sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Histórias de amor à vida

Histórias de amor à vida
Conheça abaixo depoimentos de pessoas que fazem parte da história da Fundação Pró-Rim. São relatos que nos emocionam e nos fazem buscar, cada dia mais, a excelência em tudo o que realizamos.

31/07/2013
Tais Silva dos Santos
Internet auxilia pacientes renais na busca por um transplante 


Orkut já não é tão utilizado ultimamente, mas em 2008 fez toda a diferença na vida de Tais Silva dos Santos, 29 anos. Recém transplantada (2 meses) na época a gaúcha de Bagé (RS) começou a interagir em uma comunidade de renais crônicos e conheceu a Fundação Pró-Rim.

Nesta fase Tais já havia perdido a função dos rins devido à síndrome de Alport, também conhecida como nefrite hereditária. “Assim como eu as pessoas buscavam ajuda e isso me aproximou do Carlinhos, André e Lucélia que também precisavam de umtransplante renal”, recorda.

Tais acompanhou os 3 amigos pela Internet quando eles decidiram vir morar em Joinville e fazer o cadastro pela Pró-Rim para a lista de espera de Santa Catarina. Vibrou ao saber que André e Carlinhos depois de alguns meses foram transplantados, mas optou por continuar com a mãe em Bagé.

Enquanto aguardava por um novo rim, Tais continuava as sessões de diálise, mas também enfrentava um drama familiar. Sua irmã mais velha Liesl, tinha a mesma doença e já estava em tratamento dialítico há 12 anos.

“Tive que parar meus estudos, minha vida e ver minha irmã naquele estado aguardando por tanto tempo me deixava sem esperanças. Então quando a Lucélia também conseguiu transplantar vi como um sinal e decidi me organizar e procurar ajuda na Pró-Rim”, desabafa.

Novas esperanças

Depois de meses guardando dinheiro Tais reuniu tudo o que podia e veio para Joinville no final de 2012. Recebida pela equipe multidisciplinar da Fundação, com a qual já havia feito contato anteriormente, começou a fazer os primeiros exames de compatibilidade e receber todas as orientações necessárias.

Há 2 dias na cidade recebeu a notícia de que sua irmã havia falecido. Mesmo sofrendo com a perda e desacreditada, encontrou em Lucélia forças para continuar lutando, além de abrigo, pois elas dividiram a mesma casa.

Para piorar a situação, no inicio de 2013 a mãe de Tais também precisou de hemodiálise, pois foi diagnosticada com a mesma doença das filhas e ainda teve que encarar uma cirurgia cardíaca.

Tais viajou até Bage para acompanhar a mãe que infelizmente não sobreviveu. Abalada emocionalmente em meio a todos os trâmites de uma morte, de um tratamento complexo e da doença que enfrentava diariamente, um telefonema transformou a vida de Tais, ela iria receber um novo rim.

Contra o tempo

“Fiquei muito feliz com a notícia e não sabia se chorava, se saia correndo, se pegava um avião ou vinha de carro. Foi uma loucura e confusão muito grande na minha cabeça saber que depois de perder minha mãe e irmã meu destino seria diferente, eu poderia ter uma nova vida”, desabafa.

A decisão foi vir de carro com o namorado e o irmão. Tais precisava lutar contra o tempo, pois se demorasse muito poderia perder o transplante. Eles saíram de Bagé no dia 15 de maio às 1h30 da madrugada.

Depois de 1.000 quilômetros rodados sem descanso e 12 horas de viagem o grupo chegou ao Hospital Municipal São José, em Jonville, às 13h15 do mesmo dia.

Tais ainda teve que dialisar por 3 horas antes de entrar para a cirurgia e receber o novo rim, depois de 3 anos de espera no Rio Grande do Sul e apenas 5 meses em Santa Catarina.

Tais da Silva Santos, hoje prefere ser chamada de Tais Leisl em homenagem à irmã que lutou tanto pela vida em uma máquina de diálise.

Ela é um exemplo de superação principalmente emocional depois de passar por tantas provações. Hoje a jovem não sabe se voltará para a cidade onde nasceu ou se permanecerá em Joinville. O mais importante  ela já conseguiu para continuar seus sonhos, um novo rim.
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