Quem é Oxum Opará?
Em resposta a uma das seguidoras do blog, iremos falar um pouco de Oxum Opará
e como acontece sua representação dentro da Umbanda. Mas, para isso
tomaremos primeiramente a questão dos Orixás Originais e Orixás
Naturais.
Orixás Originais
Deus não gera os seres em seu íntimo (veja em: Orixás Ancestrais, de Frente e Adjuntó) mas, é Ele quem dá sustentação ao universo.
Ou seja, todas as criaturas, classes de seres e espécies visíveis e não visíveis se mantêm pela irradiação divina que vem Dele.
Dentro disso, temos as divindades, que
são os Orixás e que equivalem-se aos tronos de Deus. Os tronos de Deus
por sua vez são as classes das divindades que estão mais próximas do ser
humano, pois essas regem a vida e evolução dos seres.
Para cada Trono/Divindade temos então uma qualidade divina, que se manifesta infinitamente
por meio de seu magnetismo, vibração, irradiação energética, grau
hierárquico, pelo seu mental, sua natureza e seus sentidos. Mas, a
explicação sobre cada uma dessas manifestações é assunto para um próximo
post.
O que pretendemos hoje é chegar a
explicação dos Orixás Naturais e assim relatarmos a existência de Oxum
Opará. A cada um desses tronos então identificamos um estágio e um nível
de evolução. Por exemplo: Os seres que vivem no nível dos
tronos naturais são conscientes e os que vivem no nível dos tronos
estrelados são hiperconscientes.
E assim acontece, desde os Tronos
Fatorais passando por mais nove tipos de Tronos até chegar aos Tronos
Universais e isso também é assunto para uma próxima ocasião.
Dentro disso, conseguimos entender que os
Orixás “originais” são os senhores do alto, regentes planetários e os
Naturais são os regentes de dimensões. Se deseja se aprofundar nesse
assunto, indicamos o livro Gênese Divina de Umbanda Sagrada, de Pai Rubens Saraceni.
Orixás Naturais
Cada um dos seres serão atraídos por um Orixá/Trono/Divindade que lhe atribuirá a qualidade original, por exemplo um ser que é atraído pelo trono de Ogum, terá como qualidade original o fator ordenador.
Após isso, ele irá ser atraído por uma
segunda onda vibratória que irá definir suas qualidades. Sendo assim,
temos os Orixás Originais que regem o fator do ser, e os Orixás Naturais que irão ser o seu qualificativo,
distinguindo-o de outros seres, e como já dito acima essa formação
ainda conta com o magnetismo, vibração, irradiação energética, grau
hierárquico, mental, natureza e seus sentidos para distingui-los como um
ser único.
“Ogum Megê é ordenador da Lei, pois na vertical é regido pela irradiação ordenadora do Orixá Natural Ogum, que lhe deu sua qualidade Ogum (ordenador). Mas, na horizontal, cuja corrente eletromagnética qualifica sua qualidade original, ele é ordenador nos campos da evolução e é tido como o Ogum das Passagens (de níveis vibratórios).”Trecho livro Gênese Divina de Umbanda Sagrada
Mas, afinal quem é Oxum Opará?
Sendo assim, depois de toda essa
explicação, chegamos a conclusão que Oxum Opará é a representação
humanizada de uma das qualidades dos Orixás naturais.
Alexandre Cumino explana um pouco sobre esse assunto no estudo Teologia de Umbanda, “essas
entidades naturais manifestam as qualidades dos Orixás maiores num
nível além do que estamos acostumados, sua presença se faz sentir como a
presença viva da divindade por meio da intensidade de vibração e
energia. Esses seres naturais assumem forma humanizada para melhor se
fazerem entender” aponta.
E ele continua explicando que podemos
encontrar esses orixás naturais atuando em diversos campos, tal como
Oxum da Fé, e outras mais popularizadas como Oxum Opará. O sacerdote
afirma também que na Umbanda não há essa tradição de dar nomes aos
qualificativos dos Orixás e que normalmente eles são conhecidos pelo
campo de atuação. “O estudo destas combinações é chamado de Ciência
Divina e é ele que mostra o entrecruzamento de forças que dá origem a
tantas formas e nomes. Veja: Ogum Marinho (Ogum e Yemanjá), Ogum
Matinata (Ogum e Oxalá), Ogum Megê (Ogum e Omolu), Ogum Rompe Mato (Ogum
e Oxossi), Ogum do Fogo (Ogum e Xangô), etc. Nenhum destes Oguns é o
Pai Maior Ogum e sim entidade naturais de Ogum e cada um tem sua forma
humanizada diferente” relata.
Nos cultos de nação, a representação de
Oxum Opará não tem um consenso, por isso, para algumas vertentes ela é
uma divindade a parte, nascida de Xangô com Obá, já para outras ela se
classifica como uma qualidade de Oxum. Tem ligação forte com Oyá, o que
lhe concede diversos mitos relacionados com a Orixá. Possui o abebê
(espelho) em uma mão e a adaga (espada) em outra.
Oxum Opará então é a figura da mulher
guerreira, intempestiva, a fusão das águas dos rios com a ventania, por
vezes também é retratada como impiedosa e punitiva. Seus mitos e lendas
partem da região de Osogbô e Oyó.
Quer saber sobre algum assunto relacionado a Umbanda? Envie-nos pelo blog@umbandaead.com.br sua sugestão!
Texto: Júlia Pereira
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