quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

HPV (papilomavírus humano) – causas, sintomas e tratamentos

HPV (papilomavírus humano) – causas, sintomas e tratamentos

O HPV (papilomavírus humano) é o nome genérico de um grupo que engloba mais de cem tipos de vírus diferentes, é um vírus que atinge a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou lesões percursoras de câncer, como o câncer de colo de útero, garganta ou ânus. O nome HPV é uma sigla inglesa para “Papiloma vírus humano” e cada tipo de HPV pode causar verrugas em diferentes partes do corpo.
O HPV é um vírus que se transmite no contato pele com pele, por isso pode ser considerado uma doença sexualmente transmissível. No primeiro contato sexual 1 em cada 10 meninas chega a entrar em contato com o vírus.
Conforme o tempo passa, entre 80 e 90% da população já entrou em contato com o vírus alguma vez na vida, mesmo que não tenha desenvolvido lesão. Mas é importante lembrar que mais de 90% das pessoas conseguem eliminar o vírus do organismo naturalmente, sem ter manifestações clínicas.
As lesões clínicas mais comuns ocorrem nas regiões ano-genitais. Porém, esta infecção pode aparecer em qualquer parte do nosso corpo, bastando ter o contato do vírus com a pele ou mucosa com alguma lesão (não íntegra).
Manifestações extra-genitais mais freqüentes são observadas na cavidade oral e trato aéro-digestivo, tanto benignas quanto malignas. Uma lesão particularmente agressiva ocorre em crianças ou adolescentes que foram contaminados no momento do parto, desenvolvendo lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe (papilomatose laringéia recorrente), sendo necessário inúmeros tratamentos cirúrgicos.
Estudos epidemiológicos têm mostrado que, apesar da infecção pelo papilomavírus ser muito comum ( média de 25% das mulheres brasileiras estão infectadas pelo vírus), somente uma pequena fração (1%) das mulheres infectadas com um tipo de HPV de alto risco oncogênico irá desenvolver o câncer do colo de útero.
Causas
O HPV é um vírus que se transmite no contato pele com pele, por isso pode ser considerado uma doença sexualmente transmissível. Até porque 98% das transmissões ocorrem através do contato sexual.
Mas diferente das outras DSTs, não é preciso haver troca de fluídos para que a transmissão ocorra: só o contato dos órgãos sexuais, por exemplo, já ocasiona a transmissão do vírus.
Outras formas de transmissão mais mais raras, são pelo contato com verrugas de pele, compartilhamento de roupas íntimas ou toalhas e, por fim, a transmissão vertical, ou seja, da mãe para o feto, que pode ocorrer durante o parto.
A transmissão da infecção pelo HPV independe da forma, sendo facilmente transmitidas do homem para a mulher e vice-versa e até mesmo nas relações homossexuais. Entretanto, devido às características genitais diferentes, as manifestações e complicações desta infecção são mais freqüente nas mulheres.
Sintomas
Estima-se que somente cerca de 5% das pessoas infectadas pelo HPV desenvolverá alguma forma de manifestação. O HPV pode ser assintomático (não apresenta sintomas), sintomático (apresenta algum dos sintomas abaixo), clínico e subclínico.
As lesões clínicas se apresentam como verrugas, são tecnicamente denominadas condilomas acuminados e popularmente chamadas “crista de galo”, “figueira” ou “cavalo de crista”. Têm aspecto de couve-flor e tamanho variável. Nas mulheres podem aparecer no colo do útero, vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e ânus.
Em homens podem surgir em seu órgão genital (normalmente na glande), bolsa escrotal, região pubiana, perianal e ânus. Essas lesões também podem aparecer na boca e na garganta em ambos os gêneros.
As infecções subclínicas (não visíveis ao olho nu) podem ser encontradas nos mesmos locais e não apresentam nenhum sintoma ou sinal. No colo do útero são chamadas de Lesões Intra-epiteliais de Baixo Grau/Neoplasia Intra-epitelial grau I (NIC I), que refletem apenas a presença do vírus, e de Lesões Intra-epiteliais de Alto Grau/Neoplasia Intra-epitelial graus II ou III (NIC II ou III), que são as verdadeiras lesões precursoras do câncer do colo do útero. Outros sintomas são:
