Bucareste
Após sair de Bran, na Transilvânia, percorri 184 km até chegar em Bucareste. A capital da Romênia ainda tem algumas cicatrizes do regime comunista do ditador Nicolae Ceausescu. No entanto, ela está em transformação e tentanto se reinventar. Não é à toa que o jornal espanhol El País a considerou "uma das cidades europeias mais atrativas ainda a ser explorada pelos turistas".
Bucareste já foi chamada de "A Pequena Paris", devido a forte influência francesa. Ainda existem algumas remanescências dessa época. Uma delas é uma réplica do Arco do Triunfo (Arcul de Triumf, em romeno). Neste local, inicialmente, foi construido um arco de madeira para comemorar a independência da Romênia. No entanto, depois de uma substituição e de uma demolição, foi construído o arco atual, que possui 27 metros de altura.
Uma das características desta cidade são seus belos parques. Este arco fica junto a uma das entradas do parque Herastrau (Herastrau Park), também conhecido por parque Rei Michael I. Ele é um imenso parque localizado no lado norte da cidade ao redor do lago Herastrau, um dos lagos formados pelo rio Colentina.
Como estou em ritmo de treinamento para a maratona de Atenas, em novembro, durante o período em que estive por aqui estacionei o batimóvel nesta área. Assim, antes das visitas, aproveitava para treinar.
Na primeira noite, aproveitei para visitar três pontos turísticos famosos da cidade. O primeiro foi o Palácio do Parlamento ou, simplesmente, o Parlamento da Romênia (Palatul Parlamentului, em romano), que é, sem dúvida, o cartão postal de Bucareste.
Esta megalomaníaca obra foi construída na gestão do ditador comunista Nicolae Ceausescu, o qual exigiu que todos os materiais usados na construção (mármore, granitos, madeiras, etc) fossem nacionais. Ele é o maior palácio do mundo e o segundo maior edifício, ficando atrás apenas do Pentágono, nos EUA.
Outra das remanescências da chamada "A Pequena Paris" é a grande avenida que chega até o palácio, a qual foi inspirada na Champs-Élysées. Ela chama-se Bulevardul Unirii. Com seus prédios clássicos do período comunista, em seu centro, as fontes dividem espaço com os carros.
O segundo, foi o prédio do Banco Nacional da Romênia.
Perfeitamente simétrico, este lindo edifício, em estilo renascentista
francês, possue, em sua entrada, duas estátuas e uma coluna grega. Já,
nos cantos do prédio, outras quatro que simbolizam a Agricultura, a
Justiça, a Indústria e o Comércio.
Para finalizar as visitas noturnas, fui assistir ao show das "Águas Dançantes", na praça Unirii (Unirii Square) ou praça do Chafariz, como é popularmente conhecida. Um detalhe: o show somente acontece nos finais de semana.
Neste evento, com duração aproximada de uma hora, as "águas
coloridas" das fontes parecem realmente "dançarem" ao som, em alto
decibéis, de músicas populares e clássicas. Centenas de famílias,
inclusive com crianças de colo, dirigem-se à praça para assisti-lo. Vale
a pena assistir. É muito lindo!
Outro passeio imperdível em Bucareste é o do Centro Histórico (Distrito Lispcani) e foi para lá que fui no dia seguinte. Logo na entrada, encontra-se a estátua da Loba Capitolina (Lupa Capitolina), doada pela cidade de Roma à Bucareste. Segundo a lenda, ela teria amamentado Rômulo e seu irmão gêmeo, Remo.
Esta famosa estátua é um símbolo para a origem divina do fundador de Roma (Rômulo), o filho do deus da guerra Marte. Ela também simboliza e a reivindicação da eternidade, da cidade e do império.
Continuei meu passeio pelas ruelas do pequeno, mas simpático centro histórico, até chegar à região da antiga Corte Principesca (Curtea Veche), a qual foi construída, no século XV, por Vlad Tepes, "O Empalador" ou Vlad Drácula.
As ruínas estão fechadas para reforma, mas, mesmo de longe foi
possível perceber que, lá dentro, encontra-se uma estátua deste que,
para muitos romenos, foi um grande herói por ter combatido o império Otomano,
no entanto, para outros, foi um apenas um dos mais cruéis e
sanguinários monarcas e, talvez por isso, seu nome está associado às
estórias do Conde Drácula.
Ao lado, fica a linda igreja de Santo Antônio (Biserica Curtea Veche).
Esta igreja ortodoxa é considerada a igreja mais antiga da cidade,
sendo que no seu interior existem afrescos do século XVI. Foi nela que
os príncipes romenos foram coroados.
Continuei caminhando até chegar na famosa e moderna livraria Carrosel da Luz (Carturesti Carusel), com seis andares, ela está instalada em antigo edifício do século XIX.
De acordo com o site Bored Panda, é possível encontrar nesta belíssima livraria mais de 10 mil livros, além de 5 mil CDs e DVDs. Na cave há um espaço multimédia e no primeiro andar foi instalada uma galeria de arte moderna.
Após, entrei na rua Stavropoleos. Aqui fica uma pequena, mas lindíssima igrejinha cujo nome é igreja de Stavropoleos (Biserica Stavropoleos, em romeno). Ela foi construída em estilo brâncovenesc (construções do Renascimento romeno, da época do príncipe Constantin Brâncoveanu). Os patronos da igreja são os Arcanjos Miguel e Gabriel.
O seu interior também é lindo. No teto da cúpula, existe esta belíssima imagem de Jesus Cristo.
Na mesma rua, está localizada uma das cervejarias mais antigas de Bucareste, a centenária Caru cu Bere. Este
bar e restaurante foi inaugurado em 1879 e transferido para o local
atual, um edifício de revitalização gótica projetado pelo arquiteto
austríaco Siegfrid Kofczinsky.
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