Mas burras o suficiente para aceitarem passivamente todos estes empregos cada vez mais degradantes com ordenados mais baixos, mais horas, benefícios reduzidos, o fim das horas extraordinárias e a pensão que desaparece no minuto que a vão buscar. E agora eles querem o vosso dinheiro da Segurança Social. Querem o raio do vosso dinheiro das reformas. Eles querem-no de volta para que possam dá-lo aos seus amigos criminosos de Wall Street. E sabem uma coisa? Eles vão consegui-lo. Vão consegui-lo todo, mais cedo ou mais tarde porque eles são donos disto tudo. É um clube grande e vocês não estão nele! Tu e eu não estamos no clube grande. Já agora, é o mesmo clube (bastão) grande que usam para vos dar na cabeça quando vos dizem no que acreditar. Todo o dia a baterem-te na cabeça com a sua propaganda a dizer-vos no que acreditar, no que pensar e o que comprar. A mesa está inclinada, amigos. Os dados estão viciados e ninguém parece aperceber-se. Ninguém parece importar-se. Pessoas boas, honestas e trabalhadoras: camisa azul, camisa branca, não importa a cor da camisa que vestem. Pessoas boas, honestas, trabalhadoras continuam - estas são pessoas de possibilidades modestas - continuam a eleger estes lambe botas ricalhaços que não querem saber delas. Eles não querem saber de vocês. Estão-se a marimbar para vocês. Eles não querem saber de vocês de todo! Absolutamente nada! Absolutamente nada! E ninguém parece reparar. Ninguém parece preocupar-se. É com isso que os donos estão a contar. O facto que os americanos vão provavelmente manter-se voluntariamente alheados da grande pila vermelha, branca e azul a ser enfiada nos seus rabos todos os dias, porque os donos deste país sabem a verdade: Chama-se o Sonho Americano porque têm de estar a dormir para acreditarem nele. George Carlin, "Life Is Worth Losing" (2005)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Dr. Sigmund Freud Explica

Hemodiálise e Problemas Cardiovasculares

Hemodiálise e Problemas Cardiovasculares A Hemodiálise é um tratamento relativamente novo tendo surgido há pouco mais de 20 anos e que consistem em fazer com que o sangue do paciente com Insuficiência Renal Aguda ou Crônica passe por dentro de um filtro especial – o dialisador – durante uma sessão de circulação extracorpórea. A idéia seria que o filtro artificial, não podendo substituir todas, pelo menos substituísse algumas das funções do rim normal, tentando com isso manter a vida dos pacientes cujo rim temporária ou permanentemente parou de funcionar. O paciente com insuficiência renal grave em geral tem baixa diurese, retém excesso de líquido (sal e água) e ao não excretar as várias toxinas – chamadas de urêmicas – que acumulam no sangue, colocam em risco a vida destes pacientes. O filtro (dialisador) é um aparelho cilíndrico de 30 a 40 cm de tamanho, com milhares de tubinhos ocos, tipo fios de cabelos, por dentro de onde circula o sangue heparinizado dos pacientes "renais". O material com que são feitos os tubinhos funciona como uma membrana semipermeável, que deixa passar as moléculas pequenas; mas impede que as maiores atravessem. O filtro tem também uma entrada e uma saída para a solução de diálise, cuja fórmula iônica pré-estabelecida circula por entre os tubinhos permitindo assim que retiremos ou não certos elementos, ao mesmo tempo que permite certas substâncias, como bicarbonato, atravessarem em sentido contrário, da solução para o sangue acidótico do paciente. Por exemplo, a solução de diálise não tem uréia, creatinina, fósforo, ácido úrico, magnésio e quase sempre potássio, que são substâncias encontradas em elevada concentração no urêmico, e que queremos que, por mecanismo de gradiente, difusão e ultrafiltração tenham seus níveis abaixados do sangue. O excesso destas substâncias passa para a solução de diálise e depois são drenadas para fora do rim artificial. Estas trocas ajudam a controlar a pressão arterial, e assim tenta-se manter o equilíbrio hidro-eletrolítico e restabelecer a homeostase sangüínea. Para que isso aconteça, os pacientes são conectados a uma "Máquina de Diálise", em média de quatro horas, três vezes por semana. É hoje em dia um tratamento complexo onde ocorre uma enorme variedade de problemas clínicos e outros decorrentes do uso repetido das máquinas e equipamentos. Por isto, é alvo de constante aprimoramento