Verrugas não dolorosas, isoladas ou agrupadas, que aparecem nos órgãos genitais;
Irritação ou coceira no local;
O risco de transmissão é muito maior quando as verrugas são visíveis;
As lesões podem aparecer no nos órgãos genitais masculino e feminino, vulva, colo do útero, boca e garganta;
O vírus pode ficar latente no corpo: a lesão muitas vezes aparece alguns dias ou anos após o contato;
As manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e pessoas com imunidade baixa.
Diagnósticos
O HPV pode ser diagnosticado através do exame ginecológico e de exames laboratoriais, como Papanicolau, colposcopia, peniscopia e anuscopia.
Deve-se realizar diagnóstico diferencial com outras lesões papilomatosas, incluindo variações anatômicas (glândulas sebáceas, pápulas perláceas do pênis), outras doenças infecciosas e neoplasias.
Exames
O HPV pode ser identificado por meio de lesões que aparecem ao longo do trato genital, podendo chegar até o colo do útero. Ao perceber essas alterações nos exames ginecológicos comuns, o médico poderá solicitar mais exames para confirmar o diagnóstico. Conheça os principais:
Papanicolau: Exame preventivo mais comum, detecta as alterações que o HPV pode causar nas células e um possível câncer, mas não é capaz de diagnosticar a presença do vírus. Recomenda-se que as mulheres realizem anualmente a partir dos 25 anos. Com dois resultados negativos, a periodicidade do exame pode ser a cada três anos, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde.
Colposcopia: Feito com um aparelho chamado colposcópio, que aumenta a visão do médico de 10 a 40 vezes, o exame permite a identificação de lesões na vulva, no seu interior e no colo do útero. A colposcopia é indicada nos casos de resultados anormais do exame de Papanicolau, para saber a localização precisa das lesões precursoras do câncer de colo do útero. Após a identificação das regiões com suspeita de doença, remove-se um fragmento de tecido (biópsia) para confirmação diagnóstica.
Tratamento
Não há tratamento específico para eliminar o vírus. O tratamento das lesões clínicas deve ser individualizado, dependendo da extensão, número e localização. As lesões de baixo grau não oferecem maiores riscos, tendendo a desaparecer mesmo sem tratamento na maioria das mulheres. A conduta recomendada é a repetição do exame preventivo em seis meses.
O vírus do HPV pode ser eliminado espontaneamente, sem que a pessoa sequer saiba que estava infectada. Uma vez feito o diagnóstico, porém, o tratamento pode ser clínico (com medicamentos) ou cirúrgico: cauterização química, eletrocauterização, crioterapia, laser ou cirurgia convencional em casos de câncer instalado.
Só o médico, após a avaliação de cada caso, pode recomendar a conduta mais adequada. A pessoa com quem você se relaciona também precisa se tratar!
O parceiro ou parceira de alguém diagnosticado com HPV deve ir ao médico para investigar se também tem a doença. Caso haja alguma lesão clínica ou subclínica, é preciso que ele (a) também se trate, para evitar os perigos da doença e também não transmiti-la novamente ao parceiro já diagnosticado.
Dicas importante
A medida preventiva mais preconizada para o HPV é o uso de preservativo. A maior parte das transmissões desse vírus são sexuais e ao impedir o contato da pele entre os parceiros, o preservativo é uma das melhores formas de prevenir o problema.
A vacinação contra o HPV é aconselhável para mulheres com idades entre 9-26 para a prevenção da infecção por HPV, câncer do colo do útero, bem como verrugas genitais. Ele só é eficaz quando administrado em pessoas antes de se infectar com o vírus.
Parto normal não é indicado para gestantes portadoras do HPV com lesões genitais em atividade;
É imprescindível que você consulte regularmente o ginecologista e faça os exames prescritos a partir do início da vida sexual. Não se descuide. Diagnóstico e tratamento precoce sempre contam pontos a favor do paciente.

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