terça-feira, 19 de abril de 2011

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REAÇÕES DEPRESSIVAS NORMAIS E DE AJUSTAMENTO

Depressão é um problema médico que requer tratamento. Porém, não é sempre que a palavra depressão é utilizada neste sentido. Às vezes esse termo é utilizado pela população leiga, para se referir à sensação de tristeza, desânimo, vontade de chorar, sem necessariamente caracterizar um episódio depressivo.
O termo depressão, contudo, quando utilizado como sinônimo da doença depressão (transtorno depressivo), significa uma alteração geral no estado de humor da pessoa, que inclui sintomas físicos como alterações de sono e de apetite, podendo apresentar também queixas somáticas como dores de cabeça, dor de estômago e dores musculares. Também apresenta como parte dos sintomas, tristeza, desânimo, dificuldade em sentir alegria ou prazer, falta de vontade ou de interesse para realizar atividades que anteriormente gostava.
Porém deve ser levado em consideração que tristeza, desânimo e falta de prazer não serão sempre e necessariamente sinônimos de doença. Existem relações da vida de qualquer pessoa que serão marcadas pela tristeza, como:

luto pela morte de um familiar ou amigo
a separação no casamento
a demissão de um emprego
o fracasso em um concurso

entre incontáveis outros eventos.
O limite entre o que é doença e o que é uma reação normal à vida depende de quão intenso é o sofrimento da pessoa e de como ela reage no seu cotidiano aos fatores que a estão deixando triste.
Podemos, assim, agrupar em quatro modalidades os estados depressivos, principalmente de acordo com a intensidade do sofrimento psíquico. São eles:

reações normais de depressão: luto e pesar
reações de ajustamento depressivo
distimia ou estado crônico de depressão
depressão (transtorno depressivo).

Apenas os três últimos são considerados doenças, sendo a última modalidade o que se denomina transtorno depressivo, ou depressão maior, a depressão propriamente dita.
REAÇÕES NORMAIS DE DEPRESSÃO: LUTO E PESAR
Uma reação normal de tristeza ocorre quando um acontecimento da vida tira a pessoa de seu estado habitual de humor, mas ela retorna espontaneamente a ele após cessado o seu período de tristeza.
Um jovem que estuda durante longo período para o vestibular pode entristecer-se quando recebe o resultado negativo, a reprovação e chorar, tornar-se desanimado por alguns dias; mas na semana seguinte faz sua matrícula para mais um semestre de pré-vestibular. Um término de namoro, uma discussão séria no casamento, a doença de uma pessoa querida, vários podem ser os fatores que deixam alguém com pesar: sentimento de tristeza, desânimo, sensação de falta de prazer com tarefas que antes davam satisfação, choro mais fácil, dificuldade de concentração para trabalhar ou estudar. Porém são sentimentos que têm uma pequena duração no tempo, por dias ou semanas, no máximo, que geralmente não perduram o dia inteiro, não impedindo a pessoa de se cuidar, de fazer suas obrigações profissionais e sociais.
Da mesma forma pode ocorrer com o sentimento de perda, a sensação de vazio passageira, bem limitada no tempo, pela morte de um familiar próximo ou amigo. Ou ainda pela perda de um emprego, pelo fim de um casamento, pela mudança de cidade do filho que vai estudar, ou até, muitas vezes, pela decepção de um projeto de vida, que não seja mais possível realizar. Esse sentimento de perda caracteriza a tristeza do luto.
São, portanto, reações normais aos acontecimentos mais difíceis da vida de qualquer pessoa, que se instalam e persistem por alguns dias ou semanas, e em seguida cessam, gradualmente. A maioria das vezes tais reações depressivas não requerem tratamento, mas algumas vezes um tratamento médico baseado em psicoterapia é aconselhado, mesmo por um curto período, pois não raro essas reações normais podem ser também fatores que desencadeiam um estado de depressão que se prolongue mais que o normal.
REAÇÕES DE AJUSTAMENTO DEPRESSIVO
São reações um pouco mais graves que as vistas nas reações depressivas normais da vida, mas não tão intensas quanto acontece na depressão propriamente dita.
Ocorre geralmente um estado de angústia com humor deprimido, ansiedade, preocupação e um sentimento de incapacidade de adaptação que surgem após um acontecimento de vida estressante, como separações, mortes na família, acidentes, doenças físicas graves, entre outros sentimentos. O início dos sintomas é usualmente dentro de um mês da ocorrência do evento estressante, freqüentemente não excedendo 6 meses de duração. Em geral são eventos normais (mesmo que indesejáveis) da vida, que causam estresse e angústia, ou mudanças de vida, mas que resultam em uma reação na pessoa que é um pouco mais severa do que o esperado, sendo mais intensa e persistindo por mais tempo. Geralmente requerem um tratamento médico com psicoterapia, raramente com uso de medicação por um curto período.
É caracterizada por um período longo (mais de 2 anos em adultos e mais de 1 ano em crianças) em que a pessoa se sente constantemente triste e desanimada. Não chega a ser uma tristeza tão intensa ou incapacitante como o que ocorre nos episódios de depressão maior. Porém, em razão de sua cronicidade e persistência, causa muito prejuízo e sofrimento, tendo repercussões sobre diversas esferas como trabalho, vida social e afetiva. Um episódio de distimia pode ser subseqüente a uma depressão com remissão parcial dos sintomas ou então à uma reação de ajustamento depressivo que não se resolveu ou que não foi tratada. Geralmente há necessidade de associar tratamento medicamentoso à psicoterapia (ou comportamental ou de orientação analítica).
Colaboradoras
Dra. Alice Sibile Koch
Dra. Dayane Diomário da Rosa

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