Conheça mais sobre a psicanálise e os outros 5 tipos de psicoterapia listadas pela Associação Psicológica Americana
Olá amigos!
A pergunta sobre a diferença entre a
terapia com psicólogo e psicanalista aparece muito aqui no site, assim
como a dúvida sobre o que é psicologia e o que é psicanálise. Neste
texto, procurarei responder da maneira mais simples possível sobre esta
diferença.
Como é uma sessão de psicanálise
1) Terapia psicanalítica
Em primeiro lugar, é preciso fazer uma
distinção. Não existe, no Brasil, um curso de graduação em psicanálise.
Portanto, você nunca vai encontrar alguém graduado em psicanálise. A
formação ligada aos Institutos Internacionais de Psicanálise (IPA) ou os
Institutos de linhas como a lacaniana irão formar psicanalistas, tendo
em vista alguns critérios.
Para ser psicanalista, em geral, o
profissional tem que ser formado em medicina ou psicologia. (Algumas
formações aceitam formandos de outras áreas). Porém, apesar de não ser
uma graduação, normalmente, uma formação decente durará uns bons anos.
A formação se assenta sob o tripé:
estudo aprofundado das teorias, análise didática – o analista faz
análise – e supervisão, os seja, o analista é auxiliado por um
profissional mais capacitado nos primeiros atendimentos.
Com isso dito, podemos desfazer um
primeiro mal entendido. Um psicólogo pode ser psicanalista ou atender
dentro do que chamamos abordagens psicoterapêuticas psicodinâmicas.
Assim como um psiquiatra (médico especializado em psiquiatria) também
pode estudar psicanálise e atender como psicanalista.
O site da Associação Psicológica Americana nos informa sobre este tipo de terapia:
“Terapias psicoanalíticas e
psicodinâmicas: “Esta abordagem foca na mudança de comportamentos
problemáticos, sentimentos e pensamentos através da descoberta dos seus
significados e motivações inconscientes. As terapias de orientação
psicanalítica são caracterizadas por um trabalho entre o terapeuta e o
paciente (transferência). Os pacientes aprendem sobre si mesmo
explorando as interações da relação terapêutica.
Enquanto a psicanálise é fortemente
identificada com Sigmund Freud, ela tem sido ampliada e modificada desde
as suas primeiras formulações. As terapias psicanalíticas possuem ampla
base de pesquisa confirmando a sua eficácia”.
Portanto, a psicanálise – segundo a
Associação Psicológica Americana e de acordo com centenas de pesquisas –
funciona. Mas como será uma consulta com um psicanalista ou com um
terapeuta de linha psicanalítica?
Bem, o padrão é que a análise faça uso
do divã. Após algumas sessões iniciais, conhecidas como entrevistas
preliminares, o paciente deita-se no divã e o psicanalista senta-se um
pouco atrás, de modo que o paciente não vê diretamente o analista.
O tempo da sessão (50 minutos) é
utilizado para que o paciente possa dizer o que quiser. O termo técnico é
associação livre. Porém, como se sabe, as associações não são livres. O
paciente vai falar do que lhe aflite, incomoda, instiga. E, a partir do
que disser, o analista irá conduzindo as sessões com interpretações e
perguntas.
Importante notar que uma psicanálise não
é necessariamente silenciosa, ou seja, o analista não vai ficar calado o
tempo todo. Ele ou ela pode ficar mais quieto do que em outros tipos de
terapia, mas se o silêncio for total, provavelmente se trata de alguém
que não conhece os princípios de interpretação.
Como é uma sessão com psicólogo(a)
Bem, responder essa pergunta faz com que
tenhamos que explicar que existem diversas linhas dentro da psicologia.
Acima, vimos uma delas: a psicanálise ou psicoterapia psicodinâmica.
Podemos explicar a existência de tantas linhas pelo fato de terem sido
desenvolvidas em países e culturas diferentes e, também, por terem
pressupostos diferentes sobre o melhor modo de estudar o ser humano.
Dada a nossa complexidade, podemos
estudar o nosso funcionamento através de uma série de perspectivas:
através das doenças mentais, através da saúde, através do corpo, através
da fala, através da memória, através da motivação… etc
Abaixo, vou mencionar os tipos de
terapia que são descritos pelo site da APA, Associação Psicológica
Americana. As sessões duram de 30 minutos a 1 hora e não fazem uso do
divã.
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2) Terapia Comportamental:
Esta abordagem foca no papel da aprendizagem no desenvolvimento tanto de comportamentos normais como anormais.
Ivan Pavlov fez importantes
contribuições para a terapia comportamental ao descobrir o
condicionamento clássico ou a aprendizagem por associação. O famoso
experimento com os cães, por exemplo, comprovou o condicionamento: após
um certo número de emparelhamento, o estímulo do som de um sino foi
associado fisiologicamente com o estímulo da comida.
