quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Soneto 137 - William Shakespeare

Soneto 137 - William Shakespeare

Que fazes a meus olhos, tolo Amor,
Que eles olham sem ver o que estão vendo?
Sabem o que é beleza, aonde for,
Mas que o melhor é mal ficam dizendo.

Se os olhos corrompidos pelo afeto
Prendem-se ao baio por todos montado,
Por que fizeste ganchos com mentiras
Aos quais meu pensamento fica atado?

Por que meu coração julga ser seu
O terreno que sabe ser de mil
Ou contesta o que viu o olho meu

Tentando tornar belo o rosto vil?
No certo olhar e coração erraram
E pro que é falso os dois se transportaram.

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