Carl Gustav Jung
Graduanda em Psicologia (PUC-SP)
Carl Gustav Jung (1875-1961) é o pai da Psicologia Analítica.
Além de psiquiatra e psicoterapeuta, foi estudioso das artes,
mitologias e religiões, sendo considerado o primeiro psicólogo da New
Age (Nova Era) e um dos maiores intelectuais do século XX.
Infância
Jung nasceu em Kesswil, na Suíça, no dia 26 de junho de 1875. Com
quatro anos, mudou-se para Basiléia, grande centro cultural. Fora filho
único até os nove anos, tendo a infância marcada por um estilo de vida
rústico e solitário, mas também por sentimentos de conexão com a
natureza, que perduraram por toda sua existência.
Formação
Devido ao fato de seu pai ser pastor protestante, a carreira
eclesiástica sempre fora uma possibilidade de futuro. Entretanto sua
decisão pautou-se em estudar Medicina na Universidade da Basiléia, onde
interessou-se pelas questões da mente humana.
Concluiu o curso em 1900, quando passou a trabalhar na Clínica
Bugholzi, em Zurique, como assistente de Eugen Bleuer, psiquiatra que
primeiro descreveu a esquizofrenia.
Freud
Interessado na Teoria do Inconsciente, Jung entrou em contato com Sigmund Freud,
pai da Psicanálise, iniciando uma longa troca de correspondências.
Encontraram-se pela primeira vez em 17 de fevereiro de 1907, em um
encontro que perdurou por treze horas ininterruptas, dando início a uma
profunda amizade.
Eventos marcantes para a dupla foram a viagem para palestrarem nos
Estados Unidos, em 1909, e a fundação da Associação Psicanalítica
Internacional no ano seguinte, da qual Jung foi eleito presidente –
quando ademais, foi chamado por Freud de “Príncipe da Psicanálise”.
A partir de 1912, tornaram-se insuportáveis as divergências teóricas
entre os analistas. Além de Freud não admitir o interesse do colega por
fenômenos espirituais, Jung, monista, defendia que a libido (energia
sexual) deveria ser considerada a totalidade da energia psíquica dos
indivíduos. F. era dualista: afirmava a existência de duas pulsões, a
sexual, com fonte na libido, e a de autoconservação.
A discordância culminou em uma dolorosa separação dos amigos, e consequente afastamento de Jung do movimento psicanalítico.
J. descreveu seu luto como intenso estado de desorientação e agudo período de incerteza.
Psicologia Analítica
Após o rompimento, Jung, em um momento de introversão e atenção aos
próprios sonhos, aprofundou seus estudos de leituras orientais e
conhecimentos ocultistas e alquímicos. Assim, desenvolveu as bases de
sua escola, a Psicologia Analítica.
Em sua teoria, é fundamental para o desenvolvimento humano o processo
de individuação - de autorrealização e alcance da individualidade.
Outros conceitos independentes por ele descritos são o de arquétipos, tipos psicológicos, complexos, símbolos, persona, sombra e sincronicidade.
Além da questão sobre a libido, outra divergência com a psicanálise freudiana são as formulações a respeito do inconsciente coletivo e individual – para Freud, o inconsciente é uma instância transubjetiva regida por leis próprias.
Morte
Dia 06 de junho de 1961, com 85 anos, Jung faleceu tranquilamente, cercado por parentes e pessoas queridas.
Foi enterrado no cemitério de Küsnatch. No túmulo de sua família, por
ele desenhado, está gravada a inscrição “Vocatus atque non vocatus deus
aderit” (Invocado ou não, o deus terá estado presente).
Referências bibliográficas:
JUNG, C. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008
DUNNE, C. Carl Jung – Curador Ferido de Almas. São Paulo: Alaúde Editorial, 2012
JUNG, C. Memórias, Sonhos, Reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996b.
JUNG, C. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008
LAPLANCHE, J; PONTALIS, J. B. Vocabulário da Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
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