científico e tecnológico e apesar dos problemas a qualidade de vida dos pacientes com nefropatia terminal seja ela aguda ou crônica tende a melhorar. Em primeiro lugar, o paciente deve preencher alguns requisitos clínicos e laboratoriais para ter indicação de iniciar o tratamento pela hemodiálise crônica: são pacientes pálidos, meio amarelados, com hálito urêmico, com perda e atrofia muscular e emagrecimento visível. Via de regra, estão com hipertensão arterial e sinais de hipertrofia ventricular esquerda, possuem os rins diminuídos de tamanho, comprovado pela ultrassonografia e além disso, é requisito importante terem o clearance de creatinina < 10 ml/min. ou, no caso dos diabéticos com nefropatia terminal, < 15 ml/min. Outros parâmetros laboratoriais acompanham o quadro de uremia terminal, entre os quais se inclui uma importante anemia normocrômica e normocítica, usualmente com hematócrito por volta de 25%, hiperkalemia, hipocalcemia, hiperfosfatemia, hiperuricemia, hipermagnesemia e uma acidose metabólica importante, completam o panorama laboratorial do "renal crônico" como costumamos chamar. Podemos dividir os problemas mais comuns em hemodiálise crônica em três tipos: aqueles inerentes aos problemas com o equipamento propriamente dito: são as complicações técnicas da máquina de diálise (ruptura do dialisador, quebra de bombas de circulação, falta de energia elétrica etc…), e os problemas decorrentes do tratamento d’água (intoxicação por alumínio e reações – pirogênicas ou tóxicas – pela contaminação da água); os problemas clínicos que surgem durante a sessão de 4 (quatro) horas da realização da filtração extracorpórea, que não são poucos, e que chamaremos de fase intradialítica; aqueles sintomas derivados dos sintomas da uremia propriamente dita e que ocorrem na fase interdialítica, isto é, as crises hipertensivas, as complicações cardiovasculares de urgência (arritmias, insuficiência cardíaca, edemas pulmonares e outros), os sintomas derivados de anemia (dispnéia, fadiga, cansaço fácil), as ocorrências de infecções devido à baixa imunidade (gripes, pneumonias, abscessos, infecções de fístulas) e, finalmente, as complicações sistêmicas, de uma maneira geral oriundas da enfermidade original, tais como diabetes mellitus, hipertensão arterial essencial, lupus eritematoso, glomerulonefrites imunológicas, pielonefrites, e até AIDS. As máquinas de diálise estão cada vez mais modernas e computadorizadas. Os dialisadores estão cada vez maiores e mais eficientes, porém o detalhamento destes tópicos foge ao espírito desta atualização. É obrigatório, no entanto, que todo Centro de Diálise possua um equipamento complexo para o tratamento da água que vai estar diretamente em contato com o sangue do paciente durante as 4 (quatro) horas de sessão/dia. Este equipamento essencial tem por função remover as substâncias orgânicas e inorgânicas e qualquer tipo de contaminantes bacterianos da água que chega ao Centro de Diálise. Para a hemodiálise, são imperiosas estas precauções adicionais pois o sistema visa a "purificar" a água, retendo os metais pesados (alumínio, cobre, zinco magnésio, chumbo etc…), retirando o excesso de eletrólitos (cálcio, flúor, sulfatos, cloro etc…) e "filtrando" os pirógenos e bactérias que porventura se encontrem nas águas. Utilizam-se para isso de colunas de resinas de trocas iônicas e de carvão ativado, que têm a propriedade de fazerem a "deionização" da água e, com filtros biológicos, tentamos impedir a passagem de microorganismos para as máquinas de diálise. Se, em alguma destas etapas do tratamento da água acontecer algo de anormal, de diferente, pode acarretar conseqüências sérias para os pacientes. Recentemente no Nordeste a água fornecida pelos caminhões pipa de um açude em Pernambuco estava supercontaminada por uma substância hepatotóxica (a microcistina-LR), derivada de uma alga (cianobactéria). Verificou-se então que o tratamento da água e os filtros existentes não conseguiram eliminar totalmente esta toxina anômala que, chegando às máquinas de diálise, ao sangue dos pacientes ao fígado, provocou lesões agudas gravíssimas, acarretando um quadro de com hepático irreversível. Portanto, o tratamento da água é uma das mais importantes preocupações de todo Centro de Diálise e a manutenção periódica, com a regeneração e lavagem química