Dessensibilização é uma outra forma
clássica de condicionamento. Um terapeuta pode ajudar um cliente com
fobia a se expor ao evento que causa-lhe medo para que, aos poucos, o
estímulo que antes despertava a ansiedade não mais o faça.
Dois outros importantes pensadores foram
E. L. Thorndike e B. F. Skinner que estabeleceram o conceito de
comportamento operante: o comportamento é emitido de acordo com eventos
anteriores e posteriores. Descobrindo a lógica do funcionamento do que
reforça (aumenta) e do que pune (diminui) o comportamento, torna-se
possível alterá-lo.
Dentro da terapia comportamental,
notamos uma série de variações desde o seu surgimento na década de 1950.
Uma variação importante é a terapia cognitiva-comportamental, que foca
na mudança de comportamentos como de pensamentos (cognição).
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3) Terapia Cognitiva
Segundo a APA, a terapia cognitiva
enfatiza o que as pessoas pensam mais do que as pessoas fazem. Os
terapeutas cognitivos defendem a tese de que o pensamento disfuncional
leva a emoções disfuncionais ou a comportamentos disfuncionais.
Portanto, ao mudar os pensamentos que deram origem a emoções e
comportamentos negativos, as pessoas podem finalmente mudar.
Dois importes teóricos da terapia cognitiva são Albert Ellis e Aaron Beck.
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4) Terapia humanista
De acordo com a APA, a terapia humanista
enfatiza a capacidade de cada um de decidir racionalmente e desenvolver
o seu máximo potencial. O respeito e a consideração pelos outros é
também um tema importante.
Filósofos humanistas como Soren
Kirkegaard, Jean-Paul Sartre e Martin Buber influenciaram o
desenvolvimento da psicologia humanista. Dentro da terapia humanista,
temos, por sua vez, 3 tipos de terapia:
Terapia centrada no cliente:
rejeita a ideia de que o terapeuta é uma autoridade nas experiênciais
internas do cliente (usa-se o termo cliente e não paciente). Assim, os
terapeutas conseguem ajudar os seus clientes ao mudar a ênfase de suas
preocupações, cuidados e interesses. Criada por Carl Rogers.
Gestalt-Terapia:
enfatiza o que chama de organismo total (holístico), através da
importância de se estar consciente do aqui e do agora e aceitar a
responsabilidade por si mesmo. Elaborada por Fritz Pearls.
Terapia existencial ou existencial-humanista: foca-se na liberdade, na autodeterminação e na busca por sentido. Autores importantes são Abraham Maslow e Viktor Frankl.
5) Terapia holística ou integrativa
Na faculdade de psicologia, aprendemos
que é importante definir uma linha de atuação para ser um psicólogo
clínico. A vantagem é óbvia: com a especialização aprendemos em
profundidade a teoria e a prática de uma abordagem terapêutica.
Entretanto, segundo ainda a Associação
Psicológica Americana – que é semelhante ao Conselho Federal de
Psicologia, em certo sentido, nos informa que diversos psicólogos
clínicos atuam no que é chamado nos EUA de terapia holística ou
interativa:
“Muitos terapeutas não se limitam a uma
única abordagem. Ao invés, eles ligam elementos de diferentes abordagem e
constroem o tratamento de acordo com as necessidades dos clientes”.
Conclusão
Depois de termos visto que existem
diversas linhas dentro da psicologia e até que muitos psicólogos podem a
vir utilizar mais de uma abordagem para realizar os seus atendimentos
clínicos, a questão da diferença entre psicanálise a psicoterapia
continua em aberto.
E por dois motivos: primeiro, porque um
psicólogo pode também ser um psicanalista. E, segundo, porque teríamos
que comparar a psicanálise com cada linha da psicologia – o que tornaria
nossa exposição demasiadamente longa.
Uma outra questão igualmente importante
para quem estiver escolhendo ou para escolher uma terapia é a lembrança
de que a personalidade do terapeuta influi sim no tratamento. Basta
lembramos que podemos ir em um oftalmologista para fazer um óculos. Mas
mesmo em uma consulta com um oftalm., teoricamente objetiva, pode dar
certo ou dar errado de acordo com a interação com a personalidade do
profissional.
Portanto, se você não se adaptou a uma
terapia, pode ser a linha de terapia que não lhe agradou. Mas,
igualmente, pode ser pelo fato de você não ter se adaptado à
personalidade do terapeuta, ou seja, não houve empatia.
Veja também – Psicoterapia: Conheça os 8 Principais Tipos
Dúvidas, sugestões, comentários, por favor, escreva abaixo!
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