domingo, 26 de julho de 2020

O CAMINHEIRO ERRANTE (evangelhista da silva)


E todos marcham com bastante pressa e desigualdade.
E neste marchar bruto e descontente,
a busca do paraíso da liberdade
uns prosseguem; outros param completamente.
E vi muitos homens ansiosos e desesperados
aos gritos, tiros e espancamentos,
passarem a todo vapor, ao encontro
e a conquista do nada.
Edificaram muralhas e castelos.
Destruíram o amor.
Ontem, entristeci-me - sabe?...
Aquele mesmo homem que oprimia com a força,
que caminhava apressadamente,
morria calma e lentamente
nas vias promiscuídas da sociedade humana.

Salvador, 1979.
In Poetas do Brasil, 1982, - Aparício Fernandes. RJ.

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