do equipamento deve ser feita rotineiramente, sempre supervisionado por técnicos capacitados e especialistas no assunto. Para se extrair o sangue do paciente para uma circulação extracorpórea. numa média de três vezes por semana durante quatro horas cada sessão, é necessária a colocação da chamada "Fístula Artério-Venosa". Usualmente, o cirurgião vascular constrói em ambiente estéril uma anastomose entre as artérias e as veias do ante braço; veias estas, que após uma média de 21 dias pós-anastomose, ficam dilatadas, com o hepitélio arterializado e prontas para, com agulhas de grosso calibre, serem punsionadas repetidas vezes, até por anos a fio. Para a diálise aguda já existem os catéteres de duplo-lúmem, cuja colocação na veia jugular direita ou subclávea permitem a hemodiálise imediata. Obviamente que as fístulas permanecem punsionadas com as agulhas no seu interior durante 4 horas e é uma porta de entrada de bactérias. As complicações começam a aparecer com as punsões repetidas, tais como infecções, estenoses, tromboses, aneurismas e eventuais rupturas, podendo até ocasionalmente acarretar encocardite bacteriana direita. Várias medidas de profilaxia contra infecções em geral são tomadas em todos os Centros de Diálise na perene tentativa de evitar as infecções das fístulas. Apesar de todos estes cuidados, as fístulas continuam a ser uma importante causa de morbidade nestes pacientes, chegando até 30% segundo recente estatística. A condição sine qua non para se fazer hemodiálise crônica é que o paciente possua uma fístula artério-venosa funcionante! E isto, às vezes, não é simples. Após a punção da fístula e para possibilitar a circulação extracorpórea do sangue do paciente, é imprescindível a anticoagulação do sistema. A heparina não fracionada é o medicamento mais utilizado e uma dose entre 100 e 200 U/kg do peso é dada no início da sessão. Entretanto, pacientes severamente hipertensos, com úlceras gastroduodenais, pericardite (com ou sem derrame), sangramentos ginecológicos ou de qualquer natureza, são tratados com doses bem menores e/ou outras técnicas alternativas, com o intuito de evitar agravamento destes quadros e hemorragias incontroláveis. Para a diálise do agudo já está disponível no mercado a heparina de baixo peso molecular, que é mais segura e não é necessário ficar freqüentemente monitorando os parâmetros de coagulação. Problemas cardiovasculares Existe uma interface entre o rim e os problemas cardiovasculares do paciente renal que é por meio da Hipertensão Arterial. À medida que a doença renal progride, a pressão arterial vai se elevando de tal maneira que, quando o paciente chega à insuficiência renal terminal, as estatísticas mostram que 80% (oitenta por cento) estarão hipertensos e com algum tipo de complicação cardiovascular. Dentre os problemas cardiovasculares do paciente em hemodiálise crônica, o mais importante de todos é a hipertensão arterial crônica de moderada a grave. Com a diminuição gradativa da diurese, a conseqüente retenção crônica de líquido e com a ativação do sistema renina angiotensina pelo rim isquêmico, a hipertensão arterial tende a ser o flagelo da maioria dos pacientes com insuficiência renal crônica. O estado crônico de vasoconstrição arteriolar, a presença de uma anemia significativa acarretando um elevado grau de hipóxia tecidual e de arteriosclerose difusa sobrecarregam o coração e todo o sistema cardiocirculatório pode entrar em colapso. A falta de controle adequado da hipertensão arterial provoca reflexos estruturais no sistema cardiovascular levando a uma cardiomegalia com hipertrofia concêntrica ventricular esquerda (HVE), aumento do índice da massa do Ventrículo Esquerdo e das cavidades cardíacas, acarretando importante aumento dos índices de morbidade e mortalidade nestes pacientes. A etiologia da Hipertensão Arterial no renal crônico é multifatorial, mas 4 fatores de destacam como sendo os mais importantes: A retenção de sal e água pelo rim terminal, aumentando o volume sangüíneo circulante intravascular; A ativação do sistema renina-angiotensina pelo rim isquêmico, provocado pela vasoconstrição arteriolar e pelo baixo hematócrito encontrado nestes pacientes; A anemia acarretada pelos baixos níveis de produção de eritropoetina pelo rim terminal que provoca hipertensão sistólica, ou agrava uma