sábado, 23 de abril de 2011

O mau funcionamento da tiróide faz parte do quadro clínico, com uma fase inicial de
tirotoxicose, seguida da normalização da função tiroideia a que se pode seguir em cerca de 20-
30% dos casos, uma fase em geral transitória de hipotiroidismo.
O tratamento é dirigido ao alívio dos sintomas e pode incluir a toma de anti-inflamatórios não
esteróides (aspirina,…) e/ou corticosteróides.
Importa realçar a natureza benigna desta doença que é autolimitada, com resolução
espontânea e sem sequelas ao fim de algumas semanas ou meses, mesmo sem qualquer
tratamento.
Tiroidite crónica auto-imune
A tiroidite crónica auto-imune é como o nome indica uma forma crónica de tiroidite que do
ponto de vista clínico pode ter pouca sintomatologia e passar mesmo despercebida. A sua
origem é imunológica e está relacionada com fenómenos de auto-imunidade, com autoagressão
da tiróide pelo sistema imunitário do próprio indivíduo.
Poderão ser factores precipitantes ou desencadeantes da tiroidite auto-imune alguns
medicamentos.
A tiroidite crónica é uma doença comum, 4 vezes mais frequente na mulher e cuja frequência
aumenta com a idade. Existem muitas vezes familiares com bócio, alterações do
funcionamento da tiróide e/ou diagnóstico de tiroidite crónica auto-imune.
A doença caracteriza-se pela presença no sangue de anticorpos antitiroideus, nomeadamente
anticorpos antitiroglobulina e antiperoxidade tiroideia.
A tiroidite crónica auto-imune pode estar associada a mau funcionamento da tiróide. Pode
evoluir com alguma frequência com hipotiroidismo e mais raramente com uma tirotoxicose
transitória (tiroidite silenciosa).
O hipotiroidismo deverá ser tratado com hormona tiroideia (levotiroxina).
A tirotoxicose pode surgir num doente com tiroidite crónica auto-imune, em relação com uma
situação denominada tiroidite silenciosa. Nos doentes com tiroidite auto-imune pode ainda
haver ocasionalmente um aumento das hormonas tiroideias em circulação, por hipertiroidismo.
Uma variante da tiroidite silenciosa é a denominada tiroidite pós-parto.
Nas tiroidites silenciosa e pós-parto pode haver uma fase de hipotiroidismo transitório após o
episódio inicial de tirotoxicose. Em geral estas tiroidites, pela natureza passageira da disfunção
tiroideia que lhes está associada, poderão não necessitar de qualquer tratamento específico.
Os indivíduos com o diagnóstico de tiroidite crónica auto-imune, deverão ser avaliados
regularmente do ponto de vista funcional através de análises, para detectar e tratar
precocemente um hipotiroidismo nos casos sem disfunção tiroideia conhecida e para
monitorizar e ajustar o tratamento com hormona tiroideia nos casos com hipotiroidismo.

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