Congresso de Política Médica discute Gestão do SUS
O presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), Florisval Meinão, fez a abertura da segunda parte do evento e destacou que “sem dúvida, o SUS foi uma das grandes conquistas de nosso país.
Na última sexta-feira (21), o VII Congresso Brasileiro de Política Médica e VIII Congresso Paulista de Política Médica também colocou em discussão a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). O presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), Florisval Meinão, fez a abertura da segunda parte do evento e destacou que “sem dúvida, o SUS foi uma das grandes conquistas de nosso país. Muitas pessoas foram incluídas em atendimentos, considerando o que tínhamos antes”.
O presidente da APM afirmou que a criação do SUS é uma proposta muita ousada e deixou um questionamento para os palestrantes e presentes: “Será que é possível criar um sistema universal que ofereça tudo a todos, considerando os custos envolvidos e que a evolução da medicina incorpora tecnologias dia a dia? Como fazer isso, sabendo que os recursos são limitados? Acho que esse é um dos principais desafios e tem sido a causa de muitos processos judiciais”.
A segunda parte do congresso contou com a exposição do professor Titular de Urologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Miguel Srougi, que apontou três fatores que, segundo ele, são as causas dos problemas enfrentados no SUS. “Falta de financiamento, maus gestores colocados no sistema e uma grande falta de vontade política de se fazer algo concreto pela saúde do país. Essa combinação é destrutiva”.
Já a repórter especial do jornal Folha de S. Paulo, Cláudia Collucci, abordou o Relatório do Banco Mundial, intitulado “20 anos de construção do sistema de saúde no Brasil” e uma pesquisa da Faculdade de Economia e Administração (FEA-USP) sobre "Fatores Associados ao Desperdício de Recursos da Saúde Repassados pela União aos Municípios Auditados pela Controladoria Geral da União".
Claudia reforçou que, apesar do subfinanciamento, muito pode ser feito com os recursos existentes, mas há grandes prejuízos causados pela má gestão. “O não pagamento de tributos pelo município, fraca fiscalização do Conselho Municipal de Saúde e processo licitatório irregular são alguns dos principais fatores que geram ineficiência”.
Também esteve presente o médico pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e
Pesquisa Albert Einstein, Mario Bracco, que falou sobre uma das principais conquistas do SUS: o fortalecimento da atenção primária. Mas ressaltou que o desafio ainda é “a universalização do acesso aos níveis secundário e terciário e redução da dependência do gasto privado no financiamento do sistema”.
Pesquisa Albert Einstein, Mario Bracco, que falou sobre uma das principais conquistas do SUS: o fortalecimento da atenção primária. Mas ressaltou que o desafio ainda é “a universalização do acesso aos níveis secundário e terciário e redução da dependência do gasto privado no financiamento do sistema”.
Edson Rogatti, diretor presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo, foi o último palestrante do congresso e abordou o papel das santas casas e as dificuldades enfrentadas. Ele destacou a defasagem da Tabela SUS. “A cada R$100 empregados, os hospitais são remunerados com cerca de 60%. Queremos receber pelo o que realizamos”.
A segunda parte do Congresso de Política Médica teve como coordenadores o vice-presidente da APM, Akira Ishida, e o diretor 2o secretário do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Renato Azevedo Júnior.
Fonte: Fenam da Assessoria de Comunicação do Cremepe
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