Largo da Palma
[evangelhista da silva]
Tarde de sábado.
O silêncio mistura-se ao passado
Que ainda vive na simplicidade dos casarios
A mais pura e doce harmonia.
A preguiça das ladeiras,
O acanhamento das calçadas,
Tudo são marcas de outrora.
Por essas ladeiras negros subiram e desceram como burros maltratados.
No vai-e-vem de sofrer e cansaço, pisando nessas pedras em pés descalços,
Brotaram calos e mais calos - nos pés e alma. Doce injustiça.
Observe em sua volta. E observe com carinho.
De um lado, Roma ergue-se envergonhada;
D'outro, o Instituto de Letras caindo aos pedaços - entrega-se a velhice em desespero.
Além, lá no alto, lá em baixo, puteiros desmoronam-se em prantos.
É a antítese da vida: humanos abandonados; desamor, luxúrias, encantos, injustiça e
desencantos.
desencantos.
Aqui, no barzinho da esquina, tudo se confunde:
Samba, cachaça, Roma, bichas, capitalistas, senhoras e Putas...
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