hipertensão arterial pré-existente; A arteriosclerose está quase sempre presente nestes pacientes, muitos deles com idade avançada e portadores de dislipidemias. A Hipertensão Arterial ocorre em mais de 80% dos pacientes em Hemodiálise e a maioria deles pertence à classe chamada de "volume-dependente", isto é, retirando-se o excesso de líquido pelo dialisador, a pressão arterial se normaliza. Os outros pacientes necessitam de algum tipo de medicamento anti-hipertensivo. Nestes casos, os mais usados são os IECA – pois possuem os chamados "efeitos renoprotetores"; os bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) onde a nifedipina sublingual é a droga de escolha em crise hipertensiva; os beta-bloqueadores e a clonidina. Em geral os diouréticos não estão indicados nos pacientes em hemodiálise, pois o rim terminal não responde a sua ação. Recentes pesquisas mostram que a mortalidade nos renais crônicos, devido às complicações cardiovasculares, é bem elevada, chegando a 50% (cinqüenta por cento) de todos os óbitos. E é neste contexto que é necessário enfatizar que o tratamento tão rigoroso quanto possível da hipertensão arterial, exatamente indicado e desejado. Alguns nefrologistas têm alertado que o ideal seria tentar abaixar a pressão arterial para níveis inferiores a 130 x 80 mmHg! Isto está sendo demonstrado cientificamente pela maior sobrevida dos pacientes com níveis baixos de pressão arterial – controlada farmacologicamente – e cuja hipertrofia do ventrículo esquerdo regrediu com o tempo, demonstrado que foi por estudos seqüenciais de ECO – Doppler do coração, e conseqüentemente conseguindo uma maior sobrevida, com menor morbidade. O foco e o enfoque recente no tratamento da hipertensão arterial em hemodiálise crônica é que, diminuindo precocemente a pressão arterial do doente renal e, por conseguinte, diminuindo a pressão intraglomerular, retardaríamos a progressão da perda da função renal. A doença cardíaca isquêmica do paciente em hemodiálise é geralmente desmascarada pelos baixos níveis de hemoglobina destes pacientes. De tal maneira que, antigamente, a angina pectoris era revertida facilmente com oxigenioterapia e transfusão de sangue (papa de hemácias). Aos idosos não era permitido deixar cair o hematócrito para menos de 28%. Hoje em dia, com o advento e a disponibilidade comercial da critropoetina sintética, se convenientemente prescrita com o objetivo de manter o hematócrito acima de 30%, tornou de certa forma os agentes antianginosos farmacológicos pouco necessários. No entanto, se a enfermidade coronariana for sintomática, resistente aos nitratos e dependendo do estado físico do paciente, podemos indicar uma coronariografia, uma angioplastia ou até mesmo a colocação de um "stent" no caso de lesões segmentares. Nos casos de lesões mais avançadas, pode ainda estar indicado a cirurgia de "bypass" coronariano. Os casos de valvuloplastias ou troca de válvulas, principalmente aórtica, são realizados em pacientes em hemodiálise, embora não sejam comuns. Os casos de Edema Agudo de Pulmão e de Insuficiência Cardíaca Congestiva são cada vez menos freqüentes nos dias de hoje. Quase sempre são derivados de crises hipertensivas, que surgem por: falta ao tratamento dialítico, por falta da ingestão dos medicamentos anti-hipertensivos ou por excesso de ingestão de líquidos. Porém, com o advento dos novos e potentes agentes farmacológicos, e aos primeiros sinais de insuficiência cardíaca aguda, a tentativa terapêutica inicial é feita com o uso de nifedipina sublingual e oxigenioterapia, associada à hospitalização. Depois, se o quadro persistir, usamos anti-hipertensivos venosos como a hidralazina, o diazóxido (droga de escolha) e até o nitroprussiato de sódio, associado ou não a digital endovenoso. Nos casos mais resitentes o paciente tem que ser hemodialisado (para ultrafiltração) de urgência em ambiente adequado e com precauções redobradas. Se, no entanto, estes quadros forem secundários a um Infarto Agudo do Miocárdio, a mortalidade é altíssima e a conduta terapêutica indicada é a realização de diálise peritoneal para evitar as oscilações pressóricas que costumam ocorrer na hemodiálise. Quanto às arritmias cardíacas, as mais freqüentes são as extra-sístoles ventriculares por hipóxia, hipopotasemia ou por coronariopatia e raramente requer tratamento farmacológico; já a fibrilação atrial que é mais comum, denota que o paciente ou está hipotenso, com pericardite, ou é portador de arteriosclerose coronariana. Responde bem a quinidina oral com a retomada do ritmo normal. Porém a arritmia mais importante é a bradicardia sinusal. Às vezes é o único sinal de alerta para a hiperkalemia – o matador silencioso – que dá poucos sinais ou sintomas e provoca uma parada cardíaca, praticamente irreversível. Ë comum encontrar altos níveis de potássio em hemodiálise e acima de 7 mEq/L pode provocar a morte do paciente, se não for tratado em regime de urgência. Com o eletrocardiograma podemos diagnosticar outros tipos de bradicardia, tais como a intoxicação por propranolol, por verapamil, digitálica e por IAM. As enfermidades do pericárdio, tal como pericardite – urêmica e derrames pericárdicos não são incomuns nos pacientes em hemodiálise. A pericardite urêmica está correlacionada com altos níveis séricos de uréia e creatinina e a presença de um atrito pericárdico em qualquer pacientes com estes sinais, a hemodiálise de urgência está indicada sem (ou com baixa dose de) heparina. Pode-se até recorrer a diálise peritoneal, onde não há necessidade de anticoagulação. Já os casos de pericardite urêmica nos pacientes que já se encontram em tratamento dialítico, está indicado intensificar as sessões de diálise e passar o paciente a dialisar mais horas ou diariamente até que o atrito desapareça. No caso dos derrames pericárdicos também intensifica-se a diálise ou se houver comprometimento hemodinâmico com instabilidade cardio-circulatória e risco de tamponamento, faz-se a drenagem asséptica do pericárdio por punção subifoidéia. O rim doente deixa de produzir o hormônio eritrpoietina e assim a anemia, por vezes sintomática, é um dos sinais mais importantes da uremia. O "renal crônico" se acostuma a viver num quadro de hipóxia relativa, o que não o impede de realizar tarefas leves a moderadas no dia a dia. Alguns até trabalham normalmente sem grandes esforços físicos. Com o advento da eritropoetina injetável, fabricado por engenharia genética, a transfusão de sangue que era até pouco tempo uma rotina nos Centros de Diálise, passou a ser exceção e as enfermidades provocadas pela transmissão, via transfusão de sangue, dos vírus da AIDS e das Hepatites B e C, que desencadeavam verdadeiros pesadelos dos nefrologistas são difíceis de ocorrer hoje em dia. O sucesso do tratamento clínico e laboratorial da anemia com eritropoietina é tão significativa que já se advoga tratar alguns pacientes com insuficiência renal leve ou moderada, com uso da eritropoietina antes do paciente entrar no programa de hemodiálise crônica. É significativa a melhoria do bem estar e da qualidade de vida, com hematócritos mais elevados. O controle e supervisionamento rígido dos problemas técnicos relacionados ao tratamento propriamente dito da hemodiálise crônica (fístulas, máquinas, tratamento da água e heparinização), acrescidos dos modernos tratamentos clínicos e farmacológicos da anemia e da hipertensão arterial, e refletindo positivamente nas complicações cardiovasculares destes pacientes, trarão certamente uma melhoria da quantidade e qualidade de vida diminuindo em muito a morbidade e a mortalidade destes renais crônico

O Valor da Alegria em Nossa Vida

LUIZ FLÁVIO GOMES (@professorlfg) Critilo, o personagem central de B. Gracián no livro El criticon, dizia que nossas vidas seriam muito mais saudáveis se todos nós descobríssemos o valor da alegria (no trabalho, nos relacionamentos, na paz interior). Lutamos tanto por vários bens na nossa vida, mas muitas vezes damos pouca atenção para as coisas que verdadeiramente importam, como é o caso da alegria. Você pode ser rico, bem sucedido, uma pessoa de sucesso, que goza de boa saúde etc. Mas para ser feliz você deve ser uma pessoa alegre (Schopenhauer). Se você está alegre, não importa se você é rico ou pobre, jovem ou não jovem; simplesmente se sabe que você é feliz (ou está feliz) (Schopenhauer). Mas não podemos equiparar à alegria verdadeira essas diversões bizarras e grotescas que inundam nossos meios de comunicação. Nem toda diversão gera um estado de alegria pleno. Há muita coisa ridícula que está passando por alegria (entretenimento). Só nossa postura crítica consegue discernir o joio do trigo. Avante!